Faking escrita por Linnet


Capítulo 14
Capítulo XIV


Notas iniciais do capítulo

OLÁ SEUS LINDOS ♥
Bem, temos muitas mudanças por aqui! Tanto na capa da história como nos nomes dos capítulos (até meu perfil mudou aushuahus) e isso tudo se deve à animação que eu recebi depois que duas pessoas MARAVILINDAS recomendaram a história ♥ ♥ MUUUUUUITOOOOO OBRIGADAAAA Jubs e Raitenin, vocês são as coisas mais perfeitas de todo o universo! Eu surtei quando vi as recomendações, acho que vocês bem sabem dessa história, né? Enfim, só queria dizer mais uma vez OBRIGAAAADAAA e dedicar esse capítulo pra vocês e pra Butterfly (u/325098/), que fez um comentário lindo no último capítulo! VOCÊS SÃO DEMAAAAIS!!!



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Allan estava com as costas encostadas no armário e Ísis estava na frente dele, quase em cima. Fiquei chocada. Ela nunca tinha falado com ele antes. Ele, assim como eu, sempre éramos os babacas da sala na visão dela. E agora ela estava se jogando pra cima dele só por que ele tinha voltado muito mais bonito do que era. E Allan não parecia estar fazendo nada para parar aquilo. Mas eu também não estava. Eu também estava com elas agora. Aliás, estava gostando delas. Porque quando era ele parecia tão errado? Por que ver ele com Ísis me deixou tão surpresa?

Passei direto e com a cabeça baixa para que não me vissem. Mesmo com meu gritinho, Ísis não me ouviu. E também não ouviria, até porque estava se jogando pra cima do MEU melhor amigo.

Fui para o refeitório e peguei uma maçã na cantina. A moça que lá estava foi muito gentil ao não perguntar o motivo da minha cara de cão chupando manga.

Sentei em uma mesa sozinha e não demorou cinco minutos para alguém vir acabar com a minha paz.

– Caroline? - chamou.

Parei de comer e olhei para a garota a minha frente que já ia puxando uma cadeira para se sentar.

– Eu mesma - disse tentando ser simpática.

Finalmente as pessoas me conheciam! Depois de tanto tempo! Até que enfim alguém me notou e alguém sabia meu nome. Me senti tão feliz que queria abraçá-la por saber meu nome. Aquela mentira toda estava valendo mesmo a pena.

Ela se sentou e engoliu saliva antes de me fazer uma pergunta bem indiscreta:

– Então, você e o Daniel estão namorando?

– Estamos - respondi como se fosse a mais pura verdade.

Ela olhou para um pessoal em uma mesa distante. Uma das garotas olhou para o outro lado assim que a menina que veio falar comigo fez que sim com a cabeça.

– Quem é você? - perguntei, vendo que algo não estava certo.

– Ah, pode me chamar de Olie.

Ela jogou o longo cabelo loiro para trás.

– E por que está me perguntando isso?

– Só curiosidade - recuou. Fiquei com raiva, se ela tivesse algo sobre aquilo para falar que falasse na minha cara.

– Nunca é só curiosidade - grunhi.

Ela me encarou, surpresa. Ela não parecia estar preparada para alguém tão grossa como eu realmente era. Talvez todos pensassem que eu fosse o estilo de garota nojenta e sem nexo do mesmo estilo das populares da minha escola, mas não, eu era mais que isso, era inteligente o bastante para não deixar ninguém duvidar de mim e nem agir como se eu fosse uma brincadeira. Eu nunca seria igual àquelas garotas, nunca seria fútil, e se Olie esperava alguém assim estava muito enganada.

– Quer saber? Eu falei aquilo por que parece mentira! - exclamou.

Minhas bochechas queimaram. Como assim? Como as pessoas podiam estar desconfiando se eu estava fazendo de tudo para conter aquela verdade? E o que será que tinha deixado transparecer que nós estávamos mentindo?

– O quê?! - falei, na falta de algo de verdade pra dizer.

– Você está aqui sozinha enquanto ele está lá fora com os amigos! - explicou, um pouco grossa. - Além disso ninguém nunca viu um beijo de vocês! Isso com certeza é uma farsa.

Pensei rápido em algo para dizer.

– Primeiramente, Olie, nós não nascemos grudados nem vamos ficar agora. Somos maduros o bastante pra não ficar cheirando a bunda um do outro.

Ela abriu a boca de tão surpresa.

– E só pra completar, não temos necessidade nenhuma de ficar se beijando na frente dos outros! Não é porque namoramos que temos que fazer isso, estamos na escola e não num motel!

À essa altura, o refeitório inteiro já olhava para mim.

– Quando quiser falar de alguém monte argumentos decentes antes de agir como uma idiota completa! Você não sabe nada sobre nós!

Levantei-me com a maior raiva do mundo e quando me virei percebi que Allan estava parado atrás de mim. Merda! Quanto ele escutou? Allan era tão meu amigo que eu não queria que ele estivesse vendo essa mentira toda que eu criei, não queria ter que mentir pra ele. Mas ele chegou na pior hora e eu não podia contar, se muita gente soubesse a mentira acabaria ali.

