Deixe ir escrita por Thalia


Capítulo 7
A primeira a acreditar...


Notas iniciais do capítulo

Ok, esse ficou um pouco grande mas eu prometo que no final vocês terão uma surpresa, ou nem tanto, mas vamos ver u.u. Eu demorei mt, eu sei, mas cenas de ação são mt difíceis de escrever então peguem leve cmg. Espero que gostem ^_^



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–Há muitos de nós, imortais. A maioria vive reclusa em lugares remotos, mas outros são escolhidos para cuidar das pessoas, em especial as crianças.

–Os guardiões, no caso vocês? –digo, lembrando do que North dissera antes.

–Sim! –North estende as mãos, eufórico. Ele está sentado em sua grande poltrona e eu em uma cadeira a sua frente. - Vivemos paras servir aos pequenos.

–Então está querendo dizer que você, que é o.... –nunca achei que fosse falar isso um dia- “Papai Noel”, ele... - olho para o coelho. Ele está ao lado de North com os braços cruzados fuzilando Jack com o olhar, que está outro lado da sala, misteriosamente calado- o “coelho da páscoa”, a fada-do-dente e o Sandman que você falou são reais? –pergunto, incrédula.

North assente.

–Sem querer ofender, mas eu sempre achei que fossem apenas criaturas mitológicas. Histórias para crianças. –digo, educada.

O coelho dá um sorriso de escárnio.

–É claro que achou! Ainda bem que não dependemos dos adultos para sermos acreditados. –ele fala.

–O que quer dizer? –pergunto, confusa.

O coelho hesita, provavelmente pensando se diria ou não, até que North interrompe.

–A imortalidade é uma dádiva, criança, mas tem um porém. –ele faz um gesto com a mão, indicando o número um. Seus olhos se estreitam. - Caso nenhuma única pessoa no mundo acredite em você, nenhuma poderá lhe ver ou ouvir. –Ele se recosta na cadeira, suspirando. - Por isso, nós, guardiões, que vivemos para proteger as crianças, não podemos nos dar ao luxo de isso acontecer. Trabalhamos muito para que o equilíbrio se mantenha. Seríamos os mais afetados se isso acontecesse. Chega a um ponto em que se as pessoas pararem de acreditar, você vai ficando mais fraco, pois ao longo dos anos acaba dependendo da crença delas como sua própria força vital.

É muita coisa para processar, mas estranhamente, acredito facilmente no que ele diz. Uma pergunta me invade. Aqueles seres, North e o coelho, ajudaram Jack, isso seria porquê...

Olho para o garoto atrás de mim, de cabeça baixa, no canto mais afastado da sala e pergunto:

–Você também é um guardião, Jack?

Jack olha para mim e percebo, com surpresa, que seu semblante está irritado.

O coelho dá uma forte gargalhada.

–Jack, guardião? –ele consegue falar em meio as risadas- Essa garota é muito engraçada...

Vejo Jack revirar os olhos, mas ele não se pronuncia.

–Não achei graça nenhuma. –falo, indignada.

O coelho só continua a rir.

–Chega, Bunnymund! –exaspera North. Ele olha para mim e o coelho, aos poucos, vai parando de rir. –Não, criança, O Jack não é um guardião.

Volto a olhar para Jack, mas ele desvia meu olhar. Não entendo o porquê de sua reação, mas ele claramente não quer discutir o assunto comigo.

–Mas as pessoas acreditam nele... –falo, lembrando de que eu podia vê-lo ao mesmo tempo em que acho estranho, pois mesmo criança nunca ouvira falar de Jack Frost.

Bunny reprime uma risada.

–Bem... –North pigarreia- Com isso eu não poso concordar, criança. O fato de só você vê-lo....

–Mas não foi só eu! –interrompo- Uma amiga minha também o viu. Acho que todos podiam vê-lo na feira.

North e Bunnymund parecem confusos, como se não esperassem esse fato. Os dois olham para Jack, esperando respostas. Faço o mesmo.

Ele está olhando para a janela do outro lado da sala, sereno, nada parece capaz de perturbá-lo. O céu através do vidro é opaco, o sol escondido entre as nuvens, que fazem pequenos pontos de neve caírem no chão. O Polo norte, lar do “Papai Noel”. Tenho que me acostumar com isso.

Lentamente, Jack vira a cabeça em nossa direção e me olha. Aquele olhar profundo que já presenciei uma vez: impassível, misterioso, avassalador.

