Incondicional escrita por Selena West


Capítulo 2
Um novo amigo


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo saindo!
Esse é mais para introduzir o novo personagem, espero que gostem.



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Durante a lua de mel da minha mãe na Itália, eu tive permissão para ficar no nosso antigo apartamento, ela entendeu que eu não me sentiria bem morando com os irmãos Ferris sem ela por perto. A nossa vizinha, senhora Rosenberg prometeu a minha mãe que cuidaria de mim, mesmo que ela não ouvisse muito bem do lado esquerdo e vivesse no meio de seus vários gatos, ela era uma boa pessoa, mas não era capaz nem cuidar de si própria. Mamãe só concordou porque ela sabia que poderia confiar em mim e a senhora Rosenberg parecia tão animada por finalmente estar sendo útil que seria maldade tirar isso dela.

Eu ainda estava de férias, o ano letivo só começaria em duas semanas, por isso eu tinha tempo de sobra pra quase tudo. Todos os dias antes de sair eu avisava a minha vizinha e ia para casa da Carly. Quando eu me mudasse ela estaria a quase meia hora de distância, o que me deixava triste, era bom saber que minha amiga estaria por perto quando eu quisesse companhia.

Os planos do dia incluíam uma visita ao museu de arte moderna e uma ida ao Monkey bar, seria legal. Levantei da cama e vesti uma camisa jeans e uma saia preta, foi o melhor que consegui. Mais cedo no telefone a Carly havia dito que nós teríamos que ser descoladas para nos misturarmos no meio das pessoas que frequentavam o museu e o Monkey bar, só concordei com a ideia porque a achei engraçada.

Passei no apartamento da minha “babá” e a avisei que iria sair com uma amiga, ela me desejou um bom passeio e disse que me cobriria caso minha mãe ligasse antes de eu voltar, eu ri para a senhora Rosenberg. Desci para a portaria. Levou dez minutos para a Carly aparecer, ele estava usando uma saia azul com uma camisa branca com pedrinhas no colarinho, Carly estava bem bonita.

— Gostei da roupa. – Elogiei.

Carly piscou para mim.

— Eu sempre estou deslumbrante.

— Tipo quando você vai com aquele suéter cinza e coque mal feito para a escola? – Zombei.

— Tipo isso. Estamos prontas para ir? – Ela perguntou.

— Sim!

Entramos no carro da mãe da Carly, um Focus amarelo, me pergunto em que momento a senhora Hongki achou que um carro amarelo seria uma boa ideia. Carly dirigiu até o MoMA*, o prédio tem a faixada toda de vidro e um grande movimento de turistas. Por dentro ele é bem simples as peças ficam expostas em salões com paredes brancas. Nós passamos por várias salas observando as obras, em um dos salões estavam acontecendo uma exposição de um escultor chamado Jonathan Sheppard, que era um amontoado de metal retorcido sem forma exata ou sentido.

— Que coisa feia. – Carly disse inclinando a cabeça para o lado.

— Não é tão feio, só sem sentindo. Quem será esse Sheppard? Nunca ouvi falar nele.

— Meu pai. – Um garoto respondeu atrás de mim.

Meu rosto ficou vermelho na hora.

— S-seu pai? – Me virei.

O garoto era uns vinte centímetros mais alto do que eu, seus cabelos castanhos estavam penteados em um topete, ele usava um blazer escuro com uma camisa cinza por baixo com uma gravata preta fina, ele era lindo.

— Sim, na verdade também o acho um pouco superestimado, mas a arte dele paga nossas contas no fim do mês. – Ele deu um sorriso arrasador para mim.

— Oi, está é a Summer e eu sou a Carly, ambas solteiras e heterossexuais. – Carly disse estendendo a mão para o rapaz.

Fiquei sem saber o que falar depois do amontoado de besteiras que Carly disse para o garoto, pelo menos ele riu, não parecia ofendido com a sinceridade da minha melhor amiga.

