Faking escrita por Linnet


Capítulo 13
Capítulo XIII


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi gente ♥ ♥ mais um capítulo! Espero que gostem, esse capítulo é um dos que eu mais gostei até agora! Beijos e até o próximo :3



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Assisti à primeira aula ao lado de Paola e era evidente o quanto ela estava me ignorando. Ela ficou conversando com Allan a aula toda (o professor até chamou atenção dela) e sempre que eu tentava entrar no assunto era recebida com meias palavras.

Na hora de ir para a próxima aula nem esperei por ela, fui para meu armário e desejei em segredo que aquele pesadelo acabasse logo.

Peguei o livro de português e quando ia sair dali alguém me encostou de volta no armário. Era Daniel.

Ele sorriu. Será que não conseguia perceber que eu não estava bem?

– Oi - falou da forma mais seduzente possível.

Uma de suas mãos estava na minha cintura e eu tive um leve arrepio. Ele tentou me beijar e novamente eu deixei que o beijo fosse na bochecha. Definitivamente, não queria que meu primeiro beijo fosse com ele. Me soltei de seus braços e fechei o armário.

– O que foi? - perguntou Daniel.

– Nada.

Coloquei uma mecha de cabelo pra trás da orelha. Daniel se encostou no armário e eu olhei pra ele. Por que ele levava essas demonstrações públicas de afeto tão a sério?

– "Nada"? - repetiu. - Fala a verdade, você é uma péssima mentirosa.

– Paola está estranha comigo.

– Aquela menina que anda com você?

Revirei os olhos. Ninguém importava pra ele.

– Sim, Daniel, essa mesmo.

Fui para sala e podia ouvir Daniel me seguindo. Eu sempre tinha as mesmas matérias que Paola, pois escolhemos as grades iguais, mas naquele momento eu queria distância.

– Por que acha que ela está estranha? - Daniel reapareceu do meu lado.

– Você não entenderia - soltei, sem pensar em como isso poderia atingi-lo.

– Você não sabe nada sobre mim - ele falou.

Podia sentir que estávamos brigando, mas não podia deixar as pessoas saberem daquilo. Não disse mais nada e estampei um sorriso na cara.

Quando chegamos na sala, eu tinha que escolher entre sentar com Daniel e sentar com Paola. Mas outra pessoa também disputava minha atenção.

– Carol! - chamou Isís. - Vem sentar com a gente!

Fui até o canto inferior direito da sala. Elas não sentavam nas últimas carteiras, mas pra mim que sempre sentava nas primeiras, aquilo já era demais. Escolhi uma carteira e sentei.

– Ele olhou pra sua bunda, Carol! - contou sorrindo uma menina negra muito bonita que andava com Ísis pra cima e pra baixo. Seu cabelo volumoso e cacheado combinava perfeitamente com seus lábios pintados de um roxo escuro.

– Quem? - perguntei, completamente perdida.

– O Daniel! - respondeu outra menina, de cabelo cor de mel e traços tão perfeitos que parecia ser pintada. Ela riu baixinho.

Olhei para ele e Daniel estava indo falar com seus amigos.

Também ri. Não acreditava que Daniel fosse cara de pau a esse ponto.

– Vocês são tão fofos juntos! - comentou Ísis. - São quase o contrário um do outro!

– Na verdade somos o contrário - admiti. - E é em tudo! Ele não gosta de muita coisa no sorvete e eu gosto de colocar tudo o que tenho direito. Ele não assiste à primeira aula e eu não perco. Ele dirige muito bem e eu não sei nem como ligar um carro!

Soltei uma risadinha e quando percebi todas olhavam pra mim.

– QUE COISA MAIS FOFA! - exclamou Ísis. - Casem, por favor!

Corei. Será que eu tinha falado coisa demais?

– Meu nome é Kayla - apresentou-se a menina negra.

E a outra pegou o bonde pra continuar:

– E o meu é Becca.

– Acho que não preciso de apresentação, né? - disse Ísis, me fazendo rir.

O professor entrou na sala e eu me virei para frente. Percebi que Paola estava me olhando e estava com raiva. O que eu iria fazer para parar com aquilo?

Meu celular estava vibrando no meu bolso, mas eu não queria pega-lo. De onde eu estava podia ver que 4 pessoas estavam mexendo no celular com a maior tranquilidade. Uma delas era Daniel. Peguei o celular só pra ver se a mensagem era dele.

Desbloqueei a tela em um deslize e entrei nas mensagens. Tinham 5 mensagens de "Amor ♥": "Carol", "Olha seu celular", "Não comprei isso a toa", "O que você disse pra elas gritarem daquele jeito?", "Carooool!".

Olhei para ele. Ele estava me espiando com o canto dos olhos. Digitei uma mensagem: "Dessa vez eu não disse nenhuma mentira.". E enviei.

"O que você disse?". Respondi: "Só contei como foi quando tomamos sorvete juntos."

Olhei para ele e pude ver que ele sorria. Guardei o celular e voltei a prestar atenção na aula e anotar conceitos.

Quando a aula acabou olhei para Paola e ela nem sequer me esperou pra ir embora. Nem sequer olhou pra mim. Nem um sinal ela deu. Comecei a ficar estressada, não tinha tempo pra drama adolescente.

– Sabe-tudo - chamou-me Daniel. Ele acenou para que eu fosse até ele e foi o que eu fiz.

Confesso que não gostava daquele apelido, mas contanto que Daniel não pulasse fora do meu negócio poderia me chamar até de Joana. Os amigos dele ficaram meio sem reação e decidiram que seria melhor deixar-nos sozinhos. Pelo que parecia, Daniel nunca teve uma namorada sério. Bem, eu também não era "sério", já que estávamos apenas mentindo, mas era mais que qualquer garota que eu já tinha visto com ele.

– Vai à algum lugar depois daqui?

– Para casa.

– Quer carona?

– Não precisa, eu gosto de andar 2km até em casa, sabe? - falei. Pra mim o sarcasmo era evidente, mas Daniel não pareceu perceber.

– Ah, ok, então tudo bem...

– Tô brincando - sorri. Daniel riu. - Aceito a carona.

Ele se sentou na mesa e eu fui para mais perto, tinha que manter as aparências.

– Como está sendo com as meninas? - perguntou ele.

– Elas são legais, me aceitaram sem julgar... Sempre achei que elas fossem o tipo de pessoa que ficam passando esmalte na sala, mas elas são inteligentes... Elas me entendem.

Brinquei com uma linha solta na calça de Daniel. Tinha certeza que ele estava me observando e gostava daquilo: ele era muito bom em fingir um romance.

– É, nós não somos idiotas em tempo integral - retrucou.

Olhei para ele e podia ver que ele se sentiu ofendido.

– Não foi isso que eu quis dizer.

Daniel me fitou. Sabia que seus olhos queriam dizer mais, porém ele não disse nem metade do que queria.

– Pelo menos você conseguiu o que queria, né? - E sorriu fraco.

– É... Acho que nem vamos precisar daqueles dois meses. Só um basta. E então você pode voltar a fingir que não existo.

Sorri, mas ele não. Daniel estava sério, quase como se alguém tivesse mudado os planos que ele tinha na cabeça. Ele devia estar muito feliz por se ver livre daquilo um mês antes do esperado.

Vi Ísis no corredor e dei tchau para Daniel antes de ir até ela. Só mais um mês. Era tudo o que eu precisava.

–Ísis! - chamei enquanto eu corria. Parei quando percebi que ela estava conversando com alguém que eu conhecia bem. Alguém pra quem ela nunca deu bola e nunca se importou.


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