Com Amor não se Brinca escrita por Bubees


Capítulo 37
A volta dos amantes.




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Os dias se passaram, e tudo estava sendo planejado para a viagem.

Brian estava extremamente irritado com Letícia, ambos discutiam sempre que se aproximavam. E raramente ficam sozinhos. Letícia evitava ao máximo.

A jovem simplesmente não sabia como dizer à ele se sentia muito. Na verdade não tinha coragem de assumir toda a culpa. Um ‘sinto muito’, era muito pouco. Brian foi praticamente humilhado quando ela surgiu com Gerard ao seu lado. Pedir desculpas, assumir um erro, era muito difícil.

Brian dirigia o carro rumo ao Paraná, onde seria o festival de música. Era uma longa viagem e o tempo não estava muito favorável. Fazia muito frio e o céu estava completamente nublado, o vento cortava seus rostos e empurrava seus cabelos com violência para trás.

Durante o caminho, o silêncio era constrangedor.

Brian estava irritado, James de ressaca, Ivan ouvia música pelos fones, Caio mandava mensagens para Bianca e Letícia permanecia intacta ao lado de Brian, mal respirava com tranqüilidade.

Chegando ao local, se depararam com um enorme campo inclinado, e alguns chalés.

- Cada um pode ficar com um chalé. – Dizia um dos organizadores do evento.

Os chalés eram bem afastados um do outro, o chão estava barrento e o vento não dava trégua.

Letícia já estava roxa de tanto frio, tremia incansavelmente e caminhava até o chalé que estava no nível mais baixo. Queria se isolar um pouco. Sabia que se ficasse novamente sozinha com Brian, teria que brigar consigo mesma. Não se tratava de Brian e sim da sua própria personalidade. Estava acostumada a sentir medo e a fugir daquilo que lhe fazia mal. E não assumir algum mal que havia feito.

O chalé era pequeno e feito de madeira, havia apenas três cômodos. O quarto com um banheiro, e a cozinha-sala.

Já era noite, e a viagem havia sido muito cansativa, a primeira coisa que fez fora organizar todas suas coisas e colocar um pijama já para dormir.

Não havia pego muitas cobertas, o vento batia contra a janela, fazendo um ruído irritante, enquanto o ar frio entrava pelas frestas da madeira.

Faziam muitos ruídos, parecia que a casa iria cair, o vento levaria tudo.

Por mais que a jovem se colocasse por dentro das cobertas, não conseguia parar de bater os dentes, precisava de mais cobertas ou não conseguiria dormir, ficaria congelada.

Levantou-se e se lotou de blusas. Precisava de mais cobertas.

Saiu do chalé, se encolhendo contra o vento. As árvores batiam seus braços uns contras as outras. Iria chover, ou pior, o céu cairia sobre suas cabeças.

- Droga. – Letícia resmungava enquanto se dirigia ao chalé de Caio.

Tinha que se apressar, caso não quisesse ficar ensopada e ficar com ainda mais frio.

- CAIO! – A jovem o chamava, batendo freneticamente na porta.

- JÁ VAI! Tive que sair do quentinho! – Caio resmungava sonolento. – Espero que seja importante, eu já estava quase dormindo.

- Tá... – Dizia Letícia com a voz trêmula.

Caio abriu a porta, e a encarou com um meio sorriso.

- Tem cobertor? – Perguntou ela, tremendo.

- Por que não pede ao Syn? Você sabe que ele trouxe várias coisas.

- Não, eu não sei. – Letícia debateu.

- Agora sabe. – Caio estendia um sorriso largo. – Eu não tenho cobertores sobrando, e ainda estou com frio... Pede pro Syn, e vai logo, por que vai chover!

Letícia simplesmente gemia, irritada, virando-se de costas, indo até Ivan.

- IVAAAAN! – Gritou.

Não obteve resposta.

- IVAN ACORDAAA! – Letícia gritava, batendo à porta.

- AI MEU DEUS! – A jovem finalmente obteve alguma resposta.

- Pode me chamar de Letícia. – zombava, batendo os dentes uns contra os outros.

- Engraçadinha. – Ivan abria a porta, com olheiras rondando pelos seus olhos. – Eu estava dormindo.

