É Evans, Potter! escrita por Anchorage


Capítulo 9
Poções


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora para postar esse capítulo!!!!! Espero que gostem :)



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Lily

Acordei com o som dos passarinhos lá fora. Minha cabeça latejava – consequência das horas de choro da noite passada. Tomei um banho rápido e desci para tomar café no Salão Principal. Estava decidida a focar em coisas positivas, eu deixaria tudo o que me fazia mal de lado.

– Lils, a gente precisa conversar. – James bloqueou meu caminho.

– Não temos nada pra falar.

– Você pode não ter, mas eu tenho.

– Não quero ouvir, Potter. - Ele me puxou pela mão. Segurei as lágrimas e evitei olhar dentro dos olhos dele.

– Olha, eu não sei o que aconteceu ontem, eu...

– Eu sei. Você mostrou que não mudou, você continua o mesmo menino que sempre foi! E sabe qual é o meu problema? Acreditar nas pessoas, acreditar que elas podem mudar. E a gente não passou de uma mentira. Então, Potter, faça o favor de nunca mais me importunar ou dirigir a palavra a mim.

– Lily, eu...

– É Evans, Potter. – Meu estômago revirou e eu senti as lágrimas caírem. Continuei meu caminho até o refeitório e me recompus. Bom, pelo menos até encontrar as meninas e Alice me abraçar.

– Eu não acredito que ele fez isso, Lily! – Emm me olhava preocupada.

– Não quero te ver chorando, Evans. – Alice secou minhas lágrimas e eu bati continência.

– Sim, senhora. – Eu sorri e Marlene pegou minha mão.

– Aula de História da Magia, é melhor nos apressarmos. – Ela sorriu singelamente.

Na aula de História da Magia, o Prof. Beans narrava a história de Arthur Craftel contra o perigoso Dragão Roxo da Holanda. Era bem interessante e eu adoraria prestar atenção, mas constantemente bolinhas de pergaminho me acertavam e caíam ao meu redor. Agradeci a Merlin quando o sinal tocou e sai o mais rápido que pude da sala.

– Lily! Lily! Espera, eu preciso falar com você ... – Eu podia ouvi-lo gritando atrás da multidão.

– Ora, ora, parece que o casal mais esperado do ano não durou muito, não é? - Natalie tinha um sorrisinho vitorioso no rosto.

– E isso não seria da sua conta, seria? – Eu perguntei controlando minha raiva. A cena de James e ela se beijando em Hogsmeade se passava na minha cabeça repetidamente.

– Ah, Lily, eu fico imaginando o por quê de vocês terem terminado...

Senti as lágrimas brotarem em meus olhos novamente e eu agarrei com força meus livros e cadernos.

– Por que você não aproveita e imagina como alguém pode ser tão desesperada como você?

– Natalie, o que você quer com a Lily?

– James, querido, eu só estava, err...

– Dá um tempo.

– É, claro, James. Te vejo mais tarde? – Ele a dispensou com a mão.

– Você pode me escutar? – Respirei fundo e encarei aquele belo rosto.

– Você tem 30 segundos.

– Lily, eu juro que não a beijei! Nós estávamos no Três Vassouras, eu fui ao banheiro e eu apaguei. Só acordei mais tarde, queando um dos trabalhadores de lá me achou. Eu não sei o que aconteceu, mas vou descobrir.

– Seu tempo acabou, James

– E aquele papo de que teríamos que confiar um no outro? – Ele perguntou.

– James, não tem como eu confiar em você, eu vi você com ela. – Desviei dele e segui para os jardins de Hogwarts. Emmeline estava sentada lendo um livro e eu me sentei ao seu lado.

– Oi. – Eu falei tímida.

– Olá, como você está? – Ela fechou o livro e me olhou.

– Bem. – Ela arqueou uma sobrancelha e eu ri histericamente. – Acabei de encontrar com James. – Suspirei e ela me abraçou.

– Pode chorar, se quiser. Eu juro que não deixo ninguém ver.

– Eu fui uma completa idiota, Emm.

– Oh, Lily...Não se culpe tanto, você seguiu seu coração.

– Exatamente por isso. Por que eu não pensei com a minha cabeça ao invés de pensar com o coração?

