"

Capítulo 1 de RUN.

James conseguiu concordar em duas coisas sobre Jessica: ela era extremamente legal; a garota seria uma sonserina. Não que agora ele se importasse com isso, mas estava chutando em que casa aquela menina de sotaque engraçado se encaixaria.

No momento, James, Jessica e Jacob (ou Jace como preferir) brincavam com um trava-línguas baseado nos seus nomes e montando um boneco de neve, de todas as partes eram sorrisos e gargalhadas. O trio que andava perturbando a vizinhança de Godric's Hollow.

Por duas pessoas já haviam recebido as cartas para Hogwarts, menos Jace, que era alguns anos mais novo que a moçinha Strauss e o garoto Potter.

Apesar de ser um pouco marota demais, a loira tentava ao máximo parecer culta, diante dos seus tios. Desde que a mãe da Riddle morreu ela vivia com os irmãos de sua mamãe, ou simplesmente aqueles-jovens-legais. Eles tinham entre 24 e 18 anos, como a mãe de James chutara.

— É completamente injusto vocês poderem ir para Hogwarts esse ano, e eu só ano que vem. - Jace resmungou. Jessica passou um braço pelo ombro do irmão enquanto esta sorria para ele colocou um cachecol no "Kevin", o boneco de neve.

— Querer não é poder, hoje. - Jessica disse sem pensar. Vendo um bico formando ao lábio do irmão e o olhar atravessado de James, resolveu se remedir. — Mas hoje você vai escolher a coruja que eu irei usar para falar com você, enquanto estiver em Hogwarts. - O irmão de Jess sorriu e James passou a mão levemente nos seus cabelos loiro-palha. O garoto mais velho cuidadosamente pensou que seria hoje que finalmente poderiam experimentar um pouco de mágica e sorriu com isso.

— Vocês vão hoje para o Beco Diagonal? - O menino Potter perguntou com um sorriso travesso colocando seu óculos no boneco. Ele piscou os olhos rapidamente enquanto Jace afirmava. — Wow. Estou cego.

@-@

— "Todos os alunos devem estar equipados com: um caldeirão de estanho, tamanho padrão dois e podem trazer se quiser uma coruja, um gato ou um sapo". - Jessica terminou de ler a carta a sua frente, sendo guiada pelo seu tio para que não trombasse com alguém.

Estavam no beco diagonal, a menina Riddle cuidadosamente observava o espaço a seu redor. Uma bruxa com o chapéu de cor verde observava as vitrines de uma loja com roupas engraçadas, de bruxas. Se assemelhava as roupas que as crianças trouxas de sua vizinhança quando morava na Alemanha usava no dia do Halloween, com aqueles costumeiros "Süßes oder Saures?” (Doces ou travessuras?).

Jace observava meticulosamente um garoto nascido trouxa, com os olhos vidrados e a boca em "O" com uma face de desgosto, Jess percebeu isso e deu um leve beliscão do irmão. O tio mais velho, Adam, queixou sobre essa beliscão e a menina deu de ombros, enquanto o mais novo, Thomas, correu até a loja de artigos de quadribol.

Adam ainda não podia participar de um time de quadribol que joga pela liga, apenas o de sua escola, Durmstrang, mas Jess apostava com toda a sua mentalidade, mesmo que infantil que ele iria entrar para a seleção.

— Orion! - Adam cumprimentou um homem alto de cabelos negros e um rosto fechado, usava um sobretudo puxado para um bege, ao seu lado estava Walburga Black, - ou pelo menos, o nome que o tio disse- que usava um chapéu preto e um vestido de mesma cor.

— Está fazendo o que aqui? - Orion perguntou com um sorriso sensato, não que o seu tio fosse velho a ponto de ser melhor amigo desde infância, mas era amigo do homem desde que Adam havia entrado para o que chamavam de "Comensais da Morte", não que na época isso fosse muito conhecido, mas pelos boatos que Jessica ouvira, os poucos que sabiam, temiam.

— Vai ser o primeiro ano de minha sobrinha em Hogwarts. - Adam declarou com um tom orgulho passando a mão sobre o ombro de Jessica. A esposa de Orion sorriu com certo interesse sobre a menina. Jace se movimentou ligeiramente, para que o tio o apresentasse. — Esse é Jacob porém ele prefere ser chamado de Jace, irmão de Jessica, como ele costuma dizer "infelizmente" entrará em Hogwarts "só" ano que vem. - Adam passou a outra mão pelo ombro de Jace. Orion deu uma risada nasalada.

— Sr. e Srta. Riddle, um prazer conhecê-los. Tenho dois filhos que entrarão em Hogwarts no mesmo ano que vocês. Sirius... - O homem que apresentava os garotos, notou que ao procurá-los, não estavam ao lado dele e nenhum lugar. — Desculpe, creio que meu garoto mais velho arrastou o irmão para algum canto. - O homem saiu se despedindo levemente junto com a mulher. As crianças notaram certo ódio nas palavras mas nada comentaram.

O tio finalmente os guiou para outro lugar, ocasionalmente pedindo licença para as pessoas que estavam em seu caminho, ou seja, muitas.

