Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 41
Insistencia.




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Letícia tocou a campainha de sua casa, e esperou ansiosa para que alguém atendesse.

Quando o trinco girou, segurou fortemente nos braços de Brian, e ele simplesmente sorriu para tranquilizá-la.

- LETÍCIA! – Clarice abria a porta, surpresa, abraçando a filha fortemente. – EU TE MATO!

- Oi mãe. – Dizia a jovem com uma risada sem graça, retribuindo o abraço. – Não pensei que eu fosse dizer que eu estava com saudades.

- Mas é claro que está. – Dizia Clarice, se soltando da filha e a examinando. – Está tudo bem com você?

- Claro. – Dizia Letícia, sorridente.

- Seu... – Clarice rapidamente fechava a cara, encarando Brian e lhe disparando vários tapas nas costas. – ONDE VOCÊ LEVOU A MINHA FILHA?!

Brian erguia os braços tentando se defender da chuva de tapas, e não sabia ao certo se deveria disparar a risada que estava entalada por trás de seus lábios, ou se mantinha o teatro de que estava levando aquela bronca com muita seriedade.

- Desculpe. – Dizia ele, escondendo um riso.

- Mãe, pare com isso. – Dizia Letícia, rindo sem graça. – A culpa não foi do Syn... Ele não me obrigou a ficar lá com ele.

Clarice parava de bater em Brian, o olhando de forma exausta. Sabia que aquela atitude não resultaria em nada.

- Vocês quase me mataram de preocupação...

- LÉTICIA! – A voz estridente de Priscila, silenciava a mãe. – Que saudades!

- Pare com isso, Priscila. – Dizia Clarice. – Eu tenho que dar bronca nesses dois isso sim... E uma bela duma bronca!

- Mãe... – Priscila a olhava em tranqüilidade. – Você não acha que a Letícia e o Syn não mereceram ficar um tempo juntos?

- Entrem... Não vamos ficar conversando aqui do lado de fora.

Brian deu um leve sorriso, segurando nas mãos de Letícia, e entrando na casa.

Brian até então, nunca havia conhecido o verdadeiro lar de Letícia, era estranho estar ali... Aquela casa tinha até mesmo o perfume adocicado e forte da jovem.

- Sente-se, Syn... – Dizia Clarice com um tom um tanto zombador.

- O que é isso na sua camisa, Syn? – Perguntava Priscila, fitando uma marcha avermelhada na camisa do rapaz.

Brian no exato instante, gelou e seu coração saltou assustado. Fitou a mancha bem evidente próximo de seu abdômen, era sangue.

- Ahn... – De repente começou a gaguejar pensando em algo para falar.

Letícia também o encarava assustada, buscando alguma desculpa.

- Bem é que... – Brian começava.

- Tinha um animal... – Dizia Letícia o interrompendo. – No meio da estrada, acredita?

- Sério? – Perguntava Clarice, interessada. – Bom há muitas fazendas por lá, isso é normal, já ouvi falar bastante...

- É então... – Brian confirmava sem nem ao menos hesitar. – E era muito grande, não tinha como os carros passarem, estava tudo congestionado, e tivemos que tirá-lo do meio da estrada.

- Entendi. – Dizia Priscila, com um sorriso. – Como foi a viagem de vocês?

- Foi ótima. – Dizia Letícia esboçando um largo sorriso. – Tiramos várias fotos... Tudo bem que não ganhamos o premio...

- Isso a gente já sabe. – Priscila interrompia a irmã. – Eu quero saber da de VOCES!

Letícia e Brian arregalavam os olhos para Priscila, e então todos começaram a rir, inclusive Clarice.

- Foi perfeita! – Dizia Brian. – Nos divertimos muito, nem o frio nos fez desistir de pular na piscina, lavar o carro, queimar algumas comidas e quebrar algumas coisas.

- Tiramos muitas fotos. – Dizia Letícia, retirando uma câmera da bolsa, e entregando para a irmã.

Priscila animada, ligava a câmera, logo rindo da primeira, Clarice, esticava o pescoço vendo as fotos, com um sorriso estampado nos lábios.

