Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 16
Conversas Definitivas


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Que bom que gostaram do cap de Connor sendo Templário. Por mais que seja louco, eu acredito que esta era uma baita possibilidade, se Haytham soubesse da existência de Connor. Mesmo se ele não estivesse mais com Ziio, uma hora Haytham iria trazer Connor para o lado negro da força, rs.

Bom, espero que gostem desse cap, e boa leitura!!!



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–Você é um irresponsável!

–Ziio, não foi por mal...

–Chega, Haytham. Deixar um copo cheio de uísque em uma mesa ao alcance de uma criança foi o gesto mais irresponsável que... Oh, Ratonhnhaké:ton!

Acordei assim, de meu devaneio que mais parecia um pesadelo, com as vozes distantes de meus pais, no que deveria ter sido mais uma discussão, como tantas outras que vinham enfrentando nos últimos dias. Mas apesar de eu detestar vê-los a discutir, aquilo me aliviou. Significava que eu estava de volta à realidade construtiva da Maçã – melhor dizendo, desconstrutiva –, e não naquela realidade torta de Templário que havia acabado de vivenciar.

–Você está bem, meu filho? – ela perguntou, em nossa língua nativa.

–Ista... O que houve? – perguntei, sentindo-me tonto.

Ela acariciou minha testa. Percebi que ela estava prestes a me explicar, mas meu pai falou primeiro.

–Parece que você tomou o primeiro porre de sua vida, meu filho.

Apesar do tom divertido de meu pai, minha mãe lançou sobre ele um olhar furioso.

–Você não deveria ter tomado a bebida de seu pai, meu filho. Aquilo é coisa de adultos. Prometa que jamais fará isto outra vez?

–Eu prometo. – disse, sentindo-me sonolento.

–Agora, descanse. – de olhos fechados, senti-me sendo envolvido em cobertas quentes. Em seguida, veio o seu característico e estimado beijo em minha testa. Quando pensei que tinha terminado, veio a mão pesada de meu pai, a bagunçar o meu cabelo.

Deixei que o sono me tomasse, e dormi profundamente.


§§§§§§§§§§§§§


Uma vez, Achilles me ensinou que se eu não tomasse decisão no momento certo, então o destino em anteciparia e me forçaria a isto.

Algo assim aconteceu com meu pai. Nos últimos dias, a animosidade entre meus pais estava altíssima. Sem dúvida, a união dos dois estava a depender daquela semana, a semana que ele prometeu cortar o vínculo com os templários. Ele tinha dito que marcaria na sexta-feira, e que mesmo se Charles não estivesse em Boston, ele daria seu jeito de comunicar, a quem quer que fosse, sobre sua decisão.

Esse dia jamais chegou, pois o destino se encarregou de força-lo à sua renúncia.

Embora a casa fosse recém-adquirida, uma série de coisas estava em falta, e meu pai decidiu compra-las. O local com comércio mais próximo era Lexington, e naquela manhã ele decidiu me levar. Minha mãe pareceu um tanto insatisfeita, mas permitiu. Como eu tinha passado três dias em Kanataséhton, ela não tinha o que argumentar. Passamos o caminho, conversando sobre o que poderíamos fazer nas terras. Pelo que pude notar, ele estava bastante animado com a perspectiva de se tornar fazendeiro, desejando plantar tabaco e fazer algum pasto. Pensou também em utilizar a vasta floresta para extrair madeira, mas logo afugentou a idéia.

E eu sabia bem a razão. A floresta era o que nos separava de Achilles Davenport.

Finalmente, chegamos ao vilarejo de Lexington. Meu pai me ajudou a descer da carroça e me fez andar entre os brancos. Eu sabia que deveria reagir estranhamente, mas minha única reação de surpresa não dizia respeito às pessoas, mas a como o lugar era mais simples que nos meus tempos de adulto. Havia menos casas e o comércio era simplório.

Fomos até um armazém, onde ele encomendou ferramentas, como machado, pregos e tábuas, e também alguns utensílios de casa e cozinha. Percebi que ele estava pensando em comprar comida, apesar de minha mãe caçar todos os dias, pois em seguida fomos a uma feira localizada ali perto.