– Podemos conversar? - perguntou sério.

Fiz que sim com a cabeça e continuei andando com ele me seguindo. Sabia para onde eu devia ir e quanto mais rápido eu chegasse lá mais calma eu ficaria.

Allan e eu éramos o tipo de amigos que fazíamos tudo juntos e contávamos tudo um para o outro. Aquele tipo de amigos que não se encontra mais em ninguém. Porém, desde que ele disse que gostava de mim como mais que amiga, nossa relação foi de mal a pior. E quando ele foi embora nos afastamos completamente. E agora Allan tinha voltado muito mais bonito e maduro. Eu não tinha ideia do que ele queria falar comigo, contudo tínhamos mesmo muito o que conversar.

Allan parou no meio do gramado da escola, onde havia uma árvore, e se sentou encostado nela. Eu fiquei de frente para ele.

– Desculpa pelo o que você ouviu no refeitório - falei, com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudanças.

Estava tão nervosa com a resposta dele que comecei a arrancar a grama do chão folha por folha. Aquele cabelo jogado para o lado ainda me incomodava, se eu tivesse partido ao meio ele não estaria na frente dos meus olhos o tempo todo. Allan chegou mais perto e colocou meu cabelo para trás da orelha, me forçando a olhá-lo.

– Não peça desculpas, você fez o certo se defendendo.

– Mas eu perdi a paciência e nunca fui briguenta, sabe? Queria voltar atrás e não ter explodido com ela.

– Parece que muita coisa mudou por aqui, né? - Ele sorriu.

Eu sabia que Allan queria que eu dissesse para ele que estava namorando. Sabia que ele queria ouvir aquilo da minha boca, sem boatos e desconfianças.

– Não tantas, parece que só eu - admiti chateada.

Era incrível como aquela mentira tinha me mudado. Se fosse antes e Olie tivesse dito aquilo pra mim, eu sairia chorando e nem responderia, já agora eu fiz um projeto de barraco no meio do refeitório.

– Discordo - ele disse, com aquele sorriso brincalhão de sempre. - Você está quase igual, mas está mais bonita e com a personalidade mais forte. Você soube falar na hora do refeitório e mudou aquela imagem de fragilidade que todos tinham de você.

Sorri, que saudade que eu estava dessas palavras de motivação de Allan. Ele sempre me deixava melhor.

– E está namorando, né? - completou com um sorriso de canto.

O que eu diria? A verdade ou o que todos sabiam? Fiquei nervosa outra vez.

– Estou - decidi dizer. Sorri da melhor forma possível.

Eu nunca conseguiria admitir para Allan que eu inventei toda aquela mentira para ser popular, como ele me olharia depois disso? Ele ficaria desapontado comigo e a última coisa que eu quero ver é Allan chateado comigo. Agora que ele está de volta quero muito voltar a ter a amizade de antes.

– Com Daniel Chevark? - Seu sorriso mudou para uma expressão que dizia claramente "isso é sério, Caroline?".

– Nós não escolhemos quem amamos - citei com um sorriso bobo. Achei que fosse mais convincente dizer algo idiota do que dizer que ele "não era tão mau assim", aquilo era muito clichê.

Allan riu.

– O que foi? - perguntei confusa.

– Nada. É só que eu nunca te imaginaria com ele.

O sorriso dele era lindo, mas me deixou meio chateada naquela hora. Era como se eu não fosse o bastante para namorar alguém como Daniel e isso me deixou mal. O sorriso fazia com que a nossa relação, mesmo que fosse de mentira, parecesse uma piada.

– Ah - suspirei. Queria que ele percebesse o quanto aquilo me tocou.

– Ei, eu não disse aquilo pra você ficar para baixo.

– Tarde demais...

Ele chegou mais perto e colocou as mãos nos meus joelhos.

– É sério. É só que vocês não tem nada a ver e pelo o que eu tenho ouvido se dão tão bem. Eu achei legal, não falei como se estivesse julgando ou algo assim.

– Carol! - ouvi me chamaram.

Olhei para a direção de onde vinha a voz e percebi que era Daniel. Ele veio até mim a passos rápidos e estendeu a mão para me ajudar a levantar.

– Precisamos conversar - falou.

– Nunca fui tão requisitada - brinquei rindo.

Foi só naquele momento que ele percebeu que Allan estava ali e fechou a cara na hora.

– É um amigo - expliquei.

Dei a mão para Daniel e ele me ergueu.

Allan também se levantou e se encostou na árvore.

– Allan - apresentou-se mostrando a Daniel as palmas das mãos como se dissesse "me rendo".

Daniel não disse mais nada e olhou pra mim.

– Vem, temos algumas coisas para conversar - ele olhou de novo com raiva para Allan e começou a andar de mãos dadas comigo.

Que merda! Ele iria me matar! Com certeza já sabia sobre o refeitório e iria só terminar de arrancar meu couro. Aquele dia estava indo de mal a pior.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que acompanham, vocês fazem minha existência nesse mundo trilhões de vezes mais feliz