Incondicional escrita por Selena West


Capítulo 12
Cuidado com o que diz Morrison


Notas iniciais do capítulo

Galerinha do mal, nesse fim de semana vou ir ver a dinda e o dindo no sábado e no domingo irei para o zoo de Itatiba (recomendo para os paulistas), por isso talvez, eu disse TALVEZ, não tenha capítulos novos, porém prometo que segunda estarei de volta.

Boa leitura.

Boa Leitura.



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Liguei para minha mãe vir me buscar, em poucos minutos uma funcionária da escola anunciou que ela havia chegado. Contei tudo para minha mãe, sobre o sapo, as imitações no pátio, como achava que Darren era parte da história e mostrei a foto. Ela ficou horrorizada, apesar de não acreditar que Darren era culpado, o que me deixou brava.

Nunca passei por algo meramente parecido na antiga escola. A academia Buckston era conhecida por sua politica de tolerância zero com alunos indisciplinados, era para aquela megerinha ser expulsa, no mínimo. O problema era que Amanda Page estava sob proteção do diretor Mckellen.

Saí da escola junto com mamãe, ela estava muito atordoada com o que havia acontecido. Joguei-me no banco do passageiro do Mustangue.

– Mãe. Quero voltar para a Franklin. – Pedi sem rodeios.

– Ainda é cedo para decidir. Você não pode simplesmente sair, se fizer isso estará apenas aceitando que eles te chatearam.

– É só segunda semana de aula e já estão me perseguindo. O que preciso pra você se convencer? Levar um tiro? – Dramatizei.

– Vamos conversar sobre isso mais tarde. - Eu sabia que ela ia resistir a ideia.

– Mas mãe...

– Mais tarde Summer. – ela disse impaciente.

Fiz uma carranca e me calei, ela não podia me obrigar a continuar frequentando a academia Buckston, eu não iria aceitar isso. Se então pouco tempo fizeram aquilo comigo, imagine o que aconteceria se eu permanecesse de vez na escola. Amanda Page havia me vencido da maneira mais cruel possível. Por mais que eu tentasse esquecer as vozes ainda ecoavam dentro da minha cabeça, era torturador. Eu queria chorar de novo, mas me segurei, não iria mais dar esse gosto para Mandy.

O silêncio dentro do carro era sepulcral, estávamos em uma batalha para ver quem cedia primeiro, minha mãe sempre foi muito boa nessa arte. Ela já ficou três dias sem falar comigo por eu ter dito que ela que espantou meu pai de casa, eu tinha dez anos e ele tinha ido embora a poucos dias, não sabia o quanto isso a machucava. Ele era um assunto proibido em casa, quando fiz treze anos ela me passou o numero do telefone dele na África, só tocou durante dias, ninguém atendeu. Ele não queria falar conosco, fiquei mal por meses, até que esqueci e segui em frente. Ele não podia mais me machucar, assim como eu não deixaria mais Mandy fazer o mesmo.

Minha mãe saiu do carro e bateu a porta, um aviso que não era hora de discutir nada com ela, muito menos a minha mudança de escola. O que fizeram comigo atingiu ela também, eu podia ver, mas minha mãe é do tipo que não foge, do tipo que apareceria no dia seguinte de cabeça erguida e mandando todo mundo se foder. Essa não era eu, Summer Morrison é uma covarde, não me orgulho de dizer isso, porém é do que sou feita, medo.

Entrei em casa atrás de mamãe, ela estava juntado as coisas para sair de novo.

– Aonde você vai? – Perguntei, eu precisava de um colo, ela não podia sair.

– Vou ver um salão no centro, irei começar meu próprio negócio. Finalmente vou montar minha livraria-barra-café.

– Quando você decidiu? – Fazia tempo que não conversava com ela, mal sabia o que minha mãe andava fazendo.

– Há pouco tempo. Só contaria quando estivesse pronto. – O sorriso dela dizia me apoie.

– Parabéns mãe. É seu sonho se tornando realidade. – A abracei.

– Obrigada querida. – Ela disse sem jeito.

Ela se separou de mim.

– Tenho que ir. Prometo que volto logo. Você vai ficar bem? – ela me deu um beijo na testa.

– Sim.

Deixei minha mãe ir, ela estava ocupada e eu tinha algo pendente. Surgiu como uma iluminação, eu sabia o que fazer para me vingar da Darren, ele teria uma surpresa desagradável assim como eu tive. A Amanda merecia algo mais requintado, mas por enquanto descontar minha raiva em Darren seria o suficiente.

