Faking escrita por Linnet


Capítulo 10
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

Eu queria agradecer a MARAVILHOSA Bunny por fazer uma recomendação perfeitaaaa para a história, a primeira que recebi!! Eu nem sei como te agradecer, você disse coisas tão bonitas sobre a história e sobre mim, eu nunca imaginei que essa história receberia um carinho tão grande e você me surpreende com essa recomendação mais do que maravilhosa! Tomei um susto quando abri a conta hoje e vi a recomendação, eu não consegui acreditar! Agradeço cada uma das suas palavras e dedico esse capitulo a você, sua linda!! OBRIGAAADAAAA!



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Você não sabe o que é matar aula até que você tenha matado aula de verdade. E eu não sabia que entrar no carro vermelho de Daniel era mil vezes melhor que assistir à magia da ciência até que eu entrei nele escondida. Daniel parecia fazer aquilo toda a vida dele, mas eu estava morrendo de medo de ser pega, eu iria morrer! Minha mãe iria morrer de desgosto ao ver que a filha perfeita dela tinha virado uma garota idiota que foge com o namorado no meio da aula (ou antes mesmo dela começar) e deixa todos pensarem que foram transar.

Daniel entrou no carro e eu abri a porta do carona tão rápido como um raio rezando pro diretor não me ver. Também rezava para que Paola não tivesse me visto na escola, pois ela saberia que eu sai e eu não iria conseguir mentir pra ela e dizer que estava passando mal. E ela estava bem chateada, não podia mentir assim.

– Você vai ter uma surpresa - avisou ele. E eu fiquei calada tentando imaginar o que seria. Vindo de Daniel poderia ser qualquer coisa.

Depois do vexame na loja de celulares, Daniel ainda queria mais. E foi aí que eu saquei o que ele queria fazer, queria me fazer desistir, como se celulares fossem me assustar. Mas o obstáculo de agora era muito maior. Estávamos andando (no melhor jeito namorados apaixonados) numa das calçadas da maior rua de venda de roupas da cidade.

– Isso vai ser divertido - ele disse, rindo.

– Eu não vou me mudar por você, Daniel. Você não é tudo isso.

Ele não olhava para mim e fingia muito bem que não estavamos discutindo de novo. Ele sempre tinha aquele olhar envolvente de dono do mundo estampado na cara e eu era aquela invisível. As pessoas que nos viam deviam achar estranha a combinação. Eu já estava pirando e só tínhamos horas de namoro.

– Eu prefiro morrer numa briga a sair com alguém que se veste como um especialista em matemática dos anos 90 - ele falou.

– Eu não me visto assim!

– Se veste sim, chega a ser engraçado.

– Então, você acha meu estilo engraçado? - Olhei para ele tentando não rir.

Ele me olhou de volta e eu senti por um segundo que meus sonhos tinham virado realidade.

– Acho, acho muitas coisas do seu estilo e nenhuma delas é "legal".

– Grosso - murmurei, fazendo-o rir. - Eu gosto.

– Só você mesmo, né?

Dei um tapa nele de leve.

– Vamos rápido, odeio fazer compras - falou Daniel.

– Posso escolher o que eu quiser?

– Desde que não seja horrível, pode sim.

– Por quê está fazendo isso? É ridículo gastar seu dinheiro comigo assim.

– Namorada minha não é chamada de "empregada da sua mãe", você vai aparecer lá e vai fazer elas sentirem inveja. Não é usando isso ai que você vai ser popular.

Fiquei quieta e aceitei. Ainda achava desnecessário, mas gostava da sensação de alguém se importando comigo o bastante para gastar seu dinheiro. Mesmo que Daniel fosse milionário e mil reais não fossem nada, aquilo ainda significava muita coisa pra mim.

– Ei, como sabe onde eu moro? - perguntei, lembrando do dia anterior.

Ele riu.

– Um dia eu te conto.

Entramos na primeira loja. Daniel pediu meu celular enquanto eu escolhia as roupas, iria colocar nele tudo o que eu preciso pra viver, inclusive o número de cada um dos amigos dele, até os que eu nem conhecia.

Eu não queria um estilo que fosse totalmente o contrário do meu. Queria deixar bem claro que eu não mudei do nada pra agradar todo mundo embora eu estivesse fazendo exatamente isso. Queria mostrar além da minha parte legal para meus novos amigos, a minha parte estudiosa e quem eu realmente era, afinal eu queria que eles me aceitassem por inteiro. Eu dicidi um estilo mais patricinha, mas moderno, não algo do tipo Meninas Malvadas. Eu amo rosa, mas não queria mostrar minhas pernas todas nem usar decotes do tamanho do mundo. Não queria parecer fácil.

