Incondicional escrita por Selena West


Capítulo 26
O segredo


Notas iniciais do capítulo

Oiiii pessoinhas. Chegamos a parte mais esperada da história... Por enquanto rs. Antes de postar quero dizer que adorei as participações no desafio, vou pensar em mais brincadeiras, adorooo toda essa criatividade de vocês kkkk.
Sem mais enrolações: Boa leitura.



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— Er... Summer? – Carly chamou.

— O que foi? – Ela estava com uma cara péssima.

— Não quero alarmar ninguém, mas acho deixei meu celular na casa.

Era quase nove horas, Eric chegaria logo, não tinha pior momento para Carly dar aquela notícia. Se a mãe dela ligasse, e ela iria, o celular entregaria que alguém esteve na casa. Era fácil descobrir que o telefone era de Carly, seu rosto estava no papel de parede.

— Xing-ling, você só percebeu isso agora? – Darren se voltou para ela.

— Desculpa, mas eu estava ocupada colando aqueles microfones. Só me dei conta agora que minha mãe ainda não ligou. Não me julgue! – Os dois estavam quase estrangulando um ao outro.

— Vamos ter que voltar, se o Eric achar o celular, estaremos perdidos.

Tínhamos menos de vinte minutos para voltar e achar o celular de Carly, pior do que o telefone dela tocar era sermos pegos lá dentro. Tivemos que pular de novo a cerca de metal, dessa vez consegui aterrissar sem ajuda de Darren. O plano original de apenas vigiar Eric de longe era bem mais seguro, sabia que deixar Darren vir junto daria problema. Meu coração não aguentava tanta emoção, eu teria um treco a qualquer momento.

Carly segurou a lanterna para que eu abrisse a porta, se continuasse arrombando fechaduras com tanta frequência logo seria uma profissional.

Nos separamos, Carly ficou no térreo, ela podia jurar que estava na cozinha então ficou com o andar térreo. Eu e Darren fomos olhar nos cômodos dos andares de cima por precaução. Darren subiu na frente apontando a lanterna para os degraus, era uma escada barulhenta que rangia agoniada a cada passo. Aquele momento fez eu me recordar do dia em que Eric me levou ao farol da Block Island, foi como me lembrar de um passado distante onde não havia um namorado mentiroso, um dia perfeito manchado por segredos sujos. Iria punir o destruidor de corações, aquele desgraçado teria algo em troca de toda dor que senti.

Darren Parou no topo da escada.

— Eu vou por aqui. – Ele apontou a lanterna para o lado direito, um corredor com três portas. – E você pode subir para o próximo andar. Não sei se Carly foi até lá, mas é melhor olhar em todos os cantos da casa.

Iluminei a escada de madeira com a lanterna, o ultimo andar parecia fantasmagórico.

— Esse lado me dá arrepios. – Me virei para Darren, mas ele já tinha sumido em um dos quartos.

As escadas davam para uma sala ampla com cavaletes de pintura vazios e um sofá branco desgastado. Era o único ambiente onde nada estava coberto por panos brancos, não havia nada ali para ser preservado. Passei a lanterna por cima do sofá e olhei nos cantos, nada do celular da Carly. Eu poderia ligar para ele, mas Darren disse que faria barulho, e não precisávamos chamar mais a atenção dos vizinhos. O céu estava nublado, sem sinal da lua ou das estrelas, o clima na sala era de filme de terror. Segurei meus braços para conter o arrepio, fantasmas não existiam repetia em minha cabeça.

Ouvi o barulho do portão velho sendo aberto, com o silêncio na vizinhança não era difícil ouvir o som do metal se movendo. Meus pés pareciam ter sido colados no chão, não conseguia me mover. Imediatamente apaguei a lanterna e me abaixei.

Meu celular vibrou no bolso.

“ONDE VCS ESTÃO? Consegui pegar o cel!”

Era uma mensagem de Carly, pelo menos não seriamos entregues pelo seu celular perdido. Respondi a mensagem:

“Vc está fora? Tenho que achar o Darren”

“No jardim dos fundos, tem alguém no portão, vi a luz do farol do carro.”

Merda, merda, merda! Eu tinha que achar o Darren, não sabia se ele tinha conseguido sair como Carly ou se estava escondido. Desci as escadas encostada a parede, engatinhei até o corredor chamando por Darren em voz baixa.

