Faking escrita por Linnet


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo prontinho ♥ espero que gostem :)
Lembrando que no capítulo anterior a Caroline estava em perigo e um certo Allan apareceu na hora certa pra ajudar ela ♥ quem será ele?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/580303/chapter/8

Era Allan Weneck.

Ele dirigia um carro preto e eu não olhei para trás antes de abrir a porta do carro e me jogar dentro dele.

Eu falei com vocês sobre Allan Weneck, era aquele nerd "mais ou menos" que tem em toda turma, sabe? Aquele carinha feio que teve uma queda por você, mas que você nunca ligou. E agora, depois de quase um ano sem se verem, ele aparece e está tão bonito quanto Daniel. Seu cabelo preto está jogado para o lado do jeito certo, ele ganhou músculos e seus óculos não são mais horríveis, agora seus olhos são atraentes, mas transmitem a mesma verdade do que a quase um ano antes.

Eu não precisei que ele dissesse nada antes de começar a chorar no banco do carona.

Antes de ele ter saído da Ethan West no final do ano anterior, Allan e eu éramos amigos, não, na verdade éramos mais que isso, tipo melhores amigos. Ele foi o primeiro garoto que eu levei em casa e, acreditem ou não, eu nunca transei com ele e nem beijei ele. Nem nunca pensei em fazer nenhuma dessas coisas com meu melhor amigo nerd. Ele era a pessoa com quem eu dividia tudo até ele se apaixonar por mim. Eu não queria aquilo, queria alguém como Daniel ou como o namorado da Ísis, Ian Jackson, não o meu melhor amigo. E depois daquilo nada foi a mesma coisa. No final do ano, quando ele foi embora, decidi esquecê-lo e, junto, toda essa balela de popularidade. Mas quando a popularidade voltou, ele veio junto.

— E aí? - ele perguntou quando paramos o carro na frente da minha casa. - Você faz sempre isso de fugir de bêbados esquisitos?

Eu juro que ri por dentro, mas por fora eu nem me movi. Eu estava encolhida no banco do carona, ao lado de Allan. Ele disse que me levaria para casa, mas eu disse que iria quando estivesse calma. Ele estava tentando me acalmar como nos velhos tempos.

— Tá bom, vou parar de ser tão idiota - ele disse, virando para o volante.

Eu esperei alguns segundos antes de dizer alguma coisa.

— Eu achei que fosse morrer, Allan - foi o que eu disse.

— Eu achei que você não ia me reconhecer, mas podemos ver que as coisas não aconteceram do jeito que esperávamos, né? - Ele estava sério, mas tinha graça no que ele falou.

— Foram os olhos.

— Quê?
Ele me olhou com a maior cara de confuso.

— Seus olhos. Eles não mudaram. Nem sua voz - respondi. - Eu reconheceria em qualquer canto.

Ele riu.

— Isso é legal.

— Eu acho que vou entrar...

— Ah... Ahn, certo.

Eu abri a porta. Não queria ficar ali conversando com o Allan quando estivesse fingindo um namoro com Daniel. Era ridículo. E eu me sentia culpada demais por não contar pra ele para aguentar ficar ali.

— Eu ia te visitar, mas volto outro dia para conversarmos, sei lá - ele disse, se apoiando no banco vazio do carona quando eu saí.

Fiz que sim com a cabeça e fechei a porta.

— Tchau - sussurrei, alto o bastante para que escutasse. - Obrigada por ter salvado minha vida.

— De nada - respondeu Allan. - É isso que bons...

— CAROLINE! - me gritaram da minha casa.

Me virei e vi minha mãe atravessando o jardim correndo pra chegar até mim. Ela veio correndo me abraçar. Apalpou meu corpo inteiro procurando ferimentos e, quando não achou, soltou logo na lata.

— O que acha que estava fazendo fora de casa até agora?

Eu não respondi e ela viu minha cara de choro.

— Oi, senhora Campbell - acenou Allan de dentro do carro.

Mamãe se virou para ele e abriu um sorriso enorme.

— Allan! Quanto tempo! Você não voltou mais aqui! Não foi pela comida, né? Pode falar a verdade.

— Não, na verdade eu fui pra fora da cidade, mas meu pai decidiu voltar por causa da medicina, onde estávamos ele não ganhava tão bem - Allan explicou com todo o carinho.

Minha mãe se apoiou no vidro do carro, me ignorando. Eu fiquei tão frustrada que comecei a chorar.

— Eu vou entrar, mãe - avisei. E, sem mais delongas, subi pro meu quarto e me joguei nas cobertas.

[...]

Já era tarde quando minha mãe me acordou. Ela disse que tinha alguém me esperando na porta e eu jurei que, se fosse o Allan, iria arrancar a cabeça dele fora.

Minha mãe tinha um olhar empolgado, mas preocupado, e meu pai estava atrás dela com cara de desconfiado. Eu fiquei apavorada. Quem poderia ser?
Me levantei e fui até o banheiro pra passar uma água no rosto rapidamente. Minha mãe gritou para que a pessoa esperasse um pouco e eu desci quando sequei-me.

Fui até a porta e abri.

Era Daniel. Eu senti ódio dele. Queria esfregar a cara dele no asfalto. Sabia que EU tinha saído do carro, mas ELE tinha que vir atrás, não me deixar ir pra casa sozinha. E ele ainda tinha vindo na minha casa pra me encher mais o saco depois de um dos piores (e melhores, mais cedo) dias da minha vida.

— O que você quer? - perguntei.

— Esqueceu isso.

Ele ergueu a sacola de papelão na qual meu novíssimo e imprestável iPhone tinha vindo. Eu queria pegar aquilo e tacar na cara dele. Mas não podia, tinha que seguir com o plano, precisava do plano. Precisava do Daniel. Eu só estava tendo um dia ruim. Precisa ser racional.

Peguei a sacola.

— Eu te odeio - murmurei.

— Eu também te amo - ele disse sério, mas como se não ligasse.

— Eu quase morri hoje - admiti e, sem querer, comecei a lacrimejar de novo. - Depois que saí de perto de você, um cara veio atrás de mim. Eu te odeio, Daniel.

— Me odeia porque um cara foi atrás de você quando VOCÊ saiu de perto de mim? - Ele não tinha um tom acusatório, estava sério, falando por falar, e aquilo me deixou com raiva.

— Toda vez que eu sair, Daniel, venha atrás de mim - eu sussurrei, tentando parar de chorar. E acrescentei: - Por favor.

E eu fechei a porta.

Quando me virei minha mãe estava me espiando na porta da cozinha. Ela veio até mim e me abraçou quase chorando também. E eu achei que ela fosse dizer uma daquelas coisas de filmes melodramáticos, mas, mais uma vez, me esqueci que eu estava na vida real.

— Dois garotos gatos te visitando no mesmo dia? Quem é você e o que fez com a minha filha?

Nós rimos, mas na verdade eu estava morrendo de vergonha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem ♥ adoro saber o que estão achando da história ♥