Subi até o quarto dele, que era incrivelmente arrumado por pertencer a um garoto, as empregadas faziam um bom trabalho. No quarto havia uma cama grande com uma colcha cinza, uma estante com troféus de vários esportes, a maioria era do basquete, no meio da estante uma tv de 60 polegadas, em baixo em havia consoles de vídeo game de todos os tipos e épocas, duas poltronas estavam viradas para a tv, em um canto uma mesa estava cheia de livros que eu duvido que Darren já tenha lido, a parede do lado da cama era ornada por equipamentos esportivos, um par de esquis, algumas bolas de basquete, uma bola de futebol americano entre outros, um em especial chamou minha atenção, um taco de beisebol de metal. Peguei o taco e testei seu peso balançando de um lado para o outro, era perfeito.

Escolhi minha primeira vitima, iria começar por algo sem muito valor para treinar, acertei o abajur que estava ao lado da cama, ele caiu no chão em pedaços. A sensação era boa, descarregar toda raiva que guardei durante tanto tempo. Era libertador.

Lancei os cds de jogos no ar e os acertei com o taco antes de caírem no chão, sempre fui boa nisso, talvez devesse entrar para o time da escola. Os pedaços de plásticos voavam que era uma beleza.

Quebrei o espelho do closet em vários pedaços, sete anos de má sorte, de qualquer maneira era impossível ter mais azar do que eu já tinha. Destruir a tv, foi uma das melhores partes, faíscas saíram ao acertar a tela. Ela devia ser bem cara, ele era rico poderia comprar a fabrica se quisesse. Não senti culpa alguma. Despedacei todos os consoles de videogame até não sobrar nada.

A Sue entrou no quarto enquanto eu acabava com um Nintendo.

– Senhorita Summer? – Ela colocou apenas a cabeça para dentro do quarto.

Coloquei o taco sobre o ombro e me virei para Sue que me encarava com os olhos arregalados. Meu cabelo estava todo bagunçado e eu estava ofegante como se tivesse corrido uma maratona, não devia ser uma cena que a empregada vê todo dia.

– Sue se você não quer que eu acerte sua cabeça com esse taco é melhor ir arranjar o que fazer. – Soei meio maluca. Ela saiu imediatamente nem precisei mandar de novo.

Olhei em volta escolhendo o próximo objeto, em uma prateleira em cima da mesa com livros havia uns quinze globos de neve, era uma coisa estranha para um garoto colecionar. Peguei um deles para olhar de perto, era uma casinha feita de doces e duas crianças brincando de mãos dadas, numa plaquinha estava escrito Phoenix. Coloquei o globo no chão e mirei, o taco não serviria para quilo. Uma bolsa com tacos de golfe estava caída perto da cama, recuperei um taco, serviria bem. Enfileirei os globos de neve no carpete, todos os quinze.

– Sempre achei golfe chato. – Usei toda minha força para acertar o globo, ele se despedaçou e vários pedaços voaram pelo chão, o liquido escorreu da base quebrada. – Acho que fui injusta.

Quebrei um por um dos globos, não sobrou um para contar história. Despedaçar tudo não diminuiu minha raiva, nada diminuiria minha raiva, apenas fez eu me sentir satisfeita por destruir algo de Darren, mesmo que fossem coisas materiais. Nunca fui a favor de vingança, mas a nova Summer adorava, era bom acertar seu inimigo, saber que ele não sairia sem sofrer um pouco também.

Terminei a destruição rasgando dos travesseiros e jogando todos os produtos que achei no banheiro no chão. Cortei uma jaqueta que o vi usar várias vezes. Me sentei na ponta da cama dele exausta, se vingar cansava. Apreciei o meu trabalho, o quarto estava irreconhecível, não restava mais nada no lugar de antes. Uma sensação boa invadiu meu peito, meu trabalho estava feito. Provavelmente minha mãe me colocaria de castigo pelo resto da vida e não deixaria eu voltar para a Franklin, eu não me importava, nada mais importava, eu estava cansada de ser a vitima, eu faria as vitimas dessa vez.

Decidi que esperaria Darren ali mesmo, eu queria ver a cara dele quando entrasse no quarto ou o que restou dele. Ainda era cedo, levaria pelo menos três horas para ele chegar em casa. O tempo pareceu se arrastar como se cada segundo levasse horas para passar.

