Zombie escrita por JSchiatti


Capítulo 15
See, Fear, Run


Notas iniciais do capítulo

Heeey.
Estou tentando compesar o tempo que fiquei sem atualizar nada entao, cá estou eu outra vez. E sinto falta das suas opiniões então tratem de deixá-las por aí pra que eu consiga saber o que vocês estão achando.
De qualquer maneira, eu realmente espero que este capítulo tenha ficado bom, pois estamos chegando em parte que eu realmente adoro. Estarei trabalhando para conseguir postar o próximo capítulo o mais rápido possível!
Me desculpem se houver algum erro, Boa Leitura.



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A porta do quarto estava entreaberta, a dupla observava a figura adormecida de Thomas no sofá, num oposto do que fora o primeiro dia.

Ver Liese a Adriel tão ansiosos não era uma visão comum, mas eles não conseguiam evitar isso. Durante o dia, decidiram que contariam tudo a Thomas para testar se isso traria alguma lembrança de volta ou se não teria nenhhum resultado. Mas só fariam isso depois de visitar Leonheart e Constantine.

Não demorou para que o moreno levantasse, mas a dupla já estava tão exausta num conjunto de coisas que se recostaram contra a cabeceira da cama, apoiados um no outro, e dormiram. Apesar de não ser comum ver um nível de cansaço tão alto num imortal, eles precisavam de sono. E eles não tiveram isso durante aquele dia.

Vendo a situação de seus mentores, o mais novo apenas seguiu até a cozinha sozinho e repetiu a ação que se acostomou em ver Adriel fazer. Realmente esperava que colocar as coisas na cafeteira não tivesse nenhuma espécie de ritual estranho. Se recostou contra a pia após repetir as ações tão familiares e respirou fundo. Não conseguiu colocar metade de suas visões do dia anterior em ordem, muito menos interpretá-las da maneira certa.

Eram tantos rostos, tantas vozes e tanto, tanto sangue.

Suas mãos se fecharam em punhos, quase sendo capaz de sentí-las quentes, o líquido carmesim escorrendo por elas. Os olhos castanhos se fecharam enquanto ele acalmava a si mesmo. Não tinha conforto em seus sonhos e seu corpo estava cansado, pesado. Tanto quanto estava sua mente.

Com algum esforço que buscou dentro de si, se virou para pegar a xícara que se acostumara em usar e serviu-se de café. O líquido quente trouxe uma sensação boa para sua garganta, e ele apreciou aquilo de olhos fechados. Percebeu movimentação em seu lado esquerdo e abriu os olhos, ficando de prontidão, os ombros tensos e os dedos apertando a alça da xícara com mais força.

Mas era apenas o albino, um sorriso cansado estampava seu rosto e os cabelos embolados e a camiseta amassada diziam para Thomas que eles provavelmente não saíriam aquela noite. A aura de cansaço que envolvia o apartamento era óbvia, a noite anterior não havia sido fácil pra ninguém, era um fato. O alto pegou a própria xícara e se serviu do café, pegando o açúcar com certa facilidade em um dos armários acima da pia. Ele o ofereceu silenciosamente para Thomas mas o moreno recusou. Colocou as colheradas já automáticas e tomou um gole do líquido.

O peso de seu corpo estava contra a mesinha, os olhos estavam estranhamente quase fechados. Mas o moreno sabia que não estava em melhores condições. Apesar disso, ver um Adriel sonolento e calado era algo com que estava pouco familiar. Bocejou, e terminou o café em um único gole, quase não sentindo a quentura em sua garganta. Colocou a mesma na pia e saiu da cozinha com passos calmos, mas ainda silenciosos. Antes que percebesse, havia voltado ao sofá esperando que não sonhasse com nada apenas daquela vez. Ansiava por um sono tranquilo.

Adriel demorou um pouco mais a sair da cozinha, seus pensamentos eram rápidos demais durante o dia para que ele tivesse algum descando, e sua ansiedade não o ajudou nem um pouco em conseguir alguns minutos de sono. Após finalizar o café, sem realmente se sentir mais acordado, voltou a o quarto apenas para encontrar Liese totalmente no meio da cama, virada de lado e encolhida, mas adormecida.

Ele sorriu com a visão, apesar de saber que ficaria com menos espaço para si mesmo, considerando sua grande estatura. Suspirou e os pés descalços fizeram o caminho até o lado direito da cama, chegando a loira minimamente para o lado e esperando que não a acordasse com isso. Pareceu ter sucesso, então se deitou na cama de costas para a parceira como era seu hábito. Tinha menos espaço do que o normal mas não conseguia se forçar a acordá-la quando ela parecia ter tanta paz — aquilo era quase uma raridade.

