Maldição | Amor Imortal 03 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 11
Capítulo 11




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/581352/chapter/11

Gaia nunca se considerou como uma criminosa para fugir e se manter longe das vistas das pessoas ao seu redor. No entanto, ela sabia que não teria nenhuma privacidade com Cameron seguindo os seus passos por todos os lados para que nenhum imortal a machucasse.

Ela sentia uma pequena raiva por Dimitrius arrumar um guarda costas para cuidar dela, por mais que sua intenção fosse aceitável, a filha dos elementos sempre foi maltratada pelo seu povo e nunca teve problemas com isso.

Claro que ela odiava ser tratada de forma tão agressiva, mas isso não significava que Gaia precisava de um tenente para protegê-la.

Então, a sua decisão foi agir como uma criminosa que precisava fugir para ter a sua tão sonhada liberdade. Ela havia estado fechada em seu quarto durante alguns dias e acabou ficando entediada demais para passar outras dezenas de horas trancada naquele ambiente.

Gaia não negava ter parte de culpa nessa decisão tão isolada, pois Dimitrius havia mandado seus servos chamá-la para fazer uma refeição com ele diversas vezes e o anjo nunca a proibiu de sair do seu quarto ou da casa. E nesses dias em que se manteve reclusa o arcanjo da humanidade apareceu pelo menos duas vezes em seu quarto para lembrá-la de que não era uma prisioneira e sim uma imperatriz. Contudo, o imperador acabou desistindo de tirá-la daquele comodo e talvez de até mesmo tentar se aproximar, pois ela não o havia visto mais diante da sua porta e seus convites para jantares acabaram também.

A imortal acabou se sentindo aflita, pois os planos que os anciões planejaram para eles estava longe de se tornar realidade já que Dimitrius preferia agir como um cavalheiro cheio de honra ao invés de cumprir suas ordens.

Pelo menos o veneno em seus braço não havia avançado mais, só que Gaia se perguntava todas as noites quando as linhas negras começariam a crescer novamente. Ela não acreditava que os anciões seriam tão pacientes só por que Dimitrius era honrado.

Esse assunto começou a assombrá-la de todas as formas possíveis até que ela chegou na conclusão de que ficar fechada em seu quarto nunca faria Dimitrius agir da forma que os anciões desejavam. No entanto, antes de focar sua total atenção nesse futuro indesejavel, ela queria ver Patrick.

Uma parte dela, nesse encontro, desejava ouvir o demônio falando que esperaria todo o tempo necessário até que Gaia resolvesse todos os seus problemas, mas a imortal sabia que nunca ouviria essas palavras. Apesar de não se orgulhar disso, a filha dos elementos já esteve na mente do tenente ruivo e nunca havia encontrado algo relacionado a ela nesse sentido.

Naquele momento Gaia estava caminhando até Patrick para uma despedida que só existia em sua mente. Depois do seu encontro com o demônio, ela esqueceria tudo sobre o que gostava e odiava para convencer Dimitrius a levá-la para a cama.

Para que um dia a filha dos elementos voltasse a ser livre novamente.

Ela levou praticamente um dia pensando sobre como escaparia dos olhos atentos dos tenentes, pois mesmo que não existessem soldados por todo os corredores da mansão do arcanjo como acontecia com o castelo de Maximus, os soldados mais confiavéis de Dimitrius pareciam monitorar cada pedacinho daquele lugar.

A imortal desistiu de pensar sobre como chegar até o portal que existia no centro da quarta dimensão, mas se lembrou que os mesmos portais existiam dentro daquela mansão.

Obviamente, Gaia podia usar seus poderes para chegar até o inferno sem usar portais, mas isso exigia muitas coisas que ela não estava disposta a dar por causa de um capricho.

Foi assim que a imortal começou a se esgueirar pelos corredores como alguém que estava fugindo por ter cometido assassinato até achar os portais em um enorme salão protegido apenas por portas duplas.

Fugir da mansão de Dimitrius não era dificil, pois sua alma estava oculta para qualquer olhos, então o arcanjo só descobriria da sua fuga se fosse procurá-la. E os tenentes dele podiam ser inteligentes e fortes, mas não eram o suficiente para deter a filha dos elementos que não desejava ser encontrada.

Os arcanjos eram os únicos que conseguiam encontrá-la e mesmo assim levavam um bom tempo para ter algum sucesso nisso.

Agora ganha estava caminhando pela floresta que existia no nivel 1 do inferno, o lugar em que ela sempre encontrava Patrick deitado sobre o tronco de uma enorme árvore. Todas as tardes calmas o tenente caminhava até aquela árvore com a intenção de dormir, mas isso raramente ocorria desde que Gaia sempre estava la para vê-lo.

E como o tenente não parecia se importar com a presença dela, ela nunca evitou esses encontros, assim como ele que nunca foi procurar outro lugar para dormir.

