Bem Ryuunosuke, calma, respira. Eu sei que sou tudo isso mas eles nem pensaram duas vezes antes me me linchar. Não posso mostrar que estou abalado. - pensei. Então simplesmente abri a porta, mesmo que trêmulo de raiva, eu mantinha uma pose, como se eu fosse o rei do mundo, como se eu fosse o grande campeão, que conseguisse enganar todos. Mera faixada.
_ Ryuunosuke, aqui estão as coisas que estavamos preparando. - Riki falou.
_ Uhm.... um dia antes do prazo que estipulei.... não querem revisar antes de me entregar? - falei usando o melhor tom prepotênte que eu consegui.
_ Não, está bom. Veja - incistiu.
_ Hai, hai, só não reclamem depois.
Olhei os desenhos de Sákura. Nem os analisei pra falar a verdade, mas hoje parando pra pensar, os traços dela eram traços mais tristes, a história dela, estava sem nexo, como se não tivesse um pingo de inspiração para escrever. As músicas de Keita estavam num tema e tom melancólico, e as gravações de vozes de Riki estavam uma bosta. Se eu tivesse prestado mais atenção na época, teria percebido que ele gravou aquilo enquanto chorava.
_ São uma porcaria - falei de uma vez só.
_ Mas gastamos nosso tempo quase que todo nisso - Sákura falou.
_ E você se considera uma mangaká? Refaçam tudo.
_ Mas Ryuuno....
_ Não Riki - o interrompi.
_ Mas......
_ Não.
_ Mas...
_ EU JÁ DISSE QUE NÃO RIKI? VOCÊ POR ACASO É SURDO? O SEU TRABALHO FOI O PIOR DOS TRÊS, DE TODOS VOCÊ É O MAIS INÚTIL! - berrei com ele. Já estavamos todos em pé naquele momento. Naquele momento, eu estava com raiva. Raiva deles pelo o que falaram, raiva de mim por estar agindo daquela maneira, raiva dos meus pais por não estarem comigo quando eu preciso. Eu só sentia raiva.
_ Ora seu - Keita me pegou pela blusa e me empurrou contra a parede.
_ PARA - Riki correu e empurrou Keita.
_ Idiota - Keita acertou o rosto de Riki.
_ Imbecíl - Riki devolveu o soco.
E ficaram alí. Um dando soco no outro, um após o outro, primeiro um e o outro devolvia.
_ Você não entende mesmo? - falou Keita enquanto acertava mais um golpe.
_ Imbecil - E Riki devolveu o golpe.
Sákura só olhava. Inútil, por que ela não tenta parar eles? Eu olhava trêmulo. Meu plano não era esse. Não queria que ninguém brigasse por minha causa. Só queria que eles gritassem comigo, aí eu me livrava deles e nunca mais nos falaríamos. Isso por quê? Pois eu estava machucando eles. Naquele momento eu cheguei na conclusão de que eu fui feito para.....machucar as pessoas ao meu redor. Eu me sentia trêmulo. Se aquela inútil não iria fazer nada, EU iria. Enquanto eles se afastaram e corriam um de encontro ao outro pra continuarem.
_ Parem vocês dois AGORA! - Entrei no meio deles e segurei o punho de ambos. Sorte do meu rostinho por eu ter segurado. _ Vocês dois são idiotas ou se fazem ? - perguntei tentando manter o tom firme, mas meus braços e pernas tremiam. Afastei aqueles dois empurrando-os para lados opostos. Tinha que me acalmar, pois não queria entregar meu medo. - É sério mesmo que vocês vão ficar se socando como duas crianças valentonas de parquinho por causa de uma crítica? São mais idiotas do que eu pensei - falei pondo a mão direita no meu cabelo e jogando pro lado, que nem essas vilãs putas de anime fazem.
_ Quer saber? Eu to fora - Keita falou.
_ Sákura? perguntei.
_ Também estou
_ Riki? Só falta você - perguntei.
_ Eu..... eu......-ele não conseguia dizer.
_ Isso mostra o grau de burrice dos três. Vou facilitar as coisas. Nenhum de vocês precisa sair. Eu saio. Fiquem com minhas ideias, minha parte no trabalho, mudem, usem como está, joguem fora, acabem com o projeto ou mudem-o totalmente que eu não me importo.
_ Ryuu... - Sákura ia falar mas eu a interrompi.
_ Não Sákura. Agora é minha vez. Você ficou quieta enquanto eles se matavam, agora você não irá se meter! Como eu ia dizendo, façam da maneira que vocês quiserem. O problema todo não é por minha causa, certo? -falei enquanto os deixava lá - Agora vou pra minha casa aproveitar mais um aniversário sozinho, pois eu sou um orfão que só foi adotado pra ficar abandonado dentro de casa e ter a ilusão que tem uma família quando na verdade não tem já que nem meus pais querem irritar o grande Ryuunosuke-sama. falei deixando-os pra trás e indo embora. Não pedi para ir embora, não passei na enfermaria, não peguei meu material na sala de aula. Eu apenas fui embora. Só eu e meu celular que estava no meu bolso.
No caminho inteiro dava passos trêmulos na tentativa de não desabar na rua mesmo. Levei mais tempo que o normal para chegar em casa. Abri minha porta e não aguentei.
_ Ta....tadai-tadaima - falei enquanto chorava e me encolhendo no chão, me apoiando apenas nos pés e abraçando meus joelhos.