Finalmente a maçaneta da porta se mexeu. Meu coração bateu cinco vezes mais rápido. Torci para que não fosse minha mãe, a Sue com certeza contaria para ela sobre o quarto e a ameaça. Não era mamãe, era o meu inimigo. Darren entrou no quarto olhando para o celular, só notou o que tinha acontecido quando pisou em um dos vídeo games quebrado. Sua expressão era uma mistura de espanto e raiva. Olhos que encontraram com os meus eram de um predador, por um instante fiquei hesitei.

Darren parou onde estava observando o quarto, ele não falou nada, nenhuma palavra.

– Gostou da nova decoração Ferris? – Fui a primeira a falar.

Ele pegou o Nintendo que estava quebrando quando Sue entrou. Darren girou o console nas mãos e o colocou de volta no chão. Aquela reação não era a que eu esperava, eu queria que ele gritasse, chorasse, me xingasse, qualquer coisa, mas ficar em silêncio estava me matando.

– Isso é só um aviso. – Levantei da cama, me aproximei dele, apenas poucos passos nos separavam. – Você não sabe com quem se meteu, não vou parar até ver você e sua namoradinha acabados, assim como fizeram comigo. Eu aguentei muita porcaria vinda de você, mas hoje foi o fim da minha paciência, o fim das suas armações contra mim.

O ódio estava fervendo dentro de mim.

– Aquele sapo foi maldade demais até pra você, Darren. Se eu pudesse destruiria você assim como fiz com seu quarto.

O rosto de Darren ficou confuso.

– Do que você está falando Morrison?

– Não se faça de idiota, não vou permitir. – Ele achava que poderia me enganar, mas não iria.

– Eu não estou me fazendo de idiota. –Ele retrucou.

– Você sabe do que eu estou falando. Vai me dizer que não foi você que fez a montagem do sapo? – Era a cara dele.

– Não, eu recebi também, mas não fiz nada disso. – Ele quase parecia inocente, aquilo me fez sentir ainda mais raiva.

– Para de mentir. – Gritei.

– Eu matei aula hoje, fui com o Joe andar de Kart. Eu nem estava na escola.

– Não prova nada. Usar a Amanda foi golpe de mestre, você sabia que o diretor não daria nenhuma punição a ela. Vocês foram longe demais, longe demais! -Eu estava praticamente gritando. Era difícil intimidá-lo, Darren era uma cabeça mais alto, eu tinha que olhar para cima para falar com ele de tão perto.

– Já disse que... – Ele começou.

Darren deu um passo para frente e pisou nos resto de um dos globos de neve, ele tinha uma torre Eiffel e um carrinho desses antigos que parecem mais uma carroça, era de Paris, ele deu passo para trás e olhou para baixo. Por um instante acho que vi dor em seu rosto, em seguida ele apertou os punhos da mesma forma que fez quando Carly o confrontou. Ele estava com raiva.

– Você não acha que está meio velho para ter globos de neve? – Provoquei.

Darren me empurrou até a parede, mal percebi quando ele fez isso. Estávamos mais próximos do que antes. Eu podia sentir sua respiração pesada, o calor do seu corpo. Seus olhos pareciam mais escuros e perigosos. Senti medo de verdade, será que ele era capaz de me machucar? Não o conhecia o suficiente para responder a essa pergunta. Darren segurou meu ombro com uma mão e com a outra acertou um soco na parede bem do lado do meu rosto, fechei meus olhos por instinto, meu coração bateu descompassado. Abri os olhos, Darren ainda me prendia por um dos ombros, seu braço que socou a parede estava quase colado na minha cara. A expressão no rosto de Darren era transtornada, suas narinas infladas, seus olhos ferozes, o maxilar tenso, tudo nele indicava perigo. Eu queria sair, tentei me desprender, mas ele me pressionou mais contra a parede, era mais forte do que eu.

– Cuidado com o que diz Morrison. - Seu tom de voz era sombrio.

Tentei pensar em algo para responder, não consegui formar nenhum pensamento coerente, ele me amedrontava. Darren me deixou livre para ir, saí o mais rápido que pude, meus instintos diziam que era melhor deixar ele sozinho. A Mandy podia ser uma vadia malvada, mas Darren era realmente perigoso.


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Notas finais do capítulo

- Digam oi para a nova Summer #nomoretears
— Vocês têm palpites sobre o significado dos globos de neve?

Beijos.
S.W.



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