- Eu sei, desculpa, mas eu estou com muito frio, meu chalé é muito gelado e vai chover...

- Nossa, vai mesmo! – Dizia Ivan sentindo o vento violento soprar seus cabelos.

- Então...

- Mas eu não tenho cobertor sobrando... Ah Letícia vou entrar, estou com muito frio... Pede pro Syn, eu vi que ele trouxe várias cobertas...

- Eu não vou pedir pro Syn...

- E eu tenho culpa do seu cu doce?

Letícia simplesmente revirou os olhos.

- Obrigada por nada. – murmurou.

James era sua última esperança.

De repente, luzes brancas invadiam o céu em meio das nuvens escuras, o vento gelado não dava trégua, o ar parecia estar ficando cada vez mais úmido.

- JAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMES! – A jovem batia à sua porta freneticamente.

- OI OI OI CALMA! É CHUVA, O MUNDO NÃO ESTÁ ACABANDO! – James abria a porta, segurando uma garrafa de vodka nas mãos. – Como se atreve a atrapalhar minha bebedeira?  E POR QUE SAIU NESSE FRIO?! CREDO!

- Eu preciso de outro cobertor, pelo menos, meu chalé está muito frio...

- Pede pro...

- EU NÃO VOU PEDIR PRO SYN! – A jovem debatia.

- Ah Letícia, então morra de frio...

- JAMES! – Letícia o encarava, boquiaberta. - Belos amigos que eu tenho, ninguém quis me doar cobertores...

- Por que não temos... O Syn que é todo gayzinho com isso... Pede pra ele... Para com esse cu doce, se não você vai morrer de frio...

- Mas...

- Mas nada, eu to com frio, já to chegando no ápice da minha bebedeira e já passou da hora de vocês dois conversarem... – James empurrava Letícia para o alto, em frente ao chalé de Brian. – Boa sorte!

Letícia respirou fundo, irritada, percebendo que as pontas de seus dedos já estavam roxos e duros. Ela não teria escolha, teria de ir pedir à Brian um cobertor. Teria de se rebaixar... Mas que ridículo... Por que estava com medo? Medo de pedir perdão? De lhe dar com seus próprios erros?

Se preparou psicologicamente por mais alguns instantes, até um trovão violento, seguido por um raio cortante no céu, provou que não havia mais tempo.

Bateu à porta, vagarosamente, esperando que ele não atendesse. Porém rapidamente, o trinco girou.

- Letícia? – Brian estava com um blusão preto, calça e meia, também usava uma toca preta, decorada com caveirinhas. – O que está fazendo aqui?

- Nada. – Disse a jovem de repente... – Digo... – Letícia havia ficado atordoada. Brian estava lindo, tão natural, mas tão perfeito...

- Diz...

De repente, um trovão cortou sua voz.

- Letícia, entra! Você está roxa! – Dizia Brian, puxando a jovem para dentro do chalé.

- Nossa, aqui está tão quentinho... – Dizia.

Brian deu um sorriso no canto dos lábios, fazendo o coração de Letícia disparar. Agora ela não tremia mais de frio, e sem de nervosismo.

- Nossa, você está com tanto frio assim? – perguntou o rapaz, lhe arremessando um cobertor.

Letícia pegava o cobertor no ar, o enrolando por trás das costas.

- Então... O que foi? Está tudo bem? – perguntava o rapaz, agora, sério.

- Está sim... É que... Calma aí... – Letícia fitava incrédula a lareira frente ao sofá. – EU NÃO ACREDITO QUE O SEU CHALÉ TEM LAREIRA E VOCÊ NÃO ME DEIXOU FICAR COM ELE!

- Eu nem fiz nada, você que foi toda metida a besta pro chalé mais isolado possível, e agora está aí, toda trêmula e roxa... Cuidado com essa garganta, você precisa cantar...

- Entendi agora por que não quis que eu ficasse no frio... – Letícia debatia, desanimada, fitando o chão.

- Como assim? – Perguntou o rapaz com um leve sorriso no canto dos lábios. – Você achou que é por que eu me importo com você?

