Para meus amigos, meu coração escrita por Taichan


Capítulo 2
Sem luzes


Notas iniciais do capítulo

Acho que a história vai ser mais longa POR CAUSA DOS CONVIDADOS QUE NÃO PARAM DE CHEGAR. Calma gente, ainda tem muito mais vindo. Aliás, eu me desfoquei um pouco de Annabeth, desculpem! Boa leitura!



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Leo deixou de sorrir e guardou o pavê. Annabeth o encarava, lúcida caso ele comesse algo antes da hora. Não precisava duvidar, ela era muito boa em dar olhares.

Ele atravessava a sala quando a campainha tocou milhares de vezes.

— Qual é a senha? — perguntou Leo, encostando o ouvido na porta. Ele afastou-se quando o som da campainha se tornou batidas desesperadas.

Ele abriu quando começaram gritar com ele. Grover quase passou por cima dele ao entrar.

— Feche a porta, cara! Feche a porta!

Leo ficou abrindo e fechando a porta, sorrindo sarcasticamente para Grover. Este o ignorou quando Percy perguntou o que havia acontecido.

— Ah... Não é nada. Tyson e Ella vem aí.

Annabeth franziu a testa. Grover ainda se sentia incomodado com Tyson sem muita razão — Será que é por ele ser desastrado?, perguntou-se.

— E Júniper? — indagou Annabeth.

— Ficou para trás. Queria conversar com Tyson e Ella, então vim correndo.

— Grover... — Leo mordeu os lábios, sem se segurar. Grover virou-se. — Você é um burro?

Grover parecia querer estrangulá-lo. Annabeth continuou com a testa franzida, sem entender. Olhou para as vestimentas dele: vestia um suéter marrom peludo, agora cheio de neve. Possivelmente, lá fora, a neve havia aumentado. Desejou que mais pessoas pudessem comparecer apesar da nevasca. As calças eram escuras, e as botas, marrom sépia, quase pretas. Não fazia sentido o que Leo falara, mas Grover ficara ofendido. Neste momento, Frank terminou de organizar as sacolas e tropeçou na tomada da árvore de Natal. Acabou caindo, e todos viraram-se para olhá-lo. Hazel logo levantou-se para ajudá-lo. Constrangido, ele pediu desculpas e colocou novamente o cabo dos piscas-piscas na tomada, mas não voltaram a brilhar. Engoliu em seco.

— Uh... — ele coçou a cabeça. — Acho que quebrei o cabo.

— Posso consertar — disse Leo, aproximando-se. Frank afastou-se quando entregou o cabo a ele e este começou a analisa-lo. — Acho. Na verdade, o cabo parece estar em perfeitas condições. — Olhou a tomada. — Vou precisar de ferramentas.

Paul Blofis estava sob o arco entre a sala e a cozinha.

— Vou pegar — e voltou para a cozinha. Frank ainda estava envergonhado com tudo isso, mas Hazel tentava acalmá-lo. Paul então voltou e a pousou ao lado de Leo, agachando-se junto.

— Deixa que eu ajudo o Leo — disse Jason, se levantado. — Eu entendo um pouco de eletricidade.

Paul assentiu e se levantou, mas, enquanto voltava para Sally, a campainha tocou. Ele abriu a porta e se deparou com dois garotos com um rosto sarcásticos, como se fosse um assalto. Entraram no mesmo passo. Eram exatamente iguais, tanto na aparência quanto na roupa: os cabelos e olhos castanhos, os sobretudo verdes, calças jeans e os mesmos coturno. Todos os conhecia, e o próprio Paul afastou-se antes que fosse vítima de alguma brincadeira.

— Stolls! — sorriu Percy. O Natal iria ser um pouco cômico.

Eles o cumprimentou, caminhando para o sofá ainda com os sobretudos. O chão encharcou de neve. Annabeth quis estrangulá-los, mas quando ela pediu para eles tirarem, se recusaram. Ela os olhou, aflita, e pousou o rosto entre as duas mãos.

Quando os Stolls viram o tédio de Nico, trocaram olhares. O garoto estava com o rosto apoiado na mão, olhando para a cozinha — especificamente para o forno, onde o peru assava.

— Nico não vê a hora do peru — insinuou Connor. Era difícil distinguir os dois, mas Connor era mais baixo que Travis. Ao menos, algum centímetro.

Nico pareceu ter acordado de um sonho. Annabeth não sabia se era possível, mas parecia ter ficado mais pálido. Piper ficou preocupada. Pelo que Annabeth disse, sua irmã havia morrido. Então ela pensou em entrar em uma brincadeira parecida com a dos irmãos.

Leo virou-se para olhar para Connor e Travis. Sorriu — o mesmo sorriso que os gêmeos tinham — e pareceu ansioso para terminar de consertar a tomada.

Piper chamou Annabeth e cochichou em seu ouvido. As duas subiram para o segundo andar enquanto Percy olhava-as desconfiado. Talvez seja coisa de amigas.

Quando Annabeth, animada com a ideia de Piper, desceu as escadas, Hazel estava sentada ao lado de Nico, segurando os braços de Frank confortavelmente. Também havia chegado novos convidados: Tyson e Ella. Percy não se dava muito bem com Tyson no início, nem mesmo Annabeth. Mas acabaram acostumando com o jeito estranho dele.

Ele era alto, a cabeça um pouco maior que o corpo. Tinha o cabelo raspado dos lados, mas era imperceptível já que estavam escovados para baixo. Os olhos eram igualmente marrons e grandes, quase esbugalhado. Vestia roupas claras e uma calça moletom. A personalidade do grandão era desastrada e um tanto boba, mas fora isso que mais agradara Ella.

