Incondicional escrita por Selena West


Capítulo 49
Doce senhora


Notas iniciais do capítulo

Bad news, meu notebook deu PT e eu tive que formatar ele, ou seja, perdi o arquivo com os capítulos de Incondicional e umas outras histórias, fiquei bem chateada, mas não desisti da história, eu irei terminar ela. Tenham paciência, tenho pouco tempo para escrever e nos últimos meses minha vida virou um caos digno de uma novela mexicana, talvez faça uma história baseada na minha vida hahaha.



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Não sei quem ganhou a coroa de rainha do baile, mas sabia que eu era quem levava junto ao peito a faixa de idiota do ano. Acreditei que poderia ir ao baile da esnobe Buckston com Darren Ferris e pior que me divertiria, doce ilusão, nada que tivesse a ver com o mundo dos riquinhos poderia ser bom, desde que minha mãe havia se casado com Jeremy minha vida havia se tornado uma amostra do inferno, não os culpo, estavam vivendo sua história de amor, porém eu pagava um preço bem salgado por ter entrado na história. Era difícil me convencer de que eu fazia parte da alta sociedade de Nova York, as pessoas não ajudavam nem um pouco nessa tarefa.

Parei um táxi para me levar para casa, o motorista me olhou curioso pelo retrovisor, não era todo dia que uma adolescente com um vestido de festa pegava um táxi no centro, mesmo que fosse em Nova York. O homem enrolou as pontas do seu bigode escuro e perguntou para onde eu iria, respondi com o endereço da minha antiga casa, o apartamento no subúrbio, o motorista franziu as grossas sobrancelhas, suas feições latinas estavam contorcidas, aposto que ele estava acontecendo.

O táxi cruzou a cidade, não demorou muito até chegar em Downtown Brooklyn. Paguei a corrida, desci do carro e parei em frente a portaria, não poderia entrar no meu antigo apartamento porque minha mãe o alugou, só não o vendeu por causa da minha insistência, ela não podia vender parte de nossa vida.

Senti todos os olhares sobre mim, alguns por ter me reconhecido, outros por eu estar usando um vestido de baile, sentei no primeiro degrau da escada em frente ao prédio, queria poder voltar para casa, nem todo luxo da casa dos Ferris poderia substituir o meu lar.

– Boa Noite meu anjo, o que faz aqui fora nesse frio? – Era a senhora Rosenberg, minha antiga vizinha, ainda tinha os mesmo cabelos brancos como algodão.

– Tentando voltar no tempo.

– Se conseguir me ensine, eu adoraria ter alguns anos a menos. – A risada da senhora soou cansada. – Venha comigo, vou fazer um chá para nós e você aproveita para me contar sobre sua viagem no tempo.

– Não quero incomodar a senhora.

– Não é incomodo algum, você é sempre bem vinda a minha casa e os meus bebê estão com saudades, o Jake não os alimenta direito quando tenho que visitar meu filho em Connecticut. – Jake era um garotinho que morava no andar de baixo. – Ah, eu trouxe algumas coisas gostosas do mercado, podemos fazer uma farra.

Eu sorri para a senhora Rosenberg, toda aquela gentileza era tão natural para ela, a segui para dentro do prédio, cumprimentei o porteiro que me deu um aceno animado, Joel era sempre muito simpático. Entramos no elevador em direção ao terceiro andar, a senhora Rosenberg me contou sobre como sua saúde estava debilitada, que seu filho queria que ela fosse morar com ele em Connecticut, porém sem nenhum gato, sem pensar prometi a velhinha que arranjaria uma casa para todos os oito gatos dela, não fazia ideia de como faria isso, provavelmente teria que levar todos comigo para a mansão do Jeremy, havia tanto espaço naquela casa que uns gatinhos não fariam diferença.

A senhora Rosenberg abriu a porta e deu passagem para que eu entrasse, o lugar permanecia idêntico, paredes com papel de parede com pequenas flores verdes, um sofá para duas pessoas, a mesa com a quina lascada e cadeiras descombinando, um quadro com a foto da família do filho que morava em Connecticut, as cortinas amarelas, tudo ali tinha a cara da proprietária do apartamento. Aos poucos os gatos foram aparecendo, dois deles se aproximaram e se enrocaram nas pernas da dona, peguei o Kiwi no colo, era o meu favorito, ele era preto e branco, seus olhos eram de verdes penetrantes, agora me recordavam dos olhos de Darren.

