CAPITULO 30

POV – BELLA

Cheguei a casa depois do ensaio, faltavam dois meses para a nossa apresentação. Ensaiávamos quase todos os dias, exceto no domingo, mas quando estivéssemos a um mês da apresentação ensaiaríamos também aos domingos. Os ensaios duravam cerca de três horas. Assim que saia da aula ia direto pro ensaio e voltava pra casa em torno das sete horas.

Logo que passei pela porta de entrada, minha mãe apareceu, saindo da cozinha.

- Bella, ainda bem que você chegou.

- Por quê?

- É que amanhã nos vamos receber uns convidados pra jantar e eu queria que você fizesse uma sobremesa

- Que convidados? – perguntei, já que eu não sabia de jantar nenhum.

- São só cinco pessoas, fora nós três. – algo me diz que tem alguma coisa de errado nisso

- Esta bem! E que sobremesa você quer? E pra que horas?

- Pras sete horas da noite. Você podia fazer aquele cheesecake de frutas vermelhas. Eu ate já comprei os ingredientes.

- Serio mãe?

- Sim – respondeu sorridente

- E se eu não quiser fazer? – assim que eu terminei de falar minha mãe fez aquela cara de quando quer alguma coisa e não consegue

- Bella não seja ruim e ajude a sua mãe. O jantar de amanha é importante – meu pai disse atrás de mim

- Esta bem, eu só vou trocar de roupa e já desço.

Subi lentamente pro meu quarto, troquei de roupa e desci ate a cozinha pra fazer a sobremesa. Por sorte os ingredientes estavam separados em cima da mesa, comecei a fazê-la, assim que terminei a algo e primeira parte, agora tinha que esperar ela gelar pra fazer a segunda parte, que faria amanha, antes da aula.

Fui comer come alguma coisa rápida e subi pro quarto fazer as lições de casa, por sorte não eram muitas só as que passaram hoje, já que tinha tudo adiantado, peguei o  trabalho que tinha que entregar  amanha da gaveta, onde deixava-os guardados, coloquei na pasta e guardei-a na mochila e fui me arrumar pra deitar.

Acordei as cinco da manha pra terminar a sobremesa, às seis horas fui tomar meu café da manha, subi pro meu quarto, tomei um banho gelado pra afastar o sono, me vesti, peguei a mochila e fui me encontrar com a Rose pra irmos de carona com o Emmett.

- Bom dia Bella

- Oi Rose – cumprimentei-a desaminada, estava cansada.

- O que foi?

- Sono. Acordei as cinco da manha pra fazer uma sobremesa pra minha mãe.

- Ah

- E você já contou sobre o Emmett pro seus pais?

- Ainda não, mas quero contar pelo menos pra minha mãe, o mais rápido possível, mas nunca dá tempo. Quero resolver isso antes da apresentação.

- Se precisar já sabe não é? Pode contar comigo.

- Sei sim, obrigada.

Logo depois o Emmett chegou, entramos em seu carro e fomos pra aula, no almoço sentei com a Rose, o Emmett e com uns amigos deles, depois da aula fomos pro ensaio, Rose e Emmett ensaiavam
juntos em outra sala, já que eles apresentariam sozinho, assim como eu dançaria com o Riley, que é meu par.

Ele ate que é bonito, têm olhos escuros, cabelos castanhos quase loiros, 18 anos, 1,79 m de altura, magro e ótimo dançarino.

Quando cheguei a casa já eram seis horas da noite, tive que sair mais cedo do ensaio por causa do janta, fui ate a cozinha e vi minha mãe fazendo o jantar.

- Oi mãe

- Oi querida! Suba se arrumar

- Eu tenho que estar presente?

- Tem

- Mas mãe

- Isabella suba e se arrume, ate trouxe umas roupas da loja pra você escolher.

Sem responder virei pra subir pro meu quarto

- E não se esqueça de deixar o quarto ajeitado que eles vão conhecer a nossa casa.