— Fofo — Ella apertou mais o rosto nos braços do namorado. Fofo. Fofo era como ela nomeava o desastre dele.

Conversavam com Percy. Ella a chamou na conversa, fazendo Annabeth entregar a sacola para Piper e ir falar com os dois.

— Está linda como sempre, Ella! — sorriu Annabeth. A garota vestia um vestido vermelho e o batom da mesma cor. Ella gostava muito de poesias, e a maior parte do assunto variava-se disso. De vez enquanto, Annabeth desviava o olhar para Piper. Os dois estavam sentados na escada, e Nico lutava contra os acessórios natalinos que ela colocava nele: a toca vermelha e o cachecol. Viu, pelo canto do olho, Hazel os olhar preocupada, como se alguma surpresa iria ser estragada. Mas logo sorriu.

Foi aí que lembrou-se de Grover. E Júniper. Sem querer, interrompeu Ella:

— Onde está Júniper... E o Grover?

Tyson apontou para a cozinha. Grover falava com Júniper ao lado da ceia, às vezes olhando para Sally para ver se estava distraída. Quando isso acontecia, ele virava-se para roubar a a comida. Como naquele momento. Pegou alguns biscoitos e enfiou tudo na boca.

Annabeth ergueu a sobrancelha. Queria sair dali, mas isso seria falta de educação. Então tomou uma partida no assunto:

— Lembro de quando meu professor de Geografia fez uma piada na sala e fiquei rindo por uma semana. Ele perguntou, sério, como se a questão fosse cair na prova: "Qual o titã que representa a matéria de Geografia?". Ninguém sabia. Então disse "Atlas". Eu ria mais por ter caído naquela e, ainda mais, ninguém ter entendido.

Ella estremeceu os ombros, rindo. Ela uma risada fina e aguda, mas Annabeth não se importou.

— Eu já volto — Annabeth fez a deixa e pegou Grover de surpresa.

Enquanto lhe dava uma bronca, a campainha tocou. Percy correu, pois estava com medo da pessoa estar há tempos tocando. Stolls haviam colocado um som em um volume absurdo — e isso fez ele pensar que Annabeth reclamaria com eles, e não com Grover, que comia biscoitos.

— E aí, Jackson? — o sorriso que a garota deu o fez tremer.

— Clarisse — ele disse, sorrindo forçadamente.

— Bem, Jackson, infelizmente, vim de passagem. Desejar boas festas para a Sra. Jackson.

— Felizmente — murmurou Percy.

— Quê disse? — ela perguntou, inclinando-se para ouvir melhor.

— Ei, cara — disse uma voz ao lado de Clarisse. Percy não havia percebido que Chris havia vindo junto. — Deixe nós entrar. Estou congelando aqui.

Percy abriu passagem para os dois. Clarisse não era nada formal: usava calças militares e, em baixo da jaqueta branca, uma regata da mesma cor. Uma bandana vermelha escrita Feliz Natal estava sobre os cabelos castanhos desgrenhados. Ao menos ela é educada o suficiente para tirar o casaco, pensou Percy. Clarisse caminhou para a cozinha, onde dali dava para ver Sally.

Annabeth tomou um susto quando viu a garota entrar. Ela era grande e musculosa, quem não iria?

— Feliz Natal, Clarisse — desejou Annabeth.

— Para você também, Chase — a voz era rude, como se tivesse engrossado desda última vez que se viram.

Percy voltou a conversar com Tyson, mas parou para olhar como Nico ficara. Estava com um nariz que normalmente se coloca em um boneco de neve, aquela cenoura. Ele não entendeu o porquê da cartola e do cachecol. Agora era Piper quem usava a toca vermelha, de pé ao lado do namorado. Nico encontrou os olhos de Percy, mas desviou rapidamente o olhar.

Alguém bateu na porta. Os Stolls haviam abaixado o volume; Percy pensou seriamente em deixar a porta aberta, ou, ao menos, colocar uma placa escrito "Entre, por favor". Se continuasse assim, viraria porteiro, caso nada desse certo.

Mas dessa vez quem abriu a porta foi Jason, que já estava ficando cansado de esperar Leo consertar a tomada. O garoto estava com o cabelo um pouco bagunçado e a bochecha estava preta. Será que Leo havia levado um choque?

A menina que estava parada na porta tinha um trança embutida jogada no ombro, e o vestido, roxo. Uma faixa branca, que cobria um de seus braços, ia de um ombro até a cintura.

— Reyna! — Sorriu Jason, e abriu os braços para um abraço. Mas seu sorriso desapareceu quando a garota desviou o olhar, e seus braços caíram devagar. Ele colocou a mão atrás da cabeça e voltou para ajudar Leo. Piper o olhava ciumenta. Eles dois haviam sido namorados, até se separarem e Jason começar namorar Piper.

A pronuncia do nome fez Annabeth voar da cozinha. Abraçou fortemente a amiga. Piper e Percy as olhavam e pareciam ter o mesmo pensamento na hora. Isso o deixou distraído o suficiente para não perceber Clarisse se aproximando. Ela deu um soco em seu ombro, que por um momento, pareceu adormecer. Ele ia levantando a mão para onde a dor pulsava, mas se controlou e apenas franziu a testa, dando um sorriso falso.

— Feliz Natal, Jackson.


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Notas finais do capítulo

Eu queria ter alongado mais, mas resolvi parar aqui. Não esqueçam de comentar o que achou: eu pessoalmente achei o capítulo um tanto estranho, mas acho que, como os convidados ainda estão chegando, estou me apressando. Mas deem suas opiniões.



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