Passaram um bom tempo ali, todos sentados, vendo cada foto, enquanto Letícia e Brian explicavam sobre elas, e contavam as diversas histórias que tiveram... Pulando algumas partes, claro.

- Bom, melhor eu ir...

- Ah não... – Dizia Letícia, fazendo um bico.

- Vocês já almoçaram? – Perguntava Clarice. – Vocês bem que podiam almoçar então antes de ir... E Letícia, hoje você vai dormir AQUI!

- Sim, senhora. – Concordava a jovem. – Eu já estava com saudades.

- Então, é que temos que ir á gravadora, mas antes eu queria passar em casa... – Dizia Brian.

- Então almocem aqui, depois vocês vão. – Dizia Clarice sorridente.

- É amor, é até melhor, assim você não precisa voltar pra gente ir junto pra gravadora, nós vamos direto.

Brian estendia um sorriso para a jovem, passando a ponta dos dedos nos cabelos da moça.

- Tudo bem. – Dizia o rapaz, satisfeito.

- Me ajuda, Priscila? – perguntava Clarice.

- Ajudo... Ajudo... – Respondia a jovem, desanimada. – Licença. – Dizia, indo até a cozinha.

Letícia e Brian ficaram por alguns instantes em silencio, encarando um ao outro, porém a jovem simplesmente o olhava com um sorriso largo nos lábios, e acariciava lentamente o rosto do rapaz.

- Está feliz? – Perguntava o jovem.

- Por incrível que pareça... Sim. – Dizia Letícia, rindo levemente. – Estou feliz porque apesar de tudo, eu não desisti... E estamos aqui agora... Na minha casa... E... Eu me sinto tão segura aqui... Que...

Brian nem se quer esperou que Letícia terminasse de falar, a segurou firme pela cintura, puxando-a para mais perto, e a beijando lentamente, com muita calma. Fechava os olhos, se sentindo tranqüilo com tudo aquilo. Ela não havia desistido. Disse que tentaria, e está tentando...

- Obrigado. – Disse o rapaz assim que o beijo terminou.

- Por quê? – A jovem perguntava.

- Por tentar...

- E sabe de uma coisa? – Letícia o fitava com um olhar meigo, aproximando seus lábios dos dele. – Eu não me arrependo.

Brian estendeu um sorriso, esticando o pescoço para beijá-la, porém Letícia recuou rapidamente.

- Acho que não, ein? – Dizia, gargalhando.

- AH PARA COM ISSO! – Brian começava a rir, puxando-a pela nuca, beijando-a novamente.

Letícia ria, abraçando Brian com muita força.

- Quer conhecer meu quarto? – Perguntou.

- Sua mãe e sua irmã estão aqui...

- AI IDIOTA, EU NÃO ESTOU FALANDO DISSO! – Dizia Letícia ás gargalhadas.

- Vai saber... – Brian também ria. – Quero sim.

Letícia então se erguia do sofá, caminhando até as escadas. Lá estavam eles no meio do corredor.

- Deixe-me adivinhar... Seu quarto é aquele com o pôster do Resident Evil na porta. – Dizia.

- Acertou! – Letícia comemorava, rindo. – Mas meu quarto é meio bagunçado... Então...

- Ah... – Brian dava de ombros, passando á frente de Letícia, e ele mesmo abria a porta do quarto.

Letícia estava logo atrás dele, esperando alguma reação.

Brian examinava cada canto do quarto, boquiaberto.

- Esse quarto é tão... – Dizia ele, lentamente. – Esse quarto é tão você.

- Será que é porque é meu? – Dizia a jovem, passando por baixo do braço do rapaz, e entrando no quarto.

- Besta. – Brian a encarava, revirando os olhos. – O que eu quero dizer é que... Qualquer idiota saberia que esse quarto é seu... – Brian girava os olhos por todos os cantos do quarto, admirado. – É como estar no seu interior... Pelas frases de músicas... Suas músicas favoritas inclusive, também tem a forma de que você organiza as coisas em cima da cômoda, sem ser muito sistemático, e nem muito bagunçado, o seu telescópio sempre apontando para o céu... CARACA, VOCÊ TIROU ESSA FOTO DA LUA? – Perguntava o rapaz ao ver uma foto presa ao lado do computador. – Que linda...

