Para meus amigos, meu coração escrita por Taichan


Capítulo 3
Amigos


Notas iniciais do capítulo

Tentei melhorar o capítulo para não ficar chato igual o anterior, e obrigada Maria Heloisa por argumentar o que havia de errado com ele. Tentei recompensar neste, mas ainda está com poucos diálogos, acho eu. A opinião de vocês é crucial para a história sempre melhorar.



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Parece que Sally havia percebido o que acontecera sobre Grover e acabou chamando Annabeth na cozinha. Bem, foi isso o que ela deduzira quando atravessou o arco. Mas Sally parecia confusa, coçando a cabeça e procurando algo.

— O que houve Sally? — perguntou Annabeth.

— Eu preparei alguns panetones azuis para o Percy... Mas sumiram.

Annabeth franziu a testa. Não era possível que Grover houvesse comido.

— Vou fazer umas perguntas.

E voltou-se para sala. Leo havia terminado de arrumar a tomada e as luzes piscavam novamente. Reyna estava sentada em um canto com seu celular, mas de vez enquanto levantava o olhar sobre ele. Diferente de outros, ela não ria para a tela dele. Ela parecia usá-lo apenas como distração.

Havia chegado também Octavian, o primo que todos desgostavam. Mas Annabeth acreditava que, talvez, só talvez, as pessoas ignorassem e perdoassem o fato de ser um fofoqueiro para passarem o Natal em harmonia.

Ele sentava-se no braço do sofá, ao lado de Hazel e Frank. Nico permanecia no mesmo lugar, mas parecia concentrado na conversa deles. No outro sofá, de costas para Annabeth, estava Percy e ao seu lado Jason e Piper. Não se via Grover em lugar algum.

— Percy, por acaso você viu o...

Ela parou quando o namorado se voltou para ela. Suas boxexas estavam cheias e sua boca azul. Ela se inclinou para o lado e viu o panetone cortado na mesa de centro. Nico esticava a mão para pegar outro, mas quando olhou para a tempestade nos olhos de Annabeth, puxou a mão novamente e se afundou no sofá.

— Perseu Jackson...

Ele levantou-se e ergueu aos mãos, em defesa. Tentou argumentar, mas sua boca estava cheia. Mas nada precisou ser dito, porque a porta se abriu com um estrondo quando alguém se atacou contra ela. O ar frio e cortante entrou em toda velocidade. O tapete sujou-se.

A pessoa poderia ser qualquer uma, mas Annabeth ficaria furiosa pela falta de respeito. A menos que fosse Thalia Grace.

— Thalia! — Annabeth colocou a mão na boca. Ela não via Thalia Grace tempos, desde que ela mudara de escola há dois anos. A garota vestia um colete marrom e uma camisa de botões azul céu. O cabelo curto estava repicado para um lado de sua cabeça. Ela estava pálida e tremia de frio.

— Annabeth! — murmurou, saudosa. O batom marrom deixou uma marca na bochecha de Annabeth quando esta o beijou. — Não pude deixar de vir; mas teria chegado antes, se não fosse por aqueles...

Ela olhou em volta, procurando alguém. Octavian olhou para trás do sofá, e os olhos de Thalia trovejaram.

— Stolls! — rugiu Thalia, batendo os pés naquela direção.

— O que eles fizeram desta vez? — perguntou Annabeth quando Thalia avistou os irmãos atrás do sofá. Octavian os haviam entregado.

— Me abandonaram! — Rugiu. — Eu vim de carro, e ele emperrou na neve. Os Stolls me encontraram no caminho e disseram que iam me ajudar, mas quando viu a chuva aproximando, saíram correndo! E ainda por cima, me ofenderam.

— Por princípios! — gritou Travis enquanto Thalia o erguia pela argola. Connor havia se safado, mas começou a tirar o pisca-pisca da árvore de Natal.

— Ei! — esbravejou Leo, que começara paquerar Reyna. — Não consertei isso para vocês estragarem!

— Connor, o que você pensa que está fazendo? — exclamou Annabeth enquanto caminhava para impedi-lo.

Apressado, ele correu para Thalia e começou enrolar seus braços, obrigando ela soltar seu irmão e deixando seus braços imobilizados. Agora, eles piscavam como a árvore.

— Oh, pelos deuses do Egito! — disse Annabeth vendo aquela cena toda. Ficou aliviada quando alguém tocou a campainha. Quando ia abrindo a porta, tocaram mais uma vez. Abriu um tanto impaciente.

