[...] Viviane

Papai conversava animadamente com Miranda. Já minha irmãzinha, como sempre, provocava o Duda com a mão em baixo da mesa, idiotas, e eu.. Bom, eu tentava me desligar daquele jantar no momento.

— Então Vivi, pretende seguir a carreira do pai? - Perguntou Miranda.

Levantei a cabeça com essa pergunta inesperada.

— É.. Eu, bom.. – Comecei a me atrapalhar com as palavras. Merda! Odeio ficar envergonhada.

— Vivi quer cursar dança ano que vem. – Meu pai disse me salvando da enrolação. - Vai ser uma grande dançarina, minha grande dançarina. – gabou-se.

— Pai... – Disse corando envergonhada. Escutei um riso rouco ao meu lado, vi que Duda se controlava para não rir, nesse momento me dei conta que sua mão estava em baixo da mesa, e eu podia apostar que era a coisa quente em meu joelho.

— Qual é, Vivi! Um pai pode se gabar de sua filha! – Miranda disse não colaborando com a minha situação.

— O orgulho do papai. – Escutei Bia sendo irônica.

— Ciumes a essa hora, Bia? – Perguntou meu pai enquanto garfava um generoso pedaço de pizza de calabresa. Bia apenas revirou os olhos, e deu um gole em seu suco de frutas cítricas.

— Você vai passar hoje a noite conosco, Eduardo? – Miranda perguntou, percebi que no mesmo momento Eduardo tirou suas mãos de minhas pernas.

— Não, imagina! Não quero dar trabalho. - Respondeu Eduardo, ele estava completamente desconfigurado, obviamente estava incomodado com a situação. Então eu apenas resolvi me divertir, cruzei minhas pernas, e com leves toques encostei meu pé esquerdo em suas pernas, pude ver ele dando um sorriso disfarçado. Esse menino não presta! - Pensei.

— Claro que não, passe essa noite aqui, já está tarde. - Meu pai pediu com um largo sorriso no rosto, afinal ele adorava o Eduardo.

— Posso? - Perguntou Eduardo referindo-se a Beatriz, com um pequeno sorriso nos lábios.

— Você ainda pergunta? - Beatriz respondeu e logo o abraçou, pude escutar ela cochichar em seu ouvido. – Só se você dormir na minha cama. - A mesma se desfez do abraço e deu um sorriso travesso, Eduardo apenas piscou e acariciou suas cochas. Qual é? Ele só pode estar brincando. Quer dizer.. eu e minha mania tosca de sentir ciumes do que não é meu.

O resto do jantar foi normal, em partes, afinal não era nada agradável ver Beatriz e Eduardo se alisando no meu lado. Sentir ciumes de quem não é nosso, é a pior coisa que existe, porque não podemos reclamar e nem pedir explicações.

[...] Beatriz

Até que enfim aquele jantar acabou, não aguentava mais ver meu pai se gabando da filhinha perfeita que ele tinha, a Viviane, é óbvio. O relógio já marcava 23:19 da noite, minha mãe subiu para seu quarto alegando que precisava de um banho, já meu pai queria apenas descalçar, estava exausto, amanhã retornaria ao seu trabalho. Resumindo, sobrou apenas eu, Eduardo e a minha querida irmã, que neste momento, estava de vela.

— Vou deixar o casalzinho a sós. - Disse Viviane interrompendo nossos beijos. - Boa noite! - Completou se levantando do sofá, me levantei em seguida e disse sarcástica:

— Até que enfim se tocou que estava atrapalhando. - Provoquei Vivi, aliás eu adoro provocar minha "irmãzinha". Ela revirou os olhos e mostrou o dedo do meio, acho que o meu pai não conhece esse lado da querida filhinha dele.

— Espera! - Eu disse puxando seu braço, impedindo com que ela continuasse a caminhar.

— Que que foi, hein? - Perguntou Vivi seca.