- Ah... É só uma foto. – Letícia dava de ombros.

- Não, geralmente fotos da lua são centralizadas... A sua é de um ângulo diferente...

- Para com isso... – Dizia Letícia se aproximando do rapaz, colocando a foto em outro lugar. – Você é detalhista demais...

- Qual o problema?

- Você fica me interpretando...

- Isso te assusta? – O rapaz perguntava a olhando dentro dos olhos.

Letícia o olhava em silencio, sentindo como se aqueles olhos escuros a tragassem.

- Não. – Dizia ela, de voz baixa.

- Te assusta sim... Você não está acostumada com uma pessoa sabendo tão bem sobre você... Você não quer que eu saiba tão bem assim... A Letícia sempre foi cheia de contrastes, de sempre se fez de durona... Você não quer que as pessoas saibam que na verdade você é a pessoa mais linda que eu já vi. Por dentro e por fora.

Letícia simplesmente engolia seco, encarando o rapaz.

- Você não quer que as pessoas saibam, pois não quer se machucar...

A jovem porém, nada dizia, simplesmente baixou a cabeça, e respirou fundo.

- Não se preocupe. – Brian a segurava na ponta do queixo, erguendo sua cabeça. – Esse é o nosso segredinho.

Letícia simplesmente dava uma risada sem graça, desviando seus olhos dos de Brian.

- VOCÊ TEM PLAYSTATION 3?!

- Claro. – Dizia Letícia. – Um dia ainda faço uma coleção de vídeo games...

- Vamos jogar? – Brian perguntava.

- Claro. – Dizia a jovem, rindo.

Não puderam ficar por muito tempo jogando “Devil may Cry’, uma que Letícia não parava de elogiar o protagonista do jogo, e outra por que tinham que almoçar e partir.

- A comida estava maravilhosa, Clarice. – Dizia Brian.

- Ah, que isso, rapaz... – Clarice dizia sem graça, dando uma risada.

- De noite eu estou de volta. – Dizia Letícia.

- Tudo bem.

Letícia e Brian finalmente saíam para as ruas, quando Letícia manteve-se intacta rente a porta.

- Letícia? O que foi? – Brian perguntava.

Letícia, porém, não respondeu. Mantinha os olhos bem atentos, olhando ao redor, caminhou um pouco mais próxima em direção á rua, fitando um poste logo perto de sua casa.

- Pequena? – Brian ainda chamava sua atenção. – O que foi? Tudo bem?

- Tudo... – Dizia ainda distraída. – Pensei ter visto alguém... Vamos?

- Vamos. – Dizia o rapaz, indo até o carro.

Chegando ao apartamento, rapidamente Letícia foi até Diego, enquanto Brian ia até seus pais.

- Nos encontramos em meia hora na garagem. – Dizia.

- Tudo bem...

Letícia então, tocava a campainha do apartamento de Diego, e rapidamente o trinco girava, como se já esperasse que a mesma tocaria.

- Esperando alguém, pai? – Letícia perguntava com um sorriso sem graça.

- FINALMENTE VOCES VOLTARAM! – Dizia Diego abraçando a filha. – Nunca mais sumam desse jeito, ouviu bem? Eu sei que vocês queriam ficar juntos, mas parem de sumir!

- Não se preocupe, pai, já estou aqui.

- Ah... – De repente, ouviu-se a voz de Carmen se aproximar. – A mimadinha está de volta?

- Estou, querida. – Letícia a encarava de cabeça erguida.

- Ah, por favor, não comessem. – Dizia Diego, sério.

- Que seja, eu vou a gravadora e final de semana eu venho dormir aqui.

- O que significa que final de semana terei de sair da minha própria casa. – Carmen resmungava.

- Fazer o que né? É a vida. – Letícia encarava Carmen com um sorriso sínico.

Diego simplesmente ficava encarando as duas de modo sério. Letícia nem se quer ficaria mais tempo com ele por Carmen estar ali.

- Tchau pai. – Dizia, dando-lhe um abraço e caminhando até o elevador.

Desceu até a garagem, e lá estava James, Caio e Ivan.