Subi pro meu quarto ver as roupas escolhidas por Renée, quando eu vi as roupas sobre a cama o desanimo quase me fez fugir pra casa de Rose.

A primeira era uma calça jeans e uma camisa xadrez. Descartei de primeira.

A segunda era uma legging com uma blusa que se usa com legging listrada até que era bonitinha, se a legging não fosse marrom e a blusa verde e preto.

A terceira era um vestido azul tomara que caia justinho e um peet toe de renda preta.

Escolhi o vestido, o que certamente Renée queria que eu usasse.

Tomei banho, passei meu hidratante de morango, vesti a lingerie quando minha mãe entrou no quarto.

- Já escolheu a roupa?

- O vestido.

- Ótima escolha – Pegou as outras peças e saiu.

Maquiei-me marcando bem meus olhos, arrumei meu cabelo deixando o solto com pequenos cachos nas pontas, vesti-me e calcei
os sapatos. Coloquei o anel, brinco e colar de safira, ouro branco e diamante que ganhei de minha vó quando ela morreu, alias herdei todas as suas joias e desci.

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Cinco minutos depois a campainha tocou e minha mãe foi atender, enquanto meu pai saia do seu escritório.

- Olá Esme, Carlisle.

- Como vai Renée?

- Bem obrigada e vocês?

- Tudo ótimo

Vi-os entrar na sala onde eu estava nos cumprimentamos, meu pai e Carlisle foram pro escritório. Eu, minha mãe e Esme ficamos na sala de estar.

Poucos minutos depois minha mãe foi verificar o jantar

- Então como tem estado Bella?

- Bem

- Mesmo?

- Sim, como sempre.

Esme voltou a ser minha psiquiatra, desde que voltei da fazenda da Rose, alias ela meio que me forçou a ir, então todas as segundas depois do ensaio eu vou ate o seu consultório, só pra conversar mesmo. Obviamente meus pais não sabem, alias eles não sabem de quase nada mesmo, mas Esme sabe de tudo que acontece comigo.

Logo a campainha tocou novamente e minha mãe foi atender.

- Olá Eliza

- Oi, como vai Renée?

- Bem e você?

- Estou bem! Esse é o meu marido Anthony
e o meu filho Edward. – quando ouvi a voz da Elizabeth e o nome do Edward senti meu coração se apertar.

- Olá como vão?

- Bem obrigado – respondeu o homem de voz desconhecida, pelo menos pra mim.

- Entrem, por favor.

Logo ao vi entrar e gelei na hora, acho que nem respirando eu estava.

- Bella esta tudo bem? – Esme perguntou-me baixo, só pra que eu possa ouvir

- É ele Esme, o garoto do MSN, eu não posso ficar aqui Esme, me ajude – pedi desesperada, sabia que tinha alguma coisa de errada.

- Se acalme Bella, esta tudo bem, eu estou aqui com você – disse apertando levemente minha mão pra mostrar que estaria ao meu lado.

- Eu vou tentar – respondi baixo quase nem eu ouvi minha voz.

Vi que meu pai e Carlisle os cumprimentando, acho que fiquei tão perturbada que nem os vi sai do escritório.

Esme e eu nos levantamos para cumprimenta-los, minhas pernas pareciam ter virado gelatina de tão moles que estavam, minhas mãos suavam de nervoso, meu coração batia rapidamente e pra ajuda ainda
tinha o salto que usava, não sabia como iria me equilibrar sobre eles.

Caminhei lentamente até onde estavam, não sabia se ele já tinha me visto ou não, mas de uma coisa eu estava certa, esse encontro não acabaria bem, pelo menos pra mim. Eu sabia que deveria ter ido pra casa da Rose. Quando vi já estava a sua frente ao lado de Esme, meu coração batia mais rápido que parecia sair pulando pela minha boca.

Percebi que meu pai, Carlisle e outro homem que supôs ser o pai de Edward conversavam, Esme cumprimentava Elizabeth e em seguida cumprimentava Edward, minha mãe observava intensamente, me deixando inquieta, enquanto Esme conversava com Edward, cumprimentei Elizabeth.

