Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 36
Medo


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, antes de qualquer coisa, queria me desculpar pelo transtorno e ter ficado 2 semanas sem postas... Realmente está muito corrido, o vestibular está chegando e eu tenho que dar o sangue aqui. HISHAISHAISHAISHAI Mas não pensem que eu me esqueci de vocês e que eu vou parar de postar. Pois eu não vou. Estou postando agora 2 capítulos, na segunda, postarei mais um, e se possivel postarei outro na terça, SE POSSÍVEL, assim compenso os atrasos.
Agradeço a compreensão e espero que gostem dos capítulos.



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- Como assim Gerard? Você não pode ir embora assim de uma hora pra outra.

- Vim perdi tempo. – Gerard resmungava de cabeça baixa. – Vim lutar coisa que não dá.

- Como assim? – Letícia perguntava intrigada.

- Ficar olhando você e Syn, fez ver que vocês sempre se amar... Eu idiota, por que ficar falando que Syn não te esperar... E quando você vir ele esperar, você ficar distante!

- Mas...

- Você ama ele. – Dizia o rapaz, erguendo novamente a cabeça, fitando os olhos de Letícia. – É ÓBVIO O QUE ACONTECE! Vocês amam.

Letícia não podia mais continuar com toda aquela covardia. Gerard já havia percebido que o sentimento dos dois era forte demais. Não fazia mais sentido se esforçar para não magoá-lo, ele JÁ estava magoado.

- É verdade. – Disse a jovem, de repente. – Eu sou apaixonada pelo Syn... Eu não deveria ter usado ninguém caso ele não me esperasse... Se ele não tivesse me esperado, eu devia encarar esse fato, mas ele me esperou, o que foi muito pior!

- Ele ser louco você. – Dizia Gerard, com um meio sorriso. – Abraço, sorriso, olhar... Eu percebi. Meu lugar não ser aqui... E só acontece coisa ruim... Não me sair da cabeça seu pai e bucha em mim...

- Entendo. – Letícia o interrompia, não queria ficar imaginando aquela cena grotesca.

- Vou voltar... Mas prometer que você e Syn ficar juntos logo e parar com essa bunda amarga.

- Cu doce? – Letícia o corrigia.

- Tanto ser. – Gerard debatia com um meio sorriso entre os lábios.

- Me desculpe, Gerard. – Dizia a jovem. – Eu não queria te fazer mal, eu sei que tudo isso é culpa minha.

- E ser mesmo. – Dizia o rapaz. – Não querer ver você de novo.

- Entendo. – Dizia a jovem sem hesitar. – Espero que você possa me perdoar.

- Você me fazer idiota, mas perdoa.

Letícia simplesmente deu um meio sorriso ao rapaz.

Gerard estendeu um sorriso ainda maior, se aproximou lentamente e lhe deu um forte abraço e um beijo estralado no centro da testa.

- Ser divertido. – Dizia se conformando, ainda a abraçando. – Mas saudade de meus pais.

- Você também... Foi bom o tempo que passamos juntos.

- Mesmo? – Gerard perguntava, se afastando por alguns centímetros, mas ainda sem afastar seus braços dela.

- Mesmo... – Dizia a jovem, puxando Gerard para um abraço mais apertado.

A jovem se sentia culpada, uma perfeita tola. Não foi justa com Gerard, o jovem não merecia aquilo, não merecia ter sido enganado... Mas era melhor assim.

De repente, ouviu-se uma tosse completamente escandalosa.

- Estou atrapalhando? – Brian perguntava se aproximando lentamente, e de braços cruzados.

Os olhos de Brian, apesar de toda a vitória, estavam tristes. Ele fitava os dois jovens se abraçando ainda na sua presença, sentindo como se o ar estivesse tão pesado que fosse impossível respirar.

- Não... – Dizia Letícia com um leve sorriso se afastando lentamente do abraço de Gerard.

Gerard simplesmente a olhou dentro dos olhos, aproximou-se da jovem, lhe dando um beijo no rosto.

Brian ficou parado, olhando a cena sem nem ao menos disfarçar, nem se quer piscava ao ver aquilo.

Gerard, então, se afastou de Letícia. Precisava ir ao apartamento de Diego, fazer as malas e partir. Não queria ficar ali por mais nenhum instante. Apesar da saudade, era doloroso saber que foi enganado. Letícia jamais o amaria, aquele coração estava completamente entregue à Brian, aqueles olhos brilhavam cintilantes apenas por Brian, aquele sorriso palpitava apenas na presença de Brian, aquelas mãos o abraçavam sem ser hesitantes, apenas Brian... Brian... Brian...

