Survivor escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 1
A Marca de uma lágrima




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POV DIGGLE

Existem momentos na vida que somos tomados por uma sensação, inexplicável de vazio e solidão, esse sentimento afeta a todos indispensavelmente: o luto. Posso chamar de luto o que estamos sentindo. Já faz um mês desde que Oliver se foi e ainda não recebemos notícias do resultado da luta, tornando mais difícil para nós seguir em frente. Me arrependo por não ter insistido mais para que Oliver mudasse de ideia, mas ao mesmo tempo o conheço o suficiente para saber que quando ele toma uma decisão, ninguém o convence do contrário. O que mais me preocupa no momento é como Roy e Felicity estão lidando com o que está acontecendo. Porque tenho a sorte de ter minha família como refúgio desse sofrimento. Entretanto Roy, além de aprendiz, era parceiro de Oliver. É visível que seu sofrimento está vinculado a vestir o capuz do Arsenal toda noite sem a ajuda de seu mestre, vejo que faz o máximo para se manter firme, porque fez uma promessa. Prometeu que manteria a cidade a salvo. Já Felicity está mudada. Com a aparência abatida e mais magra, sei que sua rotina se resume a ir à Palmer Technologies e voltar para casa. Aparece poucas vezes na caverna durante a semana, geralmente para ajudar em algum caso específico, que realmente precisamos de sua habilidade. Sei também, apesar de nunca ter visto, que ela chora toda noite ao chegar e ver que não há nada nos computadores que se assemelhe a uma pista do paradeiro de Oliver. Eu e Roy desconfiamos que esse sumiço não é coisa boa, não queremos ser negativos, só estamos preocupados que ela não consiga se adaptar à realidade de uma vida sem Oliver. Para ela essa falta de informações é a esperança de que ele ainda está vivo. Lógico que preferimos acreditar nela do que no óbvio.

POV FELICITY

Não aguento mais ter que todos os dias encarar a fatídica realidade na qual estou. Por mais que meu relacionamento com Oliver não seja nem mesmo um relacionamento - uso esta palavra para descrever nossa situação por falta de opções – sinto sua falta em cada segundo do meu dia. Levantar da cama é uma vitória, ir trabalhar é outra, mas quando John me liga e pede para ir à caverna ajuda-lo com alguma coisa, parece que todo o resto de força que tinha para me manter sã, se vai. Nunca recuso ajuda-lo, porque assim como Roy fiz uma promessa de manter a cidade em ordem. Sei que Dig só recorre a meus serviços quando realmente precisa. Ele evita trazer mais sofrimento para o meu dia. Tento ser forte e evito deixar minha tristeza transbordar, mas na maioria das vezes – para não dizer todas – é impossível. Posso dizer que o invejo por ter uma família nesse momento. Nunca liguei de estar sozinha, ou até morar sozinha. Porque para mim, o conceito de solidão não é estar sozinha, mas sentir-se sozinha. E desde que Oliver partiu, sinto que um pedaço de mim se foi com ele.

Pego-me fazendo essa mesma reflexão todos os dias. Sei que não é saudável permanecer como estou, entretanto essa é a realidade que mais me aproxima de Oliver, então já é o suficiente. Olho o despertador no criado ao lado da cama e vejo que já está na hora de levantar. Vou até o banheiro fazer minha higiene matinal, entro no armário e pego um de meus vestidos básicos e meu salto favorito. Lembro-me que tenho uma reunião marcada na Palmer Technologies, e não fica nada bem para a Vice-Presidente aparecer em sua própria reunião com olheiras que nem de cansaço são, e sim de tanto chorar. Por isso faço uma leve maquiagem no rosto. Me perco no tempo e quando me dou conta já estou atrasada, saio às pressas de casa sem nem mesmo tomar café. Chego no trabalho e rumo direto a minha sala, preciso organizar os programas de inovações que serão apresentados na reunião. Me distraio com toda a papelada e não percebo quando Ray entra na sala com um copo de café na mão.

- Bom dia! – Ray diz com seu entusiasmo de sempre.

- Bom dia. – Digo ainda olhando para os papéis a minha frente. Nem percebo quando se aproxima, só quando um copo de café é pousado sobre os papéis.

-Você parece estar precisando de um. Sabia que você tem um assistente particular que é pago para te trazer um desses sempre que quiser? Não deveria pular refeições. Sua mãe nunca te disse que isso faz mal? – Diz com um sorriso no rosto, tentando descontrair. Seu sorriso some quando percebe que hoje não estou no clima. Quer dizer, percebe que há muito tempo não estou no clima. Desde que Oliver sumiu para ser mais exata. – Não sei o que tem te incomodado nesses últimos dias, mas se me permite dizer, você está péssima. – Levanto meu olhar ao dele e ele se apressa. - Não que você seja péssima ou esteja fazendo seu trabalho errado, você continua me surpreendendo a cada dia, só não parece mais a super loira que contratei. – Esbanjo um simples sorriso pelo fato de ter se enrolado com as palavras, costume que eu tenho. Entretanto não quero falar com Ray sobre isso. Meu trabalho na PT é a única coisa que tenho que me afasta completamente do que sinto. Dentro da empresa não tenho tempo de ser a parceira do arqueiro, sou apenas uma garota do Departamento de Tecnologias. Não tenho tempo para pensar onde ele pode estar, porque minha cabeça está sempre ocupada lidando com outras coisas que não envolvem Oliver Queen ou nossas noites juntos.

- Me desculpe. Estou tão focada na reunião que não tive tempo de pedir meu assistente para trazer para mim. – Digo pegando o copo e tomando um gole. – Estou passando por um período difícil, peço desculpas se estiver interferindo em meu trabalho. – Ray cerrou os olhos e fez uma expressão como se estivesse tentando decifrar meu problema. – Como disse é uma fase, que logo irá passar. Não precisa se preocupar. – Quando terminei de falar Ray assentiu, como se entendesse que não queria conversar e se virou para sair da sala.

- Ray! – Chamei fazendo-o se virar para mim novamente. – Obrigada. – Digo baixo, mas a uma altura que ele fosse capaz de ouvir. Tentei demonstrar o sorriso mais sincero. Ray apenas sorriu, assentiu e por fim saiu da sala. Juntei os papéis que faltavam e o segui até a sala de reuniões.


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Notas finais do capítulo

Então, o primeiro capítulo foi esse. Espero que tenham gostado! Por favor comentem o que gostaram, não gostaram que vou ficar feliz em responder e melhorar =D Tentarei atualizar a cada dois dias, mas preciso adiantar que a internet aqui de casa não é das melhores...Até Breve!



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