Incondicional escrita por Selena West


Capítulo 17
Quem é você Eric Sheppard? - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Ai não joguem as pedras ainda rsrsrs. Estive ocupada nos últimos dias, mas voltei com um capítulo novinho e que terá continuação.

Antes um recado de Selena West (a leitora): Duas de minhas queridas leitoras tbm são escritoras muito talentosas, Adams e Menezes, pelo menos são as que eu tive um tempinho pra fuxicar o perfil. Li uma parte de Psicose da Adams e achei realmente muito bom, um talento nato, espero ter um tempo para terminar de ler, e estou lendo a história da Menezes,Não foi amor, que é autobiográfica o que eu acho muito corajoso e interessante, espero que ela continue postando para eu continuar com raiva do fulaninho sem nome hueheuheu.
Recomendo que vocês leiam as histórias delas, e se você escreve e quer que eu tenha a honra de ler seu texto e recomendar ele é só avisar, adoro ler o que vocês escrevem :D

sem mais delongas: Boa leitura!



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Edwiges mandou que eu saísse da cozinha uma dúzia de vezes, a cozinheira não gostava de interferências em seu trabalho no fogão. Tive que me contentar em organizar a mesa, ou fingir, era óbvio que os empregados sabiam mais sobre a posição certa dos talheres. Eu estava mais atrapalhando do que ajudando.

O que me preocupava não era o trabalho dos empregados ou da cozinheira, eram profissionais e faziam jantares requintados o tempo todo. O que estava me tirando o sono era o meu “irmão”, Darren aprontaria algo, eu pressentia. Darren nunca deixava escapar uma oportunidade de causar o caos na minha vida, o que me deixava duas vezes apreensiva com o jantar. Nunca levei um namorado para conhecer minha mãe, nenhum deles mereceu passar da portaria do prédio. Com o Eric era diferente, eu o amava, o queria perto de mim.

Subi para meu quarto, tinha uma hora para me arrumar antes do Eric chegar. Tomei um banho, coloquei um vestido vermelho de alça fina, sandálias pretas. Prendi meus cabelos castanhos em um rabo de cavalo alto, estava bonita. Na frente do espelho tentei convencer a mim mesma de que Darren não podia me afetar se eu não permitisse, seria um grande jantar, minha mãe amaria o Eric e todos se divertiriam. Era utopia da minha parte, mas não custava nada tentar.

Darren bateu na minha porta e entrou sem pedir licença.

— Vermelho, a cor do pecado. – Darren parou atrás de mim, eu podia vê-lo pelo reflexo do espelho. – Bem sexy, do jeito que o diabo gosta.

— Cala boca. – Senti meu rosto ficar vermelho como o vestido.

— Pare de ser tão careta, Morrison.

— Qual o seu problema? – Estava sem paciência.

— Você.

— Novidade. – Revirei os olhos. - Espero que tenha planos pra hoje e bem longe daqui.

— Tenho um jantar aqui nessa casa. - Darren se aproximou, colocou o rosto próximo da minha orelha, pelo espelho vi seu sorriso cafajeste. – E eu mal posso esperar.

A respiração dele fez o pelos da minha nuca se arrepiarem, não era o tipo de reação que eu gostaria que o Darren causasse em mim. Meu desagradável irmão postiço saiu do quarto assoviando um blues antigo. Nada tirava o ar de arrogância dele, era como se fizesse parte de sua alma. Ser um sacana estava no topo da lista de defeitos de Darren Ferris.

...

Todos esperavam na sala, minha mãe e Jeremy viam vídeos no tablet dele, Bree brincava no tapete com uma boneca, Darren estava jogado no sofá acompanhando cada movimento meu com os olhos. O idiota estava muito bonito, camisa social azul com mangas dobradas, calça jeans escura, somente os cabelos estavam rebeldes, porém de uma forma harmoniosa.

Se Eric não chegasse logo, eu abriria um buraco no chão de tanto andar de um lado para o outro, o nervosismo me cegava, não via nada além do relógio. Meu namorado não estava atrasado e nem adiantado. Para mim era uma tortura ter que esperar, eu não gostava de ter que aguardar nada. Minha avó dizia que eu não nasci de sete meses por sorte, porque eu sou ansiosa.

A campainha tocou meu coração quase saltou pela boca.

Deixei que Sue fosse atender a porta, empregada a abriu e pediu que Eric entrasse. Foi como ver um galã entrar em cena, ele usava um blazer preto por cima de uma camisa branca, calça social também preta e uma gravata azul marinho. Seus olhos castanhos me prendiam com magnetismo, quase me esqueci dos outros na sala.

Como um perfeito cavaleiro cumprimentou a Sue, veio até nós e falou com cada membro da minha família de forma cordial e simpática, um candidato a presidência não se sairia melhor. Jeremy pareceu gostar bastante de Eric, apertou sua mão com força, perguntou sobre a faculdade e os planos para o futuro, coisas que qualquer pai perguntaria. Meu padrasto estava satisfeito com o currículo exemplar de Eric.

Minha mãe foi mais dura na queda, não queria ser bajulada, para ela era suspeito um rapaz mais velho querer namorar uma colegial, na cabeça dela era um caso de pedofilia, exagerada como sempre. Bree foi amável, se apresentou como minha irmã mais nova e minha amiga, impossível não gostar dela ou ela não gostar de alguém. Ao Darren restou apenas um aceno seguido de um oi rápido, os dois já se conheciam, se odiavam e nada mudaria isso.