–Lembra daquele dia lá em Dhever? –pergunta, com sua expressão divertida de volta.

–Sim. –respondo, sem hesitar. Como podia ter esquecido?

Ele dá um sorriso.

–Naquele dia, enquanto estava no galpão. –seu olhar se desvia de mim- Você fez algo... lembra?

Paro, incerta. Eu tinha feito várias coisas.... Mas, ele deve estar se referindo a algo incomum, algo que aconteceu comigo....

–Toquei na parede congelada. –digo, me lembrando perfeitamente. –Ai eu entrei em uma espécie de transe. Vi você em meus pensamentos, sentado naquele mesmo lugar. –completo, entusiasmada.

Ele para um pouco, pensativo.

–Eu não sabia o que você tinha visto. –ele assume e se aproxima de mim- Mas seja o que for, assim que a tocou, foi como...foi nossa primeira conexão. A partir dali, eu me senti... –ele suspira- diferente. Senti... você –ele agora está bem próximo a mim. Estou tão focada nele que nem percebo que há mais gente no cômodo, observando nossa conversa -Eu também estava em Dhever naquela hora, próximo de uma das casas. E quando senti aquela sensação, imediatamente vi que as pessoas me olhavam na rua e notavam que eu estava lá. Eu nem podia acreditar nisso...

Ele volta a sorrir, visivelmente feliz.

–Você me trouxe de volta, Elsa. Antes eu era só o espírito que trazia o inverno, mas agora... –ele ri- me sinto mais real.... Você foi a primeira a acreditar em mim, obrigada por isso.

Me emociono com a sua explicação. A primeira a acreditar, mesmo que não tenha sido essa a intenção. Lembro de tê-lo visto em minha mente quando toquei o gelo, e realmente, depois disso, tive a certeza de que ele existia, de que estava em algum lugar por ai...

–Tudo isso é muito comovente. –diz Bunnymund, entediado.

Imediatamente, Jack se afasta de mim e desvio o olhar, constrangida. Aquela confissão tinha me tocado mais do que eu gostaria.

–Guarde sua opinião para você. –diz Jack, áspero.

Quando Bunnymund abre a boca para responder, North acena com a mão.

–Eu vou ficar louco com vocês dois!

Ele suspira.

–Bem, agora que essa questão foi explicada... –ele olha de mim a Jack com uma expressão curiosa - vamos a outro ponto.

–A Mãe-terra. –falo, ansiosa. Preciso saber mais da mulher que nem conheço mas já nutro um sentimento negativo. -Quem é?

–Nossa líder. –North responde- A mais antiga e poderosa imortal que se tem conhecimento. Ela controla a terra e tudo o que nasce dela.

–Plantas e coisas assim. –deduzo, me lembrando do mito.

North assente com a cabeça.

–Ela tem lugares sagrados em cada lugar do planeta. –continua Jack- Até mesmo no seu reino, Elsa.

Arqueio a sobrancelha, imaginando aonde ele quer chegar com isso.

–O lugar precisa ser longe de contato humano, um lugar remoto.

Lembro de Ronuas e minha mente começa a clarear.

–Foi por isso que... –começo.

–...congelei Ronuas e aqueles campos. –ele completa. –Tinha esperança de que ela mudasse de ideia e me deixa-se... falar com você.

–Até parece que a Mãe-natureza iria se submeter a chantagem. –fala Bunny.

Jack lança um olhar ameaçador para ele.

–Foi um golpe baixo, garoto. –admiti North- Dois lugares sagrados da Mãe-terra... não sei como ela não mandou te matar há tempos.

Jack revira os olhos.

–A questão não é essa. Há algo mais importante em jogo. –ele fala, a voz cheia de determinação.

North recosta na cadeira.

–Sim... Elsa é muito nova e não pertence a nosso mundo. Infelizmente torno a dizer que tenho que concordar com você. Foi por isso e só por isso que convenci o Bunny a te ajudar a não ser pego, garoto.

Jack assente, já esperando por isso. Percebo como é difícil para ele dizer as próximas palavras.

–Eu agradeço, North. –ele fala, desviando o olhar.

–Concordar com o quê, exatamente? Por que o Jack não pode falar comigo? –pergunto. Lembro do homem morto em Dhever, das suas últimas palavras, o desejo de Jack me ajudar com meus dons, mesmo sabendo dos riscos. Há algo errado, algo sombrio que eles estão escondendo.