— Nada, se quiser pode ficar aqui na sala assistindo seus desenhos, porque eu e o Duda temos coisas mais importantes pra fazer lá em cima. - Digo e não contenho o riso. - Não é amor? - Perguntei.

— Claro, vamos lá gatinha! - Eduardo disse me puxando para as escadas entrelaçando seus braços em meus ombros. Me viro e mando "beijinho no ombro" pra Viviane.

[...] Eduardo

Confesso que não estava muito confortável com essa situação, mas não tinha o que fazer, já estava feito. O jeito era seguir em frente e dançar conforme a música, afinal eu estava me divertindo com tudo isso.

Enquanto subia as escadas com a Bia, pude escutar Viviane sussurrando um "Corna", não me contive e deixei escapar uma leve gargalhada, me virei pra trás e pisquei com um dos olhos pra Vivi, que apenas me mostrou o dedo do meio.

Chegamos no quarto de Bia e ela simplesmente atirou sua blusa em qualquer canto, fechou a porta e me pressionou contra ela, me beijando selvagemente.

— Duda! – Ela sussurrou, me arrepiando por inteiro. Oh Shit!

Aos poucos já estávamos na cama. Eu distribuía beijos pelo pescoço, enquanto ela suspirava de olhos fechados. Ela sorriu maliciosamente, e foi tirando seu short jeans aos poucos. Lento demais para o meu gosto. Logo a puxei para mim, deixando-a entre minhas pernas, terminei de tirar seu short, e o atirei no chão.

Ela entrelaçou as pernas na minha cintura e começou a desabotoar minha camisa. Peguei sua mão bloqueando que terminasse.

— Isso é realmente maravilhoso e se fosse em qualquer outra noite, eu realmente iria adorar, mas hoje eu to super cansado amor, me desculpa. – Digo envergonhado nunca tinha negado sexo para Bia, ela bufou de raiva.

— Foda-se! - Bia me puxou trocando as posições, começou a beijar meu pescoço.

— Bia, eu quero sexo com você, mas não hoje, pelo menos não agora. Olha, eu vou tomar um banho pra ver se eu me animo, beleza? – Digo me levando vejo ela bufar novamente. Além de envergonhado estava me sentindo meio.. 

Enquanto tomava banho, comecei a me perguntar o porquê Vivi me deixa louco? Eu não podia esquecer que tenho uma namorada incrível, que era inteligente, simpática e ainda perfeitamente linda. Vivi foi só um lance, nada além.

A água fria caia sobre mim, fiquei refletindo sobre tudo, desde cedo com a Viviane, até agora. Eu nunca tinha negado fogo pra Bia, Nunca. Como pode de uma hora pra outra tudo mudar? Com apenas uma pessoa, uma garota, a sua vida ficar de cabeça pra baixo. E o pior, ela é a irmã da minha namorada, eu realmente devo ter perdido o pouco juízo que tinha. Não é justo o que tô fazendo com a Bia. Encerrei meus pensamentos disposto a ter uma noite incrível com ela, ela merecia isso.

Sai do banheiro apenas com uma cueca box, mordi meus lábios e Beatriz entendeu o recado.

— Mudou de ideia, Dudinha? - Cochichou Beatriz no meu ouvido, fazendo com que eu me arrepiasse outra vez.

— Isso responde sua pergunta? - Disse apertando sua cintura com força, fazendo com a mesma soltasse um gemido. Delicadamente a joguei na cama, a mesma estava apenas de lingerie, enquanto beijava seu corpo inteiro, curva por curva, ela puxava meus cabelos sem dó. Resolvi aprofundar, o clima começou a esquentar.

Estava por cima de Bia tirando seu sutiã, levantei meu rosto para poder beija-lá. E surpreendentemente vi o rosto de Viviane, me assustei na hora, mas não demonstrei reação nenhuma, era extremamente estranho transar com a minha namorada pensando na minha cunhada. Mas foda-se, eu queria muito satisfazer Beatriz. E foi o que fiz, em poucos segundos, eramos apenas um.