Primeiros Erros escrita por Lost Satellite


Capítulo 3
Capítulo 2 - Inicío das férias


Notas iniciais do capítulo

E vamos enfim iniciar a história.

Boa Leitura!



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A garota deu três leves batidas na porta de madeira, e aguardou alguns segundos até que uma voz abafada pedisse que para que ela entrasse. A sala era um escritório, com uma grande mesa de mogno envelhecido, prateleiras repletas de livros sobre direito, história e almanaques antigos, a iluminação um pouco mais baixa que o comum. Sentado à mesa fazendo algumas anotações estava Otávio de Albuquerque, um senhor de meia idade com cabelos grisalhos, óculos quadrados e grossos, magro e bem vestido com seu suéter verde musgo.

−Tio Otavio, queria falar comigo? – A garota disse fechando a porta atrás de si.

−Mari, por favor, sente-se. – Ele disse sem desviar os olhos de suas anotações.

Marina era uma jovem de dezoito anos, com cabelos escuros e que adorava roupas vermelhas.

Ele fechou a pasta negra em que estava trabalhando e finalmente olhou para a sobrinha sentada a sua frente.

−Eu decidi receber algumas visitas hoje.

−Visitas? Nossa isso é novidade tio.

−Veja bem, eu jamais achei que fosse dizer o que lhe direi agora, e espero que isso fique apenas entre nós, está bem? −Ela assentiu, tomando uma postura mais séria para ouvir o ele tinha para lhe contar. –Estamos enfrentando um pequeno problema financeiro. Não vou entrar em detalhes porque essa é uma história bastante burocrática e técnica.

−O que quer dizer? Estamos falidos?

−Não, ainda temos muito dinheiro, o problema é que esse dinheiro está em grande parte investido. E no momento não temos acesso a ele. Basicamente é a era das vacas magras.

−Entendi a parte financeira dessa conversa, mas não sei o que isso tem a ver com a visita que anunciou para hoje.

Ele deu um pequeno riso.

−Vamos receber por três semanas alguns jovens do Olavo Silvério. Estou investindo em uma possível sociedade, e quero ter certeza de que é isso o que quero.

−E pra isso precisa receber um monte de crianças em casa?

−Não, mas estou tomado por uma súbita vontade de ver esse velho castelo sendo um pouco agitado. Faz tempo que as coisas aqui estão paradas.

A família Albuquerque era proprietária de um luxuoso castelo no interior de São Paulo, que havia sido construído no século dezoito por mero capricho de uma tradicional família portuguesa. E anos mais tarde adquirido pelos Albuquerque e passado de geração a geração como uma herança familiar.

−Essa não é mais uma de suas tentativas pra me manter aqui, é?

−Claro que não Mari, seu velho tio já entendeu que você tem outros planos. Afinal de contas, ir pra faculdade é um sonho seu.

−Tio é só a faculdade, não é como se eu estivesse indo embora pra sempre. Somos família, e eu sempre vou voltar pra casa.

−De qualquer forma você ainda tem alguns meses pra mudar de ideia.

Os dois riram concordando. Marina vivia com os tios desde que era apenas um bebê, seus pais haviam falecido em um fatídico acidente aéreo, órfã ela foi morar com seus tios Otávio e Elisa.

−Enfim, peço sua ajuda para fazer com que nossos convidados sejam muito bem recebidos por aqui, será possível?

−É claro que sim, não irei ser babá, mas estarei aqui pra ajudar.

−Muito bem. Agradeço por isso, então se prepare, pois eles devem estar chegando.

Não muito distante dali o motorista deu uma freada brusca e então finalmente o ônibus estacionou em frente ao grande portão de ferro negro. A porta se abriu e alguns jovens cambalearam para fora, alguns alegres por enfim saírem do ônibus, outros ainda mal humorados depois de duas horas de viagem com o motorista meia-roda que cometia atrocidades no transito.

Em meio alguns murmúrios e cochichos o professor Manoel começou a dar ordens para que cada um pegasse sua bagagem e o seguisse para dentro.

A propriedade ficava entre as montanhas e ao fundo havia uma mata, nas redondezas não havia vizinhos, o mais próximo ficava há uns cinco quilômetros. O castelo era todo construído em rochas rústicas. Seus jardins extensos e muito bem cuidados com uma grama extremamente verde, na região oeste havia um lago de águas pouco turvas e pacatas.

Marina chegou à entrada do castelo a tempo de avistar o grupo se aproximando, mentalmente contou cerca de trinta pessoas, ao contrario do que ela imaginava os alunos não eram crianças, mas sim adolescentes.

−Jeferson, diga para mim que essas semanas vão ser legais. – A garota olhou resignada para o empregado a seu lado. O homem de cabelos negros e pele macilenta a encarou com um sorriso divertido.

−Menina não posso lhe contar mentiras. – E os dois riram, antes que o falatório começasse.

Alguns reclamavam, enquanto outros especulavam excitados para conhecerem logo o castelo.

Marina observava o caos de pessoas, malas e vozes. No meio de toda aquela bagunça estava Elena, conversava indiferente com uma garota que choramingava ao seu lado segurando um sapato com o salto quebrado.

Talvez tenha sido imaginação de Marina, mas ela podia jurar que já conhecia a garota de algum lugar.


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Notas finais do capítulo

Olá, tudo bem?

E então que achou do capítulo? Algum palpite sobre o que vai rolar aqui?

Abrass



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