Bunnymund lança um rápido olhar para North e percebo um certo entendimento entre eles, que parecem desconcertados.

–É um grande fardo para alguém carregar, criança. Principalmente, para alguém que já sofreu tanto... –North fala. Sua voz carregada de pesar.

A lembrança de meus anos presa aquele quarto vem a minha memória. A morte de meus pais, a infelicidade da Anna... Eu já sofri muito, mas também me tornei mais resistente graças a tudo o que passei. Só espero que isso seja suficiente para o que viria a seguir.

–Mas... –North suspira pesadamente- é preciso. Jack? –ele se volta para o garoto. –Talvez seja melhor você explicar isso. Afinal... você... bem... –ele acena com as mãos- Ah, fale logo.

–Vocês vão mesmo falar sobre isso, sério? A Mãe-terra vai matar todos nós! –recrimina Bunny. –Ela nos proibiu...

–Ela merece saber a verdade, Bunny, pelo amor de Deus! –interrompe North, se levantando da cadeira.

Bunnymund olha de mim para Jack e seu olhar volta a North, incrédulo.

Ele revira os olhos.

–Que assim seja, então. Mas eu não vou participar disso! –Dita as palavras, ele se retira da sala.

Jack sorri quando a porta se fecha atrás dele e North dá um suspiro cansado.

–Ele é carrancudo assim mesmo.

–Será que ele vai contar a ela? –pergunto.

North solta uma risada

–Duvido muito. Bunny nunca trairia minha confiança. Bem lá no fundo, ele sabe que é a coisa certa a fazer. Ele só não quer admitir que Jack está certo.

–Como quase sempre. –Jack dá de ombros, sorrindo, mas logo sua expressão muda para tristeza.

–Bem... –North fala, indo até a porta. Seu rosto mostrando uma leve preocupação- É melhor eu ir atrás dele, só para garantir.

Percebo que é apenas uma desculpa para se retirar. Ele olha para mim e para Jack e dá um sorriso cansado antes de deixar a sua própria sala.

“Agora somos apenas nó dois”, penso, levemente surpresa. O porquê desse pensamento me deixar tão desconfortável é um completo mistério para mim.

–O nome dela é Imogen... –ele começa, inabalável como sempre. - Ela era uma imortal há... muito tempo.

–Era? –pergunto, confusa.

–Sim... era. Há anos perdeu a capacidade de viver para sempre. É uma longa história.

Assinto com a cabeça, não querendo me desviar do assunto.

–A questão é que, com seu poder, ela conseguiu ser uma imortal bastante influente e poderosa. Quando perdeu a imortalidade... ela quase não suportou a ideia de viver como uma mortal.

–Então ela é como eu? Com magia, mas... –arrisco, temendo o que isso significasse.

–Sim. –ele responde, seu olhar fixo em mim. É estranho como o garoto que me acostumei a encontrar sempre sarcástico, agora estivesse tão sério- Ao contrário do que pensa, Elsa, existem outros mortais com dons por ai, escondidos do mundo.

A revelação me acerta em cheio. Outros com magia, poderes.... Não sou a única, não sou a “diferente”. Um alívio preenche meu corpo. Saber que não fui amaldiçoada, que meus poderes são completamente normais, pelo menos naquelas circunstâncias, é algo que nunca poderei explicar em palavras.

Jack parece ler meus pensamentos, pois dá um fino sorriso.

–Você não está sozinha, rainha da neve. Nunca esteve. –Sinto que suas últimas palavras não se referem às outras pessoas com poderes, mas sim... a ele mesmo.

“Venho observando você por muito tempo”, foi o que ele me disse na primeira vez em que nos encontramos.

–A questão é que... –ele fala bruscamente, como se tivesse percebido que está fugindo do assunto- Como se pode imaginar, ela ficou obcecada por uma maneira de recuperar sua imortalidade.

Ele desvia o olhar, hesitante, antes de continuar.

–Existem três maneiras de ser imortal, Elsa. Ou você nasce um, ou você é escolhido, ou... se torna um por conta própria.

–Então ela vai apelar para a terceira opção. –deduzo, ignorando o fato de que não sei por quem uma pessoa seria “escolhida” para ser imortal ou o motivo. Seria a Mãe-terra, sendo a líder e tudo mais?

–Exatamente, o pior meio de todos. –ele suspira e abaixa a cabeça, pesaroso. Logo, volta seu olhar para mim. - Porque para isso, você precisa...

A porta se abre violentamente e North entra, arfando.

–Desastre, catástrofe. –ele grita, ainda na entrada. Seu olhar se fixa em Jack. –Você tem que sair daqui. –avisa antes de voltar correndo para onde quer que seja.

Levanto a cadeira, assustada e olho para Jack. Ele me dá um olhar de preocupação e faz um sinal para que o siga.

O fábrica de North está um caos. Barulho, brinquedos e móveis sendo arremessados pela sala. Os duendes parecem verdadeiros loucos e são em grande parte responsáveis pela confusão. Eles correm de um lado a outro soltando praga e arremessando brinquedos e doces para todo lado. O estranho é que não miram nos invasores e sim aleatoriamente.

Os invasores.

Esses eu já conhecia. Antes eram apenas três, agora vejo inúmeros seres verdes por toda sala, revirando as coisas em seu caminho. Eles simplesmente brotam do chão, o que é muito sinistro. North grita ordens aos duendes, mas não vejo surtir nenhum efeito. A situação é de pânico. Ele está com duas espadas longas, uma em cada mão e luta com vigor contra os homens verdes. As lâminas atravessam o corpo deles e terra sai de seus cortes, em vez de sangue. Que conveniente.

Os homens cambaleiam para trás, mas logo está claro que North apenas conseguiu irritá-los. Com o rosto franzido, o recente atingido homem verde faz seus dedos se alongarem até se formarem longas raízes e começarem a envolver o corpo de North, que se contorce inutilmente tentando escapar. Os duendes ficam mais apavorados do que nunca e começam a espernear ainda mais, sem tentar ajudar de fato.

Bunny corre até North, mas logo outro homem verde o enlaça com seus dedos alongados por trás. O coelho cai de cara no chão, deixando cair os boomerangs. Apesar do ataque, eles só parecem interessados em uma pessoa. Seus olhos vidrados estão fixos em Jack.

Enquanto estou observando pasma tudo isso, Jack sai do meu lado e parte para a luta. Farpas de gelo acertam em cheio dois homens folhas que vêm em sua direção. Acordo do transe e imediatamente corro para ajudar. Meu caminho é bloqueado por outro homem verde que acaba de brotar do chão ao meu lado. Recuo um pouco para trás e antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, uma estaca de gelo perfura seu peito esquerdo. Ele cambaleia para trás e terra escorre do ferimento. Lentamente, ele abaixa a cabeça, parecendo observar o ferimento e sua mão retira a estaca. Mais terra desce por seu peito. Seus olhos completamente verdes se voltam para mim e ele joga a estaca no chão. Ele parte para cima de mim e ignorando o medo, o toco no ombro, congelando-o. Ele tenta inutilmente retirar o gelo, mas logo é totalmente congelado, uma sinistra estátua na fábrica do Papai Noel.

Com um suspiro vitorioso, sigo em frente. North agora está todo coberto de raízes de árvores graças a mais dois deles, que estão parados ao seu lado, e de costas para mim. Corro até lá. Farpas de gelo o acertam por trás, os fazendo soltar as raízes por um instante, surpresos. É o tempo que North precisava. Habilmente, ele consegue se livrar das amarras com ajuda de suas espadas e parte para atacá-los com um grito de guerra. À minha esquerda, Bunny parece ter conseguido se livrar das raízes, pois agora luta com outros homens verdes com ajuda de imensos, isso mesmo, imensos ovos gigantes com pernas. Esses esmagam rudemente os invasores. As coisas não podem ficar mais estranhas.

Saio combatendo inúmeros inimigos, lançando estacas e os congelando quando tenho a chance. É relativamente fácil, considerando que eles não estão prestando muita atenção em mim. Jack é o felizardo, ou nem tanto, da vez.

Sua testa exibi um feio corte e seu cabelo está manchado de vermelho, assim como sua roupa. Ele parece um pouco atordoado, mas continua investindo contra cinco homens verdes ao seu redor, desviando de raízes e espinhos e lançando farpas de gelo. Vou até lá e me posto ao seu lado. Ele dá um olhar de surpresa, mas logo volta a se concentrar em não ser morto. Faço o mesmo. Permanecemos assim por minutos. Derrotamos os cinco, mas logo mais homens ascendem do chão. A situação está ficando fora de controle. Logo, Jack e eu estamos cercados por inúmeros deles. Para onde quer que eu olhe, eles estão lá, tão juntos que parecem formar um muro feito de folhas e raízes. North e Bunny estão muito ocupados com seus próprios homens verdes para prestar atenção em nós.

–Qual é o plano? –sussurro, a mão pronta para atacar. Estou cansada de liquidá-los e outros reaparecerem novamente.

Ele dá um suspiro frustrado.

–Eu queria ter um. –ele responde.

–O quê? –falo, alarmada. Lanço uma barreira de estacas de gelo ao nosso redor –Ah, você tem cento e quarenta anos, deve ter mais truques na manga do que simples estacas.

Ele revira os olhos.

–É claro que tenho. Mas sem meu cajado, meus poderes são bem limitados.

Olho para sua mão por puro reflexo e me lembro de que ele não estava com o cajado desde quando o encontrei.

–Onde ele está? –pergunto.

–Escondido.

Olho para ele incrédula e ele apenas dá de ombros.

–Acha que não seria um pouco chamativo se eu aparecesse no meio da multidão segurando um cajado? Eu nunca imaginaria que isso fosse acontecer. Tinha tomado todas as precauções... –Um homem verde dá um passo em falso e Jack o acerta com uma farpa de gelo bem no meio da testa. O ser cambaleia para trás e os outros apenas nos observam, provavelmente pensando na melhor forma de nos destruir. Parecem estar se divertindo.

Por dentro da barreira que nos separa dos nossos inimigos, outro homem verde, para variar, surge ao nosso lado. Com um resmungo de impaciência, Jack rapidamente o congela. Outro surge em seguida e tem o mesmo destino.

De repente, tenho uma ideia. É impossível derrotá-los se eles estão sempre surgindo novamente. Se pudéssemos impedi-los de fazer isso...

Me abaixo e coloco as mãos no chão, usando toda a minha força de vontade para congelá-lo. Jack entende o que estou tentando fazer e rapidamente me ajuda. Em segundos, todo o piso se congela. O que antes era um barulho ensurdecedor agora mergulha em um pesado silêncio. Os duendes, maiores responsáveis pelo barulho, agora olham para baixo, chocados. Os outros tem a mesma reação: Bunny, North e até os homens verdes. Pelo menos, acho que estes ficaram surpresos, já que pelo seus rostos vidrados e bocas costuradas não dá para deduzir muita coisa.

O silêncio só durou cinco segundos. Os homens verdes partem para o ataque. Jack começa a revidar e eu o ajudo. Vai folhas, raízes, gelo e neve para todo o lado. A muralha verde começa a se desfazer. Livre, Jack levanta as mãos para o lado. Uma tempestade de neve se forma na fábrica e logo o vendaval prejudica a visão de nossos inimigos. Eles ficam atordoados e fica mais fácil acertá-los. O frio começa a incomodá-los. Jack percebe que está fazendo efeito e com aquele sorriso debochado de sempre, deixa a tempestade ainda mais forte.

Logo, acabamos com cada um deles. Eu os congelando, Jack mantendo a tempestade, Bunny ordenando que seus “assistentes ovos gigantes” os esmagassem e North cortando-os com as espadas a tal ponto que a terra que sai dos cortes é uma quantidade absurda para eles se manterem em pé. É como se North estivesse tirando toda a pelúcia de algum ursinho. Com o gelo cobrindo o chão, ficou impossível eles surgirem novamente. Ganhamos a luta.

Com um suspiro de cansaço, olho em volta. Neve e folhas cobrem o chão e praticamente tudo. Estátuas congeladas e homens verdes “murchos” e esmagados são nosso espólio de guerra. Os duendes agora olham um para o outro como se soubessem que estão em encrenca. Eles gostaram da confusão, apesar de tudo. De fininho, começam a se amontoar e ir na direção de uma porta em um canto escondido.

–Vocês! –grita North, apontando. Os duendes, com um pulo de susto, se viram para seu mestre. –Depois, eu me entendo com vocês, pestinhas. –ele rosna e os pequenos seres rapidamente disparam pela porta.

–Não sei como você os aguenta! –reclama Bunny, que tinha acabado de mandar de volta seus enormes assistentes por um buraco mágico que ele criou no chão.

North dá de ombros.

–São bons ajudantes quando se trata de brinquedos e doces. Mas é só uma pequena confusão que eles viram demônios.

–Pequena? –perguntamos Jack e eu ao mesmo tempo, irônicos.

