Daquelas bolinhas de pelos se aproximaram de nós e nos encararam com suas enormes linguinhas Assim que deixamos o vilarejo que agora era apenas areia, andamos por um caminho meio nevado, apesar de ter aspecto de neve não estava frio, o que era meio estranho. Observando melhor, haviam pinheiros cobertos por uma neve fofa e branca, o chão estava levemente coberto também; bem perto da beirada do caminho se encontrava um pequeno riacho congelado. Não deveria ser mais de oito passos para chegarmos ao outro lado, com cuidado, andamos por cima do mesmo, afinal, não tinha ponte e para dar a volta, seria a mesma coisa que andar em círculos.

Terminando de atravessar o riacho começou a descongelar e a congelar insanamente seguido de uma rajada de neve que vinha em nossa direção, e em meio a ela, uma mulher vestida de um gelo escuro, corremos desesperadamente pelo caminho que havia em nossa frente.

Paramos, cansados, em frente há uma bela ponte com neve em alguns aspectos que a tornavam bela; olhando pelo lado dava para se ver um abismo enorme, e ao fundo, uma ponte em ruinas que lembrava muito vagamente a ponte anterior, com detalhes de que havia alguns desenhos no chão, assim, como a que estávamos agora.

Notava-se belas criaturinhas que pareciam uma versão mais fofinhas e amigáveis de bodes das montanhas, duas a de fora.

– “São tão dóceis e fofinhos.” – disse pegando um no colo.

– “Que foi pequenino?” – perguntou Lucchi ao pequeno quando o mesmo parou de lamber seu rosto e encarou o outro lado da ponte.

Os dois pequenos seres pularam de nossos braços e correram para uma moita esbranquiçada que havia por perto, saindo alguns minutos depois com uma espécie de coleira neles. Se posicionaram de costas para nós e esperaram, pelo visto parecia que eles queriam que nós segurássemos a coleira.

Logo que seguramos eles começaram a flutuar e dispararam para o outro lado da ponte, é claro, puxando-nos. Observando melhor, era tudo azulado e esbranquiçado, com partes cobertas de neve mas que não nos faziam sentir frio, era bem estranho por sinal, a ponte que avistamos ao longe era parecida com essa, mas ela era partida exatamente no centro, parecendo que foi local de uma guerra muitos anos atrás.

Pouco mais de nove minutos se passaram, realmente, a ponte era bem grandinha, terminando de nos puxar, as criaturinhas pularam novamente em nossos braços e recomeçamos a caminhada, entretanto, uma espécie parecida com as criaturas que estavam em nossos braços, com uma coroa e uma capa sentada em um trono, e digamos assim de passagem, com um bigode bem charmoso, nos olhou e sorriu. Levantou-se e imediatamente começou a brilhar, e em instantes, tomou uma forma meio humanoide, sua pele continuou branca, seus cabelos e bigode também, ele era alto e não era gordo mas também não era magro.

– “Olá meus jovens, eu sou o Rei Poro, e vejo que vocês foram conduzidos por dois poros de meu reino, mas o que fazem aqui, não entendo, a menos que...” – começou carismático mas ficando pensativo depois.

– “Prazer vossa realeza, eu sou Lucchiel e essa é minha amiga Sona, nos perdemos e acabamos por chegar aqui.” – nos apresentou Lucchi, com um tom formal, claro.

– “A rainha de Freljord, Ashe, não está no momento então eu, Rei dos poros irei lhes explicar o que se passa nessa terra gelada e o porquê de não sentirmos frio.”

“Existe uma magia ancestral que cobre toda Freljord, tão antiga quanto a guardiã de gelo, Anivia. A guardiã sempre teve poder para controlar Freljord mas após uma longa jornada de existência a da mesma, uma tribo humana conseguiu prosperar naquele lugar gélido, conforme eles iam dominando o uso de seus utensílios eles iam descobrindo mais partes daquela terra, descobriram que não era o lugar todo que era gelado, apenas os locais que não possuíam o gelos verdadeiro, um gelo, que nunca derretia, no entanto, também não transmitia frio, já que uma de suas características era o fato de essa geleira ser “térmica” ocasionando com que apenas as coisas que encostassem nela ficassem frio, isso não impede de ficar frio, mas os habitantes conseguiram desenvolver uma tolerância ao frio, e “visitantes” ganham um tipo de aura que atua do mesmo jeito, houve uma guerra para saber quem ficaria com a geleira, que durou gerações, até chegar em nossa rainha Ashe, descendente de Avarosa que expulsou os observadores, criaturas malignas do vazio, que queriam dominar Freljord e usar o gelo verdadeiro para o mau. Devem estar se perguntando, como ele explicou isso sendo que nem perguntamos, vocês não são os primeiros humanos pertencentes a outra dimensão que pisaram aqui, no entanto, tiveram sorte de não terem encontrado Nithiel, ele foi o ser pela qual nenhum humano conseguiu sair, já que ele sempre faz com que eles morram de algum jeito logo na entrada. Venham, é só atravessar esse portal.” – terminou de nos guiar até um portal brilhante em azul. – “Não vai levar-lhes para casa mas vai fazer com que vocês fiquem mais próximos da saída, boa sorte pequeninos” – terminou acenando e sorrindo, parece que simpatia era uma das características daquela espécie.

Um barulho pode ser ouvido do outro lado da ponte, uma mulher revestida de um gelo escuro, na verdade, era exatamente a mesma mulher de antes, começou a correr em nossa direção, coisa boa que não era, o Rei Poro fez uma cara de espanto e nos empurrou para o portal antes que a mesma nos alcançasse, por segundos ela não nos tocou, deu para ver a raiva em seus olhos.

Pelo que parecia, aquelas coisinhas brancas se chamavam poros, o rei deles podia se transformar em uma espécie de humanoide e havia acontecido uma guerra naquele lugar, a rainha deles era descendente de outra rainha que foi nomeada da realeza pelo fato de ter conseguido expulsar os tais de “observadores” que pareciam que queriam dominar a força ancestral daquele lugar, tudo fascinante.

Após a locomoção do portal saímos e.... Voltamos ao começo?!