- Esquece! – Letícia o encarava, irritada. – Eu não devia ter vindo aqui ficar te pedindo NADA! – Dizia, indo até a porta. – E eu vou contar pra todo mundo que você está aqui no bem bom com lareira, enquanto a gente está passando frio.

- AH! ESPERA AÍ! – Brian agarrava a jovem por trás, puxando-a, afastando-a da porta. – Você não vai a lugar algum.

- Ah é? – A jovem cruzava os braços, o encarando. – Posso saber o motivo?

De repente, o céu berrava mais uma vez, e a água caía, batendo contra o telhado. Pareciam pedras caindo no céu.

- Começou a chover. – Brian dizia alto, pelo barulho.

- ÓTIMO! – Letícia berrou irritada. – Mas eu vou assim mesmo.

- Você não vai a lugar algum! – Dizia Brian.

- Eu vou. – Letícia debatia, tentando passar pro Brian.

O jovem simplesmente a segurava pelos braços, a puxando contra seu peito.

Letícia engoliu seco, sentindo perder a respiração. Brian esboçava um sorriso no canto dos lábios, como se tivesse satisfeito com a reação da moça.

- Está chovendo demais, sua boba. – Dizia ele.

- Está bem, me solta. – A jovem pedia, olhando-o nos olhos.

Brian simplesmente a soltava, se sentando em frente à lareira.

- Vem aqui. – Dizia. – Está quentinho... Não vou te morder.

Letícia simplesmente revirava os olhos, caminhando até Brian e se sentando ao seu lado.

Brian e Letícia, porém, de inicio, nada disseram. Aquele silencio desengonçado era quebrado pelos estalos da fogueira e o barulho da chuva batendo violentamente contra o telhado.

- Está melhor? – Dizia Brian, finalmente.

- Sim. – Letícia respondia, apenas. – Mas ainda estou brava. Não é justo você ser o único com uma lareira.

- Letícia... Para com esse ‘blá blá blá’? – Brian resmungava. – É tão difícil você ter uma conversa decente e fica inventando coisas?

- Eu não estou inventando nada!

- Então me fala o que você veio fazer aqui...

- Só vim pedir uma coberta... Por que ao contrário do seu, meu chalé está MUITO FRIO, ao contrário do seu.

- PARA DE SER CRIANÇA, LETÍCIA! – Brian dizia, irritado. – Eu acho incrível esse seu talento para implicar comigo... – Dizia o rapaz dando uma leve risada calorosa.

Letícia simplesmente o encarava, notando cada traço do rosto do jovem. O nariz, os lábios, os olhos...

- Por que você está me olhando? – Perguntava o rapaz, encarando a jovem de relance.

- Eu não estou...

Brian se virava para a jovem, com um sorriso estampado nos lábios.

- Você é tão cabeça dura...

Sim! Ela era! E sabia disso muito bem... Era muito difícil assumir tudo... Mas estar ao lado de Brian era algo único, como se o tempo passasse lentamente e nada a pudesse deter, como se ela fosse por alguns instante muito forte. Sua fraqueza só transparecia quando estava longe dele. Como se Brian fosse sua força vital.

- Sabe? – A jovem voltava a fitar a lareira. – Eu não sei lhe dar com meus próprios erros...

Brian se virava para a jovem, de modo atencioso.

- Eu preferia que você tivesse ficado com a Juliana, do que eu aparecer com o Gerard e ter feito você passar por tudo isso.

- O que? – Brian perguntava, confuso.

- Eu sou uma idiota! Eu não consigo conviver com essa culpa... É tão difícil pra mim... Seria tão mais fácil se você tivesse errado. Eu não precisaria conviver com esse erro fazendo parte de mim... Eu não precisaria conviver sabendo que estamos separados mais uma vez por que eu sou uma tola, uma medrosa.

Brian fixava boquiaberto, observando a moça.

- Me... – Letícia respirava fundo, tentando cuspir as palavras que estavam entaladas em sua garganta. – M-me...

- Me desculpe. – Disse Brian, interrompendo.

- O que? – A jovem se virava para o rapaz, que pode perceber então o quanto que aqueles olhos verdes brilhavam e aqueles cabelos criavam o contraste mais perfeito com o fogo alaranjado que estalava na lareira. – Mas...