- Cuidar Letícia. – Dizia Gerard, encarando Brian com frieza. – Não deixar cometer erro de novo.

Brian simplesmente ficou encarando o rapaz de modo confuso.

Gerard lhe estendeu um sorriso satisfeito por aquela reação. Virou-se de costas mais uma vez. Fitou Letícia que se mantinha paralisada, olhando-o com um pequeno sorriso entre os lábios. Agora ela poderia ser feliz com Brian, ele não os causaria mais problemas.

O jovem simplesmente estendeu um sorriso, e desapareceu em meio às pessoas que circulavam livremente pelo local.

- O que foi isso? – Brian perguntava ainda confuso. – Ele disse para que eu cuidasse de você?

- Acho que sim. – Letícia respondia, deixando seus olhos caírem pelo chão.

- E de que erro ele estava falando?

- Syn, aqui não é o melhor lugar para ficarmos conversando sobre essas coisas está bem?

- Como não? Eu quero saber.

- Syn... O Gerard vai embora.

Brian de repente arregalou os olhos, surpreso. Um pequeno traço de sorriso aparecia de seus lábios. Era notável que ele o tentava esconder.

- Nossa, por quê? – Perguntou então, baixando a cabeça, escondendo o pequeno sorriso que estampava em seus lábios.

- Ele... – A jovem de repente sentiu um frio no estômago. – Ele estava com saudades da família dele.

- Ah, então ele terminou com você por que está com saudades da família dele? – Brian franzia o cenho. – Ele terminou com você não é?

- Sim...

- Por quê? Dá pra falar a verdade? Ele disse pra que eu cuidasse de você.

- Syn... – Letícia o encarava, seriamente. – O Gerard foi embora por que... – A jovem respirava fundo, sentindo seu coração saltar de repente. – Ele acredita que ainda nos amamos.

- Que ainda NOS amamos? – Brian perguntava com um sorriso descarado. – Ele quis dizer isso de você também?

- Syn, é óbvio! Nunca pensei que você fosse duvidar disso...

- Vai me dizer que você nunca me deu motivos para duvidar? – O rapaz a encarava com frieza.

- Syn... Agora não. – Letícia o olhava com a testa franzida, suplicando para que o jovem fosse um pouco piedoso.

- Vamos, meu pai está esperando para nos levar ao restaurante... – Vai no meu carro ou com meu pai?

- Por mim...

- Pode ir no carro do meu pai se estiver muito triste.

Letícia simplesmente o fuzilou com os olhos, lhe dando um sorriso maldoso.

- Eu vou no SEU carro. – A jovem o encarava de modo desafiador, e então começou a caminhar em direção ao estacionamento.

Brian simplesmente a ficou encarando, com um meio sorriso nos lábios, seu coração estava disparado. Era óbvio! Só faltava mais um passo: Letícia resolver falar com ele sobre o assunto.

Obviamente que não seria ele a falar, ele não estava errado dessa vez. Dessa vez.

Letícia como de costume se apoderou do banco do passageiro, colocando o cinto de segurança antes que Brian implicasse.

Brian ao ver a cena, disparou uma leve risada.

James, Caio e Ivan, estavam sentados no banco de trás, enquanto João, Mariana e Bianca, iam com Brian, o pai, no outro carro.

Chegaram a um barzinho, bastante movimentado de jovens.

- Oba! Gostei! – Brian comemorava.

- EU QUE O DIGA! – James berrava, já correndo em direção ao bar.

Havia muita música alta, muitos jovens se sentavam à mesa, bebiam e conversavam. Era um lugar aconchegante, muito bom para comemorar a vitória dos “Headshot”.

- Vê se não bebe demais. – O pai de Brian anunciava.

- Que isso. – Dizia o rapaz. – Não vai ficar?

- Não! Essa noite é pra vocês! Depois eu volto para levar seus amigos para a casa, vou aproveitar que estou de folga e levar sua mãe para jantar...

Brian estendeu um largo sorriso, se aproximando do pai e lhe dando um forte abraço.

- Obrigado.

O pai simplesmente sorriu, riu, e abraçou o filho. Era uma nova relação, entre pai e filho que eles ainda não conheciam, e estavam prestes a conhecer.

- RÁPIDO! PRECISO DE UMA MESA PARA BEBER! – James berrava.

- Vai com calma! – Dizia Letícia gargalhando.

- Ele sempre foi assim? – Bianca indagava.

- Sempre! – Dizia Caio, gargalhando e fitando a jovem.

Bianca lhe estendeu um sorriso, e então, ambos deram-se os braços e se sentaram à uma mesa.