– A gente não escolhe...

– Vou para a biblioteca! Com certeza não vou encontrar Potter lá. – Eu pisquei.

Devolvi o livro para Madame Pince e me sentei em uma mesa para terminar meu pergaminho de Defesa Contra Artes Das Trevas.

– Posso incomodá-la? – Remus sorriu.

– Claro!

– Então...Como você está?

– Estou bem. – Ele revirou os olhos.

– Você não me engana, Evans. – Eu sorri e ele ficou em silêncio, continuei a escrever em meu pergaminho até que ele pigarreou.

– Lily, posso ser sincero? Essa história está muito estranha, você não acha? Eu sei que você o viu, Peter também o viu. Mas ele realmente parecia confuso ontem quando conversou comigo, ele disse que tinha apago no Três Vassouras...

– Remus, como uma pessoa pode estar em dois lugares ao mesmo tempo? – Ele pareceu refletir e franziu o cenho.

– Eu sei, parece impossível.

– E é. – Eu disse baixinho.

James

Durante a tarde, tínhamos treino de Quadribol e sendo o capitão, precisava motivar o time. A equipe desse ano estava muito boa; tínhamos Crawford como goleiro, Black e Mckinnon como batedores, Ludwig, Forglia e Mcgomery como artilheiros e eu, apanhador.

O tempo não estava nada agradável, uma névoa cinzenta pairava sobre o campo e as nuvens estavam escuras, indicando que iria chover.

– É o seguinte, pessoal! Pra ganharmos a taça novamente vamos precisar nos esforçar, nosso time tem tudo pra ser o melhor. O principal é observar o ponto fraco dos inimigos e explorar isso. O primeiro jogo é com a Sonserina e depois de alguns treinos vamos montar nossas estratégias! Agora, vamos começar. – Eu disse encorajador, mesmo que eu não estivesse. Subimos em nossas vassouras e em menos de 10 minutos fortes pingos começaram a cair.

– Ludwig, você precisa fechar mais o cruzamento. – Gritei. Eu observava o jogo de longe para analisar o que precisaríamos melhorar.

– Boa, Mckinnon!

Quando escureceu, nos reunimos no vestiário para conversar um pouco. Tomei um banho demorado e coloquei o uniforme novamente.

Caminhei sozinho de volta ao castelo e ouvi minha barriga roncar. Decidi ir até a cozinha para comer um pouco. Quando estava passando pela sala de Feitiços ouvi vozes.

– Eu disse para escondê-lo e não deixá-lo inconsciente em um banheiro! – Era a voz de Natalie. Escondi-me atrás de um archote e esperei a resposta.

– Eu tive que improvisar, Chapman. O plano não era aquele. – Respondeu uma voz baixa e odiosa.

– Severo, seu ódio por Potter e seu amor incondicional pela Lily estão afetando seu bom julgamento. Ele tem um borrão na memória e não amnésia.

– Chega! Vou pensar no que vou fazer, mas por enquanto vamos esquecer esse assunto.

Corri para o Salão Princiapl e avistei meus amigos. Sirius contava alguma piada e Lily estava vermelha de tanto rir.

– Achamos que você não iria comer hoje! – Peter disse com a boca cheia.

– Você sabe que eu não perco uma refeição por nada nesse mundo, Rabicho! – Eu pisquei e ele sorriu marotamente.

– Marls, preciso falar com você. – Eu sentei ao lado de Marlene, com uma perna de cada lado do banco e ela virou o rosto para o outro lado. – Olha, é importante! – Eu falei baixinho para que ninguém mais ouvisse. Ela me analisou por alguns segundos e se levantou.

– É bom que seja. – Nós saímos do Salão Principal e ela parou bruscamente. – O que é tão importante?

– Você sabe que eu nunca magoaria ela, não sabe? – Ela suspirou e me olhou apreensiva.

– Você sabe muito bem que eu não aprovei a “relação” de vocês, James. Eu não acredito nessa história de que você mudou por ela, mas confesso que nas férias eu comecei a perceber que você parecia se preocupar com ela. – Ela parou por alguns segundos. – Como você me apronta um escândalo desses? Eu me preocupo com ela e, querendo ou não, você faz bem à ela.

