É Evans, Potter! escrita por Anchorage


Capítulo 8
Recrutada




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Lily

– Certo, Lily. Nós precisamos te contar uma coisa. – Alice disse nervosa. – Você-Sabe-Quem quer você. – Ela despejou a informação e eu entrei em choque.

– O q-quê? – Minha voz saiu engasgada.

– Ontem, assim que saí pela porta, eles me encurralaram e perguntaram onde você estava, disseram que tinham negócios a tratar com você. Eu respondi que não sabia e alguém me deu um soco no estômago, mas não pude ver quem era porque aqueles covardes estavam de máscara. Eles disseram que eu não deveria ficar no caminho de Voldemort. – Ao escutar o nome do bruxo, Alice tremeu e o medo se estampou em seu rosto.

– Não fale esse nome, Marls. – Ela disse preocupada.

– Continuando...Eu deixei claro que você não tinha interesses para tratar com eles e no sehunto seguinte, eles me azararam. – Ela contou com os olhos perdidos. Sua testa estava franzida e ela apertava o lençol com força, deixando as pontas dos dedos esbranquiçadas. Alice segurou as mãos de Marlene e sorriu singelamente.

– Isso não faz sentido. – Eu sussurrei em choque. – Pra começar, não sou sangue-puro. Em segundo lugar, eu nunca causaria mal a uma pessoa inocente. E, em terceiro, eu discordo de tudo o que ele defende. Por que eu? – As perguntas explodiam em minha cabeça. A ideia de que Voldemort queria me recrutar fazia meu estômago revirar.

– Alguém mais já sabe disso? – Perguntei preocupada, não queria que ninguém soubesse, principalmente James. Elas balançaram a cabeça negativamente e eu respirei fundo.

– Nós achamos melhor falar com você primeiro. – Alice passou o braço pelos meus ombros e encostou a cabeça na minha.

– Ótimo. Isso não sai daqui.

xx

– LILY! – Sirius estalou os dedos em frente ao meu rosto.

– Oi? – Perguntei distraída.

– Você pode passar a batata, por favor? – Ele me olhou intensamente e ao encará-lo, percebi que seus olhos estavam atentos, me estudando.

– Hm, claro. – Ninguém parecia prestar atenção em mim ou em Sirius e isso me relaxou. Dorea Potter conversava com a Sra. Mckinnon, Alice tentava convencer Marlene a comer algo e James e Remus estavam em uma importante discussão sobre objetos trouxas.

– Você está bem? – Sirius perguntou ainda com os olhos em mim. Eu assenti e sorri mecanicamente. – Eu te chamei várias vezes, você parecia distraída... – Dei de ombros e continuei a comer.

– Meninos, estávamos conversando mais cedo e nós achamos melhor todos vocês ficarem em nossa casa até o final das férias. – O Sr. Potter falou sério.

– Já pedi para que o nosso elfo trazer as coisas de vocês, meninas. – Sra. Mckinnon sorriu enquanto acariciava os cabelos de Marlene.

– No dia 1° eu vou levá-los até King’s Cross. Estarei aqui de manhã cedo e consegui uma autorização no ministério para que vocês possam aparatar comigo. – A Sra. Potter falou com um sorriso no rosto.

Após o jantar, os adultos abriram uma garrafa de vinho e ficaram conversando na sala. Eles teriam que voltar para o Ministério logo de manhã, o mundo precisava deles. Em tempos como esse, todos os aurores eram necessários.

Voldemort estava ganhando muito poder, pessoas desapareciam todos os dias, o número de mortos aumentava assustadoramente e o Ministério não conseguia controlar a situação. É claro que isso tudo era preocupante e era possível notar nas expressões cansadas dos adultos.

Eu os observava preocupada. Não conseguia parar de pensar no que Alice tinha me dito. Voldemort me queria como seguidora. Como ele poderia pensar que eu me juntaria a ele? Era irracional. Uma imagem minha com uma longa capa preta surgiu em minha cabeça e todo o ar saiu de meus pulmões, apoiei-me em Remus e respirei fundo várias vezes.

– Lily? – Remus me perguntou preocupado e percebi que Sirius me observava.

– Ah, desculpe. Fiquei com falta de ar. – Sorri amarelo.

– Vamos lá pra fora? – Alice convidou.

– O céu está lindo hoje! – Marlene apontou para cima.