Os amigos se sentavam e já iam diretamente beber e comemorar, apenas Letícia se sentava, desligada, muito longe de toda aquela alegria. Estava pensativa, pensava em Gerard, pensava em Brian, e assim que pensava que teria de conversar com ele... Lhe dava arrepios. Talvez ele viesse falar com ela, aproveitar que Gerard se foi para que eles pudessem voltar a ficar juntos... Ele tinha que falar.

Brian apenas ficava olhando-a pensativa do outro lado da mesa. Nem pensava em beber, a examinava atenciosamente. Com certeza estava pensando em alguma forma para dizer a ele. Ela iria falar, e ele estava tão ansioso.

- ... E então a minha mãe me pegou pelas orelhas e me fez comer um pacote inteiro de bisnaguinhas! – Dizia Caio, às gargalhadas.

Bianca começou a gargalhar, enquanto João os observava atenciosamente.

Enquanto isso, Mariana caminhava de um lado para o outro à procura de algum cabeludo.

- Gente! Nesse lugar só tem playboy! Só dá a gente de estranho. – Comentava.

- EU NÃO SOU ESTRANHO! – James berrava.

- Até parece! Você só está sendo a ÚNICA pessoa a berrar. – Dizia Mariana, revirando os olhos e arrancando o copo de vodka das mãos de James, que já nem agüentava mais segurar o copo. – Você é deplorável. – dizia.

- Lê, tudo bem? – João se aproximava. – Onde está o Gerard?

- Ele se foi... – Dizia a jovem apenas dando um gole de água. – Ele voltou para Londres.

- Como assim? Do nada desse jeito?

- Sim... – Letícia se virou para o amigo, o olhando fixamente. – Ele disse que é obvio demais que eu e o Brian ainda nos amamos... E que ele foi um idiota, que não quer me ver mais...

João baixou a cabeça, ficando por alguns instantes em silêncio.

- O problema não é que ele se foi... É que eu o fiz sofrer... Eu sempre tive medo que brincassem comigo como eu brinquei com ele... Fiz com uma pessoa algo que eu jamais gostaria que fizessem comigo... É isso que me chateia. Agora eu tenho que conversar com o Syn na maior cara de pau possível como se o Gerard tivesse sido um zero à esquerda... E ele não foi. – Letícia respirava fundo. – Ele foi um grande amigo. É difícil chegar em um país que você conhece ninguém, e que mal sabe falar a língua deles... O Gerard não merecia isso.

- Mas agora você não pode ficar se torturando desse jeito. – João a encarava.

- É fácil falar... Não é legal saber que você fez alguém sofrer.

João simplesmente manteve silêncio e ficou por alguns instantes examinando Bianca gargalhar ao lado de Caio.

- Entendo. – Disse por fim.

- E apesar de tudo... – A jovem continuava. – Eu o amo... – De repente, uma feição de desespero tomou conta do rosto angelical de Letícia.

- Ama quem? – Brian de repente se infiltrou na conversa, com um sorriso descarado.

- Espero que você não esteja bebendo. – Letícia debatia. – Você tem que nos levar para a casa.

- Eu sei. – Brian revirava os olhos. – Mas bem que você podia saber dirigir também... Você já tem dezoito anos.

- Jura? – Letícia o encarava, séria.

- Letí...

- Juro! – Brian falava por cima de João. – Você tem que servir pra alguma coisa, assim eu iria poder beber.

- Eu não sou sua babá! Se eu soubesse dirigir, no meu carro que você não iria entrar.

- Ah é? Eu não falo essas coisas pra você... E eu sou praticamente seu motorista. – Brian debatia.

- Ai meu Deus. – João resmungava revirando os olhos, apoiando os cotovelos sobre a mesa.

- Então eu estou te explorando?

- Você que começou a implicar comigo!

- Você é uma casquinha de ferida.

- EU?! – Brian dizia incrédulo. – Eu sou muito mais homem que você!

- Que bom... – Letícia o encarava.

- Puta que pariu. – João resmungava mais uma vez se erguendo da mesa.

- Você que não tem mais o que falar e vem me encher o saco. – Letícia debatia novamente.

- Acho que quem deveria falar alguma coisa é você! – Brian lhe disparava um sorriso sarcástico, se aproximando de repente.

João simplesmente revirou os olhos, e se retirou.

Letícia engoliu seco e perdeu o ar com aquela aproximação repentina.

- Eu não tenho nada para lhe dizer. – Dizia, imediatamente se afastando.

- EI! Está com medo de ficar sozinha comigo. - Brian a encarava.

