Evolution: Parte 1 escrita por Hairo


Capítulo 4
O Primeiro Dia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/579703/chapter/4

Capítulo 4 – O primeiro dia

Dave saiu de casa e foi direto para o rio. Ele achava melhor não seguir pela estrada por algum tempo, pelo menos até o próximo ponto onde o córrego a cortava. Assim ficaria mais difícil ser encontrado. Eevee caminhava feliz do seu lado, às vezes correndo a frente ou rodando a sua volta. O Pokémon estava claramente muito feliz, assim como seu treinado, que não conseguia tirar os olhos do amigo que seguia ao seu lado. Vendo o companheiro andando, o menino logo se lembrou de um detalhe.

– Ei Eevee, estava aqui pensando... Você não acha que seria uma boa idéia entrar na pokebola? – ofereceu, tirando uma Pokebola do cinto - Assim ninguém vai te ver.

Imediatamente o Pokémon pareceu assustado e assumiu posição de ataque, como se estivesse pronto para brigar com o rapaz.

Perplexo, Dave falou – Ta! Ta... Calma! Se você não quiser entrar tudo bem, eu não ia te capturar sabe. Eu e você somos amigos, você não é MEU Pokémon. Se você quiser ir embora, você pode a hora que quiser. Não vou te impedir. – Essa ultima parte saiu sem querer e causou um forte aperto no coração do menino. Apesar de estar dizendo a verdade, ele não queria que Eevee fosse embora.

– Ueevee – disse a pequena criatura marrom, agora pulando no ombro de Dave e dando uma lambida no seu rosto.

– Obrigado por não ir embora. – sorriu ele- Mas porque então você não quer entrar na pokebola? Seria o melhor lugar pra te esconder da Equipe Rocket.

– Eeevee, eevee, uee! – Disse Eevee balançando a cabeça.

– Ah sim! Claro! Entendi tudo... – falou o rapaz com cara de perplexidade. – Ah já sei! A Equipe Rocket te deixava numa pokebola não é? Por isso que você não gosta delas.

– Ueevee! –O Pokémon marrom balançava a cabeça positivamente.

Juntos, Dave e Eevee caminharam lado a lado durante horas entre conversas e risadas animadas. A paisagem não mudou muito. Com o rio a sua direita, o bosque e a fazenda não podiam mais ser vistos e eles estavam andando em um vasto espaço gramado por todos os lados. De vez em quando o rapaz percebia alguma agitação no rio ao seu lado e imaginava ser um Pokémon, mas como não tinha trazido nenhuma vara de pescar e Eevee não tinha como lutar com um Pokémon de água dentro do rio, ele ignorava. Na outra margem era possível ver, ainda razoavelmente distante, alguns morros e colinas. Não eram muito altos, mas o menino não pretendia escalar, pelo menos ainda não nessa parte da viajem. Esperava encontrar um caminho através deles e chegar ao outro lado. Depois seria só seguir a estrada e em um ou dois dias estaria em Cardo, sua primeira parada.

Cardo era uma cidade bem maior do que Grené, mas não chegava a ser uma grande metrópole e nem possuía seu próprio ginásio. O plano era capturar pelo menos um novo Pokémon antes de chegar lá, e aproveitar que teria ainda algum tempo para treinamento.

Falando em treinamento, eu não sei nada sobre o que o Eevee pode fazer em uma batalha. Não o vi lutando contra os Ratatas, mas se ele conseguiu afastar todos eles, mesmo se machucando, deve ser mais forte do que ele parece.

Dave então olhou um pouco mais a frente e viu que estava se aproximando de uma ponte. Chegamos! É ali que o rio corta a estrada de novo.

Já era um pouco depois de meio-dia e tanto o menino quanto seu amigo já apresentava alguns sinais de cansaço e fome. Eles resolveram agüentar e chegar até a ponte e lá descansariam na sombra à beira do rio e comeriam alguma coisa.

Dave e Eevee dividiram uma das refeições que a mãe do menino havia preparado. Ele sabia que aquela não era a dieta ideal para um Pokémon, mas no momento ele não tinha o que precisava (para falar a verdade, nem sabia como) para preparar uma comida especial para ele. Eevee pareceu não se importar. Estava muito satisfeito comendo comida normal.

Depois de uma farta refeição O Pokémon foi beber água na beira do rio e Dave pegou seu livro Pokémon da mochila. O iniciante treinador queria saber o que ele falava sobre o seu amigo em batalha. Lá ele descobriu que os Eevees não são conhecidos como grandes lutadores e tem uma personalidade bastante calma, mas que podem ser bem fortes se bem treinados. Quando Eevee voltou, o rapaz resolveu perguntar como que ele o havia salvado aquela noite.

– Eevee, me conta. Como foi que você conseguiu lutar com todos aqueles Ratatas, sozinho?

– Eeevee! Uee, ueevee, eeevee! – O Pokémon começou a falar sem parar enquanto corria de um lado para o outro demonstrando alguns dos ataques que havia usado aquela noite. Dave estava impressionado. Eevee corria e parecia tentar abocanhar o ar. Ataque mordida pensou. Depois corria de um lado para o outro tão rápido que Dave ficou um pouco tonto ao tentar acompanhar. Ataque rápido. Depois ele deu uma forte cabeçada no livro que Dave estava segurando e o livro foi jogado no meio do rio.