– Eu prefiro quando é dia de lua cheia. – Sirius disse sorridente. – O que você prefere, Aluado? – Remus socou o ombro de Sirius e James entoou o uivo de um lobisomem. Eu não pude evitar de rir.

– Nem acredito que esse vai ser nosso último ano em Hogwarts. – Suspirei. Eu estava deitada na grama observando as estrelas, enquanto Marlene brincava com meu cabelo.

– Odeio pensar que tudo está acabando. – Alice disse triste.

– Esse ano vai ser inesquecível. – Sirius acrescentou. – Pelo menos eu vou garantir que seja. – Ele riu e se deitou ao meu lado.

– Quando você fala assim, eu fico assustada. – Eu sorri. – Aliás, mal posso esperar para ver como nosso novo monitor-chefe vai se sair!

– Eu gostaria de dizer que Pontas manchou nossa reputação e é motivo de grande desgosto para nós. – Sirius bufou.

– Remus sempre foi monitor. – Marlene observou.

xx

Eu estava correndo, correndo muito. Olhava repetidamente para trás como se estivesse fugindo de algo. O suor fazia meus cabelos grudarem em meu rosto e minhas pernas fraquejavam a capa passo que eu dava. Eu não tinha mais forças para correr, mas não podia parar, o medo me impedia de parar. De repente, eu cai, fechei meus olhos e esperei pela escuridão, mas quando tornei a abri-los, estava em uma floresta com árvores altas e espaçadas. Avistei, por entre as árvores, uma luz alaranjada, como a luz de uma grande fogueira. Caminhei lentamente evitando fazer barulho. Não havia sinal de ninguém. Senti as lágrimas rolarem pelo meu rosto e encostei-me em uma árvore, respirei fundo. Meus soluços ecoavam cada vez mais altos na imensa floresta, o frio me fazia tremer e meu coração pesava em meu peito.

– Lily Evans. Finalmente nos encontramos! – Uma voz sibilante ecoou em minha cabeça.

– Quem está aí? – Sussurrei. Eu já sabia a resposta.

– Não gosto de introduções demoradas, minha querida. Nós dois sabemos que você sabe quem eu sou. – Uma risada fria alcançou meus ouvidos.

– Me deixe em paz. – Minha voz saiu engasgada.

– Não vamos nos apressar. – Voldemort apareceu, os olhos reptilianos vermelhos fixos em mim. – Vejamos, você tem duas opções: se juntar a mim e alcançar poder, reconhecimento, importância ou virar uma das minhas presas mais estimadas. – Ele passou a língua por seus dentes afiados e sorriu cruelmente.

– Eu já disse, não vou me juntar a você.

– Como quiser. – Ele ergueu sua varinha e a apontou para mim. - Avada Kedavra!

Acordei assustada. Eu estava suada, com o cabelo grudado no rosto e as mãos tremendo. No escuro, avistei Alice e Marlene dormindo profundamente. Segurei minha cabeça com as mãos e fechei os olhos, respirei fundo. “Está tudo bem. Está tudo bem.”

Levantei-me devagar e parei em frente ao espelho; meus olhos ainda estavam arregalados. Prendi o cabelo e respirei fundo novamente. Desci as escadas calmamente para beber um copo d’água e fiquei observando o céu.

– Não consegue parar de pensar em mim, Evans? – Alguém sussurrou em meu ouvido e derrubei o copo no chão.

– Qual o seu problema, James? Você me assustou! – Parecia que meu coração ia saltar do meu peito. O medo me dominou e eu tremi.

– Lily? – Ele levantou meu queixo e me olhou preocupado. – Calma, sou eu.

– Eu sei, me desculpa. Eu... – Ele passou os braços ao meu redor e me puxou para perto dele.

– Quer dormir comigo? – Eu assenti. Subimos de mãos dadas até seu quarto, assim que entramos ele me jogou na cama e se deitou ao meu lado.

– Como você está? – Ele perguntou.

– Estou bem. – Sorri amarelo. “Tirando o fato de que Voldemort me quer como uma comensal da morte...” Ele ficou me encarando e eu desviei os olhos. – Então...

– Faltam poucos dias para Hogwarts! – Ele disse riscando seu calendário.

– É difícil acreditar que já é o nosso último ano.

xx

– Bom dia, filho! – Dorea entrou no quarto e eu acordei assustada. Ela começou a rir. – Desculpem, meninos.

– Bom dia! – Eu corei furiosamente. – Já estava de saída.