– Agora que reparei em seu vestido, é alguma moda nova ou você estava em uma festa?

– Baile de outono da escola nova. – Não entrei em detalhes, teria que explicar muita coisa.

– Pelo jeito não foi muito divertido. – A senhora Rosenberg colocou a chaleira sobre o fogão e começou a procurar por algo.

– Não mesmo. – Levantei e fui até onde a senhora estava. – O que está procurando?

– Os fósforos. – Estavam sobre a pia, ali percebi que ela realmente precisava da ajuda do filho, mal conseguia encontrar a caixa de fósforos. – Obrigada querida. Conte-me como tem sido a vida na nova casa.

– Não tem sido fácil, sinto falta de viver aqui. – Não pode conter o suspiro saudosista.

A senhora Rosenberg se voltou para mim séria.

– Quando tinha sua idade, me mudei de uma cidade do interior do Kansas para Nova York, meu pai havia recebido uma proposta de emprego muito boa e no momento certo, logo o caçula nasceria e seriamos seis bocas para alimentar. Quando chegamos à cidade foi um baque para mim, Nova York parecia um monstro prestes a nos engolir, meu irmão mais velho só falava em voltar para casa, pobre Ted, morreu antes de poder retornar. – Um olhar triste cruzou seu rosto e logo foi embora. – Eu também tive medo, queria minha casa de volta, mas nunca disse ao meu pai, sabia que o Ted já o aborrecia o suficiente. Então resolvi procurar o lado bom de morar aqui, sabia que se ficasse chorando não conseguiria nada além de um nariz vermelho, logo arranjei novos amigos, tínhamos tantos lugares para ir, o colégio era tão divertido, o central parque na primavera se tornou meu paraíso, e por fim conheci Finn, o pai do Júnior, meu filho. Tudo isso na cidade onde eu não queria ficar, sabe meu anjo, as vezes nós não damos chances as coisas novas por amar demais as antigas, mas não precisamos substituir nada, nossos corações têm espaço para tudo. Entendo que queira voltar para cá, entretanto você já deu uma chance a sua nova casa e família? Talvez seja isso que fale para que seja mais fácil.

Refleti sobre o que a senhora Rosenberg disse, ela estava certa, não dei chances para a minha nova vida, construí barreiras entre mim e o mundo dos Ferris, queria poder correr de volta para casa onde minha zona de conforto estava.

– A senhora está certa, tentarei mudar minha visão sobre a minha nova vida.

A idosa me serviu uma xícara de chá.

– Não deixe que um bando de gente pomposa diga onde é ou deixa de ser seu lugar. – Ela deu uma piscadela rápida.

– Vou tentar.

– Já é um bom começo.

Sento a mesa, a doce senhora serviu cookies em um prato de porcelana azul, peguei dois e os comi apreciando as gotas de chocolate. Enquanto eu comia a senhora Rosenberg separou alguns papéis que estavam sobre a mesa, alguns foram para o cesto de lixo e os outros para um cesto de vime no centro da mesa.

– Oh, esse era para você. – Ela estende um pedaço de folha para mim. – A idade me fez uma velha esquecida.

Pego a folha e a examino, nela está escrito um número de telefone e um nome, Amélia. Tento lembrar se conheço alguma Amélia, tive uma professora no primário com esse nome, mas ela não viria atrás da minha vizinha.

– Quem é essa? – Perguntei confusa, talvez a senhora Rosenberg estive caducando.

– Uma moça um pouco mais jovem que sua mãe, ela veio aqui há duas semanas queria falar com você, eu disse que haviam se mudado, a moça, Amélia, pareceu atordoada com a notícia, então anotou o número do telefone e pediu para que te entregasse caso a visse.

Guardei o papel na minha bolsa, ligaria para Amélia no dia seguinte, talvez fosse alguma amiga da minha mãe.


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Notas finais do capítulo

-Grandes revelações no próximo capítulo!
— Não me abandonem :(

Beijos.
S.W.