Athena e Eu escrita por Naiane Nara


Capítulo 11
Um pouco do dia-a-dia


Notas iniciais do capítulo

Saint Seiya não me pertence, apenas ao meu coração.



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Athena

Naquele dia, saboreei o café da manhã com grande prazer. Como pedi para comer na cama, dessa vez não foi Saga quem veio servi-lo, mas uma das moças de Rodório que trabalham aqui.

– Raquel, por que não se senta? Parece exausta.

A menina ficou com uma expressão tão grande de medo e angústia que me imaginei uma déspota.

– Precisa descansar? Está com medo? – Quanto mais eu falo mais ela parece assustada. - Pode ir se quiser...

A moça saiu correndo, esbarrou com Saga no aposento adiante de meu quarto e continuou correndo sem se deter. Saí e fitei o geminiano, sem entender.

– Que houve? Estou tão horrorosa assim?

Ele riu sua risada trovejante.

– É claro que não, Athena. A senhora está belíssima, como sempre. O caso é que, a senhora sabe, Shion gosta muito de contar pessoalmente as histórias dos deuses e dos heróis para os recém – chegados. Ontem ele contou a história de Aracne.

– É claro. – Senti um gosto amargo na boca. – Pode substituir a moça, não quero que ela se sinta obrigada a estar na minha presença se tem medo de mim.

– Mas como perderá o medo se ficar longe e não saber como a senhora é? - Tornou ele.

– Tem razão. - Respondi. - Mas insisto. Posso complementar a educação dela e das outras moças... Não duvido da sua sabedoria e de Shion, mas vocês são homens, e tem coisas que só uma mulher pode entender.

– Como quiser, grande Athena. Se sente melhor?

– Um pouco. Apenas a sensação vaga de um sonho... Alguém rindo e pedindo que eu não me esquecesse de algo... Era importante. Mas o café estava maravilhoso.

Ele riu novamente e disse:

– Afrodite o preparou pessoalmente, junto com Shun e Seiya.

Franzi o cenho, com descrença evidente. É difícil imaginar os três em uma cozinha, principalmente fazendo algo comestível.

– Ao que eu soubesse, apenas Hyoga, Camus e Mu cozinhavam... Devo desculpas a eles, subestimei seus dotes culinários. Mas já presenciamos algumas tentativas que não foram muito agradáveis, não é mesmo? – complementei, sorrindo também.

Esse dia foi inesquecível, parecíamos garotos normais cozinhando para ver uma sessão de filmes com os amigos. Ou tentando... Ao final, não saiu muita coisa que se pudesse salvar, tivemos que pedir comida delivery. Sorri de novo com a lembrança.

Saga interrompeu meus pensamentos:

– Athena, os Cavaleiros insistem em vê-la. Estiveram preocupados com sua saúde, apesar de meus esforços em afiançar que a senhora apenas se retirou para meditar.

– Pode conceder a permissão. Quero todos aqui ao anoitecer. Me dará tempo de preparar tudo. Podemos começar o jantar mais cedo, com alguns festejos.

Pude ver no semblante do geminiano o receio. Isso apenas me divertiu mais.

– Não precisa ter medo. Eu também sei cozinhar. – acrescentei com uma piscadela. - Mas vou precisar de duas ou três moças para ajudar. Pode providenciar?

– Claro, claro. - Respondeu ele, ainda em dúvida.

Horas depois, no balé da cozinha, cheguei à conclusão que os Cavaleiros são um pouco paternais comigo, ao passo que as amazonas, mais distantes. Estranho... Não deveria ser ao contrário? Ou será que elas se arrependem de fazer a mesma escolha que eu? Afinal, elas também abrem mão de algo muito importante: a feminilidade.

– Não entendo... Elas ainda podem amar, basta mostrar o rosto para seu amor. A mim isso é vetado...

– Senhora?

Percebi que falei em voz alta. Olhei envergonhada a jovem que me ajudava, Astréia:

– Desculpe. Estava pensando alto. Pode falar.

– O Cavaleiro chegou.- Tornou ela.

Ai meu Zeus! Será que fui eu que me atrasei ou eles que se adiantaram?

– Um momento. Pensei que eram todos eles, iria sair tudo atrasado! – rimos juntas. - Ainda bem. De quem se trata?

– O Cavaleiro de Pégaso, senhora.

– Oh! – A colher que eu usava escorregou por um segundo. – Me desculpe. Acha que pode tomar conta do resto? Só vou levar um minutinho.

– Não precisa se preocupar senhora. Está quase tudo pronto, a senhora já fez muito. Pode ir para a audiência com o Cavaleiro descansada.

– Tem certeza?

– Pode ir senhora! – gritaram as outras duas, Luana e Flora.

Astréia à minha frente, sorrindo: - Viu? Pode ir tranquila. Logo terminaremos por aqui.

– Tudo bem. Obrigada.

Joguei um beijo com a mão para as três e saí. Tem momentos em que a visão não serve de nada. Eu não tive uma sequer para me avisar do que estava por vir. Ignorando o que me esperava, andei com passos rápidos e alegres, cantarolando uma música de amor de uma época antiga.

Eu não esperava que tudo acontecesse como aconteceu. Não mesmo. Ainda não sei se tomei a atitude certa, mas tenho certeza de que fui egoísta, mais uma vez. E por minha causa, todos irão pagar.

*****


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