Survivor escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 6
Zona de Desconforto – Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Não vou negar que estava ansiosa para postar esse capítulo. Estou triste com a falta de comentários, mas gostaria de agradecer especialmente a Laura wait for it Eliza e a NielliCris por comentarem sempre! Espero que gostem ;) Boa leitura!



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CAPITULO 6 – Zona de Desconforto – Parte 1

POV FELICITY

Por que diabos você está nessa boate? – Meu coração gela.

– Ah... Oi Ray. – Digo com a voz trêmula. – Como sabe que estou aqui? – Olho para Oliver e ele me encara com uma expressão indecifrável.

Quando cheguei no hospital e descobri que já havia ido embora, fui até seu apartamento. Mas você não estava lá... Então, talvez eu tenha hackeado seu telefone... de novo. – Diz com uma certa culpa na voz. – Cadê você? – Sorrio quando o vejo pela câmera e me lembro da presença de Oliver.

– Estou indo. – Desligo o telefone. Olho para Oliver e sua carranca.

– Você contou alguma coisa para ele? – Pergunta de forma agressiva.

– Sabe que não. Agora se me der licença, preciso ir. – Passo por ele rumo a escada e ele segura meu braço, me virando de frente para ele. – O que foi Oliver? – Digo com um olhar preso ao seu.

– Você está com ele? – Ah! Só era o que me faltava. Ter que dar satisfações da minha vida amorosa. Ainda mais pra quem.

– Não Oliver, não estou. – Ele solta meu braço e abaixa o olhar, provavelmente se dando conta de como agiu. – Talvez devesse parar de agir assim. Não sabe o quanto me faz mal. – Digo e me viro segurando as lágrimas.

[...]

– Me desculpe pela demora. – Digo me aproximando de Ray, que está apoiado no balcão.

– O que você está fazendo aqui Felicity? – Seu olhar sobre o meu é totalmente repreendedor. Coro de vergonha, não como normalmente. – Devia estar em casa descansando...

– Estou bem Ray! – Falo de forma pouco violenta. Ele arregala os olhos como se não entendesse meu comportamento.

– O que houve? – Diz ainda sem entender. Seu olhar muda. Ele lembrou o motivo. O beijo. Quer dizer, a fuga pós beijo. – Hum. Acredito que sei o que te deixou assim. O fato de ter te beijado.

– Não é o beijo que me incomoda. – Respondo com honestidade. – E sim o seu desespero de sair perto de mim, depois que me beijou. – Ele cerra os olhos e balança a cabeça.

– Você não pode estar mais enganada. – Olho confusa para Ray e ele me puxa para o andar de cima da boate. – Não me arrependo de ter beijado você. – Diz com os olhos fixo aos meus. - Não consigo imaginar um único homem no planeta que se arrependeria por ter te beijado. – Eu consigo pensar em um. Ray continua me olhando. – Mas peço desculpas pela forma como reagi depois do beijo. – Ele abaixa o olhar. - Me senti culpado.

– Ai meu Deus! Você traiu alguém... – Ele nega com a cabeça.

– O nome dela era Anna... – Não pude deixar de notar a forma como usou o verbo no passado. – Nós estávamos noivos e há alguns anos, quando aquele exército maluco invadiu a cidade, nós tentamos fugir... Hum... E um deles pegou ela. – Ele levanta novamente o olhar. - Eu não era forte o suficiente, então eles quebraram minha perna e a mataram na minha frente. Eu não fui capaz de fazer nada. – Uma lágrima escorre de meus olhos. – Anna deveria ser a última mulher que beijaria e ela seria. Se eu não tivesse conhecido você. – Envolvo meus braços em sua cintura como sinal de conforto.

– Sinto muito pela sua perda. – Digo ainda abraçando-o.

– Eu deveria te levar para casa agora. – Ele diz descontraindo. Assinto e saímos da boate.

O trajeto para casa foi todo em silêncio. Ray estava quebrado, assim como eu. Eu sinto sua dor. A dor de perder a pessoa amada. A única diferença é que Anna não voltaria, como Oliver voltou. Sou tirada de meus pensamentos, quando vejo Ray dando a volta no carro e abrindo minha porta.

– Está entregue Srta. Smoak. – Diz com um sorriso no rosto.

– Gostaria de subir? – Ray arqueia a sobrancelhas, me adianto. – Podemos comer alguma coisa. – Ele sorri e assente.

Entrando em casa, a primeira visão que temos é o gato da Sra. Fernandes deitado no sofá. Coro e Ray esbanja um lindo sorriso.

– Parece que ele prefere ficar aqui. – Diz se abaixando próximo ao gato.

– Ray! Não põe a mão... – Tarde demais. O gato da Sra. Fernandes dá um pulo e mete as garras no rosto de Ray, causando um arranhado. – No gato... – Termino. Ray se levanta rápido com a mão no rosto. - Ele é totalmente violento com visitas. Meu Deus! Você está sangrando! – Digo perplexa. – Como um gato foi capaz de causar esse estrago? – Ray permanece em silêncio.