- Do que você está falando? – Letícia se virava para o rapaz. – Eu estou nem aí.

- Eu sei que você está com medo de encarar os fatos. – Dizia Brian. – Você vai ter que lhe dar com um próprio erro seu.

Letícia porém, não se virou para olhá-lo novamente, simplesmente respirou fundo, e saiu andando pelo meio da pista de dança.

Brian não a seguiu. Apenas ficou parado, encarando a jovem desengonçada em meio as pessoas que dançavam, enquanto ela ficava parada, tentando acompanhar aquele ritmo.

- Deixe-a. – Dizia Ivan, de repente. – Ela que tem que vir falar com você, para de ficar indo atrás cara, mulher só pisa em homem assim... Experiência própria. – Ivan dava uma golada de cerveja.

- Concordo. – Dizia James. – Você se dava bem melhor quando era cafajeste, a única coisa que você tinha que agüentar era alguns tapas na cara.

- É verdade. – Ivan concordava. – E mulheres são tão fraquinhas...

- Ela já deixou meu olho roxo! – Brian resmungava, ainda a observando, e logo soltou um riso. – Bons tempos.

- Claro, eu só tive que te socorrer em um ringue de boxe. – James lembrava.

Brian começou a rir. Eram tantos momentos engraçados que eles passaram juntos... Amadureceram juntos, mudaram muito desde que se conheceram. Ele a amava, a queria por perto custe o que custar. Sim, custe o que custar. Mesmo que tivesse que bancar o cachorrinho. Bastasse que ela o chamasse. Ele iria, iria sem hesitar.

No caminho de volta para a casa, Brian e Letícia nem se quer conversavam. A jovem ainda estava muito desanimada e ainda se sentia culpada e esperando que Brian começasse o assunto.

Brian também nada diria. Esperava apenas pelo chamado.

Chegando ao apartamento, James estava completamente bêbado, pra variar. Mal conseguia andar em linha reta.

- ISSO AÊ! QUE OS COMUNISTAS ROUBEM O PODER!

- O que esse cara está falando? – Letícia franzia o cenho. – Ele vira comunista quando bebe?

- Relaxa, um dia ele acreditava ser monge. – Dizia Brian encarando James que rodopiava enquanto saia do elevador.

- James, sempre inovando as saídas de elevador. – Dizia Letícia gargalhando.

Brian também ria da situação, cada um estava localizado em um canto diferente do elevador. Nada diziam.

- Nossa estou morta. – Dizia a jovem. – Hoje foi um dia e tanto, e já tenho que arrumar as coisas para a viagem.

- Também. – Brian dizia, apenas.

Ambos ficaram se entreolhando. Letícia o olhava com aqueles olhos esperançosos. Nada.

- Bom... – Dizia Brian desanimado. – Até amanhã.

- Syn...

- Oi?

- Não vai dizer nada?

- Dizer nada sobre o que? – Brian franzia o cenho, com um sorriso enigmático estampado nos lábios.

- O... Gerard... se foi.

- Eu sei. – dizia o rapaz.

- E você não vai me dizer nada?

- O que espera que eu diga? – Brian se aproximava de repente.

- Nada. – Dizia a jovem com as mãos trêmulas.

- Então, boa noite... Ou melhor, bom dia.

- Bom dia. – A jovem rebatia.

Brian a fuzilou com os olhos. Não era o que ele esperava. Letícia não daria o braço a torcer e assumiria a culpa?

- Idiota. – resmungou.

- O que você disse? – Letícia o encarava, incrédula.

- ISSO MESMO! – Brian respirava fundo, irritado.

- Não grita! Está tarde! –Letícia debatia.

- A única que tem coisas a dizer é você! – O rapaz a encarava, com raiva. – Você nunca dá o braço a torcer... Sua cabeça dura, rabugenta!

- Rabugento é você!

- AH! Eu não vou ficar discutindo com você! – O rapaz dizia irritado. – Eu não vou falar um NADA sobre você e o Gerard,a única que me deve explicações aqui é você!

- Syn...

- SYN NADA! Começa!

- Eu estou com sono. – dizia a jovem, de repente.

- Não, agora você vai falar... Como se atreve a cobrar isso de mim? – Brian arregalava os olhos, irritado e se aproximando bruscamente da jovem.

- Se afaste. – Dizia a jovem esticando os braços.

Brian fechou a cara. Não iria falar... Não tinha o por que falar! Letícia estava fugindo!

A jovem não quis dizer mais nada. Simplesmente deu alguns passos para trás e se retirou, entrando no apartamento de seu pai.


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