Fechou os olhos, e tentou se concentrar em dormir, e apenas nisso. Então sentiu mãos esguias contra suas costas, surpreendendo-se com a ação repentina vinda da loira. Ela ainda estava dormindo, ele percebeu, e depois de entender a situação ele sorriu. Ela havia feito aquilo tantas vezes de maneira inconsciente que já nem sequer se preocupava com isso. Era uma sensação quase aconchegante ter os dedos frios contra sua coluna. Não se virou, ou mexeu, depois daquilo.

E não muito tempo depois, havia caído no sono.

**

Suas pernas doíam como se houvesse quebrado um osso, os pulmões ardiam como se pegassem fogo. Quando foi a última vez que comeu alguma coisa que não fossem barrinhas de cereal que conseguira comprar por onde passara? Quando foi a última vez que se deitou e dormiu de forma despreocupada? Tudo parecia um passado ditante.

Apenas a força de vontade de tentar achá-lo a movia para frente. Talvez tivesse desistido muito antes de tudo aquilo, jogado as coisas para o alto e se entegrado ao cansaço, a fome e a elas. Sua sanidade estava longe de ter um nível confiável ou normal, e aquilo a deixava ainda mais apavorada sobre as possibilidades de sua missão.

A barra do vestido azul turquesa estava suja e puída, assim como as sandálias. A rua de terra não ajudava em nada sua situação atual. O cabelo estava emaranhado e alguns fios se soltavam do rabo de cavalo improvisado que tivera de fazer. A espada descançava em sua cintura, inabalável. Mas a figura pequena e magra estava invisível ao resto do mundo — não era como se houvesse tantas pessoas naquele lugar — e observava com cuidado quando via alguém, de prontidão para pensar num plano cado o feitiço falhasse. Talvez todas as coisas ruins realmente acontecessem.

O feitiço se dissiparia por algum motivo inexplicável, ela derrubaria as barrinhas de cereal na lama, perderia a espada, as sandálias arrebentariam e ela seria atingida por um raio antes de perder a sanidade completamente e se tornar outra das criaturas grotescas. Exatamente nessa ordem. Afinal, ela era azar em si. Coisas ruins aconteciam aos seres que estavam perto dela, ela era um imã para qualquer tipo de mau presságio.

E era por isso que procurava por ele. Ele equilibrava esse estranho tipo de poder. Era um controle para a situação, um porto seguro. Ele era a pessoa que estaria ali para segurar as barrinhas antes que elas acertasse o chão, consertaria o feitiço, acharia ou faria uma nova arma que pudesse usar, arrumaria as sandálias e a tiraria da frente do raio antes que ele pudesse fritá-la. E estaria sempre — sempre — conversando com ela, de maneira que ela mantivesse a mente funcionando do jeito certo, seu estado emocional estável.

Mas ele não estava lá. E soube de cara que sua viagem não terminaria tão bem ao tropeçar nos próprios pés e cair para frente, as mãos indo instintivamente suportar o peso do corpo. Estava feliz de ainda ser invisível naquela hora porquê seria muito humilhação se algum dos poucos habitantes da pequena cidade vissem o vestido ficando ainda mais sujo e seu rosto espantando quando tropeçou. Fora as mãos agora raladas.

Porém, ela se recusava a desistir. Não podia. Devia continuar. Precisava achá-lo. Precissva tê-lo perto de si de novo. Ele tomaria as rédeas da situação e tudo acabaria bem, como sempre foi. Carregava em sua mente apenas um endereço que achara, e estava indo para lá. Chegaria lá, e começaria a procurar por seu alvo. Ele tinha de estar por perto.

Afastou qualquer pensamento relacionada a não achá-lo de sua mente, tentando se convencer de que tudo ficaria bem e ela conseguiria o achar e falar com ele, e ele estaria vivo. Se lembraria dela. Ele precisava se lembrar de tudo.

Ela chegou ao topo de uma pequena colina que a estrada de terra cortava. Respirou fundo e seus olhos encontraram a visão do começo da cidade, os prédios e as estradas mais movimentadas.

E então ela ouviu um rugido, alto o suficiente para fazer seus olhos se arregalarem, esganiçado o suficiente para fazer com que suas orelhas doessem, e familiar o suficiente para que fizesse seu sangue gelar. Não ousou se virar, a mão indo até o cabo da espada banhada em prata. Cada partícula do seu corpo tremia em medo puro, mas ele não se virou, nem correu — era inútil.

Mas respirou fundo, prestando atenção no que deveria fazer de acordo com o que poderia acontecer. Ela temia, por tudo num geral. E teve medo de não conseguir passar por aquele adversário, ela simplesmente não precisava olhar para saber o que raios havia feito aquele som.

A imagem de seu porto segurou queimou na frente dos seus olhos, os nós dos dedos ficaram brancos pela força com que segurava a espada mas determinação queimava em seus olhos.

Não iria morrer. Não irria perder. Não iria temer. Não iria correr.

Mas aquele, era o momento para ver o que estava esperando por ela.


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Notas finais do capítulo

Foi isso. Espero que vocês tenham gostado.
Trabalharei para postar mais o mais rápido possível.
Até~



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