Incondicional escrita por Selena West


Capítulo 5
Eric, o príncipe


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, dois capitulo de uma vez só. Agora posso dormir em paz hehe.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/581465/chapter/5

Fiquei uns vinte minutos provando roupas, mandei fotos de todas para a Carly ver e dar notas. Ela surtou quando contei sobre o encontro com o Eric, ficou dando gritinhos no telefone como uma menina de doze anos, quase me deixou surda. Eu sentia a falta dela, se eu ainda morasse no bairro antigo só teria que mandar uma mensagem e em dois segundos a Carly apareceria na minha porta com um monte de acessórios dela dizendo que eu me visto como uma velha sem graça, o que não era de todo mentira.

Por fim escolhemos um vestido verde água e uma sandália sem salto, como acessório apenas brincos de pedrinhas. Prendi meu cabelo em uma trança e a joguei de lado. Gostei muito do resultado, Carly disse algo como “digno de um belo beijo de língua”, ela sabia me constranger mesmo estando longe.

Sue bateu na porta que estava aberta e eu pedi que entrasse, ela avisou que o Eric estava me esperando no portão. Perguntei a Sue como eu estava e ela disse linda, suspeito que ela mal olhou para mim. Não me importei com isso, as vezes a Sue era bem rabugenta.

Corri para encontrar o Eric, literalmente corri. Meu estômago dava voltas, nem uma montanha russa poderia causar isso em mim, não com aquela intensidade.

Diminui o passo assim que vi o portão, iria parecer uma desesperada se aparecesse correndo. Eric estava lindo como sempre, ele usava uma camiseta branca e uma calça jeans preta e um coturno. Encostado no carro conversível dele parecia um rockstar pronto para a foto da capa do álbum.

– Você está linda. – Ele me deu um beijo no rosto e eu fiquei sem reação.

– Você também? – Sou como uma pergunta.

Eric riu.

– Adoro quando você fica nervosa, é uma graça.

Não falei nada sobre ele ser capaz de me fazer perder as palavras só de olhar para mim. O poder dele sobre meus sentimentos era fatal.

– Para onde iremos? – Perguntei curiosa.

– Ainda não vou contar. – Eric fez mistério.

Entrei no carro sem fazer mais perguntas, durante o trajeto conversamos sobre nossas vidas, cantamos musicas de um cd do Nickelback que estava perdido no carro de Eric, até ficamos em silencio por um longo tempo. O trajeto até nosso destino durou mais de duas horas, eu não aguentava mais ficar naquele carro.

– Chegamos na metade da aventura. – Eric disse empolgado.

– Hampton Bays? – Li em uma placa na beira da estrada.

Eric parou próximo a um caís.

– Sim, Hampton Bays. Agora começa a aventura de verdade.

Ele saiu do carro e abriu a porta para mim. Eu não entendi o motivo de estarmos naquela cidade, e se o Eric fosse um serial killer de garotas idiotas que confiam demais?

– Calma, não precisa ter medo. – O receio devia estar estampado na minha cara.

– Não estou só não entendo o que estamos fazendo aqui.

Eric fechou a porta do carro e me puxou pela mão. Andamos até o caís, uma estrutura de madeira que circunda a praia, alguns barcos pequenos estavam ancorados na marina. Eric tomou a frente e entrou em uma lancha ancorada a nossa direita.

– É sua?

– Não, é do meu tio Gordon. Ele passa muito tempo na Bélgica a trabalho, então deixa que eu use a lancha dele de vez em quando. – Ele estendeu a mão para mim e me ajudou a entrar no barco, o que foi meio complicado por ele balançar toda vez que eu tentava embarcar.

– Esse tio Gordon é muito generoso em deixar você usar o barco caro dele. – Era difícil que um homem confiasse sua lancha a um garoto de 19 anos.

– Ele é um cara muito legal. – Segui Eric para dentro do barco.

No interior da lancha há sofás brancos com varias almofadas com estampas indianas, do outro lado um bar com bebidas, no meio há uma mesa com tampo de vidro protegendo um velho mapa medieval com gravuras de monstros marinhos. Do lado do bar há uma tv e em baixo um radio de comunicação antigo, o tio Gordon devia gostar de coisas raras e antigas. Mais pra frente há uma pequena mesa com duas cadeiras e uma escada para a parte de baixo do barco.

– É onde fica o quarto. Quer ir ver? – Me afastei da escada, ele estava insinuando que queria ir para o quarto comigo? Não sou dessas. – Pode ir sozinha, não foi uma indireta.

– Talvez mais tarde. – Respondi sem muito entusiasmo. - Você sabe pilotar essa coisa?

– Sim, não é a primeira vez que faço isso. Você ainda não acredita que essa lancha é do meu tio, não é?

– Não, nem um pouco. E se você estiver roubando esse barco? Minha mãe nunca deixaria a filha dela namorar um ladrão de lanchas. – Só notei o que tinha dito quando Eric sorriu convencido.

– Sou seu namorado?

– Não! Olha, não foi o que eu quis dizer, eu só estava brincando. Eu não sou como essas garotas loucas por um namorado que dizem que é namoro no primeiro encontro. E você não é mesmo meu namorado. – Parei de falar coisa com coisa.

Eric se divertiu com o meu desespero, ficou rindo enquanto eu tentava explicar minhas palavras infelizes.

– Não sou? Temos que mudar isso Morrison. – Ele piscou para mim.

– Não me chame de Morrison. – Pedi, era desagradável ligar Eric ao Darren.

– Você não gosta? – Eric pareceu confuso.