– Ótimo, porque eu vou precisar que você acredite em mim. Eu não beijei a Natalie.

– Eu até poderia acreditar, mas ela te viu! E não teria porque ela inventar tudo isso.

– Eu sei que pode parecer loucura, mas hoje quando eu estava indo para o jantar eu escutei uma coisa interessante. – Contei a ela a conversa que eu havia escutado mais cedo.

– Espera aí...Sabemos que eles te apagaram, mas como outro James Potter estava beijando a garota? Vamos combinar que o Snape não é parecido com você.

– Eu ficaria preocupado se Snape se parecesse comigo. – Eu respondi com o cenho franzido e ela riu.

– Temos que contar para os outros!

xx

– Eu posso torturar o Ranhoso até ele admitir. – Almofadinhas esfregou as mãos e sorriu maliciosamente.

– Por Merlin, você pode se comportar como uma pessoa madura por cinco minutos? – Marlene retrucou e Sirius bufou, claramente ofendido.

– Aluado, o que você acha disso? – Eu perguntei sério.

– Eu tenho uma hipótese. – Ele falou misterioso.

– Qual? – eu perguntei aflito.

– Alguém se passou por você, certo?

– Sim .

– E se alguém realmente se transformou temporariamente em James Potter? – Ele perguntou retoricamente.

– Como assim, Remy? – Emm perguntou franzindo a testa.

– Poção Polissuco.

– Eu não tinha pensado nisso! – Um sorriso se acendeu em meu rosto.

– Mas não é uma certeza, Pontas!

– Eu sei, mas é uma hipótese lógica.

– Bom, então agora vamos ter que investigar, certo? – Sirius perguntou sorrindo.

– Sim, mas se vocês se meterem com o Snape, ele certamente vai lhes dar uma detenção ou prejudicar a Grifinória. – Emmeline falou preocupada.

– Mas não somos nós que vamos investigar.

– O quê? Eu e a Emm? – Marlene parecia surpresa.

– É, a gente pode fazer isso, Lene! A Natalie morre de medo de você e eu conheço alguns segredinhos dela. Tenho certeza que ela não gostaria que eu os publicasse no jornal de Hogwarts. – Emm sorriu maliciosamente e bateu os cílios.

– Vance, você não era assim quando eu te conheci! – Alice apontou para Emm.

– Eu não sabia que minha namorada tinha um lado maroto. – Remus sorriu e a cutucou com o pé.

– Você ainda não viu nada, Lupin. – Emm riu e depositou um beijo na cabeça dele.

xx

Peter havia invadido a Dedosdemel na madrugada passada e o resultado era: vários pacotes de feijõezinhos de todos os sabores, varinhas de alcaçuz e sapos de chocolate espalhados pelo nosso dormitório.

– Droga! É a sexta figurinha de Fulbert, O Medroso que eu ganho. – Peter jogou a carta no chão do quarto.

– Eu não tenho essa. – Remus pegou a figurinha e a guardou em uma gaveta, junto com a sua coleção.

Eu estava deitado em minha cama jogando meu pomo de ouro para cima repetidamente. Não conseguia parar de pensar em Lily e em toda essa confusão que eu precisava resolver. Como eu iria provar que Snape era o culpado? Bufei. Quais eram as chances de Lily acreditar em mim? Bufei novamente. Eram quase nulas.

Lily

A manhã seguinte estava fria e nublada. Eu estava sentada nos jardins lendo um livro de História da Magia. Era envolvente estudar os grandes feitos dos bruxos, domando dragões, criando feitiços, curando doenças. Por ter nascido em uma família de trouxas, isso tudo parecia ficção científica para mim.

O vento frio batia no meu rosto, fazendo com que meu cabelo voasse junto à brisa. Peguei-me pensando se algum dia eu faria algo importante para a comunidade bruxa. Pensar que meu futuro já estava batendo à porta era um tanto desesperador.

– Ora, ora, vejam só quem está aqui sozinha. – Uma voz extremamente irritante atingiu meus ouvidos. Avery , um amigo de Snape, aproximou-se de mim. Fechei meu livro com força e lhe lancei um olhar de desgosto.

– O que você quer?

– Conversar.

– Que pena, não tenho tempo para idiotas.