- Olá Bella

- Como vai Elizabeth?

- Bem e você?

- Vou bem, obrigada.

- Você deve se lembrar do meu filho, Edward. Filho acho que você se lembra dela não é? Amiga do Jasper.

- Isabella – falou ele sem se mover.

- Edward – respondi da mesma forma.

- Não sabia que vocês já se conheciam! – comentou minha mãe

- Foi ao acaso, a encontrei com o Jasper, ele é melhor amigo do meu filho.

- Jasper? – perguntou meu pai

- Namorado da Allie – respondi.

- Bella, esse é meu marido Anthony, amor, essa é a Bella, a garota que eu te falei, lembra?

- Sim! Muito prazer em conhecê-la Bella, Eliza falou muito bem de você e seu pai também. – falou ele

- Obrigada – agradeci corando.

- Vamos até o escritório! – chamou meu pai.

Logo eles saíram e foram pro escritório, enquanto nós mulheres e o Edward fomos para a sala, minha mãe se sentou na poltrona; Esme e eu nos lugares que estávamos antes, Elizabeth e Edward sentavam no sofá a nossa frente.

Minha mãe, Elizabeth e Esme conversavam enquanto eu fingia prestar atenção no que elas falavam; Edward parecia fazer o mesmo, não via a hora de a noite acabar, mas os ponteiros do relógio pareciam nunca se mexer, meu coração não havia se desacelerando. Acho que eu ia enfartar.  Será que se eu fingisse que estava enfartando me livrava desse jantar? Não, acho que não daria certo, Esme e Carlisle estão aqui e são médicos. A não ser que eles me ajudem, Esme talvez ajudar-me-ia, mas o Carlisle acho que não.

- Bella tem falado com o Jasper? – perguntou Elizabeth

- Sim, às vezes nós marcamos de se encontrar.

- Nós quem? – perguntou minha mãe

- Eu, Jasper e Alice.

- E como ele esta?

- Bem.

- Ele continua namorando a Alice?

- Sim, eles estão namorando. – respondi me mexendo no sofá tentando disfarça o meu incomodo, preferia quando não estavam falando comigo.

Será que se eu fingi um desmaio, Esme me ajuda a fugi daqui. Olhei de relance pra Esme e vi que ela me observava, acenou um não com a cabeça, então percebi que além de adivinhar meus pensamentos ela não me ajudaria, o jeito era esperar por um milagre, o que eu duvidava que acontecesse, ou esperar até o fim do jantar pra consegui respirar
e meu coração desacelerar.

- Você me disse que não conhecia nenhum amigo do Jasper – comentou minha mãe

Ótimo, agora que eu ia morrer. Pensa em algo Bella, e rápido.

- Bom eu disse que não lembrava e não que não conhecia – respondi me fazendo de desinteressada.

Vi que Edward franziu a testa em sinal de confusão, quando percebeu que eu olhava voltou ao normal, era só o que me faltava ele fazer minha mãe percebe que há algo de errado. Que Deus me ajude, e que essa noite termine antes de ser um completo desastre.

- Esme não sabia que conhecia Renée – comentou Elizabeth me tirando das atenções, e que continue assim até o fim da noite.

- Na verdade, só a vim conhecer a Renée depois de conhecer o Carlisle, ele é muito amigo do Charlie.

- Se me dão licença eu vou verificar o jantar – pediu Renée saindo da sala

Esme e Elizabeth voltaram a conversar, esperei alguns minutos e resolvi ir ajudar a Renée (leia-se fugir da sala).

- Eu vou ver se Renée precisa de ajuda – comuniquei

Vi Esme dar um risinho me fazendo revirar os olhos pra ela e fui depressa pra cozinha.

- Mãe, será que eu posso ir à casa da Rose rapidinho? – perguntei

- Bella, estamos com visita.

