Atração Implacável escrita por Lia Pallomare


Capítulo 12
POV Jordan - Más notícias


Notas iniciais do capítulo

Capítulo no ponto de vista de Jordan, espero que gostem!



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Porra.

Isso foi tudo o que consegui pensar enquanto tentava prestar atenção as palavras de Dakota. Sentei-me no sofá e tentei me concentrar no que estava acontecendo. Suspirei exasperado e levantei. De que adiantava ter calma?!

Chutei uma cadeira que estava no meio do caminho e Zack apareceu com os olhos injetados. Ele ainda não sabia de nada. Peguei meu passaporte e sai do apartamento. Isso era minha culpa.

Fui até o apartamento das garotas, peguei Dakota e dirigi feito um alucinado até o aeroporto. Olhei para aquela garota ruiva, que roia as unhas, na expectativa de que ela me olhasse e falasse que era uma piada de mau gosto, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas. Eu sabia que era real. Estava mesmo acontecendo e isso ia foder com tudo. Literalmente tudo.

Sete horas mais tarde, nós entramos no hospital e vimos os pais de Jennifer, com os olhos tão inchados que senti pena deles. Não havia noticia nenhuma dela, ou de Erick e isso não era um bom sinal. Aquele lugar, branco, cheio de pessoas doentes me deixava ansioso. Andei de um lado para o outro procurando informações, mas ninguém falava nada. Eu estava no inferno e esqueceram de me avisar isso.

Meu celular tocou. Era Daphne, mas eu não estava com humor para falar com ela e, muito menos, para ouvir seus malditos sermões. Guardei o celular no bolso e voltei a andar pelo hospital. O choro cortante da senhora Smith era agonizante e só piorava minha situação. A culpa era minha e eu estaria ferrado.

Daphne voltou a me ligar durante aquela maldita hora que fiquei esperando por notícias de Jennifer. Em algum momento da minha agonizante espera pelo pior, uma enfermeira caminhou na nossa direção; seu rosto não demonstrava nenhuma emoção, o que não me ajudava em nada.

— Como está a minha menina? — Shane perguntou com a voz tremula. — Ela está bem?

— Vai ficar. — a enfermeira deu um sorriso forçado. — Ela não corre riscos, mas está muito machucada.

— E o Erick? — Dakota perguntou.

— Ele está acordado. Vocês podem falar com ele.

Ela não disse mais nada sobre Jennifer; também não nos deixou vê-la, mas eu daria um jeito nisso. Andei até o quarto onde Erick estava e, apesar de um grande corte cobrir sua bochecha esquerda e seu braço estar engessado, ele não parecia tão ruim assim.

— O que aconteceu? — perguntei em um tom quase profissional.

— O telefone dela tocou e quando ela foi atender alguma coisa nos atingiu e... — a voz dele estava embargada e me senti culpado por ter que fazê-lo reviver isso. — Eu não me lembro de muita coisa depois disso. Ouvi sons altos e apaguei.

Minha mente girou. Ela parou para atender o celular e pela hora do acidente... A ligação era minha. Quase gritei de raiva ao ouvir aquelas palavras. Eu precisava de ar puro. Precisava ver como ela estava.

Sai do quarto e voltei para o corredor. Procurei aquela enfermeira da mesma forma que um cão procura seu dono e quando a achei precisei de apenas cinco minutos para convencê-la a me mostrar Jennifer.

Andei por uma dúzia de corredores e entrei na ala de emergências. Ela estava sob observação. Quando coloquei os olhos naquela garota deitada na cama de hospital, quase dei meia volta certo que aquela não era a minha Jennifer. Seu rosto estava cheio de cortes, sua boca estava inchada com um corte no lábio inferior. Ela estava usando um colar cervical e seu braço estava engessado até alguns centímetros abaixo do ombro. Além de tudo isso, era possível ver que sua barriga estava enfaixada. Seu braço bom estava recebendo soro e alguns medicamentos.

Ela estava destruída.

A enfermeira que estava em silêncio na porta andou até a cama e verificou os monitores cardíacos e o soro que pingava lentamente analgésicos. Ela olhou solidária para mim, mas não disse nada. Agradeci-a mentalmente por isso.

