Confusão. Era tudo o que eu sentia. Eu não sabia o porquê dessa luz, mas algo nela me atraia. Eu não sabia o que me levou a estender a mão e tocar a superfície cintilante das duas pedras preciosas. Assim que meus dedos de mármore encostaram nos diamantes, fui jogada bruscamente para trás. Mas ninguém havia me empurrado. Foi como se fosse uma estranha força me jogasse para trás, sendo que ela foi originada das pedras.

A força do impacto era tanta que rachaduras apareceram na minha face. Uma dor inimaginável percorreu por todo o meu corpo, dos pés até a cabeça. Eu não consegui me mexer. Tudo o que eu desejava nesse momento era ter a capacidade de desmaiar. Minutos se passaram, com a dor diminuindo lentamente, até que as rachaduras se fecharam. Pelo visto, esse impacto fora tão forte que passou mais tempo para meu corpo vampírico se estabilizar.

Eu já estava melhor a ponto de me levantar e notar que Edward estivera ao meu lado por todos esses minutos. Apertei sua mão firmemente, tanto para demonstrar minha gratidão por ele ter ficado ao meu lado, quanto para mostrá-lo que eu estava bem.

Ele se levantou, puxando-me junto e pondo-me seguramente ao seu lado. Sorri de leve. Como eu o amo! Megan continuava fixa em seu lugar, com os olhos levemente esbugalhados. Ela balançou a cabeça e perguntou:

–Bella... Você está bem? O que aconteceu?

–É o que eu estou me perguntando agora.- Falei.

Olhei para ao diamantes e sobressaltei-me. Os diamantes haviam sumido! Em vez das duas pedras cintilantes, estava um chave feita de diamantes, mas com o mesmo brilho cinza esverdeado.

–Be-Bella?- Perguntou Esme.- O que é isso?

–Acho que agora sei o que é. Parece que os dois diamantes estavam conectados de alguma forma, e assim que foram juntos, só precisavam de alguém para transforma-los...Nisto.- Apontei para a chave.

–Alguém não.- Corrigiu Megan.- A Escolhida. A disposta a se sacrificar para salvar tudo. Ou seja, você.

–Então, quer dizer que Bella vai ter que tocar nisto novamente? Não, Bella, você só irá se machucar ainda mais.- Disse Edward.

–Mas é para o bem de todos. Eu tenho que fazer isso.

Edward fez uma expressão que indicava que ele não concordava, mas continuou em silêncio. Ele sabia que era preciso. Hesitei por um instante, até que levantei minha mão e toquei novamente a superfície. Não fui jogada para trás. Em vez disso, a chave cintilou mais forte por um breve momento, até que ela assumiu uma coloração totalmente cinza esverdeada e parou de brilhar. O brilho diminuiu até cintilar somente em um ponto e se extinguiu. No último ponto a parar de cintilar, estava escrito: "À Escolhida". Era para mim. Sem hesitar, guardei-a no bolso.

O silêncio pesava. Renesmee, entendendo sua deixa, quebrou o silêncio.

–O que isso significa?

Era o que eu gostaria de saber.

***

Estávamos todos juntos, reunidos na sala da casa central dos Guardiões. Carlisle ligara para o celular de Edward, e soube que tinha que vir para cá assim que der. Tínhamos acabado de contar o que aconteceu, e começávamos a pensar sobre o assunto. Megan trouxera as luvas que tinham indicado que eu era A Escolhida e colocou-as sobre a mesa de centro. Ela também trouxe um livro bem grosso e antigo.

–Bem, O Livro dos Guardiões -Ela apontou para o exemplar antigo.- diz o seguinte sobre A Escolhida:

"O Escolhido, criatura de grande poder

Enfrentará os perigos para o bem proteger

Para seu objetivo alcançar

O Escolhido terá que ferramentas usar

A primeira é a que o define, torna-o poderoso

A segunda é a que sua cor reflete, podendo ser usada somente com o coração

Cuidado, Escolhido, porque as ferramentas terão que ser usadas no momento certo

E, se outra criatura as usar

A missão correrá grande risco de fracassar."

Ela assim que ela terminou de recitar os versos, minha mente já começou a refletir em cada uma dessas palavras. A maioria eu havia entendido, mas tinha algumas que ficaram subentendidas. Uma frase, para ser precisa:"podendo ser usada somente com o coração". O que isso significa?

Fiz essa pergunta em voz alta. Todos passaram um tempo ponderando, e só fomos interrompidos com o barulho da porta se abrindo. Era Liam. Ele entrou correndo, disse "Oi" e sussurrou algo no ouvido da irmã. Ela esbugalhou os olhos.

–O que? Como isso é possível? Não, isso é impossível!- Disse ela para o irmão.

–Se não acredita em mim, venha lá fora ver! Eu te mostro!

Ela nos convidou para ver. Aceitamos e nos dirigimos para a porta. Liam andou até a beira do mar e colocou uma pérola na areia branca. No momento em que ele colocou-a na areia e que as ondas encostaram nela, uma voz saiu dela:

–Salvem-se!

Não era qualquer pérola. Era A pérola de Emma. E não era qualquer voz. Era a voz de Emma.