–Não vá para muito longe, Connor! – advertiu-me, a medida que eu ia me afastando de si. No entanto, ele parecia confiar em mim para me deixar andar livremente.

Eu estava brincando com um cachorro de rua quando notei uma pequena confusão, em uma quitanda de frutas. Dois soldados estavam discutindo com a vendedora. Aquilo me deixou alarmado.

–Vocês não podem levar o que querem sem pagar! – discutia a pobre senhora.

–Claro que sim! Estamos levando essas frutas aos cães de um soldado de alta patente! Deveria se sentir lisonjeada por fornecer alimentos aos cães de Charles Lee.

Fiquei surpreso. Então, Charles Lee estava por perto. Mas fazendo exatamente o quê ali? Por mais que fosse perigoso seguir aqueles soldados, senti que deveria investigar. E foi o que fiz, deixando que os dois soldados tomassem determinada distância em sua caminhada, para depois segui-los com minha cautela de Assassino.

Pelo caminho, conversavam sobre mulheres e sobre o que fariam em seu dia de folga, e estavam distraídos demais para perceberem minha presença, à espreita. Por sorte, o acampamento não era longe dali, e não havia muitos soldados.

Fiquei sobressaltado, no entanto, quando notei uma mão pegar firmemente em meu ombro. Quando tentei me virar, acabei recebendo um soco no rosto. Senti sangue em minha boca, e a clara sensação de ter perdido um dente. Bom, a julgar por minha idade, todos deveriam ser de leite, e cedo ou tarde cairiam. Ao menos isto.

–Veja só, chefe, quem estava nos espionando! – exclamou o soldado, que me pegou desprevenido e rapidamente me dominou. Eu sabia de muitas maneiras de escapar, mas faltava-me a força de um corpo adulto para isto.

Dei alguns passos adiante, forçado pelo soldado, até me deparar com o próprio Charles Lee, de costas a conversar com alguns soldados.

–Oh... Mas você me parece familiar. – foi a primeira coisa que ele observou. – Claro. O moleque da floresta.

Ele começou a rir, e isso fez puxar dezenas de risadas de seus subalternos.

–Insistente e impertinente. – ele disse, com desgosto.

Cuspi no chão, em sinal de desgosto com sua presença. Ele grunhiu.

–E mal-educado e insolente, ainda cabe adicionar. Sabe... – ele disse, retirando sua pistola do coldre, e a apontando para mim. – Eu me pergunto por quê não devo dar um tiro em sua cabecinha oca e selvagem de uma vez por todas e livrar o mundo de sua imundície...

Fechei meus olhos. Então este era o meu fim, eu pensei. Não era ser Templário, ou ser um Assassino fracassado. Eu não viveria o bastante para nenhuma dessas coisas. E graças ao mesmo homem que sempre esteve me combatendo. O mesmo homem eu enterrei uma faca em seu peito, após uma luta exaustiva, em um bar no meio do nada. Ter minha vida tirada por suas mãos e de uma maneira tão dolorosa quanto um tiro na cabeça tornava o destino de Templário não tão ruim assim quanto eu pensava.

Que seja rápido pelo menos. Pensei, e voltei a fechar meus olhos, preparado para o dia que sempre esperei na minha vida.

–Charles.

Tanto eu quanto Charles Lee nos viramos instantaneamente para a direção da voz. A voz que não pertencia a nenhum outro senão meu pai, Haytham Kenway.

–Grão-mestre. – observou Lee, ainda surpreso. – Por onde esteve?

O semblante de meu pai não era outro, senão raiva. No entanto, ele sabia que estava em desvantagem, e por isso, disfarçou bem suas emoções. Eu, no entanto, conhecia bem aquele olhar de fúria repelida para saber que uma mera faísca poderia fazer surgir um monstro mortífero.

–Posso saber desde quando matar crianças se tornou método aceitável? – perguntou, friamente. Charles segurou um riso.

–Fala como se esse menino fosse de fato digno de atenção, sir. Para mim, não passa de um animal qualquer.

–Mesmo um animal precisa de uma explicação plausível para ser abatido, não acha? – ele disse, fazendo uma breve pausa. – Pois então, porquê está tomando este menino?

–Ele estava me espionando! – defendeu-se Lee. – Deve ser um espião dos...