- Eu fui muito duro com você... Eu sei que lhe dar com seus erros é muito difícil... E por mim você os enfrentou...

- Mas eu ainda não...

- Mas eu vi que você ia pedir, minha pequena. – Brian lhe estendia um sorriso. – Você ia me pedir desculpas...

- Syn... Não me chame assim... – A jovem sussurrava.

- Por quê? – Brian a olhava, aproximando lentamente seus dedos no rosto da jovem.

- Syn... Desculpas não vão mudar a culpa que eu sinto... Eu enganei o Gerard, eu te fiz sofrer... Por isso eu não sei lhe dar com isso...

- Sh... – Brian colocava a ponta do dedo indicador nos lábios avermelhados da jovem. – Me deixa aliviar isso para você.

- Mas Syn...

- Você está aqui agora, comigo. – Brian sussurrava, passando as mãos no rosto da jovem, lentamente.

Letícia fechava os olhos, sentindo as mãos grandes e quentes do rapaz, acariciando seu rosto.

Brian a olhava profundamente. Seu coração acelerava, e sua respiração saía de sincronia. Que se dane o que havia passado... Sem ela era muito pior.

O jovem aproximava seu rosto ao de Letícia, tocando levemente seus lábios quentes nos dela, a jovem sutilmente retribuía o beijo, colocando as mãos na nuca do rapaz, puxando-o para ainda mais perto. Brian abria os lábios, deixando aquele beijo mais intenso, através deles, sentia o quanto os lábios de Letícia eram macios, os beijos se estalavam, e Brian acariciava o rosto de Letícia.

- Por que você está chorando? – Brian se afastava por alguns instantes, fitando a jovem com preocupação.

- Por que eu sentia muito mais sua falta do que eu imaginava. – Dizia a jovem, puxando o rapaz mais uma vez para junto de seu corpo, tornando a beijá-lo. – S-Syn... – Letícia sussurrava em seus ouvidos. – Eu te amo demais... Eu te amo tanto, que até dói... Como seu meu peito fosse explodir...

Brian estendeu um leve sorriso, fitando a jovem dentro dos olhos.

- Vem matar as saudades então. – Dizia.

- Com certeza. – respondeu a jovem, puxando-o contra seus lábios, arrancando o ar, daquele beijo intenso e quente.

Aos poucos os lábios de Brian se distribuíam pelo pescoço da jovem, fazendo com que cada parte de seu corpo tomasse parte daquele ato. As respirações instáveis, ficavam cada vez mais instáveis.

- Eu te amo, minha pequena. – Dizia Brian, distribuindo beijos pelo pescoço, descendo para o ombro.

Letícia fechava os olhos, sentindo aqueles beijos, e seu corpo reagindo a eles. Aquele momento era tão fácil como respirar, tão simples como sorrir ao olhar Brian nos olhos, estava feliz, estavam juntos novamente.

- Não me deixa viver sem você de novo. – Dizia Brian, deitando seu corpo sobre o de Letícia.

- Eu vou tentar não deixar. – Respondia a jovem.

- Tentar já é um bom começo. – Dizia Brian, tornando a beijá-la, intensamente.

- Syn... – Letícia pousava a cabeça sobre o chão, olhando-o fixamente, conforme as chamas reluziam seu rosto perfeito. – Para com isso, eu não to conseguindo mais me conter.

Brian ria calorosamente, acariciando o rosto da moça levemente.

- Não precisa se conter. – Dizia o rapaz.

Letícia estendeu um sorriso, e em seguida mordia os lábios, fitando o rapaz. Colocou as mãos por baixo do blusão do rapaz, escorregando-o para fora de seu corpo.

- Assim você me deixa louco. – Dizia o rapaz, agarrando a jovem pelas coxas, e em seguida passando a mão pelo seu corpo, pressionando-o, sentindo-a que estava ali.

Seu coração batia forte, enquanto ele a via cada vez mais perfeita, como se o fogo a tornasse uma deusa poderosa, da qual ele se rendia perdidamente, completamente, loucamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado dos capítulos.

Não deixem de mandar reviews, é importante pra mim.

HISAHISHAISHAISHIA

Briigada por continuarem lendo.

beejos