Incondicional escrita por Selena West


Capítulo 51
Decisões


Notas iniciais do capítulo

Um pouquinho de Darren para vocês.



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Como já havia previsto minha mãe foi implacável em não me deixar ir ver meu pai, argumentou que mais tarde eu agradeceria por ela estar me protegendo, eu só conseguia pensar em como minha mãe estava sendo egoísta, era obvio que o empecilho para que eu fosse ver o meu debilitado pai era o rancor que Kate nutria por ele e não sua extrema preocupação com o meu bem estar psicológico.

Minha mãe estava sendo irracional, injusta e mesquinha, eu entendia o ódio que devia morar em seu coração, até por que o meu também não estava inclinado ao amor quando se tratava do papai Morrison, porém eu precisava ouvir dele os motivos para ter me deixado sem olhar duas vezes para trás.

Deitei em uma das espreguiçadeiras a beira da enorme piscina, era um dos poucos lugares da casa que poderiam oferecer paz e silêncio, eu gostava de deitar lá e ficar pensando da vida, no caso remoer a ultima discussão que tive com a minha mãe. Ela era tão cabeça dura, duvido que até mesmo Jeremy pudesse intervir.

— Morrison! – Darren se jogou na cadeira ao lado da minha, e lá se foi a paz e o silêncio.

— O que você quer? – Perguntei amargamente.

Darren me olhou por cima de seus óculos escuros de grife.

— De você? Absolutamente nada. – Senti vontade arrancar o seu sorriso prepotente com as minhas unhas.

— Darren, você pode levar sua presença desagradável para outro lugar... Por favor?

Ele fingiu ponderar sobre o assunto batendo o indicador nos lábios.

— Não.

— Óbvio, eu não poderia esperar uma atitude cordial de um verme como você.

— Verme? O nível baixou bastante por aqui. – Darren tirou os óculos de sol, seus olhos ficavam ainda mais verdes no sol. – Morrison, não porque seu paizinho resolveu surgir das cinzas com um nova mãe de brinde que eu vou deixar que você me ofenda pelo simples fato de eu querer tomar sol na piscina da minha casa.

Fiquei na duvida se ele estava realmente ultrajado ou era a nova maneira de Darren me atingir.

— Não é um bom dia. – resmunguei baixinho.

— Se eu fosse você ligaria para a tal Amélia, descobriria o endereço do seu pai moribundo e iria até lá. Se há uma coisa que vai te atormentar pelo resto da vida, minha cara, é que você deixa de dizer.

— Você parece entender bem esse sentimento.

— Minha mãe morreu antes que eu tivesse idade suficiente para dizer o que ela precisava ouvir, durante anos eu não fui capaz de dizer ao meu pai o que eu queria, então sim, eu conheço bem esse sentimento.

Os olhos de Darren se tornaram escuros novamente, a dor que eles transmitiam era diferente da arrogância habitual.

— Um conselho, ligue para Amélia e vá ver o seu pai.

— Por que você se importa?

— Porque um dia você vai acordar sufocada com essas palavras e vai procurar meios de arrancar elas dai de dentro e não vai conseguir por mais que queira e vai ser doloroso, não existe dor maior do que o arrependimento, Morrison. – Suas palavras morreram no ar, fiquei com medo da expressão no rosto de Darren, ele era bem assustador quando queria.

Darren foi embora me deixando com os pensamentos martelando em minha cabeça, ele estava certo não poderia deixar de dizer todas as palavras que guardei durante anos, não podia deixar minha mãe decidir por mim.

Procurei pelo meu celular no meio da toalha que havia trazido comigo, o numero de Amélia era o último chamado. Após dois toques a irmã do meu pai atendeu.

— Amélia?

— Summer? – Ela pareceu surpresa. – Pensei que depois da ligação da sua mãe ontem não voltaríamos a nos falar.

Como eu não previ que minha mãe faria o que fosse possível para afastar Amélia.

— Não importa o que minha mãe disse. Preciso encontrar meu pai, o quanto antes.

— Entendo, mas ela parecia muito determinada a não permitir que isso acontecesse. – Posso até imaginar o quão determinada minha mãe deve ter soado.

— Prometo que vou a convencer, afinal é o meu pai.

— Me passe o endereço do hospital, por favor. – Pedi.

Amélia vacilou, seja lá o que minha mão tenha dito surtiu defeito.

— Pode me dizer, vou convencer a minha mãe a me levar. – Uma pequena mentira.

— Seu pai está internado no Carolinas Medical Center-Mercy na Vail Ave em Charlote.

— Carolina do Norte? – Tão perto e tão longe ao mesmo tempo.

— Sim querida.

— Obrigada Amélia.

— Espero que consiga convencer sua mãe.

— Vou tentar, até mais. – Não iria sequer contar que consegui o endereço.

— Tchau. – Amélia se despediu.

Anotei o endereço no bloco de notas do meu celular, não tinha intenção de pedir a minha mãe que deixasse eu viajar, até porque ela não tinha a intenção de deixar. Eu precisava de um plano, precisava da Carly e de seus conselhos, havia contado tudo para minha melhor amiga um minuto depois de minha mãe discutir comigo, Carly prometeu que viria conversar comigo assim que seu expediente terminasse, fazia algum tempo que não nos víamos, estava começando a não gostar do namorado monopolizador dela.


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