O rapaz apertou a mão da Carly.

— Você não é gay, não é? Parece que todos são gays nesse museu. – Carly nunca cansava de falar demais?

— Bom, hoje eu acordei e ainda gostava de garotas, acho que não sou gay. – Ele riu.

Eu precisava parar de encarar ele descaradamente, percebi que estava olhando demais quando o garoto desviou o olhar da Carly para mim. Eu sempre fazia isso, acho um cara bonito e fico olhando feito uma idiota.

— Ah, meu nome é Eric.

— Eric, nós podemos pagar uma refrigerante para você como pedido de desculpas por insultar rudemente a arte do seu pai?- Carly convidou.

— Não sei... – Eric não parecia querer sair com uma louca tagarela e uma psicopata que o encarava de forma estranhamente exagerada.

— Nós fazemos questão... Summer?

Carly chutou minha canela de leve, apenas acenei afirmando. Carly é maluca vive fazendo coisas que pessoas normais teriam vergonha, eu sempre invejei isso essa coragem. Eric aceitou ir ao Monkey Bar conosco. Atravessamos algumas ruas a pé até o bar. A moça da recepção nos olhou de modo estranho quando entramos e nos pediu identidades, Eric conversou alguns segundos com recepcionista e o sorriso no rosto dela ao dizer que poderíamos entrar era de quem foi cantada com sucesso.

O Monkey é um lugar bacana na entrada tem um carpete de zebra, no bar os acentos vermelhos contrastam com as toalhas brancas das mesas, há vários espelhos espalhados pelo espaço, nas paredes há gravuras que parecem da década de vinte, mas não tenho certeza. Nos sentamos em uma mesa perto do bar com Eric de frente para nós.

— Estou me perguntando da onde de conheço desde que saímos do museu. –Eric disse para mim.

Eu nunca havia o visto antes, eu me lembraria.

— Dos jornais e sites de fofoca, a mãe dela se casou com Jeremy Ferris. – Carly contou.

— Claro, minha mãe recebeu o convite, o conto da Cinderela moderna, foi assim que chamaram o casamento deles.

Eu havia ouvido muito sobre o casamento da minha mãe a pobre administradora e do Jeremy o rico empresário, na maioria das vezes eram coisas ofensivas.

— Eu gostaria de ter ido. – Eric lamentou.

— Você perdeu o casamento do ano e eu em um lindo vestido. – Tentei fazer piada, pareceu mais um flerte, meu rosto ficou em brasa.

— Eu adoraria ver isso. – Fiquei confusa com a resposta, não sabia se ele estava sendo simpático ou flertando de volta.

Carly percebeu que estava sobrando e disse que precisava ir ao banheiro e enfatizou de forma desnecessária que demoraria muito por ter comido tacos no café da manhã. Eric parecia se divertir com Carly. Depois que minha amiga saiu o silêncio se infiltrou na mesa, ficamos olhando para nossos celulares fingindo ver algo importante, foi constrangedor. Assim que Carly voltou as coisas melhoraram um pouco. Descobrimos que Eric era filho de um artista plástico e uma estilista, que estava na faculdade, que ele conhecia a família Ferris, mas não muito e que seu seriado favorito é Friends. A cada palavra ele olhava para mim com aqueles olhos de chocolate derretido e eu estava me apaixonando pelo cara mais gato da cidade e acho que ele gostou de mim também.


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Notas finais do capítulo

* Esse museu realmente existe, um link para vocês conhecerem: http://www.newyorkpass.com/Pt/new-york-attractions/tickets/Museum-of-Modern-Art-MoMA/
ah o bar também existe, vocês podem achar os dois no Google Maps, inclusive ver eles por dentro, é bem legal, recomendo. E não, não tem uma exposição de esculturas de metal bizarra rsrs.
Prometo fortes emoções no próximo capítulo.

beijos.
S.W.



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