— Darren? Você está ai? – Chamei no último quarto.

Levei um susto quando ele saiu de trás da porta e tampou minha boca.

— Ficou maluca? Quer que achem a gente? – Seu tom era recriminatório.

— Temos que nos esconder, a Carly conseguiu sair.

— Vamos descer, vai ser complicado conseguir escapar daqui de cima.

Ele tinha razão a casa era alta, não havia como pular pela janela, uma queda seria dolorosa e faria barulho demais. O garoto me guiou até o andar de baixo, o hall estava vazio, o recém-chegado não havia entrado ainda. Fiz sinal para que entrássemos no armário da sala onde encontrei o casaco. Não era o esconderijo mais criativo, só era seguro porque Eric e seu cliente não procurariam por nós. A sala, que devia ter sido um escritório, possuía uma passagem para o corredor que dava na cozinha, assim que possível poderíamos correr até o jardim dos fundos como Carly fez.

Abri as portas do armário para casacos, por dentro ele era pequeno e baixo, em outra ocasião eu me sentiria claustrofóbica em um lugar tão pequeno, naquele momento não poderia me dar o luxo de ter fobias. Teríamos que ficar de lado para caber os dois. Entrei primeiro, sobravam alguns centímetros acima da minha cabeça, Darren não teve a mesma sorte, ele era mais alto e tinha que se curvar um pouco para não bater o topo da cabeça no teto, aquela posição deixava nossos rostos a poucos centímetros.

— Desconfortável? – Percebi uma pontada de provocação em sua pergunta.

Fechei as portas tentando não fazer barulho.

— Nem um pouco. – Menti, a aquela distância eu podia sentir o calor emanando do seu corpo, como ondas radioativas. Era perturbador encarar seus olhos verdes na penumbra, ao contrário dos meus que eram claros, o olhar de Darren era como ele, obscuro, absorvia o que estava em volta e não devolvia nada. Se os olhos são a janela da alma, as de Darren estavam fechadas.

Ouvimos a porta se abrir, passos curtos e rápidos, barulho da porta se fechando. A pessoa acendeu a luz, quem quer que fosse não tinha medo de ser visto na casa. Mais passos, era barulho de salto, conhecia o som, algo como toc-toc-toc no chão de madeira. Uma mulher? Eu esperava por um homem grande, mal e com uma cicatriz no rosto, um típico vilão de filmes.

— É uma mulher. – Falei o mais baixo que consegui.

— O que? – Darren levantou as sobrancelhas.

— Uma mulher. – Falei um pouco mais alto.

Darren tampou a minha boca a tempo, a luz do escritório foi acessa. Maldita boca grande! Deveria ter guardado o comentário para mim. Mais passos em nossa direção. Olhei pela fresta da porta tentando ver quem era, fiquei chocada quando reconheci a mulher que vimos mais cedo no anuncio de venda. O mesmo cabelo loiro liso preso em um coque, os mesmo olhos azuis escuros, o mesmo terninho amarelo, não poderia ser outra pessoa. Fiquei ainda mais confusa, o que Eric teria com a dona da imobiliária? Ela o contratado para fazer um serviço sujo para a empresa? Não eram incomuns notícias de grandes imobiliárias especuladoras atormentarem a vida de um morador resistente à venda de seu imóvel, em Nova York uma casa bem localizada poderia valer muito dinheiro.

A mulher soltou o cabelo balançando suas madeixas bem hidratadas, era vaidosa, percebi isso por causa de suas unhas bem feitas e a maquiagem impecável, a loira era bem bonita. Minha curiosidade estava cada vez mais aguçada, não conseguia traçar uma teoria que explicasse todos aqueles acontecimentos, era frustrante.

Estava perdendo as esperanças de descobrir algo quando Eric chegou, estava lindo, como sempre, seu cabelo penteado com um topete baixo, a camisa preta marcava seus braços fortes, a aparência exterior não tinha nada a ver com o que ele carregava em seu interior podre. Temi sentir algo assim que visse meu ex-namorado, nada aconteceu, pelo menos nada de bom, no meu peito só havia espaço para o rancor que sentia por ter sido enganada, por ter sido inocente, não cairia mais na cilada de confiar demais.

A loira deu um sorriso enorme para Eric.