Nos sentamos para conversar um pouco antes do jantar, minha mãe ainda tinha muitas perguntas, praticamente um cão pastor cuidando de sua ovelha. Mamãe alisou seu vestido verde longo ganhando tempo para bolar as questões que faria ao meu namorado.

— O que seus pais fazem? - Enfim mamãe perguntou.

— Meu pai é escultor e minha mãe trabalha para um ateliê como estilista. – Foi uma resposta curta sem muitos detalhes.

— O engraçado é que nunca vimos os pais de Eric. Na escola diziam que ele foi criado por lobos. – Darren riu sozinho de seu comentário infeliz.

— Meus pais são pessoas discretas. – Eric parecia desconfortável com aquele assunto. – Gostam de preservar a privacidade da família, eles vivem ocupados demais.

Darren gargalhou, saber a hora de parar não era o seu forte.

— Qual é Eric, nunca ninguém viu seus pais, são como lendas urbanas. Admita você os mantêm em cativeiro no porão, é a única explicação. Um cara que faz esculturas de aço de cinco metros não quer se esconder, quer ser visto.

— Você não sabe do que está falando. – Eric respirou fundo. – Nem todo artista é narcisista.

— Então são pais bem ruins, nunca os vi na arquibancada durante os jogos de basquete da escola. – Dar um soco no nariz do Darren estava começando a parecer uma boa ideia.

— Eles não apoiam esportes. – Eric continuava respondendo as provocações com calma sobrenatural.

— Ok, já deu rapazes. Então Eric, Seu pai esculpe estatuas? – Minha mãe tentou mudar o rumo da conversa sendo a senhora óbvia.

— Não exatamente, são esculturas abstratas de metal. Meu pai as molda no porão de casa.

— É um monte de metal retorcido, Bree faria melhor. - Darren zombou.

Jeremy lançou um olhar de advertência para o filho.

— Eu gostaria de ver, parece ser bem interessante.

— Está em exposição no museu de arte moderna, mãe.

— Quem sabe seu pai não apareça para nos explicar mais sobre a obra dele? – Mamãe disse animada.

— Quem sabe. – Eric deu um gole no suco que Sue havia trazido.

Algo que nunca passado pela minha cabeça me preocupou o motivo pelo qual o Eric nunca falava de seus pais, eu sabia só que ele tinha irmãos e a profissão de seus pais. Eric sabia tudo sobre a minha família, inclusive sobre meu pai fujão. Eric não dizia nada sobre sua casa, eu sequer sabia onde ele morava, como deixei tudo aquilo passar despercebido? Eu estava cega de amores pelo cara perfeito. Foi ai que percebi que mal conhecia o cara perfeito, nenhum amigo, nenhuma ex-namorada, nenhum dos irmãos. Era um momento estranho para me perguntar sobre o quanto conhecia o garoto Sheppard.

Levei Eric até um canto da sala para podermos conversar.

— Estou louco pra te beijar desde a hora que entrei. Você está muito linda nesse vestido. – Esquivei de um beijo. – O que houve?

— Por que ainda não conheço ninguém da sua família?

— Summer, qual o motivo disso? – Seu semblante ficou sério.

— O motivo é: eu não conhecer ninguém que faça parte da sua vida. Nem seus amigos, se é que você tem algum.

Eric olhou nos meus olhos me prendendo, os pontos escuros em suas íris aumentaram.

— Eles são... Exóticos, os meus pais. Não queria que eles assustassem você. Não me entenda mal, eu os amo mais do que qualquer coisa, só que meus pais são pessoas estranhas com hábitos nada convencionais, artistas cheios de manias. Meus irmãos se casaram ou foram trabalhar fora para fugir deles, foi o que eu fiz também, me mudei para o dormitório da YALE para fugir, ainda passo as férias com eles, o que me deixa maluco. – Me senti mal por fazer ele falar sobre os pais dele.

— Você tem vergonha deles?

—Não, não tenho. São meus pais, os entendo, cresci tendo que lidar com a maluquice deles. Sei que são especiais. – Meu namorado passou a mão pela minha bochecha. – Em breve vocês se conhecerão.

— Espero que sim. – Dei um beijo em Eric.

Bree interrompeu nosso momento para nos chamar para jantar, a garota nos puxou em direção a mesa. A comida cheirava bem, o gosto era tão bom quanto, a cozinheira tinha mãos de fadas. Comemos com calma, Darren não estava mais fazendo comentários sarcásticos, foi vencido pela ameaça de ter a Harlley confiscada por um mês, eu teria que agradecer ao Jeremy por aquilo. Tudo ia bem, Eric e Jeremy conversaram sobre economia por um bom tempo, no fim da conversa Eric tinha uma entrevista para um estágio na empresa de Jeremy. Não sei em qual momento o jantar de conheça-o-namorado-da-Summer virou uma conversa de negócios. Seria uma noite longa.


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Notas finais do capítulo

- Antes que mais alguém fale: Edwiges não é por causa da coruja de Harry Potter,por motivos de:
1- Eu não gosto de H.P. (Não me julguem, não é nada pessoal, só não me atraí)
2- Eu nunca lembraria o nome dessa coruja mesmo que ela estivesse em um dos 3 únicos filmes da saga que assisti hehehehe.
— Spoiler: Eric tem mais segredos do que aparenta...
— Amanhã coloco a continuação.

Beijos.
S.W.



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