– Hm, acho que alguém tem coisas para contar... – Marlene me olhou risonha assim que entrei no quarto de hóspedes.

– O que? Como assim? – Eu perguntei sem entender.

– Você acabou de chegar do quarto de James, corada, esbaforida e descabelada. – Alice arqueou uma sobrancelha e riu.

– Ahn? Ah, não. Não. Não. Não. Não aconteceu isso que vocês estão pensando. – Eu ri histérica. – A gente dormiu juntos. Quer dizer, só dormimos mesmo. – Eu disse corada e as duas caíram na gargalhada.

– Por Merlin! Vocês são doidas!

Entrei no banheiro e me encarei por alguns minutos. “Último ano em Hogwarts...Eu não estava preparada para isso.” Suspirei e entrei no banho.

A água quente caía em minhas costas, escorrendo por todo o meu corpo. Voltei a pensar na guerra. E quanto mais eu pensava nisso, maior era a minha vontade de ajudar a derrotar Voldemort. Talvez...Se eu me juntasse a ele, eu poderia tentar descobrir alguma fraqueza, um ponto fraco. “Não, é muito arriscado! Eu não posso fazer isso.” Mas poderia dar certo, eu poderia ajudar. Eu quero ajudar. “Eu seria uma traidora! E os meus amigos? E James? Eu não posso fazer isso...”.

xx

James

Eram 10 horas quando minha mãe aparatou na sala. Todos já estavam lá embaixo e logo estávamos saindo de casa.

– Acho que devíamos nos abraçar antes de cruzar a barreira. – Alice falou fofa. Estávamos na linha divisória entre as plataformas 9 e 10, prontos para atravessar a barreira, que nos levaria ao Expresso de Hogwarts.

– Eu não dou abraços. – Sirius avisou.

– Supere isso, então. – Alice respondeu risonha. Logo, todos estávamos nos abraçando e minha mãe tirou uma foto. Nos despedimos e atravessamos um por um.

O magnífico trem vermelho de Hogwarts estava parado e eu mal pude conter a minha alegria. Peter e Emmeline estavam nos esperando em frente ao trem, Remus a puxou pela cintura e a beijou.

– Emmeline Vance, eu estava morrendo de saudades! – Marlene a abraçou forte. As meninas se abraçaram.

– Quero saber de tudo da sua viagem. – Lily disse sorridente. Alice estava nas pontas dos pés procurando por Frank, que logo apareceu.

– Chegou a hora. – Eu apertei a mão de Lily e sorri.

xx

– Cadê a Alice e o Frank? Por Merlin, vamos perder a Seleção desse jeito! – Emmeline resmungou.

– Eles já devem estar chegando. – Peter deu de ombros. Logo, dois vultos correram em nossa direção.

– Até que enfim, pombinhos! – Marlene disse jogando as mãos para o alto, fazendo com que Lily morresse de rir.

– Vem, James! – Lily me puxou com fora. – Assim vamos ser os últimos! – Entramos de mãos dadas no Salão Principal e houve uma comoção geral. Ninguém conseguia acreditar.

– Vamos dar as boas-vindas aos novos alunos de Hogwarts! – Dumbledore acenou para as grandes portas e dezenas de novos alunos entraram . A Seleção começou e logo o banquete foi servido. Alguns alunos ainda se espichavam para observar e percebi que Snape nos olhava com uma cara de quem tinha cheirado uma bomba de bosta. Senti um sorrisinho sarcástico surgir nos meus lábios.

xx

Lily

Setembro passou voando e logo o outono chegou. Minha estação do ano favorita, as árvores trocam de cor, as folhas caem e começa a ficar frio. No terceiro final de semana de outubro, tivemos o nosso primeiro passeio à Hogsmeade.

– Você vai comigo, não é? – James me perguntou pela milésima vez.

– Sim, James! Quantas vezes vou precisar dizer? – Eu disse rindo. Ele é patético.

– Não sei. Eu não me canso de ouvir isso.

– James Potter, você não presta.

– Eu te amo, sabia? – Foi a primeira vez que ele disse isso. Assustei-me e fiquei encarando aqueles olhos castanhos.

– Lily? Seria uma boa hora pra você falar alguma coisa.

–James, eu.... – Ele me pegou totalmente de surpresa. Desviei os olhos e senti minhas bochechas queimarem. Ele se levantou e foi embora. Encostei-me na árvore perto do Lago Negro e suspirei. Merlin!