- Mas vai ser rápido, eu juro

- Não Bella, fica chato você sair com a visita aqui.

- Mas é só a Esme e Carlisle

- E a Elizabeth e a família dela.

- Tenho certeza que eles não vou se importar – principalmente o Edward, ele vai agradece tive vontade de falar, mas ai teria que explicar outras coisas que não quero.

- Por que não vai conversar com Edward, quem sabe se dão bem, ele é tão bonito filha – falou Renée

Só mesmo na mente dela pra isso acontecer, ele me odeia, queria lhe dizer.

- Eu não acho – menti descaradamente

- Amigo nunca é demais. – respondeu saindo da cozinha

Desabei meu corpo na cadeira. Se bem que poderia sair escondido pela porta da cozinha, eu só teria que correr em volta da casa pra escapar e ir pra casa da Rose, se talvez eu tirar o sapato eu consiga, mas é claro que eu não faria isso, nunca fui de rebelar-me contra as ordens deles, não ia ser agora que eu faria isso. Não tenho coragem.

Se bem que poderia ligar pra Rose, pedindo que me ligasse e me ajudasse a fugir. Pensei em levantar e pegar o telefone quando a Esme entrou na cozinha.

- O que faz aqui Bella?

- Pensando em como fugir – respondi desanimada

- Fugi de onde?

- De casa, mas não é pra sempre e só por algumas horas.

- E fugir do que?

- Dele, da Elizabeth e se duvidar do pai dele também. – respondi lhe dando um meio sorriso.

- É ele o menino da historia que me contou? – perguntou sentando ao meu lado

- É

- Querida, você não pode fugir pra sempre disso.

- Eu sei, mas é tão constrangedor isso. Queria que um buraco se abrisse sob meus pés – resmunguei fazendo Esme ri.

- É verdade, mas se bem que eu podia fingir passa mal e fica lá quietinha no meu quarto. Você me ajudaria? – perguntei a ela

- Não Bella, e ainda vai deixar seus pais preocupados.

Suspirei alto.

- Vamos lá Bella, eu estou com você.

- Vou tentar, mas acho que vou ter um enfarto, ou talvez uma parada cardíaca, de tão rápido que meu coração bate, até parece que vai sai pela minha boca pulando pela sala.

- Isso não vai acontecer querida – respondeu rindo

- Espero que não – murmurei.

- Agora vamos voltar pra sala antes que a sua mãe resolva vim te buscar

Voltamos juntas em silencio até a sala. Quando chegamos os homens já estavam na sala, sentados, Anthony ao lado de Elizabeth, meu pai na poltrona ao lado da minha mãe e Carlisle no sofá que eu e Esme estávamos sentadas. Esme foi se sentar ao seu lado e eu sentei ao seu
lado. Pouco tempo depois minha mãe nós chamou pra jantar.

Levantamos e fomos pra sala de jantar, meu pai se sentou na cabeceira da mesa e minha mãe a sua frente, Carlisle se sentou ao lado esquerdo do meu pai, Esme ao seu lado, comigo ao seu lado, Elizabeth estava sentada em minha frente, e Anthony ao lado direito do meu pai e Edward entre os pais dele.

Começamos a jantar com eles conversando sobre qualquer coisa, as vezes não conseguia desviar meus olhos dele, e sempre que ele me pegava observando-o eu sentia minhas bochechas esquentarem, meus nervos me impediam de conseguir comer, então revirava a comida em meu prato e me sentia inquieta, até que eu o peguei me observando com
a testa franzida, mas rapidamente desviei o olhar para a minha mãe que falava alguma coisa.

- Engraçado faz tanto tempo que eu conheço a Esme e o Carlisle e eles a vocês, e nunca nós encontramos – comentou Elizabeth

- Pois é, infelizmente nós não pudemos ir ao casamento dela com o Carlisle

- Culpa da Bella – respondeu Carlisle rindo.

- Minha tio Carl? – perguntei na maior inocência com as minhas bochechas quentes.