Enquanto caminhava, Gaia observava os brilhos incomuns que surgiam ao redor das árvores e flores, um sinal da natureza que desejava contar o futuro para a filha dos elementos, mas ela preferiu ignorar o chamado.

Sua vida já estava confusa demais para se sentir ainda mais arruinada por descobrir o futuro, pois duvidava que a natureza compartilhasse apenas coisas boas quando estava tão desesperada por soluções.

Gaia avistou Patrick sentado na mesma arvore que sempre costuva ficar, a maior cerejeira que existia no inferno. Naquela época do ano, ela já estava sem suas lindas flores, mas ainda assim conseguia chamar a atenção com o seu enorme tronco negro.

Os olhos do tenente demônio encontraram os dela no momento em que ela se aproximou mais, aqueles olhar da cor verde água conseguiam ser únicos de uma meneira quase anormal e o contraste dos seus cabelos ruivos apenas realçavam ainda mais sua beleza.

A imortal sentiu seu coração bater mais rápido dentro do seu peito e tudo estava relacionado a sentimentos distante do medo. Claro que existiu uma época em que Gaia também temia Patrick, mas tudo isso acabou quando o conheceu e para a sua infelicidade, ela acabou se apaixonando pela única pessoa que a tratou como algo além do seu título de filha dos elementos.

E como alguém que não merecia ser tratada com violência.

— Meu coração esta partido em diversos pedaços, Gaia.— Patrick falou com um sorriso preguiçoso crescendo em seus lábios, fazendo com que o coração dela explodisse de felicidade.— Você se casou e nem ao menos se lembrou de me convidar.—

O quase sorriso que estava se formando em seu rosto se desfez completamente quando Patrick citou as palavras sobre seu casamento com Dimitrius.

— Já faz um bom tempo, Patrick.— Ela falou para o demônio, tentando recordar todos os detalhes da última vez que se encontraram desde que foi antes mesmo de ser envenenada pelos anciões.
— Sim.— O tenente concordou.— Estava me perguntando quando a encontraria novamente.—

— Eu estava com alguns problemas pessoais.— Gaia mostrou seu braço com as veias negras que pareciam heras enroscadas em sua pele.

Patrick observou o seu braço com atenção, mas não falou nada sobre ele.

O tenente apenas se moveu no tronco para que seus pés encontrasse o chão em um salto elegante e sem dificuldades, Gaia foi obrigada a se afastar para que seus corpos não ficassem tão próximos como ela desejava.

— Sentirei falta de encontrá-la todas as tarde aqui.— Patrick falou de forma gentil e Gaia se sentiu afogada pela sua má sorte.


A imortal estava lá para se despedir, mas ainda assim não conseguia aceitar isso. Seu maior desejo era que Patrick não desistisse da mesma forma que estava fazendo para focar em seu casamento.

— Por que não podemos nos encontrar mais?— Ela perguntou com um sorriso triste.
— Você se tornou uma imperatriz, Gaia, e já existem boatos o suficiente sobre nós para que ocorra encontros dessa maneira.—
— Nós não podemos ser amigos?—

Gaia não queria ser apenas uma amiga para Patrick, ela desejava muito mais do que isso, mas podia se contentar com aquilo sendo que o tenente não a queria de tal maneira.

Alem do mais, a imortal estava casada com Dimitrius.

Por mais que o ritual não tivesse sido concluido, ela pertencia ao arcanjo da humanidade.

— É claro que podemos.— Patrick sorriu novamente.— Mas não podemos nos encontrar como se estivessemos nos escondedo.—
— Mas não estamos fazendo nada de errado.— Gaia discordou, não sabendo ao certo se deveria concordar com o tenente quando estava la para colocar um ponto final na paixão que existia apenas em sua mente.— Não existe malicia ou segundas intenções.—

O sorriso do tenente desapareceu naquele instante e seus olhos se tornaram perigosos, mas não assustadores.

— Existe sim, Gaia.— Patrick sussurrou.

O demônio deu as costas para a imortal e começou a caminhar em direção do castelo de Maximus de forma calma. Gaia ficou parada onde estava, tentando compreender o significado das palavras do tenente.

Ela não podia negar que da sua parte existia segundas intenções, mas Gaia não sabia se o soldado ruivo estava falando sobre os seus sentimentos ou os dele.

— Patrick.— A imortal o chamou para poder perguntar sobre a sua duvida, mas o tenente apenas continuou andando.

Gaia estava pronta para começar a seguir os passos de Patrick e não deixá-lo ir embora com falas cheias de significados, mas antes que se movesse, a imortal sentiu a presença de Dimitrius em sua mente.


Volte para casa, gatinha.

As palavras do arcanjo da humanidade foram calmas, mas frias, muito frias e Gaia sentiu seu corpo gelar ao ouvi-las.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maldição | Amor Imortal 03" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.