Meu novo estilo envolvia meu estilo nerd nojenta e virgem com patricinha vadia e arrombada e isso era a coisa mais sem sentido do mundo, mas quando fomos para a primeira loja e eu me vesti, senti que poderia ser parte dos populares, senti que poderia fingir aquilo até ser aceita de verdade e senti que daria certo. Mas a certeza só veio mesmo quando eu sai do trocador e Daniel me olhou como se eu fosse a Megan Fox.

Ele se levantou, tirando os olhos do celular e foi até mim.

– Como estou? - perguntei, sorrindo.

– Gostosa - ele respondeu.

– Mesmo com minhas meias 7/8? Mesmo sem decotão e sem ter metade da minha bunda aparecendo?

– Você não precisa, né?

Ele segurou na minha cintura e estávamos tão perto que eu não teria como virar a cara se ele fosse me beijar. Eu teria que ir para trás. Mas ele não me beijou, ele subiu minha saia mais, até a cintura, e ela ficou na altura da metade das minhas coxas, deixando um pedaço delas aparecendo.

– Suas pernas são lindas demais pra ficarem escondidas com essas meias gigantes e essa saia lá embaixo - ele sussurrou pra mim.

– Eu vou ficar parecendo uma vadia - revirei os olhos e olhei-me no espelho. Estava muito legal.

– Vai nada, eu gostei assim.

– Tá bom - desisti. Se ele estava pagando ia ser do jeito dele.

Naquela loja, Daniel ainda me fez usar as roupas que ele acabou de comprar para saímos para procurar outras. Imaginem o ódio que eu fiquei, o garoto nem queria ser vista com alguém como eu era. Isso me magoou.

Nas outras lojas não foi diferente. Por mais que eu quisesse me esconder, Daniel sempre queria que eu tivesse pedaços de pele aparecendo em tudo quanto é lugar. Eu agradeci por ser magrela bem estilo tábua e ter como usar aquele top minúsculo que ele comprou.

Daniel não percebia, mas eu pulava as lojas caras e, enquanto passava as roupas, checava o preço. Eu não queria gastar nada por mais que ele quisesse me dar tudo. Era pedir demais, né? O garoto já estava fingindo namorar uma estranha e ainda comprava roupas e sapatos pra mim. De que mundo ele era? Minha sorte estava tão grande que eu já previa que os sete messes de azar iriam começar a qualquer momento, e eles começaram.

Nós paramos quando compramos roupa suficiente pra uma semana e eu decidi não gastar nem mais um centavo. A maioria das bolsas que Daniel segurava eram de coisas pra ele e pra mim e que ele comprou enquanto eu via algumas lojas. Eu não aguentava mais andar, agradecia por ele não estar tão de saco cheio como eu estava.

Nós colocamos as compras no carro e ele disse que iríamos tomar sorvete. Eu disse que não queria, mas Daniel insistiu de uma maneira que eu achei que ele fosse enfiar sorvete na minha goela se eu recusasse.

Fomos até uma sorveteria estilo self-service e peguei sorvete de chiclete (eu o amava por ser rosa) e coloquei no potinho tudo o que eu pude. Daniel pegou sorvete de flocos com cobertura de chocolate e amendoim triturado. Meu potinho parecia uma Drag Queen do lado do potinho Emo dele. Será que ele era sempre chato assim?

Nos sentamos.

– Hm, Daniel, por que estamos fazendo isso? - falei, meio tímida.

– Por que eu estou com fome - ele respondeu, como se eu fosse idiota.

– Não isso, idiota, por que saímos para comprar roupas? Por que me comprou um celular? Por que você tá fazendo tudo pra mim?

Eu coloquei uma mecha do cabelo para trás, jogá-lo de lado ainda me incomodava.

– Sabe, ninguém dá muita coisa por mim - continuei. - E agora do nada você tá me dando tudo o que eu sempre quis... Por quê?

Ele comeu uma última colher de sorvete e limpou a boca com um guardanapo antes de responder. A espera já estava me matando, achei que eu estava parecendo uma idiota.

– Populares não fazem perguntas, eles só agem. Se eu estou fazendo isso é por que eu não quero apanhar - Daniel respondeu.

Seu tom de voz estava tão grosso e rude que eu decidi não falar mais nada. Eu estava mesmo sendo idiota.


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Notas finais do capítulo

De novo, OBRIGAAAADAAAAAA BUNNY VOCÊ É DEMAIS!!!
https://fanfiction.com.br/u/556887/


PS: Esse capítulo está com a formatação de parágrafos errada por que eu posto pelo celular e acerto pelo computador, porém o texto não está aparecendo pelo computador e eu não estou conseguindo editar, desculpem-me. Eu espero que vocês estejam entendendo aushauhs