–Não me faça rir, Charles! – exclamou meu pai, com raiva. – Você já foi melhor do que isto. Se é que realmente foi.

Meu pai olhou ao redor. Havia ali, pelo menos, uma dúzia de soldados, alguns com mosquetes na mão, prontos para agirem, se fosse necessário. Meu pai poderia dar conta da metade, mas ainda assim, havia a outra metade para cuidar. Ele estava em desvantagem.

Por isso, adotou outra estratégia.

–Escute, Charles. Matar este menino apenas atrapalhará nossa relação com os Mohawk, que já está deveras estremecida desde a Guerra. Se ainda deseja fazer buscas no local precursor, precisamos que as hostilidades para conosco se abrandem. Que eles passem a nos enxergar como aliados.

Desviei meus olhos dele. Ele ainda falava como um Templário! Mesmo depois de me ver sendo atacado e agredido por seus colegas. Meu pai realmente parecia ser um caso sem salvação.

–Eu não preciso daqueles selvagens imundos como aliados! – vociferou Lee.

Meu pai suspirou. Percebi que ele estava com profundo desgosto.

–Foi bom vê-lo novamente, apesar de tal circunstância. Por mais que eu esteja... Surpreso em ver o seu atual comportamento, creio que foi melhor assim. Ajudou-me a esclarecer muita coisa.

–O que está insinuando, sir? – perguntou Charles, sem entender.

–Eu quero ter uma conversa em privado com você, Charles. No entanto, eu quero que solte o menino.

Resoluto, Charles Lee parecia pensar, até gesticular para um dos soldados me soltar. Enquanto tocava uma região dolorida de meu rosto e me afastava dali, notei que meu pai me lançara um olhar frio e furioso. Certamente, sobraria para mim um belo sermão mais tarde.

Charles Lee fez um aceno, para que meu pai o acompanhasse até sua tenda. Ordenou que todos os soldados se afastassem, listando afazeres, para que a privacidade de ambos fosse preservada.

Escondido entre arbustos, eu me aproximei da tenda e fiquei a observar a conversa por uma fresta do grosso tecido.

–O que faz aqui, Charles? – perguntou meu pai, enquanto observava alguns mapas estendidos sobre a mesa no centro da tenda.

–Meramente à trabalho, Mestre Kenway. Fazendo algumas buscas por Assassinos remanescentes. Ouvimos alguma coisa, mas ao que tudo indica, não passa de boato. Definitivamente, a Ordem dos Assassinos foi expurgada. A Irmandade na Colônia foi reduzida a pó.

–Eu já imaginava isso. Shay fez um bom trabalho.

Arregalei meus olhos, com aquela nova descoberta. Shay? Então este tal Shay Cormac foi o responsável por fazer ruir a Irmandade de Achilles? Claro, tudo fazia sentido. Não havia mais dúvidas de que ele causou a destruição da Ordem dos Assassinos de meu tempo. Se ele fez uma vez, era perfeitamente capaz de fazer de novo, não importava sua idade.

–Há muito trabalho pela frente, eu sei. Mas o que posso fazer? Alguém precisa fazê-lo, não?

Notei que aquilo foi uma alfinetada. Meu pai percebeu o mesmo, imediatamente fechando seu semblante.

–Charles, eu creio que lhe devo algumas explicações...

Uma sensação de medo passou por mim. Será que meu pai hesitaria em abandonar os Templários?

–Charles. – disse meu pai, procurando as palavras certas. – Eu espero que não tenha preocupado ninguém a respeito de meu recente desaparecimento...

–Espera?! – Charles pareceu indignado. – Estávamos preocupadíssimos, Mestre! Eu gastei tempo e dinheiro procurando-te outra vez!

–Sinto muito, mas acredite, eu tive os meus motivos.

Charles estava inconformado. – E acha que isso lhe exime da irresponsabilidade?

Meu pai ficou chocado.

–Irresponsabilidade?!

–Bom, e o que mais chamar os seus frequentes sumiços? Há alguns anos atrás, abandonou o trabalho da Ordem em procurar o local precursor para se embrenhar no mato para se desfrutar de sua índia e agora...

Meus olhos se arregalaram quando vi meu pai furioso, arrastando Charles Lee contra a mesa e o imprensando, nada amigável.