– Acredite, sangue-ruim, isso é tão ruim pra mim quanto pra você. – Ele torceu o nariz. – Nas férias, nós tentamos entrar em contato com você, mas infelizmente sua amiga resolveu interferir e bom...As coisas não saíram como o esperado.

– Ah, então você era um daqueles mascarados covardes. – Eu disse irônica.

– Não me provoque, Evans. Estou aqui para tratar de assuntos sérios. – Ele olhou para os lados como se estivesse vigiando, para que ninguém nos escutasse. – Você-Sabe-Quem gostaria de ter alguém com suas habilidades como aliada. Ele acha que você, ao lado dele, poderá realizar grandes feitos.

– Bom, eu sempre soube que você é louco de pedra, mas parece que seu mestre conseguiu te superar.

Peguei minha mochila e o empurrei. Eu não pensava nisso há muito tempo, tinha me esquecido completamente que ainda teria que lidar com esse problema. Voldemort queria que eu me aliasse a ele.

– Fogo cristalizado. – Sussurrei e o quadro da Mulher Gorda se abriu – dando passagem para o salão comunal da Grifinória.

– Alice, onde estão Marlene e Emmeline? Eu preciso falar com vocês. É urgente! – Eu desabafei em um fôlego. Notei, então, que meus amigos agora me encaravam curiosos e desconfiados. Senti minhas bochechas esquentarem e respirei fundo. Eu precisava manter a calma.

– Elas acabaram de sair. O que aconteceu?

– Err...Bom, acho que posso esperá-las. – Sorri amarelo e troquei o peso de uma perna para a outra, deixando claro o meu nervosismo. Caminhei até uma poltrona vaga, ao lado de Remus, e deixei que meu corpo caísse sobre ela.

– Está tudo bem, Lily? – Remus me perguntou.

– Aham, tudo ótimo.

Marlene e Emm demoraram para voltar e, nesse meio tempo, já tinha roído metade de minhas unhas e eu estava a ponto de explodir.

– Graças a Merlin! – Dei um salto assim que as avistei entrando no salão. – Eu preciso falar com vocês.

– Lily, pode ser mais tarde? – Emmeline falou desconfortável. – Eu preciso de Lene e Alice agora. – Ela continuou e eu fiquei sem reação.

– Oh, claro! Sem problemas. – Eu disse um pouco petrificada e saí do salão comunal.

– Ruiva? – Ouvi a voz de Sirius do corredor.

– Serve essa? – Eu sorri.

– Quer conversar?

– Potter mandou você falar comigo? – Eu o olhei desconfiada.

– Não? Eu fiquei preocupado, você estava muito estranha lá dentro. – Ele colocou as mãos nos bolsos da calça e se apoiou na parede.

– Obrigada por se preocupar comigo, Sirius. – Eu sorri e ele deu de ombros. – É complicado...

– É sobre o Pontas?

– Na verdade, não. – Eu fiquei séria de repente. A dor em meu peito voltou com toda força.

– Então tenho certeza que posso te ajudar.

– Sirius, eu agradeço mesmo a sua preocupação. Mas não é nada demais. – Eu menti sem encará-lo nos olhos.

– Você é uma péssima mentirosa, sabia? – Ele riu.

– É, já me falaram isso... – Eu sorri embaraçada.

– Sirius? – Ele me olhou. – Você, por acaso, sabe se aconteceu alguma coisa com as meninas? Parece que estão me evitando.

– Deve ser coisa da sua cabeça, Lils. Vamos jantar? – Ele desviou de assunto rápido demais.

– Claro.

Caminhamos até o Salão Principal em silêncio – o salão, ainda vazio, estava amplamente iluminado. Eu e Sirius sentamos na mesa da Grifinória e esperamos, pouco a pouco, o salão encher.

Emm, Alice e Marlene chegaram um tempo depois, mas não falaram nada, nem questionaram o que eu precisava contar. Alice, que sentou ao meu lado, sorriu rapidamente e logo desviou o olhar.

– O que está acontecendo? – Eu perguntei. Era um daqueles dias em que você precisa da companhia de suas amigas o dia todo e justamente por ser um desses dias, elas estavam me evitando.

– Nada. – Marlene respondeu rapidamente e voltou sua atenção para sua comida.

– Certo. – Engoli em seco. Sirius me observava atentamente, parece que ele sabia que eu estava aponto de explodir.

– Eu estou super animada! O Halloween está chegando. – Emm comentou animada. Tentei me envolver naquela assunto, mas minha atenção foi atraída para Snape, que mantinha seus olhos fixos em mim. Desviei o olhar, mas ainda podia sentir o peso de seu olhar sobre mim.

Levantei-me sem terminar de comer, eu estava apreensiva demais para ficar ali.

xx

Quando eu estava no sétimo andar, fazendo ronda, Avery surgiu em minha frente com seu sorriso assustador habitual.

– O que você está fazendo fora da cama, Avery? – Perguntei aflita.

– Dando uma voltinha pelo castelo, Evans.

– Você sabe que isso é contra as regras, receio que terei que lhe dar uma detenção.

– Vamos, Lily, não precisa disso. Estamos aqui para uma conversa civilizada. – Senti um arrepio quando ele mencionou meu nome e recuei.

– Conversa civilizada? Envolvendo alguém como você? Não acho que isso seja possível.

– Se você colaborar, não vamos ter problemas. – Ele sorriu sarcasticamente e eu senti minha garganta se fechar.

– Eu estou aqui para te lembrar da conversinha que tivemos hoje cedo. – Ele se apoiou na parede, me encurralando. – Ele gostaria de conversar com você pessoalmente para que tudo seja explicado devidamente. Só então você vai perceber que deve se juntar a ele. Na verdade, esse é sua única opção. Ele não escolhe ninguém aleatoriamente, Evans. Para se juntar a Voldemort você precisa ser talentoso, inteligente, ambicioso e poderoso. – Ele falou orgulhoso.

– Isso me leva a pensar como Você-Sabe-Quem poderia ter escolhido você como seguidor, considerando que você não está inserido em nenhuma das classificações necessárias. – Debochei e ele cerrou seus punhos, irritado. – A resposta é não.

– Tem certeza? Você ainda tem um tempo para refletir, só não se esqueça que ele consegue ser bem persuasivo. Ele sempre consegue o que quer, não importa o que tenha que fazer para conseguir.

– Isso é uma ameaça?

– Avery, deixe-a em paz. – Snape surgiu das sombras.

– Oh, o defensor dos sangue-ruins apareceu. – Ele cuspiu as palavras. – Pense no que eu te falei, Evans. – Com um aceno, ele sumiu pelo corredor.

– Você não está considerando se juntar à Você-Sabe-Quem, não é?

– Isso não é da sua conta!

– Você sabe que eu me preocupo com você. – Ele falou baixinho e eu senti meu coração apertar. Eu não conseguia olhar para ele sem lembrar de meu melhor amigo, que eu ainda tinha certeza que estava lá dentro.

– Boa noite, Snape.

Desci as escadas, ainda ludibriada pelas pressões do dia. Pensei em Avery falando que que Voldemort poderia ser bem persuasivo e meus pelos se eriçaram. Até que ponto ele iria para me ter como aliada?

Eu caminhava sem rumo pelo pátio principal quando avistei James encostado em uma das pilastras observando o céu. Seus cabelos estavam despenteados como sempre, a gravata um pouco mais solta e os primeiros botões de sua camisa estavam abertos.

– A noite está linda, não é? – Ele perguntou.

– Uhum. – Eu disse olhando para ele, sem reação.

– Sabe o que eu queria?

– O quê? – Eu sussurrei.

– Que você acreditasse em mim, que você confiasse em mim.

– Confiança precisa ser conquistada, James.

– Eu sei, mas durante o tempo que ficamos juntos, eu não te mostrei que me importava com você? Que você pode confiar em mim?

– James, eu te vi beijando a Natalie. Não seria mais fácil admitir que você fez isso?

– Não! Porque isso não é verdade! – De certo modo, parecia que ele estava falando a verdade e a minha vontade era de acreditar, de dizer que estava tudo bem, que eu confiava e amava ele e que tudo não passava de um mal entendido. Mas a cena dos dois se repetia em minha cabeça e meu coração ficava cada vez menor.

– Eu queria acreditar, eu juro. Queria poder dizer que eu confio cegamente em você. Mas durante muitos anos eu vi milhares de meninas desoladas e magoadas por sua causa, porque você as tratou como lixo. Me desculpa se eu não acredito que você mudou por mim, James. Você sempre teve o mundo aos seus pés, porque você deixaria seu mundo virar de cabeça para baixo por alguém como eu?

– Você é viciante, Evans. Se você soubesse o quão especial você é... – Ele se aproximou e passou a mão em meu rosto. Fechei os olhos ao sentir seu toque e prendi a respiração.

– Então por que você fez isso comigo? – Eu não conseguia mais controlar meu choro, minha voz saiu baixa e trêmula.

– Eu não fiz aquilo. Acredite em mim! Eu preciso que você acredite em mim. Ou pelo menos me dê uma chance de te mostrar que isso tudo foi um mal-entendido.

– Outra chance? Quantas vezes você vai precisar me magoar pra poder se acertar comigo? – Eu podia sentir as lágrimas rolando pelo meu rosto. Ele me abraçou e afagou meu cabelo.

– Se você me der essa chance eu vou te mostrar que você pode confiar em mim.

– James, eu não...Não sei se posso.

– Por favor?

– Você acha que é só pedir “por favor”? Eu preciso de sentimentos concretos, não promessas vazias. – As lágrimas rolavam pelo meu rosto e eu soluçava irremediavelmente.

– Lily... – Ele beijou o topo de minha cabeça e me abraçou.

James

Assim que voltei da ronda, esperei Lily subir e fui para meu dormitório. Alice, Emmeline, e Marlene estavam lá e me olharam ansiosas assim que entrei.

– Descobriram alguma coisa? – Eu perguntei cansado.

– Claro que descobrimos. – Marlene sorriu vitoriosa.

Snape e Natalie organizaram o plano juntos. De acordo com ela, Snape a obrigou a fazer – o que eu duvido muito, ela sempre invejou Lily e todos sabemos que ela tem uma quedinha por você. Os dois não aguentaram ver você e Lily juntos e resolveram separá-los. – Emmeline explicou.

– No dia do passeio de Hogsmeade, eles colocaram o plano em ação. Snape estava seguindo você e Lily. Na verdade, você facilitou tudo quando você foi ao banheiro do Três Vassouras. Ele foi logo atrás de você, te azarou, bebeu a poção polissuco e fingiu ser você pela hora seguinte. Ou seja, quem beijou Natalie foi Snape. – Marlene concluiu.

– Então, aquele covarde se passou por mim? – Cerrei meus punhos para conter a raiva.

– Sim. – Alice assentiu. – E o pior de tudo é que de acordo com o plano deles, você não ia se machucar e muito menos descobrir, mas Snape mudou o plano quando viu a oportunidade de te apagar no banheiro. – Ela contou.

– Como vocês conseguiram fazer com que ela falasse? – Peter perguntou confuso.

– Nada que uma pequena chantagem não resolva. – Emmeline piscou e começou a rir.

– Afinal, que segredos são esses? – Sirius perguntou curioso.

– Segredos que não são do interesse de vocês, mas que ela morreria para que eu não abrisse a boca. – Emm disse maliciosa.

– Nós só precisamos fazer Lily acreditar nisso tudo. – Eu falei.

– Claro que nós já pensamos em algo! – Marlene respondeu.

– Amanhã eu provavelmente vou precisar de um livro de poções da biblioteca. E quem melhor do que a Lily para me ajudar a encontrá-lo? – Alice sorriu.

– Madame Pince. – Peter deu de ombros e Remus começou a rir.

– Não seja tão lerdo, Rabicho! – Sirius jogou um travesseiro em Peter.

– Eu entendi! Eu entendi! – Ele guinchou e começou a rir.

As meninas se apressaram em voltar para seu dormitório, pois elas não queriam levantar ainda mais as suspeitas de Lily. Assim que elas saíram me joguei em minha cama e fechei os olhos, minha cabeça estava latejando e eu estava torcendo para que o plano delas desse certo.

– Pontas, desculpa por não ter acreditado em você. – Remus coçou a cabeça envergonhado.

– Sem problemas, cara. – Eu sorri e ele piscou.

xx


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Notas finais do capítulo

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