_ Okaeri... nani? O que foi Ryuunosuke? - minha mãe apareceu. Ela estava em casa e me olhava desesperada - O que houve meu filho, o que houve. Yuujiro, vem cá - ela chamou por meu pai enquanto eu chorava ainda encolhido - YUUJIRO - gritou.
_ QUE FOI RIK....ka- falou olhando pra mim quando chegou ao nosso encontro.
_ O que eu perdi? - perguntou com a maior cara de what the fuck.
_ É o que estou tentando descobrir aqui.
_ Kaa-san.....tou-san - chamei-os enquanto chorava com toda minha força.
Ambos abaixaram até onde eu estava e me envolveram em seus braços com muita força.
_ Não importa o que aconteceu, tá tudo bem agora, tá tudo bem. - minha mãe falou.
Com dificuldades, conseguiram me fazer soltar minhas pernas e meu pai me pegou no colo e me levou pro quarto. Ele é bem grande e forte. Ele me carregou até o banheiro.
_ Tome um banho e aproveite pra relaxar. Vou ficar te esperando aqui na porta pra que não se sinta sozinho. Pode falar comigo se você quiser - meu pai falou.
Tomei um banho na banheira bem quente e deixei meu corpo ser embalado pela água e o vapor. Após o banho vesti um pijama e fui falar com meus pais, só que meu pai me carregou no colo do banheiro até a sala de estar para conversarmos. Ele esqueceu que não sou criança, e eu me senti uma pluma de um metro e meio com 42 kilos. Sim, eu era magrelo.
_ EU não quero voltar pra escola, quero ser ensinado em casa por tutores!
_ Tem certeza disso?- minha mãe perguntou.
_ Aceitamos mas tem um porém mocinho. - meu pai falou - eu não sei o que aconteceu hoje para chegar naquele estado, mas a condição de você estudar em casa é que no ensino médio você volte pra escola, ou ao menos tente.
_ Quer contar o que aconteceu? - minha mãe perguntou.
_ Não. Mas aliás, por que estão em casa hoje?
_ Não queriamos te dar esperanças, mas conseguimos adiar uns compromissos, mas foi tudo de última hora, então queriamos fazer uma surpresa, mesmo que você tenha nos surpreendido. - meu pai falou.
Então eles ficaram comigo o dia e a noite toda. Comemos bobagens, jogamos jogos. Mas no dia seguinte eles partiram de novo, já deixando providenciado todos os tutores e a documentação de transferências e como fazer minha educação em casa valer legalmente ficaria com os tutores. Daí pra eu virar um anti-social e me trancar no quarto foi um pulo.
~flashback off
Ryuunosuke pov off
O moreno segurava as lágrimas. Não queria chorar na frente de todos. Ele esperava alguma reação de algum deles, qualquer um. Mas veio da pessoa mais surpreendente pra ele. Mashiro. A loira que quase não fala, a não ser para se desculpar por não conseguir fazer algo sozinha. Ela se levantou de seu lugar e abraçou o moreno.
_ Ryuunosuke..........está...tudo...bem - disse ela fraca e pausadamente, como sempre.
_ Baixinho - Jin se levantou e foi de encontro ao menor. Abraçou-o em silencio.
_ DRAAAGOON- Misaki já falava chorando. - AGORA EU SEI PORQUE VOCÊ É RANZINZA - Falou berrando, digo, chorando e pulou no pescoço dele.
Agora foi a vez de Sorata se aproximar, os três anteriores já haviam se afastado de Ryuunosuke.
_ Akasaka.....gomen. - abraçou o menor - gomen Akasaka, gomen.
_ Se pretende que eu faça parte da sua equipe sempre, pode me chamar de Ryuunosuke. E por que se desculpa?
_ Eu sempre fui o mais incompreensível com você. Achava você frio pura e simplesmente por gosto. Gomen.
_ Ok Sorata. Não se preocupe.
_ Ryuunosuke-sempai - Iori e Kanna correram de encontro a ele
_ Daijoubu, Iori, Kanna, daijoubu.
_ Agora minha vez né? - Rita se aproximou de Ryuunosuke - Você é inteligente, você é gentil apesar de não gostar de demonstrar, sua timidez é adorável, você é lindo, capaz, então está tudo bem ok? Nós agora somos seus amigos e não eles. - falou fitando o menor. Seus rostos se aproximavam cada vez mais até não ter nenhuma distância entre eles. Já havia rolado beijo entre os dois, só que todos Rita os roubou. Dessa vez não. Ryuunosuke também tomou atidude.
O moreno sentia a língua da loira lambendo seu lábio, este então achando que era pra abrir a boca, ele abriu, então, batalha de línguas começou a ser travada. Separaram-se arfando. Todo mundo estava vermelho
" Isso, digamos, foi....interessante " - Ryuunosuke pensou. Mesmo que ela já tenha roubado vários beijos dele, pois toda vez que ela se metia de ir pro japão ela se despedia roubando um beijo dele, dessa vez fora um beijo de língua. A sensação fora completamente diferente.
_ Sorata.....- Mashiro falou
_ Shina? -o castanho respondeu
_ Mashiro. - a loira o corrigiu e o beijou da mesma forma que vira agora pouco. Era verdade que ela já havia dito ao Sorata que queria saber como era beijar alguém pois todos já tinham se beijado menos eles, e que ela apenas sabia que não era para o mangá dela. A loira só não entendia que a sensação estranha que sentia no peito se chamava amor.