– Preciso de ajuda com meu ferimento. – Diz se aproveitando da situação. Eu, que não sou estúpida entro na brincadeira.

– Claro que precisa. – Entro no banheiro, pego o kit de primeiro socorros e retorno à sala. - Sente-se, vou limpar o ferimento. – Digo segurando o riso.

– Está zombando de mim, Srta. Smoak? – Me pergunta incrédulo.

– Claro que não senhor. Estou apenas preocupada. Corre risco de morte, com esse ferimento. – Ambos caímos na gargalhada. Encosto o algodão umedecido no álcool em eu rosto. Ele parece nem ligar. Ficamos durante muito tempo com olhar fixo no do outro. Então, o maldito gato se manifesta e pula do sofá para fora da janela. Ray pigarreia e me levanto para fechar a janela.

– Depois disso acho melhor a Sra. Fernandes ficar com o gato. – Ele diz descontraindo, me fazendo rir novamente. Me levanto do sofá.

– Posso tomar um banho rápido antes de preparar nossa janta?

– Claro. Sinta-se em casa. Só cuidado com o gato... – Coro com seu último comentário e vou ao quarto pegar minha roupa.

Entro no banheiro, tomo um banho rápido e visto meu vestidinho básico de ficar em casa. Sinto um cheiro bom e quando saio do banheiro me deparo com Ray em frente ao fogão.

– Espero que não se importe... – Diz se virando para mim e fitando meu corpo. – Hum... Eu resolvi cozinhar. – Sorrio sem graça ao perceber o cumprimento do meu vestido.

– Vou arrumar a mesa então. – Caminho até o armário acima de Ray e me estico para tentar pegar os pratos, percebendo minha dificuldade, cola seu corpo ao meu, pegando dois pratos com facilidade. Sorri, quando percebe que o encaro com as bochechas rosadas. Engulo seco. Me afasto, abro a gaveta e pego os talheres. Coloco tudo na mesa e me dirijo ao armário de taças. – Vinho? – Ray assente. Pego as taças, mas acidentalmente uma delas cai, espalhando cacos pelo chão, cortando meu pé. Grito com o impacto do vidro, rapidamente sinto meu corpo ser erguido e tirado do meio dos cacos.

– Desastrada... Deixe-me ver. – Diz me sentando na bancada. – Acho que vai precisar de pontos. Onde está o kit de primeiros socorros? – Ray falava, mas estava tão vidrada nele que não estava ouvindo. – Felicity! – Saio do transe. – O kit. Onde está? – Aponto para o banheiro. Ele o pega e volta a tocar meu pé. Estremeço com o toque, está doendo. – Posso? – Assinto. – Vai doer um pouquinho... – Diz com uma voz doce. Aiiiiii! Sinto a agulha afundar em minha pele. Ray hesita por alguns instantes, me encara, esperando autorização e continua.

Terminado o curativo, ele me dá um comprimido e um copo de agua.

– Você precisa tomar um desse a cada oito horas. Irá aliviar a dor. – Fico mentalmente me perguntando como Ray saberia isso. Ele parece ler minha mente quando responde. – Servi a marinha antes de começar a estagiar. Sei o básico. – Sorrio e tento descer da bancada. Mas sou envolvida por dois braços. – Para onde? – Diz comigo no colo.

– Para o sofá. Quer assistir um filme enquanto comemos? – Pergunto com o rosto bem próximo ao dele.

– Eu adoraria. – Diz me pousando.

Coloco um filme sugerido por Ray, realmente era muito bom. Comemos o delicioso jantar que Ray preparou, e o mesmo pousa os pratos na pia, retornando e sentando ao meu lado. Meus olhos começam a pesar, acho que é efeito do remédio. Encosto minha cabeça no ombro de Ray e apago.

POV OLIVER

Como essa loira é capaz de me tirar do sério assim? Eu só consigo ser idiota assim com ela. A magoei de novo, e o pior de tudo é que ela deixou eu saber. Mas vê-la indo atrás do Ray me mata. Não acredito no que estou vendo. Felicity realmente foi conversar com esse cara? E ainda deixou a câmera da boate ligada para eu ter que ver? Nada disso! Não sou obrigado a ver isso. Quando vou desligar a transmissão, vejo que Ray a puxa para o segundo andar da boate. Ah não! Troco de câmera e os vejo conversando. Felicity está com um olhar indecifrável, enquanto Ray a encara dizendo algo. Ela se aproxima e o abraça, respondendo algo em troca. Uma batida do meu coração falha. Vê-los em um momento desse, me fez perceber o quanto ela consegue ser doce com todos. Deus, como ela é perfeita. Seria mais se não estivesse nos braços de outro. Preciso tomar iniciativa antes que seja tarde. Começando com um pedido de desculpas, pelo meu comportamento de hoje mais cedo.


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Notas finais do capítulo

Gente tive que dividir o capítulo, porque estava muito grande. Talvez, mais tarde eu posto a segunda parte. Mas preciso de um retorno desse capítulo. Estou escrevendo nas madrugas, para conseguir atualizar procês! Enfim, comentem que ficarei feliz em responder. Beijinhos e até breve!