Liam e Megan começaram a explicação:

–Essas luvas tem poder.- Começou a líder Guardiã.- Mas elas só podem ser usadas pela escolhida, ou seja, você Bella. Se qualquer outra pessoa vesti-la, as luvas instantaneamente irão endurecer e não poderão ser manuseadas pelos próximos duzentos anos, a menos que elas sejam devolvidas a seu lugar de origem, onde elas foram criadas. Mas esse objeto foi fabricado em algum lugar da Europa, bem longe daqui, então é melhor deixar fora do alcance de outros seres.

–Mas o que essas luvas fazem?- Perguntei, inquieta.

–Na verdade, não sabemos exatamente o que elas fazem. Somente temos uma vaga ideia e, segundo essa ideia, ela te dá o poder sobre a água, pois os Meaniters também são mortos se afogados por água.- Liam disse.

–Mas Bella pode ficar mais vulnerável, não quero que em hipótese alguma ela se machuque!- Edward disse.

–Não irei me machucar. Ficarei bem.- Afirmei. Eu também precisava acreditar nisso.

***

Assim que chegamos em casa, o telefone tocou e eu atendi, pois eu estava mais perto. Era o Charlie, meu pai.

–Alô?- Perguntei.

"Bella?"

–Pai?

"Ah, Bella, sua mãe me ligou mais cedo. Ela queria notícias suas. Eu disse que você não estava mais morando em Forks. Ela ficou totalmente estática e disse que queria uma explicação sua. A esse ponto, ela já deve ter te mandado uns trinta e-mails. Eu queria te ligar mais cedo, mas ninguém atendia."

–Oh, não, a Renée não sabia que eu tinha me mudado? Você ficou de avisar para ela!

"Sabe o que é que é... Já estou ficando velho, e a memória está falhando... Então pensei que era você quem tinha que avisar..."

–Tudo bem. Eu mando um e-mail para ela.

"Certo. Então, Bells, eu queria saber... Quando você vem me visitar?"

Minha garganta apertou ao ouvir a voz carente do meu pai. Nessa situação de estarmos em praticamente guerra com os Meaniters, eu não podia visitá-lo.

–Logo, logo, pai, nem precise se preocupar. Quando der, irei para aí.

"Okay. Tchau Bells, eu te amo, e venha logo visitar seu velho!"

–Tchau, pai, também te amo.- Eu disse, com um suspiro. Eu e Charlie nunca fomos de dizer nossos sentimentos em voz alta, mas talvez eu nem tenha possibilidade de vê-lo novamente.

Todos os que estavam presentes na sala, certamente escutaram a conversa, porque todos tinham audição sobre-humana. Carlisle foi o primeiro a romper o silêncio:

–Bella, creio que seja melhor você se contactar com sua mãe. Use o computador da sala.

Assenti levemente e dirigi-me para a pequena cadeira, a frente do computador, aguardando pacientemente a tela iluminar-se e eu digitar rapidamente o meu e-mail. Então a caixa de entrada estava cheia de e-mails:

"De Renée-para Bella

Hoje-8:50h

Filha, que história é essa que o seu pai me contou sobre você ter se mudado e não me contado?! Você poderia ao menos ter me mandado uma mensagem de texto! Me escreva contando tudo!"

"De Renée-para Bella

Hoje-10:02h

Isabella Marie Swan Cullen! Por que você ainda não me respondeu, mocinha? Estou ficando preocupada! Me escreva!"

"De Renée-para Bella

Hoje-15:33h

Bella! Cadê você? Me explique! Ainda não descobri o número do seu celular, então não posso ligar. Mas, filha, realmente estou preocupada."

"De Renée-para Bella

Hoje-22:09h

Filha, cadê você?????? Estou preocupada!!!! Por favor, me responda!!!!!"