— Por um momento achei que você não viria. – A situação ficava cada vez mais confusa, eles tinham um caso?

— Caroline... – Ele tentou falar, mas foi interrompido.

— Me ouça querido. Estou a semanas te procurando. – Seu tom era ressentido.

— Deve ser porque eu me mudei, sabe uma moça maluca tentou invadir a minha casa.

Eles se conheciam com certeza, o que aquela mulher fez ao Eric para ele querer se esconder, as coisas estavam fazendo menos sentido do que antes.

— Não diga isso! Onde você se escondeu hein? Como apagou todos os rastros, tive que usar meus contatos para Barry me levar até você. – Quem era Barry?

— Traidor! – Eric apertou a ponte do nariz. – Você tentou me bater com um abajur!

A desconhecida se jogou de forma dramática no sofá, sua expressão era melancólica.

— Não aguentei te ver com outra. Aquela vadia estava com as mãos em você!

Por um momento pensei que ela estava falando de mim, temi por minha segurança se ela era capaz de atacar o amante, nem quero pensar o que poderia fazer com a namorada dele.

Não era eu a tal vadia, nem em um milhão de anos estaria preparada para ouvir aquela revelação.

— Acorda Caroline! É o meu trabalho, sou pago para isso, dar prazer a mulheres solitárias e infelizes, e quem sabe dizer que ela é especial que nunca estive com alguém tão quente. – Ele agarrou os braços da Caroline. – Como eu fiz com você.

Choque? Surpresa? Nojo? Não conseguia sequer pensar em uma palavra que pudesse expressar o que senti ao ouvir aquilo. Eric ser um garoto de programa era a alternativa mais improvável para mim, estava tão certa de que ele era um bandidinho, que simplesmente não cogitei o fato de meu ex-namorado ser um gigolô de grã-finas.

Darren riu sem fazer som, dei um beliscão em sua costela para que parasse com aquilo, ele mordeu o lábio tentando segurar o riso. O que era engraçado para Darren, era uma tragédia para mim, eu havia levado aquele homem para conhecer minha família, troquei palavras de amor com um mentiroso nojento.

Caroline levantou do sofá secando as lágrimas falsas.

— E aquela garotinha que você estava namorando? Ela te pagou também?- Caroline riu de forma histérica. – Não sabia que você também aceita adesivos de unicórnios como pagamento.

— Pare com isso. – Eric se aproximou de sua cliente, a ideia ainda revirava meu estômago. – Eu posso me arrepender de ter vindo e ir embora.

— Não, por favor, fique. – As mãos trêmulas dela contornavam o desenho do peitoral de Eric. – Você é tão gostoso...

Os olhos dela estavam famintos, seu desejo por Eric era evidente. O rapaz a pegou pela cintura colando seus corpos, ela arfou contra o pescoço dele. Mãos deslizavam de um lado para o outro, era uma cena doentia, mas eu me obrigava a olhar, como um lembrete do quão estupida eu havia sido.

— Desse jeito você vai merecer outro Corvete queridinho. – Ela disse rindo.

Eric beijou seu colo enquanto ela abria os botões da camisa dele. Percebi que era hora de ir embora no momento em que Eric arrancou a blusa de Caroline em um único puxão fazendo os botões voarem pelos ares.

— Então vou me esforçar para merecer. – Disse tomando a boca dela em um beijo intenso.

Em um movimento rápido o rapaz prendeu as pernas dela em torno de si. O casal foi aos beijos para o sofá. Não queria ver o que aconteceria a seguir, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Carly dizendo “crie uma distração”, ela respondeu apenas “ok”. Rezei para que ela agisse logo, ou teria que frequentar sessões de terapia para superar aquelas cenas.


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Notas finais do capítulo

- Antes que alguém diga: que droga era só isso? Gostaria de me defender antecipadamente, pq pensei no que Eric faz da vida já bolando o que Summer faria para dar o troco nas mentiras dele, e eu adorei minha ideia, então aceiteeeem kkkk.
— Não sei vocês, mas eu ficaria boladíssima se meu ex ou atual namorado fosse um put*nho.
— Como eles vão sair da casa? Oh nem eu sei ainda kkkk D:
— Cenas quentes me dão uma vergonha desgramada para escrever hihihihi.

Beijos.
S.W.