Rachel e Clovis postavam-se diante da porta. Não pareciam ter chegado juntos. Rachel a abraçou, e o seu gostoso perfume se alastrou. Rachel já dera em cima de Percy quando Annabeth e ele não eram tão próximos, mas Annabeth resolveu perdoá-la e ficaram amigas. Clovis, por outro lado, era um sumido. Vestia roupas completamente brancas, igual ao seu gorro. Ele sorriu para ela, e quando entrou, sacudiu-se. Apertou as mãos de outros convidados e se apertou entre Percy e Jason.

Rachel tinha os cabelos ruivos soltos. Estava apertada em seu agasalho, mas acabou tirando ele. Uma parte de sua blusa caia em seus ombros, escrito promessas. As calças jeans estavam sujas de tinta, como sempre. Talvez aquilo tenha virado manjas. Ela sorriu para os convidados e colocou uma de suas pernas no braço do sofá, ao lado de Percy. Annabeth sentiu-se incomodada, mas quando olhou para Percy, ele parecia desconfortável. E isso fez Annabeth sorrir.

— O que aconteceu? — Rachel apontava para Thalia. Agora ela estava sentada no chão enrolada de piscas-piscas cor amarelo e, apoiado nos brincos escuros, estavam enormes enfeites em forma de bolas de Natal. Clovis também observava, os olhos caídos pelo sono.

— Vamos fazer isso todo ano — Travis bateu na palma do irmão.

Annabeth gostaria que fizessem isso todo ano. Queria que todo ano eles aparecessem, igualmente a todos os outros convidados. Queria que todo ano aquilo se repetisse e se divertissem como hoje.

Sally apareceu na sala junto com Paul e ofereceu comida e bebidas para os convidados. Reyna recusou, mas Leo havia enchido as mãos de doces. Percy ficou enciumado com a mãe e o padrasto sem motivo algum, mas acabou feliz pela mãe.

Sally colocou os pratos de doces em cima de um balcão, no canto da parede perto de Reyna, mas quando virou-se para trás, levou um susto. Thalia estava a olhando, implorando por ajuda. A sogra ficou boquiaberta, mas riu, sem culpar os gêmeos, apesar que ela sabia exatamente quem fizera isso.

— Matarei esses dois — disse Thalia ao ser solta. Os irmãos correram para o corredor do segundo andar e a garota os seguiu, furiosa.


Os olhos dos irmãos estavam roxos quando Annabeth os viu novamente, mas deduziu que era apenas amoras. Acabaram sendo obrigados a arrumar a árvore de Natal, mas não reclamaram. Thalia estava agachado ao lado de Nico, que novamente pareceu para baixo, e murmurava para ele. Todos estavam em silêncio, então deu para ouvir o que ela falava:

— Minha amiga Zöe era amiga de trabalho e escola. Íamos fazer faculdade este ano juntas; na verdade, era um grande sonho nosso. Então ela... Bem, você sabe. Morreu em um acidente. O quanto sofri? Quis ficar trancada em meu quarto para o resto da vida ouvindo minhas músicas. E a situação só piorava...

Annabeth revirou o rosto. Não sabia que aquilo havia acontecido. Se tivesse... Teria ido visitar a amiga. Atravessado a cidade, e até o país se fosse preciso. Mas agora ela parecia tão bem. Olhou para Nico quando ela parou de falar. Ele queria argumentar algo como "Eu não estou assim por isso...", "Já superei...", mas se controlou, assim como controlou a dor que pulsava em seu peito. Hazel o abraçou com força, colocando sua cabeça em seus ombros enquanto tremia. Até Leo e os Stolls permanecerem em silêncio.

Annabeth queria mudar o silêncio perturbador imediatamente, mas quando sua voz saiu, alguém bateu a porta, falando toc toc.

— Quem é? — gritou Leo, ainda ao lado de Reyna. Se levantou. — Precisa de senha!

Annabeth colocou a mão no peito de Leo quando ele atravessou seu caminho para abrir a porta. Ela não queria que ele caçoasse quem quer que fosse novamente.

Ethan Nakamura estava postado a sua frente. Ela se perguntou se ele estava de luto, vestido igual a Nico: completamente de preto. Mas ele sorriu e abraçou, um sorriso tão carinhoso que deixou Annabeth feliz. As marcas ao lado de seus olhos apareceram.

Ainda com os braços em volta de Chase, ele a olhou:

— Como está? — ele parecia ter crescido e se tornado mais maduro desde a última vez que se viram. Ele usava um tapa-olho, mas Annabeth sabia o que havia ali de baixo.

— Estou bem, e espero que você também — respondeu. Ele se soltou e guardou a jaqueta, revelando uma camiseta branca por baixo.