- Finalmente! Cadê o Syn? – Dizia Caio, se aproximando e cumprimentando a jovem.

- Ele disse pra descer daqui meia hora... Está meio cedo... – Letícia tentava se defender, enquanto James e Ivan se aproximavam, também cumprimentando.

- Vocês não vão fazer a gente voltar da gravadora de ônibus né? – James ria.

- Ah, para com isso! – Dizia Letícia na defensiva.

- Estou te enchendo o saco. – Dizia James.

- Demorei? – Brian de repente aparecia, com outra camisa.

- Pensei que iríamos mais tarde. – Dizia Letícia.

- Meus pais não estavam... Devem estar no hospital, daí eu só tomei um banho rápido e troquei de roupa.

- Entendi. – Dizia Letícia sorridente.

- Estou tão ansioso pra chegar logo naquela gravadora! – Dizia Ivan, animado, se sentando no banco de trás do carro.

- Só espero não ter que voltar de ônibus. – Dizia James.

- PARA DE SER SENTIMENTAL, JAMES! – Dizia Letícia, rindo.

Brian simplesmente revirou os olhos, ligando o carro e caminhando até a gravadora.

Por sorte, não ficava muito longe, foram o caminho todo contando como tinham se divertido na tal viagem e o quanto estavam ansiosos para repetir a dose.

O mais importante, porém, era o fato que mesmo depois de estarem de volta, e logo de cara ter se deparado com uma guerra, ainda estavam juntos. Letícia não tinha desistido.

- Bem vindos. – Dizia Pamela, sorridente, ao ver a banda entrando pela porta. – Que bom que vieram.

- Olá... – Dizia Brian se aproximando e a cumprimentando.

Todos repetiam o que Brian fizera.

- Venham. Quero fazer um teste... Trouxeram suas músicas? – Pamela perguntava, enquanto eles caminhavam até o estúdio.

- Sim, trouxemos. – Brian esboçava um sorriso para Letícia.

Letícia retribuía o sorriso, já entendo de que música Brian se referia.

A sala era bem grande, tinham bastante espaço para deixar seus pertences.

- Fiquem a vontade... Vou chamar o Fernando, acho que se lembram dele... Ele é o produtor da nossa gravadora.

- Lembro sim. – Dizia Brian enquanto ajeitava os cabos.

- Será que eles vão querer assinar um contrato com a gente? – Letícia perguntava, ansiosa.

- Espero que sim. – Dizia Brian.

- Pronto...

- Olá pessoal. – Fernando cumprimentava os integrantes. – Bom, podem começar quando quiser, fiquem a vontade.

Pamela simplesmente se sentou a cadeira, encarando Brian com um sorriso através do vidro.

O rapaz simplesmente desviava-se de seus olhares, olhando para a Letícia, sorridente.

James contou até três e lá estavam eles novamente.

Letícia cantava cada parte daquela música com um sorriso estampado nos lábios, olhava fixamente para Brian que lhe retornava os olhares. Aquela música era deles e aquela música era de fato eles. Era incrível o que estava acontecendo naquele dia. Estavam juntos ainda, mesmo depois do que aconteceu. Ainda estavam se amando da mesma forma que sempre se amaram.

A música terminava e Brian se aproximava de Letícia segurando-a pela maça do rosto, beijando seus lábios.

- Obrigado. – Ele sussurrava em seus ouvidos.

- Adorei! – Fernando abria a porta, cumprimentando-os. – É exatamente isso que estamos precisando.

- Sério? – Brian perguntava ansioso.

- Bom... Estamos querendo contratar uma banda... Vocês tocam com muita paixão, e tem muito talento... Queremos que assinem conosco?

- SÉRIO?! – Dizia Brian, maravilhando, virando-se para Letícia.

- SÉRIO! – Dizia Pamela, animada.

Letícia ficava boquiaberta com tudo aquilo. Aquela música conquistava tudo por eles.

- Eu não acredito. – Dizia Brian ás gargalhadas.

- Bom, já vi que a resposta é sim... Vou preparar os papéis. – Dizia Fernando, gargalhando.

