Welcome To Hell escrita por Thatty


Capítulo 2
Instituto Gobayer


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Depois de levarem as minhas malas para a tal avaliação, a senhora me a arrastou pelo braço até um grupo de novos alunos que já estavam mais adiantados, pois cheguei atrasada.

Ela nos guiou até um pátio e nos fez sentar nos bancos de madeiras. Não tinha tantos novos alunos assim, uns 30 no Maximo.

–Bom, eu sou a Sra. Addans, vou cuidar de vocês enquanto estiverem aqui no Instituto Gobayer. Vamos começar as deixar coisas claras, as regras... - Ela passou dando uma folha enorme a cada um de nos e começou uma palestra de quase uma hora.

As regras eram simples: Tínhamos direito a um telefonema por semana. Podíamos sair da escola a cada quinze dias e isso se nos comportássemos. Meninas não podiam passear no corredor dos dormitórios masculinos e nem os meninos no feminino. Para aqueles como eu não podia faltar a consultas com psiquiatras. E ninguém poderia estar fora dos quartos depois das dez. A única coisa que me deixou feliz se é que se pode estar feliz num lugar desses. Enfim era o fato de que não havia uniformes e eles deixavam os alunos livres para usarem o que quiserem.

–Agora entreguem seus celulares! - Ela disse passando com um saco e recolhendo os celulares de cada um. Eu senti que tinha ficado pálida no mesmo instante que ela proferiu aquela frase. Como assim? Ficar se meu celular? Senhor eu vou ter que fugir daqui o mais rápido possível! - Sua vez! - Disse apontando a sacola cheia celulares pra mim. Engoli em seco. Peguei-o nas mãos e fiquei o encarando. Como vou viver aqui sem ele? - Vamos Monroe, não temos o dia todo! - Gritou ela. Deixei o celular cair na sacola e soltei um suspiro contrariado.

Depois desse momento de terror ela nos levou até a reitoria pra pegar as nossas chaves do quarto e depois nos dispensou.

–Espere. Eu mesma vou acompanhar você! - A senhora disse enlaçando meu braço e me levando escadaria acima. Devo ressaltar que a escola era enorme. Não tinha nada de moderno nela, mas era sofisticado demais. Uma pintura simples, branca e vermelha que eram as cores da escola moveis que pareciam relíquias e caros ao mesmo tempo e observando alguns alunos nenhum deles pareciam vir do subúrbio.

Seguimos aquela escada enorme e entramos no corredor a esquerda que dizia "Dormitório feminino".

–Esse aqui é o seu quarto Srta. Monroe! - Me entregou uma chave assim que paramos em frente a um dos últimos quartos do corredor. - Recebi ordens de ficar de olho em você mocinha, me disseram que é meio atrevida!

A encarei erguendo as sobrancelhas. Ela soltou um riso.

–É mesmo? Que te disse isso?

–Sua avó! A poderosa socialite May Monroe! - Revirei os olhos. - Me passou uma ficha sua, de tantas as precauções que eu deveria tomar com você!

Aquela velha só pode estar querendo acabar de vez comigo. Reprimi a vontade de dar um soco na parede e falar todos os palavrões que conheço. Em vez disso sorri de volta.

–Então ta!

Quando eu ia entrar no quarto a porta se abriu sozinha e eu dei um pulo pra trás de susto.

–Ai, meu Deus garota. Você não perde essa mania! - A senhora Addans disparou pra garota que saiu do quarto. Ela gargalhou.

Era uma menina loira, de cabelos lisos e curtos um pouco abaixo dos ombros. Deveria ter a minha altura ou alguns centímetros mais alta. Com os olhos castanhos claros e carregados de maquiagem lançou um sorriso brilhante a nos duas. Parecia uma modela da Victoria Secret.

–Que isso senhora Addans, nem estou tão feia pra te assustar desse jeito! - A senhora bufou - Quem é essa ai? - Apontou pra mim como se eu fosse algo insignificante.

–Sua nova colega de quarto - Ela me mediu de cima a baixo e depois encarou a Sra. Addans.

–Como é?

–Aproveite e mostre a escola a ela. - Me empurrou em direção a garota.

–Ah qual é, porque eu?

–Porque sim. Encare como um castigo pela sua briga de ontem com a Clary! - Ela deu tapinhas no meu ombro - Boa sorte garota, você vai precisar!

Saiu pelo corredor rindo de alguma piada interna. A garota ao meu lado a encarava inconformada.

–Ela fala como se eu fosse louca! - Murmurou

–E quem aqui não é? - Deixei escapar essa e ela me encarou novamente depois deu de ombros.

–Leah Fray! - Disse me arrastando pelas escadas.

–Isabelle Monroe. Mas pra todos os efeitos sou Izzy!

–Tudo bem Izzy, porque você veio para aqui? - Me estudou com o canto dos olhos curiosa. Engoli em seco.