— E aí, galera? — cumprimentou. Quando Annabeth olhou para trás ao fechar a porta, apesar de Rachel estar um pouco na frente, Percy parecia fuzilar Ethan com o olhar.

— E aí? — soltaram em um murmuro.

Leo agora estava sentado ao lado de Thalia, paquerando. Sally havia aparecido na sala e Ethan conversava com ela, mas a sogra acabou saindo e chamado Paul. Nakamura e Blofis subiram para o segundo andar. Quando desceram, estavam com uma poltrona nas mãos.

— Querem ajuda? — disse Frank, levantando-se.

— Seria uma boa, Frank — respondeu Ethan. Frank a levantou com facilidade.

— Onde quer...?

Ethan apontou. Frank a colocou um pouco a frente da mesa de centro.

— Como ficou tão forte em tão pouco tempo? — perguntou Ethan, surpreso. Jogou-se na poltrona.

Frank não pareceu ofendido, apesar que Annabeth, se fosse ele, teria. Respondeu:

— Peguei pesado na academia.

— Fazer muita academia prejudica os músculos — respondeu Octavian, debochado. Annabeth apertou os lábios, esperando que ignorassem-o. Mas a partir daí, seguisse uma discussão sobre academia e músculos. Piper parecia concentrada, mas apenas quando o namorado falava. Aí tentava desvendar o assunto, igual a Hazel, que parecia perdida. Nico parecia ter voltado ao tédio, já que ele era magrelo; mas ao mesmo tempo parecia saber do que estavam falando.

Ethan se envolveu um pouco, mas não parecia interessado em nada daquilo, mas socializava. Levantou-se para pegar champanhe na mesa onde Annabeth estava encostada, e acabou o servindo. Quando olhou para trás, Rachel estava sentado em seu lugar.

— Ei! — rugiu ele, enquanto segurava o copo que Annabeth servia. Desculpou-se com ela e correu para seu lugar. — Sai do meu lugar! — ele deu um leve soco na cabeça da menina. Ela disse algo, e com o nariz franzido, Ethan voltou para a mesa de comidas e bebidas.

— Eles poderiam arranjar um assunto mais legal — disse Ethan, bebendo um gole.

— Ei, Ethan — chamou Annabeth, apesar que ele estava ao seu lado. Ele ergueu uma sobrancelha. — Você poderia, uh, conversar com Reyna?

Ele olhou para a garota solitária ali perto, distraída com o celular.

— Será uma honra — sorriu ele. Annabeth também não o via há um tempo, e perguntou-se o que se passara com ele durante todo esse tempo.

A campainha soou. Annabeth abriu a porta e se deparou com um casal de namorados, ligados por um cachecol que enrolava-se no pescoço dos dois. A garota era belíssima, pele branca, olhos azuis e cabelo pretos. Vestia um vestido branco que ia acima dos joelhos, mas as pernas não pareciam sentir frio. O sapato era de cano alto. O rapaz ao seu lado segurava um guarda-chuva e tinha uma pele cor café, musculoso com uma jaqueta preta de corrida e as calças jeans.

— Silena! Beckendorf! — animou-se Percy atrás de Annabeth. Esta tomou um susto, mas apenas Silena parecia ter reparado. Eles fecharam o guarda chuva e entraram, e Annabeth agradeceu por eles serem os únicos convidados que não tinham se sujado de neve ou se molhado com a chuva.

— Está quente aqui — disse Beckendorf tirando a jaqueta e o cachecol dele e da namorada. Estava com uma regata branca.

Percy riu e deu alguns tapinhas nas costas do grandão. Estes, familiarizados, caminharam até o sofá e Percy o apresentou aos convidados.

— Silena, que bom que está aqui — Annabeth segurou as mãos da garota. Estavam frias.

— Estou tão feliz em vê-la — respondeu, caminhando até a mesa com o banquete. — Posso? — ela apontou para a garrafa de vinho.

— Claro — Annabeth deu de ombros e lembrou-se de algo. — Clarisse passou aqui mais cedo. Disse que, caso você aparecesse, era para desejar lembranças.

Silena parou no ato e a olhou. Clarisse... Elas não se viam há tanto tempo...

Alguém bateu na porta. Ethan, que estava sentado no chão ao lado de Reyna, ficou atento quando Annabeth rodou a maçaneta, revelando o homem loiro encolhido junto a porta. O coração da garota pulsou.

Luke.


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Notas finais do capítulo

Todos os convidados chegaram! Mas haverá ainda pequenas surpresas...
Comentem qual personagem vocês queriam que aparecessem.



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