- Quem foi que nasceu de 7 meses? – retrucou Carlisle

- Ah puf – resmunguei

- Poderia ser pior meu amigo – meu pai disse rindo e dando um tapinha no ombro de Carlisle

- Ah sim pela data meu caro amigo, Bella nasceria em sua lua de mel – comentou minha mãe

- Mais é claro que a minha paciente preferida não ia fazer isso com o Tio Carl Gostosão e é só por isso que eu perdoo, né Bells!? – perguntou-me Carlisle sorrindo e dando uma piscada pra mim.

- Claro tio Carl – respondi sorrindo e dando uma piscada antes de revirar os olhos pra ele que o fez rir.

- Tio Carl Gostosão, Carlisle? – Esme perguntou com um ar de deboche e desconfiada

- Claro Es, meu amor! Estou em minha plena forma física! – esclareceu ele

- Aham sei!

- Se preocupe não Esme, é a idade que esta o deixando assim

- E o Tio Carl Gostosão é só para a Bella, ou para outras por ai também?

- É só pra Bella, amor – respondeu Carlisle fingindo estar serio.

- Acho bom Carlisle, acho bom mesmo – disse Esme.

- Ih, Carlisle é melhor se comportar ou vai passar a noite no sofá. – meu pai o provocou.

- Cale a boca Charlie, eu nunca precisei dormir no sofá, agora de você não posso dizer o mesmo. – disse Carlisle a ele

- Hei, eu nunca dormi no sofá não.

- Aham sei, então Bella já sabe qual curso vai fazer?

- Já.

- O que?

- Medicina.

- Hum, achei que ia seguir a carreira do seu pai – comentou.

- Não – disse tentando não fazer uma careta com a ideia.

- E o que tanto vai ao consultório da Esme? – Carlisle perguntou.

- Como? – perguntei espantada.

- Você sempre vai ao consultório da Esme. Por quê? E não adianta dizer que não é você, por que eu te conheço e vi você entrando.

- Hum, nada, só conversar.

Logo o telefone tocou.

- Eu atendo – disse me levantando da cadeira e indo até a sala.

Peguei o telefone e levei-o até o ouvido.

- Alo

- Bella, é a Rose.

- Oi Rose, tudo bem?

- Tudo e você?

- Bem – sussurrei

- O que houve?

- Espere um pouco, e já te conto.

Sai da sala e fui em direção as escadas, quando passei próximo a sala de jantar a minha mãe me chamou.

- Bella

- Sim mãe – disse a ela com o telefone na mão.

- Quem é?

-  A Rose, vou falar rápido com ela e já desço.

- Tudo bem

Rapidinho sai e fui pro meu quarto enquanto conversava com ela.

- Então, por que me ligou?

- Eu contei a minha mãe sobre eu e o Emmett.

- Contou tudo?

- Tudinho, desde quando nos conhecemos até hoje, tudo o que aconteceu.

- Como ela reagiu?

- Bem, disse que já esperava por isso quando eu o conheci na fazenda, ainda mais estudando no mesmo colégio e dançando juntos, ela achava que nós podíamos acabar nos apaixonando. Não gostou muito de saber sobre o fato de termos transado na fazenda, ela achou que foi cedo.

- Hum, então a conversa foi boa?

- Foi sim, e me sento mais aliviada em saber que ela agora sabe, você sabe que me incomodava estar escondendo isso dela. Mas e você como está? Tenho a sensação que há algo de errado.

- Não sei se é algo de errado, mas me incomoda. Lembra-se daquele jantar que meus pais dariam hoje?

- Sim, o que tem?

- Meus pais convidaram o Carlisle e a Esme pra virem, e além deles, meus pais convidaram um procurador, conhecido do meu pai, a esposa dele, que ajudou a minha mãe com a decoração da casa e o filho deles.

- E qual o problema?

- O problema é quem eles são.

- Como assim Bella?