–E naquela época, eu te alertei que não gostava da maneira como você se referia ao meu relacionamento com Ziio...

Charles Lee estava rindo. – Relacionamento? Então vejo que as coisas entre vocês dois estão avançadas...

Meu pai o imprensou com mais força ainda, para finalmente o soltar. Percebi que o semblante de Charles Lee estava um tanto amedrontado.

–Nosso encontro aqui, embora tenha sido mera obra do acaso, antecipa uma revelação que tenho a fazer, Charles.

Meu pai andara de um lado a outro, em suas maneiras pomposas, com as mãos para atrás.

–Eu estou abandonando a Ordem dos Templários, Charles.

Para minha satisfação, Charles Lee ficou boquiaberto, descrente. Acho que só senti satisfação semelhante quando finalmente o matei na mesa de uma taverna.

No mesmo instante, meu pai retirou de seu dedo seu colar, com a Chaver Precursora, e o direcionou a Charles, que não retirou de sua mão.

–Mestre... Não pode estar falando sério...

–Estou, Charles. Sei que pode parecer loucura, mas... Eu estou deixando vocês, meu caro. Porém, sinto a plena sensação de dever cumprido, e de que os homens que deixei na Ordem serão plenamente capazes de dar prosseguimentos aos nossos ideais neste Novo Mundo. E eu estou deixando você no comando, Charles. Confio que seja o mais capaz em realizar esta tarefa. Muito embora eu discorde de suas... Metodologias, eu não vejo ninguém mais aplicado a me substituir do que você.

–Mestre...

Meu pai retirou de seu casaco um envelope.

–Eu escrevi esta carta para você, Charles. Estas são as minhas instruções quanto aos próximos passos que a Ordem deve seguir, e também minha despedida pessoal.

Em uma mesma mão, estava o pingente templário de meu pai, e o envelope. Demorou um tempo, até que Charles Lee o aceitasse, porém muito resignado. Percebi que seu semblante não era triste, mas enfurecido.

–Decerto essa índia na sua cama deu-te inspiração o bastante para tecer palavras bonitas nesta carta, não?

Charles recebeu de imediato um soco bem colocado, que lhe arrancou sangue. Mesmo depois de soca-lo, meu pai não parecia satisfeito. Diria até que arrependido.

–Realmente, Charles. Eu não gostaria que nossa amizade tivesse caminhado para este ponto.

Limpando o canto do lábio, Charles riu.

–O senhor é mesmo muito contraditório, Mestre. Quem destruiu nossa amizade foi o senhor, escolhendo esta índia em troca de nossa Ordem. Isso é traição!

Charles desembainhou sua espada, ameaçador. Uma sensação de pânico me tomou, e eu vi meu pai acionando suas inseparáveis lâminas escondidas. Ao menos ele não estava de todo desarmado.

–Não é Traição alguma. Eu não vou revelar nossos segredos.

–Não?! – Charles riu debochadamente. – Aqueles selvagens são mancomunados com os Assassinos, você mesmo viu com seus próprios olhos durante o Expurgo! Não tardará até que estejas ao lado deles, sei disso!

–Jamais! – exclamou meu pai, fazendo meu coração se apertar. – Minha relação com Ziio é completamente a par dessa Guerra!

–Eu realmente não o compreendo, Mestre! O senhor é um homem de posses e bastante apessoado. Poderias ter a mulher que quisesses, no entanto, abandonas suas glórias para ficar com uma selvagem imunda! Só pode ter sido um feitiço...

–Eu a amo, Charles! – meu pai exclamou. – Mulher alguma poderia substituí-la!

–Há algo mais, eu posso ver... – Charles insistia, ainda com a espada na mão. – O que é? Ela está grávida, é isto?

–Charles...

–Não adianta negar, Mestre. Você conseguiu viver sem ela e seguir com seu propósito, mas a expectativa de um herdeiro... Claro, é insuportável demais para ignorar. Ainda assim, uma bobagem. Muitas mulheres podem dar-te um herdeiro, e o que é melhor, um herdeiro completamente branco, e não um mestiço como os que ela provavelmente lhe daria.

O punho de meu pai estava fechado com força.