–Ahn... Problemas psicológicos! - Não era mentira, mas eu não queria dizer o motivo real. E ela não perguntou mais nada.

[...]

Gastamos quase uma hora conhecendo a escola por dentro. Não chegava nem perto dos internatos que eu já vi de tão grande que era. Leah falava muito rápido e eu não acompanhava quase nada, às vezes ela viajava em alguma coisa e quando percebia ela estava se perguntando que horas sairia o almoço hoje! Ou falando sozinha.

Do lado de fora pra piorar a visão terrorista da escola tinha uma floresta atrás dela. Enorme por sinal que cobria toda a minha visão. E havia também um campus grande com a grama bem cortada.

–Aqui é onde agente faz as atividades de educação física ou só... Vem fazer qualquer coisa nas horas vagas! - Falou mostrando

–Entendi - Falei abraçando meu corpo com o vento forte que fazia.

Leah começou a falar mais alguma coisa do tipo "Vou te levar pra conhecer o refeitório, se o almoço tiver pronto agente já fica por lá". Eu ia segui-la, mas no mesmo segundo senti uma bolada forte no meu ombro que me fez cair e bater a cabeça no chão.

Ouvi a voz de Leah me chamar e outras vozes ao redor, mais eu fiquei meio tonta com a batida e minha visão turva. Abri os olhos e ela me balançava e tinha um garoto do seu lado.

–Será que eu matei ela? - Perguntou o garoto - Pronto é agora que eu não saio daqui mesmo!

–Não seu idiota, ela ta acordada! - Leah deu um tapinha no meu rosto - Hey, você ta bem? - Acenei que sim com a cabeça e ela me deu a mão pra levantar.

O garoto do seu lado me estudava e eu fiz o mesmo com ele enquanto me recompunha. Tinha cabelos castanhos escuros, pele clara, seus olhos eram quase cinza eu não conseguia nem definir a cor deles. Ele devia ter uns 1,85 de altura porque ele era alto, tinha alguns músculos e estava sem camisa. Encarava-me cauteloso e nem toda aquela beleza dicipou a minha raiva.

–Então garota, eu não te vi, foi mau ai... Espero não ter te machucado! - Me lançou um sorriso indiferente indo buscar a bola de volta.

Como eu não notei ele aqui antes?

–Espera não ter me machucado? Qual é o seu problema? Você por acaso é cego? Não sabia que essa escola também tratava de alunos com deficiência visual. E espero que saibam tratar alunos sem ombros porque eu provavelmente vou ficar se o meu esquerdo! - Gritei! E ele cerrou os olhos me medindo como se eu fosse um tipo estranho de inseto.

–Hey, calma ai nervosinha! Já disse que não te vi passando...

–Por acaso eu sou invisível? - Perguntei cruzando os braços - Você consegue enxergar isso aqui? - Mostrei o dedo do meio pra ele e Leah riu do meu lado. Ele riu de forma debochada.

–Essa novata veio de um presídio por acaso? Porque num é possível, parece uma delinqüente... Olha só garota vamos deixar umas coisas claras por aqui, você acabou de chegar. Não vai querer me ter como inimigo!

–Calma lá, Wayland. Você ta viajando! - Leah disse dando tapinhas nas suas costas. Mas a única coisa que fiz foi rir da sua ameaça. Dei dois passos a frente o encarando tentando ficar cara a cara com ele mais o infeliz é alto e eu bom... Melhor deixar quieto! Ele cruzou os braços me fitando.

–Você não me conhece! - Foi à única coisa que disse antes de deixar o idiota lá me encarando.

Entrei na primeira porta que vi e dei de cara com a escadaria. Droga! Ele tava a fim de arrancar meu ombro? Beleza! Poderia ter avisado que eu mesma arrancava não precisava tentar me matar.

Eu não sabia o que doía mais, meu ombro ou minha cabeça só queria achar meu quarto e ficar trancada lá ate alguém me tirar daqui! Não faz nem quatro horas que eu to nesse lugar e já to pensando em um plano pra fugir.

Voltei pro meu quarto e minhas malas já estavam lá como a Sra. Addans disse. O quarto era consideravelmente grande, se pensar que vou dividir com mais uma garota! Joguei-me na minha cama e comecei a pensar na minha vida nessas ultimas semanas! O ruim de ser uma pessoa depressiva é que você não pode controlar o choro e eu nunca gostei de chorar ou de me sentir frágil. Mas era assim que eu me sentia constantemente! E foi impossível controlar certas lagrimas agora! Ter arrumado um inimigo em tempo Record numa escola cheia de gente louca. Não sabia o que se esperar dos próximos dias.


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Notas finais do capítulo

Comentários serão sempre bem vindos! Nem que seja um "Gostei" ou "Eu amo chocolate" Rsrs' Saber da opinião de vocês me motiva.

Eai? Continuo a fic ou não?

Beijos...