- O procurador é Anthony Masen, a decoradora é Elizabeth Masen e o filho é ninguem menos que Edward Anthony Masen.

- OMG, como voce está?

- Tensa, meu coração bate rapido desde a hora que eles chegaram, nem comer eu consigo. Esta pensando em fugir pra sua casa, mas a minha mãe não deixou, eu não sei o que fazer.

- Primeiro não mostre a ele o quanto a presença dele é incomoda a voce, e segundo se precisar de uma ajudinha me de um toque que eu vou te socorrer.

- Obrigada Rose.

- Por nada Bella, mas acho melhor voce voltar pro seu jantar, me ligue depois me contando como foi.

- Ligo sim, até depois.

Desliguei o telefone, desci até a sala, coloquei o telefone no gancho, voltei pra sala de jantar, sentei no meu lugar e percebi que eles já tinham terminado de jantar.

- O que a Rose queria? – minha mae perguntou.

- Nada, só avisar que tinha mandado a parte dela de um trabalho pro meu e-mail. - menti

- Hum, vai terminar de jantar?

- Não.

Ela começou a recolher os pratos, levou-os até a cozinha.

- Vou buscar a sobremesa, Bella pode vim me ajudar?

- Claro – disse me levantando e indo até a cozinha.

- Pegue a sobremesa e desenforme-a, enquanto eu levo os pratinhos e os talheres até a sala.

Peguei a sobremesa da geladeira, coloquei sobre a mesa, tirei o aro removível da forma, e esperei a minha mãe vim buscar, não conseguiria levar pra sala, do jeito que eu estava era capaz de eu derrubar no chão ou pior em cima de alguém.

Minha mãe voltou pra cozinha, pegou a forma e foi pra sala. Respirei fundo três vezes antes de voltar pra sala de jantar. Quando cheguei a sala, percebi que minha mãe já havia servido ao Edward, Anthony, Carlisle e meu pai a sobremesa, agora estava servindo a Elizabeth.

Sentei na minha cadeira e fiquei quieta. Vi ela servi a Esme, e em seguida colocou um pedaço em outro prato e ofereceu a mim.

- Bella?

- Não, obrigada. – disse afinal não conseguiria engolir nenhum pedaço.

Minha mãe pareceu não se importar com o fato de não ter comido nada. Mas a Elizabeth parece ter percebido, já que às vezes ela me observava, confesso que isso estava me incomodando.

- Esta muito bom – Elizabeth elogiou.

- A Bella quem fez. – minha mãe disse, se ela quisesse me matar não era mais fácil tentar com a faca da cozinha?

- Parabéns Bella, você cozinha muito bem, já pode casar – disse e em seguida deu uma olhada em direção ao filho dela.

Senti minhas bochechas queimarem, não precisava de espelho pra dizer que estava corada.

- Obrigada – disse baixo.

Sentia-me incomodada com isso, machucava ter que ouvir minha mãe dizer que poderíamos ficar juntos, a mãe dele dando indiretas sobre eu me casar com ele, me fazia querer sonhar com o impossível. Não existiu nos dois e não vai existir.

Depois que todos comeram a sobremesa, fomos pra sala de estar, sentamo-nos nos mesmos lugares que antes.

Evitei olhar pra ele, não conseguia encara-lo como gostaria, queria pode-lo olhar com quem diz eu errei e dai, não me importo com isso e estou me lixando pro o que pensa. Mas infelizmente as coisas não são assim. Passava a maior parte do tempo alienada com a conversa deles, ora observando minhas unhas bem feitas, ora encarando algum objeto da
sala.

Senti um olhar me queimando, olhei pra ele e vi que ele me olhava, me senti queimando diante do seu olhar, seus olhos percorreram dos meus pés até meu rosto, passando por minhas coxas, cintura, busto e por fim meus olhos. Ele pareceu não querer desviar os olhos, mesmo incomodada com a situação mantive os meus olhos nos dele.

Era estranho me sentir avaliada por ele, ora me sentia quente sobre seus olhos, ora me sentia incomodada, nunca pensei que quando ele me rejeitou, pensasse que eu não fosse atraente, tão pouco alguma vez tive problema com o meu corpo. “Não” minha mente gritou pra mim, me fazendo afastar o pensamento que talvez eu não fosse desejável.

- O que acha Bella? – minha mãe perguntou.

- O que eu acho do que? – perguntei pra ela.

- De vocês saírem mais.

- Nos quem mãe? – perguntei sem entender do que ela falava.

- Você não ouviu nada do que eu dizia?

- Desculpe.

- Acho que ela se distraiu – Esme disse olhei pra ela vi que ela olhava de mim para Edward algumas vezes.

- Assim pelo visto foi uma bela distração pra estar tão alienada. – disse minha mãe com um sorrisinho no rosto.

- O que dizíamos Bella, é que você, Edward, Jasper e Alice, poderiam sair mais vezes juntos, o que acha? – disse Elizabeth.

- Claro, seria ótimo – disse irônica.

- Ah isso é ótimo – minha mãe disse.

- Com certeza é – Elizabeth disse contente.

Ao que parece ela não perceberam a minha ironia ou talvez elas não saibam o que é.

- Edward convide a Bella pra sair – Elizabeth pediu ou talvez a melhor palavra seria ordenou.

Mas mesmo assim fez meu coração parar e voltar a bater rápido em meu peito, minhas mãos suarem. Vamos Bella, pare com isso, ele não quer um encontro com você, dizia a mim mesma mentalmente, pra quem sabe eu parasse de ter essa reação idiota. Vi que ele estava com os
olhos arregalados e o rosto levemente mais branco que o costume.

- Eu – sussurrou baixinho.

- Vamos Edward, convide a Bella pra sair, como o cavalheiro que eu sei que você é. – Elizabeth disse a ele.

Vi que ele corou levemente, diferente de mim que parecia um tomate, o dele estava mais pra um leve rosado nas bochechas.

- Eu preciso beber agua – disse me levantando do sofá e saindo pra sala o mais rápido que eu podia.

Não ficaria ali pra ter meu coração massacrado novamente. Enchi um copo de agua e comecei a bebê-lo. Eu sou tão idiota, é claro que ele nunca me convidaria pra sair, entenda Isabella ele não está afim de você. Será que é tão difícil entender? Não me parece difícil, mas por que raios meu coração se permite ter esperança? Permite-se a sonhar?

Queria sentir raiva de alguém, mas de quem? Dele? Impossível, por mais que eu quisesse, não conseguia. Da Esme? Oras ela não fez nada. Da minha mãe? Como ela poderia saber que estava me machucando se eu não contei o que houve a ela.

Da Elizabeth? Sim eu poderia, ela sabia como eu me sentia, sabia como seu filho estava e sabia muito bem que não havia possibilidade nenhuma de acontecer algo entre a gente, talvez Rose estivesse certa, ela queria me destruir, me machucar como eu machuquei o filho dele, e ela está conseguindo.

- Er... Oi – ouvi Edward parado na porta da cozinha enquanto eu estava de frente pra porta com meu copo de agua na mão, encostada
na pia, tentando acalmar as borboletas do meu estomago.

Levantei minha sobrancelha pra ele, como se eu estivesse perguntando o que ele fazia aqui.

 - Sua mãe pediu pra que eu viesse atrás de você – disse ele com as mãos do bolso da calça.

- É claro – resmunguei

- E eu queria pedir desculpa pelo comportamento da minha mãe.

- Oh, tudo bem, acho que eu devia pedir o mesmo, afinal sua mãe não agiu sozinha.

- Claro, está tudo bem – disse ele. – Acho que é melhor eu voltar

- Sim você devia – respondi, não queria ficar nenhum minuto a mais no mesmo ambiente que ele.

- Er... Sua mãe disse pra te convidar pra sair sem eles estarem por perto.

- Você não precisa fazer isso – disse baixo, mas o suficiente pra ele ouvir.

- Mas, e o que eu digo.

- Que ficamos de falar com a Alice e o Jasper e combinarmos alguma coisa, eles não precisam saber que isso nunca vai acontecer.

- Tudo bem, eu vou indo, você não  vem?

- Daqui a pouco, mas pode ir. – disse tentando manda-lo embora

Ele simplesmente deu de ombro e se virou indo embora. Suspirei frustrada, me virei de frente pra pia. Pensando no triste destino que eu tinha, e procurando coragem pra voltar pra sala, coragem que eu acho que nunca terei.

- Bella – ouvi Esme me chamar da porta da cozinha, estava de costas pra ela, apoiada na pia.

- Diga Esme – disse me virando pra ela.

- Você está chorando meu anjo.

- Não – disse passando a mão pelo meu rosto sentindo ele molhado pelas lagrimas que nem percebi caírem – É, acho que estou.

Ela me abraçou me fazendo chorar mais ainda.

- Shh... Chore meu anjo, eu estou aqui.

- Esse tipo de brincadeira dói Esme, dói muito. Machuca ainda mais do que já estou machucada, me faz quere sonhar com algo que nunca vou ter, sonhar com um futuro que nunca vai existir. – murmurei em meio as minhas lagrimas.

- Oh querida eu sinto tanto – sussurrou

- Eu não quero voltar pra sala, não consigo – disse a ela.

- O que quer fazer?

- Fugir pra casa da Rose

- Se é disso que precisa, então vá.

- Mas e meus pais? – perguntei

- Eu digo que a Rose precisou de você e você foi até a casa dela, não se preocupe com isso.

- Obrigada Esme

- Por nada querida.

Sai pela porta da cozinha, dei a volta na casa e andei rapidamente até a casa da Rose, toquei a campainha e esperei.

- Bella – disse Rose me abraçando assim que abriu a porta e me puxando pra dentro na casa dela. – O que aconteceu?

- Você estava certa, ela me odeia – disse chorando.

- Quem te odeia?

- Elizabeth

- O que houve? O que ela fez pra você?

- Dói Rose, dói muito. – respondi quando subíamos as escadas pro seu quarto.

- Você se encontrou com ela novamente? - perguntou quando entravamos no seu quarto.

- Eles estão na minha casa Rose, eu já te falei sobre isso.

- Sim, mas como ela falou alguma coisa, sua mãe não estava lá?

- Estava, eu estava distraída, pra falar a verdade, a situação de estar com ele no mesmo ambiente me incomodava, então minha mãe venho com a historia de que deveríamos sair mais juntos, sabe, tipo eu, ele, Jasper e Alice, eu respondi que seria ótimo, sendo irônica, mas
parece que ela não percebeu, então a mãe dele pediu pra que ele me convidasse pra sair. Tem noção do quando doeu? Doeu ser rejeitada novamente por ele.

- O que ele disse?

- Nada, não disse nada, só ficou pálido e com os olhos arregalados, eu vi que ele não queria me convidar pra sair e que não sabia o que fazer. Isso machuca sabe, me faz querer sonhar com algo que nunca vai acontecer, um futuro que não vai existir.

- Bella, eu sinto tanto. – murmurou ela.

- Eu sei Rose, não queria que doesse, mas eu não consigo controlar.

- Eu entendo. Você comeu alguma coisa?

- Por quê?

- Porque estou te achando meio pálida.

- Você acha que conseguiria engolir alguma coisa com eles ali?

- Pelo visto não, venha, vamos fazer um lanche.

Depois de lancharmos, ela me convidou para passar a noite aqui, por fim aceitei, não queria voltar e encontrar com eles agora e nem lidar com as perguntas da minha mãe. Liguei para casa avisando que dormiria na Rose, ela me emprestou um pijama, e antes de dormimos ela me contou detalhadamente a conversa que teve com a sua mãe. No outro dia pela manha voltei para casa.