- CONSEGUIMOS! – Dizia James, passando por cima da bateria e rolando o chão. – VAMOS COMEMORAR! – E lá estava ele, com uma garrafa de vodka na mão.

- James, você me assusta. – Dizia Ivan, rindo.

Já estava tudo providenciado e agora só restava assinar.

Brian se sentia como se estivesse assinando por cima de sua vida. Aquilo era tudo o que ele sempre quis. Tinha ao seu lado a mulher da sua vida, e a banda de sua vida.

- Olá... Brian não é? – Pamela se aproximava do rapaz, enquanto ele caminhava pelos corredores a fim de conhecer melhor a gravadora.

- Isso mesmo. – Dizia, sorridente.

- O baterista é o...

- James, Caio o baixista, o Ivan o outro guitarrista e a Letícia, vocalista.

- Você e a Letícia namoram? – perguntou ela.

Brian simplesmente começou a rir.

-Sim, eu acho. – Dizia.

- Acha?

Brian novamente gargalhava.

- Acredite, você não vai querer saber.

Pamela simplesmente deu uma risada sem graça, olhando o rapaz novamente entrar na sala, e Letícia surgir correndo, abraçando-o pelo pescoço.

- Ops... Desculpa. – Dizia ela, assim que o via acompanhado.

- Não tem problema, pequena... Só estava apresentando a banda para ela. – Dizia Brian.

- Olá. – Letícia cumprimentava Pamela. – Gostou da música?

- Adorei. – Dizia Pamela, sorridente, encarando Letícia de baixo pra cima. – Algo me diz que essa música é muito mais que uma música.

- E é... – Brian admitia. – Realmente é. – E ficava a admirar Letícia sorrir.

- Bom, gostaria então que viessem todos os dias, por volta da tarde, quero ver as músicas que vocês tem e já vou começar a providenciar algumas apresentações e então, começaremos o projeto do cd.

- Sério?! – James surgia atrás deles com a garrafa de vodka pela metade.

- Sério. – Pamela respondia sorridente, jogando os cabelos para trás. – Bom, já estão liberados se quiserem...

- A gente podia...

- Não, vamos embora. – Dizia Brian interrompendo James. – A não ser que você queira ir embora de O-N-I-B-U-S!

- James indo embora... – Dizia o rapaz, caminhando pelos corredores. – Tchau, tia Pamela.

- Tia Pamela? – Pamela arqueava as sobrancelhas.

- Você ainda vai se acostumar com o jeito do James. – Dizia Brian rindo e se despedindo. – Até amanhã, então.

- Até amanhã. – Dizia Pamela, também se despedindo dos outros integrantes.

Brian rapidamente deixou James, caminhando tropeçando em seus próprios pés, Ivan e Caio no condomínio.

- Por que você não me levou primeiro na minha mãe? Assim você não ia precisar voltar duas vezes pro condomínio...

- Fica quietinha, vai? – Dizia Brian. – Tenho uma surpresa pra você...

- O que? – Letícia perguntava franzindo o cenho.

- Eu preciso vendar seus olhos...

- Ah para com isso, Syn...

- Para de ser chata e vira logo de costas pra eu vendar seus olhos.

Letícia simplesmente fazia o que Brian lhe dizia.

- Não estou vendo nada. – Letícia resmungava enquanto o rapaz amarrava a blusa por cima de seus olhos.

- Essa é a idéia. – Dizia. – Está bom assim? Não está muito apertado.

- Está bom. – Letícia ainda resmungava.

Brian simplesmente ficava rindo enquanto dirigia.

Letícia, irritada, esticava as mãos tentando beliscá-lo, porém não conseguia localizá-lo.

- Espera eu voltar a ver que eu vou voar no seu pescoço, bater sua cabeça no chão e arrancar seus dentes.

- Vai querer mesmo beijar um banguelinha?

- Vai demorar?

- Não... Já chegamos.

- Que bom... Nem é tão longe...

Brian abria a porta do quarto para Letícia, segurando-a pelas mãos.

- Onde nós estamos?

- Você verá...

Brian então lentamente, desamarrava a blusa.

- A surpresa é o jardim da minha casa? – Letícia franzia o cenho, olhando ao redor.

- Olhe para trás... – Dizia ele.