Bunny e North olham para nós e começam a discutir algo entre eles, fervorosamente. Não percebo do que se trata porque alguém toma toda a minha atenção.

–Boa ideia, a de cobrir o chão quero dizer. –Jack fala, quando veio até mim.

–Obrigada. –digo, surpresa- Ser elogiada por um cara que há mais de um século lida com meu poder não é pouca coisa.

Ele dá um sorriso.

–Não costumo elogiar as pessoas. –ele fingi seriedade- Considere-se honrada. –completa, o sarcasmo óbvio na voz.

Dou de ombros.

–Não é para tanto, Sr. Frost –debocho.

–Já disse para não me chamar assim, rainha da neve. –recrimina, embora o sorriso não lhe deixasse os lábios.

–Eu lhe chamo de Sr. Frost enquanto você me chama de rainha da neve. É totalmente justo.

–Não é não! –ele ri.

Abro a boca para discutir, mas sou interrompida por North, que vai até nós acompanhado por um carrancudo Bunnymund.

–Espero que esteja tudo bem com vocês. –diz North.

Assentimos.

–Estava falando com Bunny e acho que está claro como foi que a Mãe-terra descobriu sobre você, Jack.

–O túnel do canguru ai. –Jack responde.

–É isso que eu ganho tentando ajudar, ah se eu não fosse alguém paciente! –exaspera Bunny.

–Pois é. –North diz- Um túnel embaixo da terra... –ele acena com a cabeça negativamente- Não sei como não pensamos nisso.

–De qualquer forma, era o jeito mais rápido. –assume Jack.

–Pela primeira vez, concordo com você. –diz Bunny, ríspido.

–Que seja! –North se vira para mim, seu tom gentil de volta- É melhor voltar para sua casa, criança. Foi uma manhã longa e você já fez muito por hoje.

Assinto com a cabeça, lembrando de Alissa.

–Obrigada por tudo, North. –falo, sincera.

–Bunny vai lhe dá uma carona. –Olhamos para o coelho e ele, sem nenhuma saída, assente desgostosamente a cabeça. –Sendo assim, então até logo.

O coelho já vai em direção a mim, quando Jack interrompe.

–Espera, eu... queria falar a sós com ela um minuto.

Bunny revira os olhos, mas não fala nada. North nos olha com a mesma expressão curiosa de antes, mas acena para que o coelho se afaste com ele.

–Escuta, Elsa... –começa ele, se virando para mim- Eu não sei em quanto tempo vamos nos ver de novo, mas pode ter certeza de que eu não desisti de treiná-la.

–O que vai acontecer com você? –digo, olhando para o corte em sua testa. É a pergunta mais urgente em minha cabeça.

Ele parece surpreso.

–Eu... sei me esconder. –ele dá de ombros. –Vou dar um tempo aqui e depois voltar para Arendelle.

–Mesmo com todo o perigo? –suspiro, indignada. –Estou começando a odiar essa Mãe-terra.

Ele dá um sorriso torto e sua mão desliza pelo meu rosto. Meu corpo estremece com o toque.

–Ei... apesar de tudo, você tem sorte. Ela gosta de você, sabia? No fundo, ela só quer lhe proteger de... –ele para, hesitante.

–De quem você falou antes. Essa tal de Imogen.... –cerro o olhar- O que tem ela, Jack? Qual é o pior meio de se tornar um imortal? O que isso tudo tem a ver comigo? –pergunto, suplicante.

Jack retira a mão de meu rosto e seu olhar é preocupante e triste quando me fala:

–Ela precisa matar outro mortal de poder oposto, Elsa. Imogen era uma das mais poderosas imortais do fogo, senhora dos vulcões. Mais dia, ou menos dia, uma de vocês terá que morrer enquanto a outra viverá para sempre.


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Notas finais do capítulo

e ai????? surpreendi? por favoooor, comentem Isso me anima para fazer cap. cada vez mais rápido.
Myail, sorry por n botar aql q você esperava, mas botei algumas respostas, não foi? hehehe Queria te agradecer por seus comentários, eles são mt úteis e dá pra perceber q vc se interessa pela história
Quero agradecer a jj frosty tb, por te sido a primeira a comenta na minha fic ^_^.
E aos meus outros leitores fantasminhas, apareçam pessoal! Comentem e me deixem feliz, isso me motiva muuuito.

Bjss e até o próximo (com mais respostas) rsrsrsrs



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