Depois de alguns minutos olhando-a, beijei o topo de sua cabeça e sai do quarto. Precisei procurar em vários corredores até encontrar o quarto onde Erick e os outros estavam e, para a minha surpresa, um policial estava conversando com eles. Ele era razoavelmente forte e um rosto sério, sem uma gota de compaixão. Seus olhos encaravam por poucos segundos cada um de nós e quando se cravaram em mim, suas sobrancelhas arquearam. Eu tinha cheiro de mentiroso e ele era treinado para descobrir isso.

— O carro foi levado para o pátio. — ele relata com sua voz grossa e ríspida. — Vocês podem querer consertá-lo, mas o dinheiro seria melhor investido em um carro novo. O de vocês está destruído e acho quase impossível arrumar aquilo.

— Não tem problema. — Shane respondeu.

Certamente, não tinha problema. Sua filha estava deitada em uma cama de hospital e o policial estava preocupado em informar que seria melhor comprar um carro novo? Francamente!

— Nós não achamos quem quer que tenha causado o acidente. — Os olhos do policial se fixa em mim e, pelo jeito que suas narinas mexem, sei que sou um dos suspeitos. — Ninguém viu nada, então nossas buscas são muito vagas... Mas pelo que vi dos restos daquele carro, ou ele estava correndo muito, ou o ocorrido não foi um acidente.

— Você olhou as câmeras de vigilância? — questiono. Por algum motivo ele parecia estar escondendo algo.

Alguma coisa não estava se encaixando. Erick se lembra da batida, mas mesmo depois dela, ele diz ter ouvido sons altos. Isso não faz sentido.

— Não preciso que você me diga como fazer meu trabalho. — ele cospe aquelas palavras, como se eu fosse um marginal. — Mas, sim, olhamos as câmeras e, o mais esquisito é que todas as câmeras estavam desligadas. Nenhuma funcionando.

Balanço a cabeça e saio do quarto. Não faz nem três horas que estou nessa cidade e já sou suspeito de ter causado um acidente que ocorreu há pelo menos sete horas. As pessoas se importam muito com a aparência e muito pouco com os fatos. Ele não foi com a minha cara e por isso pensa que sou capaz de bater no carro de alguém e fugir, sem prestar ajuda.

Pego meu celular e mando uma mensagem para Daphne, apesar de saber o que aconteceria em seguida.

Eu: Hospitalizada. Cortes nos braços, algo no pescoço, na barriga e um braço quebrado.

Um minuto depois o celular toca e reviro os olhos ao atendê-lo.

— Acidente de carro?! — ela esbraveja, como se fosse eu quem estivesse dirigindo.

— Acho que sim, mas pelo menos ela está viva. — forço-me a sorrir, mesmo que meu coração esteja acelerado. Já não acho que nada disso foi acidental. — O problema nisso tudo, é que as câmeras foram desligadas, então ninguém sabe o que aconteceu. O garoto que estava com ela disse que bateram na lateral do carro, mas alguma coisa não se encaixa.

— Vou dar um jeito de descobrir. — Ela solta um suspiro e volta a falar. — Fique de olho nela. O TEMPO TODO. Alguma coisa me diz que não estamos vendo algo.

— Sei disso.

Desligo o celular e soco a parede. Ela não me culpou, mas seu tom de voz era quase um aviso que uma corda estava sendo posta no meu pescoço. Exatamente como Jennifer estava. E a pior parte disso, é que eu faço uma boa ideia do quão ruim as coisas podem ficar.

Não gosto de ficar em hospitais, então aviso Dakota que vou andar pela cidade e procurar algum bar. Ela não se importa, mas diz que me ligará assim que Jennifer puder receber visitas.

A verdade é que não procuro um bar, e sim o pátio onde o policial disse que os veículos apreendidos ficavam. Demoro algum tempo para encontrar e mais um bom tempo para conseguir entrar.

Sou levado até um corolla cuja lateral está destruída. Certamente outro carro bateu nele, mas o que me deixa paralisado é a quantidade de buracos que a lataria do carro tem. Eu conhecia armas e essa certamente era uma nove milímetros. Isso não era bom.

Mando outra mensagem para Daphne e, dessa vez, meus músculos estão tensos. Escrever aquelas palavras tornariam aquilo tudo real e isso era a ultima coisa que eu queria.

Eu: Carro com marcas de tiros. Nove milímetros. Ele a achou.

Daphne: Estou a caminho.


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