— Podemos ir primeiro na Empório das Corujas? - Jessica pediu para o tio fazendo um ligeiro biquinho, quando passaram pela loja. Era de fato que parecia mais um Império das Corujas, com tantas que se mostravam para fora da loja. O tio concordou e puxou a mão de Jace, que logo soltou -com certo desgosto- enquanto entrava na loja.

Literalmente fedia. Havia um gato negro passeando pela prateleira das rações, enquanto a muvuca que tinha na loja gritava, uma coruja passou voando a cima da cabeça das pessoas, todo mundo se abaixou e a falação voltou. A loira observou lentamente as corujas, até que uma chamou sua atenção e era de fato a que mais passava se despercebida. A garota cutucou o tio e apontou aquela coruja pequena, como um filhote que tinha por sua coloração uma mistura de branco com laranja e seus olhos verdes brilhantes como um só.

Adam sorriu e foi falar com a vendedora sobre a coruja branca e um gato da mesma coloração da coruja que Jace queria, acabou que os irmãos saíram literalmente pulando enquanto o tio segurava - com certa dificuldade- a gaiola com os novos animais de estimação. Encontraram Thomas carregando uma vassoura e deixaram os animais com ele, tal queixando muito.

Thomas encontrou com Lucius, um gritando com o outro, ambos sorrindo. A garota se questionou por que nunca havia vindo antes e os tios sim e várias vezes, a ponto de fazerem amigos. A Riddle revirou os olhos segurando a mão do irmão, que finalmente não havia a retirado, por ser um pouco mimado adquiriu essa mania.

— Vão ao Olivaras, tenho que resolver um negócio. - O tio dos irmãos disseram dando alguns galeões e nuques para Jessica, a garota sorriu marota para o irmão. Haveria doces, com certeza. A jovem puxou o irmão o levando até o ponto, um pouco mais vazio do beco, com um sorriso amigável aos lábios.

Na vitrine da loja Olivaras estava uma varinha, única, em uma almofada púrpura. Na porta do local em letras douradas e gastas, tinha como um "lead": "Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 a.C". A menina carregando o irmão pelo braço entrou na loja que ao passarem pela porta levemente tocou um sino. Jace tossiu e Jessica passou a mão pelo nariz, devido a poeira que circulava as caixas, em comparação com as outras lojas, era a que estava mais vazia.

Possuía prateleiras até o teto, com variadas cores de caixa de varinhas, uma escrivaninha se estendia um pouco a sua frente, ao lado de uma escada de madeira, na verdade, tudo era de madeira.

Quem a garota presumia ser o dono do local estava observando uma varinha, onde também presumidamente era um estoque, no térreo. Era um homem velho, de cabelos brancos que sorriu ao ver a garota e abaixou um pouco o olhar até o menino e novamente esticou os lábios, caminhou até eles.

— Estava esperando a visita de vocês. - O homem tinha um rosto amigável, podia se ver isso apenas pelo olhar. — Lembro-me quando os seus pais vieram até minha loja, não muito diferente de vocês, um pouco assustados, Marie com aquele sotaque engraçado e Tom, sério, um garoto de poucas palavras, definitivamente.— Mas, experimentem essas varinhas. - O homem havia colocado duas caixas retangulares a frente dos Riddle.

— Desculpe senhor, mas sou apenas eu, pelo menos este ano. - Jessica pediu com aquele sotaque tão "eu não consigo pronunciar alguns sons". A menina sorriu cuidadosamente junto ao homem de cabelos brancos a sua frente.

— Ora. Experimente as duas. - Jessica cuidadosamente escolheu uma das caixas para ser sua primeira varinha a testar. Pressionou um lábio com o outro e girou a mão esquerda acabando que quebrando um copo de vidro que estava por perto.

Definitivamente, foram muitas escolhas. Jace acabou por se sentar numa poltrona que encostava-se na parede e ia cada vez mais deslizando na cadeira. Jessica rezava para que a próxima que ele desse fosse a última. Sr. Olivaras saiu por um instante da frente de Jessica e literalmente sumiu pelos próximos minutos. Ele voltou com apenas uma caixa, a Riddle notou que a cor era diferente das outras, era um dourado e branco.

O homem abriu a caixa e deu a varinha para Jessica. De fato, era linda, era totalmente negra, seu cabo era totalmente de ouro. A garota esperou sinceramente que fosse aquela varinha.

— Wow. - Jessica sentiu uma leve queimação nos seus dedos. Jace se ajeitou na poltrona para observar melhor. Da ponta da varinha saiu um leve fogo de artíficio. A garota riu.

— Definitivamente essa. Fiz essa varinha junto a meu pai, foi uma das minhas primeiras, misturei dois núcleos, pena de fênix e pelo de unicórnio. Azevinho, 30 centímetros. - O homem sorriu levemente. — Use-a com cuidado Senhorita Riddle. São 7 galeões. - Sr. Olivaras disse e a garota rapidamente pagou. Jace em apenas 1 segundo já estava na porta esperando Jessica.

— Nós podemos ir para a Gambol & Japes, e depois para a Sorveteria Florean, não? - Jace sugeriu com um sorriso maroto aos lábios. A irmã do garoto rapidamente concordou.