– Meninos, vocês viram o James? Eu preciso falar com ele. – Eu perguntei atônita assim que vi Remus e Peter no corredor.

– Ele foi pra sala precisa. – Remus disse sorridente.

– Ok, você é o melhor, lobinho!

Sai correndo para o sétimo andar, assim que cheguei ao fim do corredor pensei que lugar James poderia ter escolhido. A sala precisa é conhecida por se transformar de acordo com as necessidades de uma pessoa. Ele poderia ter escolhido o campo de Quadribol, ou a casa dele, ou...Fechei meus olhos e me concentrei. Espiei com um olho e avistei uma porta na parede, empurrei-a com cuidado. A sala tinha se transformado no jardim de lírios que James me mostrara nas férias.

– Oi. – Eu disse tímida ao me aproximar de James. Ele estava deitado com as mãos atrás da cabeça e me encarava com um sorriso singelo. – Olha James, eu sei que você queria ouvir alguma coisa, mas você me pegou desprevenida. E a situação toda me deixou insegura. Você sabe que eu tenho medo de me magoar e...

– Eu já te disse inúmeras vezes e, você precisa entender, que eu não vou te magoar, Lils. Prometo.

– Eu acho bom você não me magoar, porque se não eu juro que eu te mato. E eu sou uma pessoa de palavra, James Potter! – Ele riu e passou o braço por cima dos meus ombros. Eu deitei sobre seu peito e nós ficamos apreciando a paisagem.

xx

O fim de semana logo chegou e o passeio à Hogsmeade também. Era difícil acreditar que eu realmente estava saindo com James Potter. Esse seria nosso primeiro encontro e eu devo admitir que estava nervosa. Coloquei uma calça jeans, uma blusa de manga comprida rosa, um sobretudo preto e uma bota.

– Parece que você está indo a um funeral, Lily! Seu sobretudo deveria ser amarelo, a bota verde e a calça rosa! – Alice falou risonha enqu enquanto entrava no banheiro.

– Claro, e ela deveria pintar a cara de branco, usar um nariz vermelho e um chapéu florido! – Marlene debochou. – Você está um arraso, minha cara ruiva.

– Me diga uma novidade, minha cara. – Eu joguei um travesseiro nela. – De zero a dez, quão estranha é a frase: “Eu tenho um encontro com James?”

– 10! – Emm disse risonha. – Isso vai ser ótimo, quero saber de todos os detalhes, Evans.

– De verdade, Lily, se você seguisse minhas dicas de moda, sua personalidade seria realçada. Tenho certeza que James iria adorar! – Alice disse séria e eu apenas assenti.

– Realçaria a breguice interior também. Que que há com a Alice? Parece que ela está alucinando mais que o normal hoje.

– Ela só está feliz! Você sabe como ela adora esses encontros super-românticos com o Frank! E você, algum encontro pra hoje?

– Nenhum, estou cansada da mesmice. Hogwarts precisa renovar o menu.

– Você não presta, sabia?

– Eu faço o possível e o impossível para isso, querida! – Ela me deu uma piscadela e caiu na gargalhada.

– Alguém voltou muito mais ácida depois das férias. Eu me pergunto se foi a influência de um menino de cabelos cacheados e olhos pretos.

– Eu realmente espero que você esteja falando do meu elfo doméstico, Teddy! – Ri até minha barriga doer e vi que já estava na hora de ir.

– Bom, desejem-me sorte! – Eu disse cruzando meus dedos.

– Boa sorte! – As três gritaram.

James

– Será que ela já está lá embaixo? – Eu perguntei aflito, não conseguia parar de olhar o relógio.

– Relaxa, Pontas. Ela ainda tem 15 minutos. – Sirius disse enquanto folheava uma revista de motos.

– Você não vai sair hoje, Almofadinhas? – Eu perguntei desconfiado.

– Não estou no clima.

– Hm, isso tem cheiro de Mckinnon. – Aluado disse enquanto fechava seu casaco.

– Por Merlin, Aluado! Cheirou alguma bomba de bosta? – Sirius levantou-se da cama irritado e saiu do quarto.

– Cheiro de Mckinnon, era só o que me falta... – Podíamos ouvir seus resmungos pelo corredor.

– Aluado, me empresta aquele livro sobre sereias? Preciso fazer um trabalho sobre isso. – Peter perguntou.

