Menino anjo escrita por Celso Innocente


Capítulo 5
Realidade macabra


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo apresenta narrativa muito violenta a partir de um ponto que estará identificado deixando o leitor decidir se lerá ou não.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/580702/chapter/5

Em casa, começo de noite, uma reportagem pelo jornalismo regional na televisão, lhe chamou a atenção.

— Policia continua em busca de homem acusado de praticar magia negra contra crianças — Dizia o repórter. — Mauro Rodrigues, conhecido pela alcunha de Diabo Negro, está sendo procurado, acusado de ter matado com requinte de crueldade sete crianças, três meninos e quatro meninas, todas com idade entre três e sete anos.

A reportagem mostrava um bairro afastado do centro da cidade de Mogi Guaçu e o repórter continuava falando:

— Diabo Negro mora nesta casa, com sua mulher e dois filhos pequenos. A casa agora está fechada e ele está desaparecido desde que os fatos foram divulgados. A mulher e os dois filhos foram para a casa de parentes em uma cidade aqui próxima...

— Mamãe, preciso ir até este local — pediu Regis, muito sério.

Jaqueline que já vivia preocupada, se espantou ainda mais devido esta atitude do menino. Seguiu até ele, que continuava serio e calado.

— O que é você Regis? Você está tão diferente!

— Só preciso ir a este local. Pode ser pela manhã.

— Não vou levar você a lugar nenhum! Isso é coisa pra polícia!

— A polícia não pode fazer nada contra o demônio.

— Regis! Ele não é um demônio! As pessoas o chamam assim, por causa dos crimes terríveis que ele cometeu. Ele é apenas um criminoso cruel e a polícia irá encontrá-lo em breve. Pode ficar sossegado que ele pagará bem caro por sua crueldade.

— Só um anjo pode vencer um demônio.

— Não vou levar você lá! Não posso! Ele é apenas um bandido e você não é um anjo!

Jaqueline começou a chorar e continuou:

— Você é apenas meu filho. Meu filhinho único e pequeno.

—Não chore mamãe. Sou eu mesmo! Apenas seu filhinho querido e mimadinho. E eu te amo!

— Não te vejo mais brincar — chorava ela. — Não te vejo mais sorrir...

O menino abriu lindo e longo sorriso, dizendo:

— Brinco todos os dias na escola, mamãe. Lá tenho muitos amigos. Aqui em casa não tem crianças pra brincar comigo.

E abraçou a mãe com muito carinho, permanecendo assim por longo tempo, enquanto as lágrimas da mulher cessavam.

Naquela noite Regis fora dormir muito cedo, porém, alguma coisa o incomodava, não conseguindo dormir direito. Ficara rolando na cama durante muito tempo até que seus olhinhos se fecharam.

Assim que conseguiu dormir começou a ter pesadelos terríveis. Acho que nem eram pesadelos. Eram visões de uma realidade macabra.

(ESTA SEQUÊNCIA APRESENTA NARRATIVA MACABRA MUITO VIOLENTA. Se preferir, caro leitor, pode pular para o próximo capítulo sem prejuízo real na estória).

Em um velho galpão abandonado, um homem forte e alto, que não se conseguia distinguir direito, amarrara uma criança pequena, cerca de três anos de idade, menina, quase nua, em uma grande mesa, prendendo-a por argolas e sem muita cerimônia, palavras ou justificativas, fazendo uso de uma navalha afiada, enquanto a criança chorava, gritando muito, cortou-lhe o peito até a barriga, deixando seus órgãos vitais à vista. Então, como o coraçãozinho infantil ainda pulsava acelerado, fazendo com que a criança agonizasse muito, apanhou-o com uma das mãos, arrancando-o sem o mínimo de piedade, depois, enquanto aquele órgão ainda teimava em pulsar nas mãos do homem, ele o espremeu sobre sua boca, sugando-lhe todo sangue possível, depois, procurou mais sangue no peito aberto da pobre menininha inocente.

Pelo menos agora, ela já não sofria mais.

Regis, apavorado, nada conseguia fazer; estava simplesmente dormindo quase que paralisado e assim, mais uma imagem cruel apoderava de sua mente. O mesmo homem, que agora se via melhor: uns trinta anos, branco, arrancara toda a roupa de outra criança; um menino de aparentemente sete anos de idade, amarrara-o em uma rampa de cabeça para baixo e da mesma forma, sem muita cerimônia, enquanto a pobre criança suplicava desesperada por socorro em rio de lágrimas, fazendo uso da mesma navalha, cortara sem piedade seus órgãos genitais, fazendo mais do que castrar um simples leitãozinho, fazendo com que a pobre criança gritasse com toda força que poderia tirar de dentro de si. Depois, enquanto o menino ainda sofria, agonizando na pior das dores deste mundo, o homem sugara o máximo de sangue possível, pelos enormes cortes na virilha infantil. Durante muito tempo o menininho permanecera agonizando, até que seu coraçãozinho, não tendo mais sangue para bombear acabara parando e só então ele deixara de sofrer para sempre.

Regis, embora relutasse para acordar, não conseguia e mais uma vez, percebera aquele homem, com uma outra menininha, de talvez cinco anos de idade, que mais uma vez, fora amarrada sobre a maldita mesa e mais uma vez sem piedade, se tornara vítima de tal monstro, o qual com a mesma navalha, cortara-lhe a principal artéria de seu pescoço infantil. O sangue voou longe e enquanto a criança gritava na maior das agonias, aquele homem, lhe sugava todo o sangue, até que ela, depois de tanto sofrimento, deixara de respirar e agonizar, com o coraçãozinho parando, por falta de sangue que já não existia mais.

Agora, Regis acordara e embora não seja um menino que costuma chorar, derramava muitas lágrimas de pavor, revolta e ódio. Então, ainda chorando, sabendo que se dormisse teria novas visões macabras, resolvera permanecer acordado, indo para a sala assistir televisão.

Depois de duas horas relutando contra o sono, seus olhinhos não conseguindo ficar abertos, se fechara e ele estava novamente dormindo.

Ao contrário do que temia as visões não voltaram e na manhã seguinte, quando sua mãe fora acordá-lo para a escola ele já não estava mais em seu leito.

O menino chegara à estação rodoviária, na entrada principal da cidade antes das seis horas da manhã, comprara passagem sem dificuldades para embarcar para Mogi Guaçu; porém, quando o ônibus chegou e ele foi embarcar, o motorista lhe perguntou:

— Quem está acompanhando você, menino?

Ele apenas franziu o lábio esquerdo e o homem fez gesto para que embarcasse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Caro amigo leitor: Desculpe-me apresentar-lhe cenas tão cruéis. Pensei em omiti-las, mas talvez, atrapalhasse o desenvolvimento do enredo.