– O Darren me chama assim, é uma das formas dele mostrar que não sou uma Ferris, que não pertenço à família. Ele tem tornado minha vida naquela casa bem difícil.

Darren me atingia mais do que eu demonstrava.

– Sinto muito, ele é um idiota com você. Ele sempre foi com todo mundo. Na escola arranjava encrenca a toa com qualquer um. Eu nunca entendi qual era a dele afinal. – Eric deu de ombros.

– Você estudou na Buckston? – Era muita coincidência.

Eric deu partida na lancha que saiu deslizando pelas águas do mar.

– Sim, é de lá que conheço os Ferris. Joguei no mesmo time de basquete que o Darren.

Era uma pena que o Eric já tivesse se formado, ter alguém conhecido na escola nova ( sem ser o Darren) seria de grande ajuda.

– Eu gostaria que você ainda estudasse lá, assim poderia me fazer companhia quando eu fosse transferida. – Minha voz saiu falhada.

Eric olhou para mim por uns instantes.

– Eu também gostaria, mas já me formei há dois anos. Acho que o diretor Mckellen não me aceitaria de volta. Summer não se preocupe a Academia Buckston não é nenhuma masmorra com torturadores. Quando você se der conta estará formada.

Ele pegou minha mão e a beijou, um gesto simples e gentil.

– Você já foi para o mar aberto? – O humor dele mudou de melancólico para extremamente animado em segundos.

– Não, e não sei se quero.

– Relaxa, você vai gostar.

Enquanto Eric pilotava continuei explorando a lancha, desci até o quarto e subi na parte de cima do barco onde havia uma piscina. Ver o mar dali era lindo, uma imensidão azul sem fim e no horizonte o beijo azul entre o céu sem nuvens e a água salgada do oceano.

Nos afastamos da costa, ela se tronou uma sombra distante aquela altura, fiquei preocupada, pois não sabia se o Eric sabia mesmo para onde estava indo. Ficar perdida no mar não era minha ideia de encontro ideal.

Depois de um bom tempo em fim vimos terra firme novamente, o meu sentimento era o mesmo dos homens que passam muito tempo no mar, alivio. A praia não parecia com a de onde saímos em Hampton Bays, essa tem areia branca e uma colina verde mais acima, uma casa de pedras e um farol são as únicas construções no local. Estávamos perdidos ou fazia parte da aventura?

Eric subiu para junto de mim, ele já não usava mais sua camisa o que me deixou desconcertada, seus músculos do peito, braços e barriga eram definidos, ele era tão lindo que me fazia eu me sentir sem graça.

– Vamos descer. – Ele me puxou pela mão como havia feito antes.

– Onde estamos?

Antes de me responder Eric pegou uma caixa térmica azul e uma mochila grande.

– Em Block Island. Leva isso, por favor? – Peguei a coberta das mãos dele e o segui.

– Não conheço esse lugar.

– É uma ilha, não se preocupe ainda estamos nos Estados Unidos. – Ele zombou. – Vamos comer algo e vou te levar para conhecer o farol, ele está desativado a alguns anos, mas a vista de lá é incrível.

Eric me ajudou a descer do barco dessa vez foi mais fácil.

– Meu avô nos trazia aqui quando íamos para a casa dele em Hampton Bays nas férias. Não venho aqui desde que ele morreu. – Seus olhos perderam um pouco do brilho ao falar do avô.

– Sinto muito. – Perde alguém que a gente ama é uma droga.

– Vamos aproveitar nossa aventura.

O dia estava lindo, céu azul, quase sem nuvens e brisa fresca. Estava sendo o melhor encontro de todos, os outros que tive com Julian Fisher, Gary Hans e Brad Holmes se resumiram a ir em um shopping ou outro lugar genérico qualquer e dar uns amassos, exceto no caso do Gary, eu não me rebaixaria tanto. Com o Eric parecia um filme de romance que minha mãe gostava de assistir, perfeito e único.

Eric estendeu o coberto na grama um pouco acima da faixa de areia e tirou sanduiches, frutas, suco e um pedaço de torta de dentro da caixa térmica, arrumou tudo no centro do cobertor. Me sentei na ponta enquanto ele trabalhava, observei seus movimentos rápidos. Os músculos dos seus braços me distraíram, fiquei imaginando ser abraçada por aqueles braços fortes.

– Pode atacar, você deve estar morrendo de fome.

– O que? - “Pare de olhar os músculos dele” repreendi a mim mesma, mal tinha ouvido o que ele falou.

– Pode comer e pare de me secar. – Ele cobriu o peito nu com as mãos como uma mulher sendo espionada.

Corei em todos os tons de vermelho existente.

– Quanto tempo você não vem para essa ilha? – Mudei de assunto rápido.

– Uns sete anos.

– O que mudou? Digo o que fez você querer voltar? – Eu estava realmente curiosa sobre isso.

– Você. É a primeira vez que eu volto em sete anos, meu avô dizia que deveríamos partilhar esse lugar somente com pessoas especiais. E você é especial, alguém que vale a pena voltar a Block Island.

Fiquei fascinada com as palavras dele, elas tocaram meu coração de uma forma profunda e permanente. Se eu gostava do Eric por ele ser lindo por fora, naquele momento passei a gostar de como ele também era lindo por dentro.

– Você é real? – Perguntei inebriada.

Eric se aproximou, achei que fosse me beijar, mas ele enfiou um morango na minha boca. Suspirei frustrada, ele poderia me beijar se quisesse, não entendia o motivo dele se esquivar.

– Ainda não. – Foi tudo o que ele disse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eta homem bão, kkkk.
Espero que gostem do Sor Eric.

Beijos.

S.W.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Incondicional" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.