– Eu fiz um ano passado, você quer? – Acrescentei.

– Claro, eu mudo algumas partes e fica perfeito. – Ele sorriu marotamente.

– Ok, pode pegar. Está naquela pasta ali. – Eu apontei e caminhei até a porta. – Até mais tarde. – Baguncei meus cabelos e sorri confiante.

– Fica tranquilo, ela gosta de você. E mais uma coisa, nem pense em magoá-la, ok? Se não, você vai se ver comigo, Pontas. – Aluado estreitou os olhos e me deu tapinhas nas costas, revirei os olhos e desci as escadas.

– Você está linda, Lils!

– Ah, obrigada, James. – Ela me deu um beijo leve nos lábios e corou. Peguei sua mão e fomos caminhando até Hogsmeade.

– Sabe no que eu estava pensando?

– Na verdade, não. – Ela riu e franziu o nariz. – No que?

– Esse é nosso primeiro encontro.

– É, eu sei. – Ela pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos. Beijei o topo de sua cabeça e a passeis meus braços por cima de seus ombros.

Durante o caminho, fomos conversando sobre várias coisas banais. Até que resolvemos tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras.

– Qual a sua cor favorita? – Ela perguntou enquanto bebericava sua bebida.

– Verde. – Eu respondi e ela riu.

– Não, de verdade!

– Verde.

– Não pode ser verde.

– Por que não?

– Você só falou que é verde por causa dos meus olhos. – Ele revirou os olhos e foi a minha vez de rir.

– Não sabia que você era tão convencida, Evans. Na verdade, verde é a minha cor favorita por causa das vestes do Holyhead Harpies, meu time de Quadribol preferido.

– Ah. – Ela corou furiosamente. – Eu estava brincando... – Eu sorri e arqueei a sobrancelha.

– É óbvio que é por causa dos seus olhos. – Eu disse baixinho e acariciei sua mão. Ela corou novamente e me socou no ombro.

– Eu disse!

– Lírio, vou ao banheiro. Já volto. – Beijei sua mão ao sair da mesa e caminhei sorridente até o banheiro. Assim que entrei, tudo ficou escuro e eu apaguei.

Lily

Estávamos conversando sobre coisas banais enquanto tomávamos cerveja amanteigada no Três Vassouras.

– Lírio, vou ao banheiro. Já volto. – Eu a olhei curiosa. James nunca havia me chamado por esse apelido e não poderia ser mais adequado.

Assim que James voltou nós fomos para a Dedosdemel.

– Ei, James, olha esse pirulito!! – Eu disse apontando para um enorme pirulito que estava na vitrine. – Eu preciso de um desses.

– Tudo bem, Lily. Vai lá comprando, eu tenho que resolver um negócio ali. – Ele disse um pouco estranho.

– Tudo bem.– Eu entrei na loja um pouco chateada, mas foquei em comprar doces.

– São 3 galeões, minha querida. – A senhorinha do caixa sorriu para mim. Eu entreguei as moedas e saí da loja. Esperei na entrada da Dedosdemel por James, mas ele não apareceu. Meu coração afundou, por que ele estava fazendo isso? Decidi voltar para o castelo e quando estava quase saindo de Hogsmeade ouvi uma conversa tendenciosa.

– Ai, James! Sempre soube que esse lance com a ruiva não ia durar por muito tempo. – Meu coração estava acelerado e as lágrimas brotaram em meus olhos. Natalia estava com os braços ao redor do pescoço de James e ele gargalhou com a frase de Natalie.

– James? Eu não...eu não acredito que você foi capaz de fazer isso. – Segurei as lágrimas o máximo que pude e sai correndo. Eu não conseguia, não queria acreditar que ele tinha feito isso comigo. Como ele pôde?

Corri até o castelo e chegando lá caminhei apressadamente até meu dormitório. Eu só queria ficar sozinha. Tentar digerir tudo o que tinha acontecido. Passei por Peter e desejei que ele não tivesse me visto, o que foi um fracasso, considerando que meu cabelo é um pouco chamativo.

– Oi, Lily!

Graças a Merlin as meninas não estavam no nosso dormitório, então deitei-me em minha cama e chorei. Eu não podia ser tão ingênua, eu não deveria ter acreditado nele. Alice tentou abrir o dormitório, mas eu havia lançado um feitiço na porta.