Dei um suspiro. Mesmo com o passar do tempo, ela continuava a ser minha mãe impaciente. Escrevi muito rapidamente um e-mail:

"De Bella-para Renée

Hoje-22:20h

Mãe, estou bem. Somente muito atarefada com os estudos, sabe, faculdade. Charlie é quem estava encarregado a te avisar. Agora estamos morando em uma cidadezinha no litoral, chamada The Ocean Secrets e não estamos com muito tempo para verificar os e-mails, além do fato da internet ser lenta. Está tudo bem. Não precisa se preocupar!
Bella."

Desliguei rapidamente, meio culpada por mentir, porque além de eu não estar na faculdade (e Renée pensar que eu estou), menti também por não estar nada bem.

Estamos em uma guerra com os Meaniters.

Virei-me e todos os Cullen estavam sentados o sofá, com a expressão pensativa. Andei lentamente para sentar-me ao lado de Edward, retirando meu escudo mental. "O que vamos fazer? Até minha mãe acha que tem algo de errado...", pensei. Ele só assentiu. Depois seu rosto se iluminou. Franzi o cenho, totalmente confusa. O que ele pensara? Edward levantou-se de um pulo, sempre gracioso, e exclamou:

–Acho que cheguei a uma conclusão!

–Qual?-Perguntamos todos juntos.

–Aquelas luvas cinza, não foram fabricadas a muito tempo, em algum lugar da Europa?

Assentimos.

–E os Volturi não moram na Itália, que fica na Europa?

Assentimos novamente.

–Aro mandou a Bella um diamante, que com certeza também veio da Itália, o diamante que foi mandado a ela como presente de casamento. Eu vi um igual a esse no porão dos Guardiões. Talvez eles estejam ligados!

–É uma possibilidade.- Carlisle disse.-Mas onde está o diamante que foi dado de presente?

Encolhi os ombros e refiz meus passos. Onde eu o havia deixado? Eu estava totalmente absorvida em pensamentos que fui tirada bruscamente deles, com a voz de Nessie ressonando em meus ouvidos:

–Eu o trouxe! Tenho certeza que o trouxe!

Depois ela correu até seu quarto e voltou dois segundos depois, com uma enorme pedra em sua mão.

–Eu o trouxe porque eu não queria deixar nada na nossa antiga casa, para me lembrar o máximo dela.

–É mesmo totalmente idêntico ao do porão dos Guardiões!-Edward exclamou.

Tínhamos que voltar ao alojamento dos Guardiões, mas Carlisle avisou que precisava ir ao hospital e como já tínhamos voltado do colégio, estávamos com a tarde livre. Corríamos todos juntos, com o vento batendo em meu rosto, a chuva gelada (mas não tão gelada como a temperatura do meu corpo) caindo em minha pele de mármore. Chegamos ao alojamento de casas, mas encotramos Megan sentada na areia, contemplando pensativamente o horizonte. Existia vários bancos postos sobre a areia, debaixo de um pequeno teto. Cumprimentamos Megan e, depois de acomodados, comecei:

–Megan, Edward chegou a uma conclusão muito importante.

–Qual?- Ela perguntou, notavelmente curiosa.

–Existe um diamante no seu porão, certo?- Edward começou. Ele nem esperou ela responder, com certeza ele já tinha escutado a resposta no pesamento da líder.- Ele é igual a um que recebemos dos Volturi, que são praticamente o clã que dita as regras do mundo dos vampiros. Onde vocês arranjaram o objeto?

–Ela foi trazida pelo mar, antes mesmo de eu existir. Então a pedra foi levada para dentro, como um lembrete para nós do que o Oceano é capaz. Mas o diamante nunca apresentou nada de sobrenatural, além de que quando ele chegou nessa mesma praia, ele já estava lapidado.

–Você pode trazê-lo até aqui para compararmos os dois?- Perguntei.

Ela concordou e se dirigiu até a casa principal. Depois de alguns minutos, entregou-me a pedra. Nessie me deu a outra. Ergui pensativamente as duas e assim que as duas pedras se tocaram, elas emitiram uma luz estranha. A luz era cinza esverdeada. A minha cor.