–Pense nisto, Mestre. Que tipo de herdeiros aquela índia seria capaz de lhe dar? Já pensou em como seria a cor da pele deles? Todos os taxariam de selvagens, imundos e infiéis. Mas se quiser, eu conheço gente que pode dar um jeito de interromper a gravidez e então...

Charles não terminou a frase, pois meu pai aproveitou-se do momento para desarmá-lo, fazendo sua espada cair sobre o chão.

–Vá embora, Charles. – ele disse, friamente, apontando uma pistola sobre sua cabeça. – Antes que suas palavras torpes me obriguem a matar o meu único substituto.

Charles assentiu, com ódio no olhar, pegando sua espada e saindo dali. Ainda em meio aos arbustos, eu o vi montando em seu cavalo e galopando para longe, com o semblante bastante enfurecido.

Saí dos arbustos, e imediatamente voltei para a banca de frutas, onde fingi estar ocupado observando algumas frutas. Logo, uma sombra enorme se projetou sobre mim, alertando-me da presença de meu pai.

O que você fez foi errado, Connor. Estou decepcionado com você e sua atitude deveras bisbilhoteira.

–Desculpe, pai.

–Não se deve invadir um acampamento de soldados, meu filho. Eles costumam agir com hostilidade perante intrusos. Você poderia estar morto a uma horas destas.

–Eu sei, pai, e sinto muito. Prometo que não farei isto novamente.

Ele resmungou. – Suas desculpas não serão o bastante, saiba disto. Mas isto é algo para mais tarde. Depois veremos como acertar isto. Quer comer alguma coisa? – perguntou, num tom de voz tenso pela sua última conversa.

–Er, sim. – disse, levemente surpreso com seu repentino oferecimento, apontando para uma maçã. Ele assentiu, entregando a vendedora algumas moedas e me deixando levar algumas frutas.

–Vamos para casa. – disse.

A charrete galopou mais rápida do que o costumeiro. Embora tenha feito seu caminho em silêncio, ele parecia inquieto e ansioso, decerto queria contar a notícia para minha mãe. Nós dois tínhamos plena consciência de que seu relacionamento dependia de seu irrevogável adeus. E agora, ele o tinha feito.

Assim que chegou, ajudou-me a descer da charrete, mas não pegou nenhuma de suas recentes compras. Eu estava prestes a lhe alertar sobre isso, mas ele simplesmente me ignorou, caminhando rapidamente até a casa.

Eu tentei acompanha-lo, mas meus pequenos passos de criança tornavam a tarefa quase impossível. Assim que cheguei à porta, ele estava subindo as escadas rapidamente. Ele chamava minha mãe pela casa por seu apelido, Ziio. Não pude captar o começo da conversa, mas cheguei no meio dela.

Aparentemente, a minha mãe estava no quarto, costurando algumas de minhas roupas. Ouvia a tudo com interesse.

–Mas como, se não fostes para Boston? – ela perguntou, perplexa.

–Encontrei Charles em Lexington. Eu contei a ele que abandonei a Ordem. Veja. – ele disse, mostrando-lhe o pescoço sem o colar. – Claro, ele não aceitou a idéia de bom grado, mas...

Meu pai jamais teve a oportunidade de terminar sua explicação. Rapidamente, minha mãe o silenciou com um beijo intenso, logo correspondido por ele. Senti uma pontada de vergonha – e muito ciúme – em ver os dois se beijando com tamanha paixão, mas de repente, um súbito entendimento transpassou meu ser.

Definitivamente, eles ficariam juntos.

Mal cheguei a esta conclusão, ainda observando os dois se beijando, e uma tonteira me acometeu. Uma tonteira parecida de quando encontrei a Maçã pela primeira vez. De imediato, um clarão rodeou-me, e me senti suspenso no ar. Como se não pertencensse a lugar algum. A luz estava tão forte, tão intensa, que me vi forçado a fechar meus olhos.

Depois, sobreveio a escuridão de meus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

É Connor, parece que você conseguiu tirar Haytham dos Templários. Convenhamos que você não tinha um plano e que tudo acabou acontecendo sem sua ajuda, mas você ainda merece crédito.

Mas e agora, onde você irá para desta vez? Palpites?

Um grande bj e obrigada por acompanharem! Até o próximo cap!



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