– Lily? Você está aí? – Ela perguntou. – Eu posso ouvir você fungando, Lily. Abra a porta. – Não respondi. Fechei meus olhos e permiti que as lágrimas continuassem a cair. Por que doía tanto?

– Lily, sou eu. Deixe-me entrar. – Remus pediu e, com um aceno de minha varinha, a porta se abriu. – O que aconteceu? – Ele perguntou preocupado. Ele se sentou em minha cama e eu coloquei minha cabeça sobre suas pernas.

Contei a ele o que eu tinha visto e me debulhei em lágrimas. Ele estava incrédulo, mas disse que conversaria com James. Ele me distraiu contando alguma história de sua família enquanto mexia em meu cabelo e acabei caindo no sono.

James

– Ei, garoto, levanta. Já estamos fechando. – Um cara magrelo e com uma verruga na bochecha me acordou. Eu estava caído dentro de um boxe do banheiro. O que?

– Por favor, onde eu estou? E que horas são?

–No Três Vassouras...? São 20:15. – Ele me olhou desconfiado. – Pessoas estranhas, pessoas estranhas...

Ajustei meus óculos e sai do banheiro. O que tinha acontecido? A última coisa que eu me lembrava era de estar com a minha ruivinha e...Ah, não, o que aconteceu com ela? Voltei o mais rápido que pude para o castelo.

– Cadê a Lily? – Eu perguntei para meus amigos assim que entrei no salão comunal da Grifinória.

– Pontas, o que eu te disse hoje antes de sair do quarto? – Remus me perguntou num tom quase inaudível. Ele mantinha as mãos fechadas em frente ao seu tronco.

– Aluado, eu não tenho tempo pra isso! Onde a Lily está?

– Ela viu você, Potter! Eu te dei uma chance, uma chance de mostrar que você tinha mudado. E sabe o que você fez com essa oportunidade? Jogou fora. Eu não sou do tipo de pessoa que acredita em segundas chances. – Marlene falou com os olhos cerrados.

– Me viu? Fazendo o que? Vocês não estão entendendo, eu não sei o que deu em mim.

– Eu esperava mais de você. Depois de tudo, quando você finalmente conseguiu sair com a Lily você estraga tudo e o pior com ninguém menos que a Natalie. – Alice falo piedosa.

– Do que vocês estão falando?

– Pontas, eu te disse pra não magoá-la, cara. Qual o seu problema? Eu achei que você se importava com ela. – Aluado me olhava com raiva. De um em um, todos subiram para os dormitórios, exceto Rabicho.

– Você realmente não sabe o que aconteceu?

– Não, Rabicho! Eu juro, eu me lembro de estar no Três Vassouras e depois disso nada...parece que apagaram minha memória ou...

– Engraçado, porque eu vi vocês dois em frente a Dedosdemel.

– Eu não fui a Dedosdemel.

– Impossível, eu tenho certeza que era você. E Aluado contou que Lily te viu beijando a Natalie, depois de ter deixado ela sozinha na Dedosdemel.

– COMO? Isso é impossível, Rabicho! Eu...eu não entendo.

– Bom, acho que você deveria saber o motivo de você estar sendo julgado. Boa noite, Pontas.

Minha cabeça girava, parecia que meu cérebro estava sendo espremido. Nada fazia sentido, eu não tinha saído do Três Vassouras. Como Lily poderia ter me visto com a Natalie? Entrei no dormitório e Aluado estava com o dorsel fechado, Sirius lia sua revista de motos e Rabicho já estava roncando. Aproximei-me da cama de Remus e abri o dorsel com força.

– Eu não sei o que aconteceu esta tarde, mas eu não beijei Natalie Chapman! Da próxima vez que você quiser me julgar, lembre-se de quem eu sou, Remus.

– Pontas, ela te viu.

– Mas isso é impossível! Eu apaguei, no banheiro do Três Vassouras.

– E de repente surgiu outro James Potter?

– Como eu vou saber? Eu estava apagado! Você não me ouviu?

– Eu te disse pra não magoá-la, Pontas, eu te disse!

– Você está me ameaçando? Por uma coisa que não é verdade!?

– Como poderia ser mentira? Se você conseguisse me dizer algo plausível, Pontas...Eu poderia acreditar.

– Vocês dois, chega. Vão dormir. – Sirius interveio.

– E eu pensava que nós confiávamos uns nos outros...

– E eu pensava que você se importava de verdade com a Lily...

xx


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