Letícia se virava, vendo que a mesa do centro do jardim, estava decorada com um castiçal de velas cor de rosa e brancas, havia dois pratos, e duas taças, próximos a uma garrafa de vinho.

- O que é isso? – Letícia perguntava surpresa.

- Quando fomos ao meu apartamento, eu liguei para a Priscila e pedi para ela me ajudar... Era óbvio que meus pais não estariam em casa... Fiquei até surpreso de você não ter percebido isso... Dois médicos de tarde em casa, durante a semana?

- Nossa! – Dizia Letícia num tom de como se fosse óbvio. – É verdade...!

- Temos aqui macarrão ao molho branco, pra nos lembrar de como foi boa a viagem... E do quanto estou feliz por você ter cumprido com uma palavra.

- Eu não enganaria você, Syn...

Brian ia até a mesa, puxando a cadeira para que a jovem se sentasse, e então, se sentou á cadeira da frente.

- Sabia que o seu jardim tem uma ótima vista para a lua? Não podia ter escolhido lugar melhor, me perdoe.

- Não! – Letícia o olhava parecendo um tanto ofendida. – Você não tem que pedir perdão... Você tem toda a razão... Esse jardim é tão calmo, bonito, minha mãe sempre cuidou muito bem dele... Faz parte de mim, é a minha casa.

Brian então, estendia um largo sorriso.

- Realmente eu não podia ter escolhido lugar melhor para te fazer esse pedido.

- Pedido? – Letícia gaguejava. – Que pedido?

- Relaxa, eu não vou te pedir em casamento agora. – O rapaz gargalhava.

- Ah... – Letícia ria sem graça. Como era boba por ter pensado isso. – O que é então?

- Não existe nenhuma outra garota que eu faria esse pedido duas vezes... Mas dessa vez tem algo a mais... Eu não vou arriscar te perder de novo, então eu quero que você realmente veja que eu estou levando isso muito mais a sério do que você imagina.

- Tudo bem. – Dizia a jovem tremula, e não era pelo frio.

Brian então, tomou a atitude que ela mais temia. Retirou de dentro do bolso, uma pequena caixinha preta de veludo, colocando-a perto do peito.

- Não quero que se assuste.

Letícia olhava com os olhos arregalados para a pequena caixinha, fazendo um sim desajeitado com a cabeça.

Brian deu um leve sorriso, estendendo a caixinha, abrindo-a lentamente.

- Eu já havia mandado fazer no nosso primeiro namoro. – Dizia ele. – Mas não tive tempo pra te dar... Queria ir com muita calma pra não te assustar, mas tenho medo de acabar adiando demais... Por isso estou te dando logo agora.

Letícia fitava o par de alianças prateadas, boquiaberta. Não eram alianças comuns que se encontram facilmente por aí. Eram largas e achatadas, havia um desenho de uma caveira em cada uma, e o que mais chamava atenção é que aquelas caveiras eram eles. Uma estava com uma touca, perfeitamente detalhadas nos riscos tão finos e delicados, a outra tinha um formato de cabelo esvoaçante por cima do crânio. As alianças estavam adaptadas para eles, com vários detalhes brilhantes em volta. As belezas eram estridentes diante ao brilho da lua.

Brian retirou da caixa a aliança com a caveira feminina, eram caveiras delicadas, algo simplesmente para simbolizá-los.

- Eu pedi para que gravassem “Desce de sempre.”... Por que pra mim essa aliança não representa simplesmente um namoro... Representa tudo o que sentimos um pelo outro... E eu senti, desde que eu coloquei meus olhos em você... “Desde sempre.”

Letícia ainda ficava boquiaberta sem reação.

- As caveiras são simplesmente por que você gosta e fica bem a nossa cara... Mas além disso... Quero que fiquemos juntos até a eternidade... Até que a morte nos separe.

As mãos de Letícia tremiam, e ela encarava o rapaz com os olhos brilhantes, e os lábios avermelhados tremiam.

- Minha pequena... Você quer namorar comigo, de novo?


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Notas finais do capítulo

Aeeee, postando mais um capitulo, espero que gostem e aguardo os reviews. *-*

beeejos. (: