Faking escrita por Linnet


Capítulo 9
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

MIIIIIIL desculpas! Fiquei de castigo por um tempão e infelizmente não consegui convencer minha mãe de que eu precisava postar um novo capítulo! Desculpaaa!!
Espero que gostem desse capítulo ♡ ele é dedicado à Luna Delcaster por ser a melhor leitora do universo!



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Eu acordei com meu despertador piando no meu ouvido às 6:15 da manhã. Desliguei-o praguejando e fui para o banheiro tomar um banho. Era cedo e eu ainda teria tempo para um lanche e para cuidar das minhas olheiras.

Nada na minha vida se comparava com o dia anterior. Todos os dias da minha vida eram ridículos, eram todos iguais, mas naquele dia (mesmo que eu estivesse prestes a morrer) eu me senti viva. Era como se eu tivesse a oportunidade de viver alguma coisa descente pelo menos em um dia da minha vida e eu nunca tinha me sentido assim.

Enquanto estava no banho pensei no que poderia dar errado. Tudo poderia acabar se Daniel desistisse ou contasse pra alguém, mas ele estava nas minhas mãos enquanto Lauren namorasse com o negro grandalhão, e, quando ela terminasse, eu também poderia terminar e mesmo assim teria tudo o que eu sempre quis: amigos legais, popularidade, toda uma vida no colegial, era perfeito. Mas eu precisava contar com Daniel. Se ele quisesse estaria tudo acabado e minha vida passaria de ruim ao inferno em poucos segundos.

Eu sai do banheiro já vestida e meu pai me encontrou no corredor.

– Filha, bom dia - ele cumprimentou alegre. - O que quer para o café?

– Eu acho que vou comer cereal ou algo assim - respondi. - Bom dia!!

– Ficou estudando até tarde de novo? - perguntou, então passou por mim sorrindo.

Toquei meu rosto e fui correndo para o espelho do corredor: meus olhos estavam com um buraco preto enorme embaixo, uma coisa horrível do tinhoso que costumam chamar de olheiras. Eu não tinha como me livrar delas, se com o banho não saiam, não iam sair nem com macumba.

Fui até o quarto da minha mãe e pulei na cama para acordá-la. Ela me xingou e perguntou que diabos eu estava fazendo.

– Mãe, eu preciso de ajuda!

– Eu tô vendo, que olheiras horríveis! - Ela riu de mim.

– Para! Por favor, faz a mágica de novo, eu prometo que não vou incomodar mais! - implorei de mãos juntas.

Ela revirou os olhos, mas podia ver pelo sorriso que estava amando aquilo. Ela adorava me maquiar e eu estava pedindo aquilo por conta própria. Primeiro meninos gatos na minha casa, depois eu pedindo pra ser maquiada, o que tinha acontecido comigo em apenas um dia?

– Tá bom! Mas vamos logo, não quero perder meu sono - ela riu.

– Isso! - exclamei, correndo até o meu quarto e sentando na cadeira da escrivaninha.

Minha mãe me maquiou e eu, sem nem mesmo ver, disse que estava linda e precisava correr. Joguei meus cadernos e livros na bolsa e percebi que meu celular estava encima da cama. Pensei um pouco e decidi levar para que Daniel não ficasse me enchendo. Fui correndo para a cozinha pegar um achocolatado. Maquiagem demora e eu precisava ir embora.

Escovei meus dentes depois de praticamente engolir o achocolatado e dei tchau para meus pais, correndo para chegar no ônibus. Se tivesse sorte chegaria na hora, se não chegaria 20 minutos atrasada. Mas eu tive. Quando entrei na escola o primeiro sinal tocou e eu fui correndo até a minha sala.
Vi Daniel e o grupinho dele no corredor perto da sala.

– Olha quem chegou atrasada! - ele gritou ao me ver.

Morri de vergonha, mas tentei ficar calma. Todos os garotos gritaram algum tipo de "ôôô" e, surpreendentemente me cumprimentaram. Mas o mais impressionante era que, pela primeira vez na vida, eles estavam me notando.

Fui até eles e Daniel chegou mais perto, se distanciando do grupo. Ele tentou me beijar e eu virei o rosto sem que ninguém notasse transformando o beijo na boca em um na bochecha. Ele não iria ser meu primeiro beijo. Aquele momento não seria o momento do meu primeiro beijo. Eu não queria isso e, mesmo que precisasse fingir, eu prometi pra mim que não iria beijá-lo.

– Você deu pra não responder minhas mensagens agora? - ele disse pra mim baixinho, parecia impaciente. - E que roupa é essa?

– Eu não sei mexer naquilo, idiota. E eu sempre me vesti assim! - sussurrei.

– Pois devia parar...

– E então - falou Elsa Garden, aquela popularzinha líder de filme americano. - A quanto tempo estão namorando?

Elsa olhou pra mim com cara de desconfiada. Daniel veio para o meu lado e passou o braço pelo meu ombro. Ele fingia tão bem.

– Duas semanas - respondi.

– E porque não contaram? - Elsa perguntou, todo seu batalhão estava atrás, inclusive os garotos amigos de Daniel.

– Eu já falei - reclamou Daniel.

– Eu quero ouvir da garota - ignorou Elsa.

– É Caroline pra você - falei, com toda a segurança que eu nunca tive. De algum jeito com Daniel do meu lado, eu não tinha medo de uma vadia qualquer. - E eu não sinto necessidade de falar da minha vida com ninguém como você.

– Não falei que ela era tímida? - brincou Daniel, rindo.

Os amigos dele riram e eu sorri também, não queria estragar a minha chance de ter novos amigos.

– Carol, posso falar com você? - perguntou Ísis, com a maior cara de quem foi na igreja, encontrou um dólar na saída e achou que foi milagre.

– Ahn, claro - falei. Olhei para Daniel para saber o que fazer e ele piscou pra mim.

Ela me levou um pouco mais longe do grupo e olhou para trás para ver se ninguém estava escutando.

– Me desculpa! - ela falou.

– Não, eu que devo desculpas, sei que...

– Para! - me interrompeu. - Deixa eu falar primeiro. Antes de você me dizer aquilo, eu não tinha ideia do que estava acontecendo e você salvou minha vida! Eu terminei com o Ian ontem e, logo depois de eu ter terminado, ouvi dizerem que você tava namorando com o Dan e que viram vocês na rua. Eu me senti horrível por ter dito aquilo pra você quando você você me fez o maior favor por ter me dito a verdade.

Eu fiquei sem fala. Não acreditava que Ísis Okland estava me pedindo desculpa. Ter um namorado não era assim tão ruim e perturbador quanto eu esperava. Ela colocou o cabelo para trás e continuou:

– Eu te devo desculpas por ter dito que ninguém olhava pra você por que você não é ninguém. Você é sim alguém e o Dan te olhou quando ninguém mais viu como você é boa. Você é a pessoa mais honesta que eu conheço e eu te peço para recomeçarmos, por favor!

Foi como levar um tiro. Sabe quando você faz uma coisa que não deveria ter feito e então recebe recompensas, e você fica se sentindo culpado, mas não tem como voltar atrás? Bem, se não sabe ainda vai saber, pois sempre tem um momento assim na vida, e aquele era o meu. Ouvir da Ísis que eu era a pessoa mais honesta que ela conheceu e ainda vê-la implorando pra eu desculpá-la era o cúmulo, mas agora já estava feito, eu não podia voltar atrás. Fiz a maior cara de cínica e continuei a conversa.

– Claro que te desculpo, eu sei que deve ser horrível saber de tudo aquilo e eu ainda fui terrível com você - coloquei a mão no ombro ela.- Eu também queria me desculpar, sabe? Achei que se todos soubessem do namoro com o Daniel agora eu poderia falar com você e começar o zero. E eu também estava tão ansiosa pra contar pra todo mundo!

– Ah, eu imagino, namorar com o Daniel deve ser a melhor coisa! Me diz, ele é bom de cama?

Eu fiquei totalmente vermelha, nunca nessa vida esperava essa pergunta. Nem que ela fosse tão direta e vinda de uma pessoa que eu sempre detestei. Mas agradeci por ela vir de Ísis e não de Elsa, com Ísis eu me sentia tranquila. Eu respirei fundo e pensei rápido na resposta, se dissesse que não sairia como uma vadia experiente, se eu dissesse que preferia não falar era como se nunca tivéssemos transado, se eu dissesse que ela teria que descobrir ela iria me oferecer sexo à 3. O que dizer?

– Ah sim, claro! - respondi, dando um saltinho. - Mas não vou falar disso quando você acabou de terminar com o Ian... - desconversei, fazendo cara de triste.

E ela começou a chorar e contar que quando foi falar com ele, Ian tinha dito que ele queria terminar mesmo e que já tinha passado da hora deles terminarem. Ela ficou arrasada e nem foi na aula no dia seguinte. Que foi quando eu descobri sobre os rumores sobre o sexo com Daniel. Então ela não estava planejando minha morte afinal.

Nós nos abraçamos e ficamos conversando sobre como o Ian era ruim antes dela ir até o banheiro retocar a maquiagem e me deixar sair de perto. Fui até onde Daniel estava e cruzei meu braço com o dele. Aquilo era tão idiota, mas eu tinha que ser convincente.

– O que ela queria? - perguntou Daniel para mim baixo enquanto o grupo continuava a falar.

– Me pedir desculpa por tudo.

– Então seu plano está funcionando - ele murmurou sério.

Olhei para ele e Daniel parecia de saco cheio daquilo. Eu morria de medo dele querer pular fora.

– Nossa, Caroline, eu adoro o seu estilo retrô "sou a empregada nojenta da sua mãe" dos anos 90 - comentou Elsa.

Eu não me ofendi, meu estilo era uma coisa minha e eu me vestia mesmo como nos anos 90, aquela era uma boa denominação. Minha meia 7/8 preta não combinava nada com minha saia rodada até os joelhos e minha (do meu pai, na verdade) camisa social listrada. Todos me zoavam pelo meu estilo, mas eu até que gostava. A camisa do meu pai foi ideia minha e eu achei divina até alguém como a Elsa criticar.

– Desculpa, não gostou? - perguntei cínica. - O estilo "sou uma puta de uma vadia e vou roubar seu namorado até ele por um par de chifres em mim" você já estava usando, ai fiquei com o que eu poderia ter um pouco de dignidade.

O sinal para entrarmos tocou antes que ela pudesse dizer outra coisa. E nem falaria, pois ela não tinha mais o que me responder. Ela me olhou com cara de ódio e Naomi Newman tentava conter um riso do lado dela. Os meninos não foram discretos e começaram a rir de Elsa. Daniel tentou conter o riso e não conseguiu. Elsa bufou e se virou com as amigas para ir para a sala, eu já estava seguindo ela quando senti Daniel puxar-me pela mão. Os amigos dele se viraram quando perceberam que estávamos faltando.

– A gente vai dar uma saidinha - explicou Daniel. - Deem cobertura.

Os amigos (incluindo Ian) disseram coisas do tipo "agarra ela" e "hoje tem" e deram tchau.

Quado eles viraram pra ir pra sala falar alguma coisa pro professor, eu comecei a reclamar.

– Como assim "a gente vai dar uma saidinha"? A gente vai pra aula!

– Vem e não reclama - ele disse e me puxou para perto dele.


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Notas finais do capítulo

O próximo não vai demorar a sair, mais uma vez peço desculpas pela demora ♥