– Eevee! O que foi isso? Não era pra usar a cabeçada no meu livro! Agora o que eu vou fazer pra estudar os Pokemons que a gente encontrar pelo caminho? Está tudo molhado!

– Ueevee, ueevee. – Disse ele baixando as orelhas e coçando a cabeça com uma das patas. Logo depois ele foi se arrastar entre as pernas de Dave.

– Ai tudo bem, você está desculpado, mas nada de atacar as nossas coisas de novo ok? Guarde suas forças para lutar com Pokemons.

Assim que Dave falou isso ele ouviu vozes vindas do outro lado da ponte. Rapidamente o rapaz catou rápido suas coisas e chamou Eevee, alarmado.

– Fica quietinho e fique aqui em baixo da ponte. Eu vou subir e ver quem é. Não saia daqui! Pode ser alguém atrás de você. – Disse, saindo sorrateiramente para verificar quem estava ali

Subindo lentamente até se mostrar por inteiro, o jovem percebeu que do outro lado da ponte estava um menino vindo em sua direção. Ele usava camisa vermelha com calças escuras, e vinha brincando com uma pokebola na mão. Um treinador! Que legal, terei minha primeira batalha!

O treinador agora já atravessava a ponte e finalmente notou Dave parado do outro lado. Acenando e sorrindo, ele caminhou em direção até lá.

– Olá, meu nome é Chris da cidade de Cardo – Disse estendendo a mão para apertar a de Dave.

– Oi, meu nome é Dave Hairo, e eu venho de Grené. Você é um treinador Pokémon, não é? – Perguntou enquanto cumprimentava Chris.

– Sim, sim! Acabei de conseguir meu primeiro Pokémon em Cardo, com o Prof. Noah! Você está indo para lá?

Dave foi pego de surpresa e, por um tempo ficou sem saber o que responder. Ele não sabia que em Cardo havia um especialista Pokémon. Agora, com certeza teria que gastar um pouco mais de tempo naquela cidade. Percebendo que ficara alguns segundos a mais em silencio, o menino retomou a conversa.

– Não, eu já tenho um Pokémon. Quer dizer, ele não é meu exatamente, eu não o capturei. Ele me achou e viramos amigos... Longa história – explicou.

– Nossa que legal! Mas cadê ele então?

Só então ele se lembrou de Eevee, que ainda estava obedientemente escondido em baixo da ponte.

– Ah, me desculpe, eu me esqueci. - disse Dave se virando para baixo da ponte - Eevee pode vir, estamos seguros.

– Nossa você tem um Eevee? Isso é legal. O que acha de uma batalha? – desafiou o treinador de Cardo, surpreso.

– Você tirou as palavras da minha boca! – respondeu Dave, aceitando o desafio.

Sem perder tempo, os jovens deram passos para trás e abriram espaço para a luta que estava prestes a acontecer. Chris sacou a pokebola primeiro.

– Squirtle, VAI!

– Eevee eu escolho você! – Disse Dave logo em seguida, enquanto Eevee entrava concentrado no campo de batalha.

O rapaz mal podia acreditar que estava prestes a ter sua primeira batalha. Ele estava sério e determinado a não deixar essa vitória escapar e mesmo sem saber tudo o que seu Pokémon podia fazer, ele sabia que tinha boas chances, mas quem fez o primeiro movimento foi Chris.

– Squirtle, Jato de água agora!

– Squirtle squir! – O pequeno Pokémon cuspiu um forte jato de água na direção do alvo.

– Eevee, cuidado! Desvie e use a cabeçada! – gritou Dave.

Obedecendo, Eevee pulou para o lado bem a tempo de escapar do ataque de Squirtle e já estava investindo contra seu oponente antes dele terminar de cuspir água. Mas o adversário também foi rápido e conseguiu pular por cima de Eevee no ultimo segundo.

– Muito bem Squirtle! Agora use sua casca!

Ainda no ar, a tartaruga Pokémon preparou seu ataque entrando em sua casca e começando a rodar, ganhando velocidade enquanto caia. Ela iria cair bem em cima de Eevee, que era agora um alvo fácil para a dura superfície lisa da casca do oponente.

Dave já estava dando a partida como perdida quando, antes que ele pudesse falar qualquer coisa, Eevee fez um movimento lateral desviando do ataque de Squirtle e acertando a parte de baixo, mais vulnerável, do seu casco com seu rabo, que adquirira um brilho forte sem explicação.

Ao primeiro momento, nem Dave nem Chris conseguiam acreditar que Eevee tinha escapado do ataque de Squirtle, muito menos que ele tinha tentado atacar com seu rabo. O rabo dos Eevees são tão macios como o resto de sua pele. Mas, assim que o rabo de Eevee acertou o alvo ele havia sido jogado longe, para perto de Chris, tonto e atordoado. Uau! Esse ataque deve ser "cauda de ferro"! Como é que esse Eevee sabe usar isso?

– Squirtle! – Gritou Chris correndo para o seu lado. – Squirtle volte! - O rapaz parecia atordoado por estar lidando com um ataque forte ainda no inicio de sua viagem- Nossa, o seu Eevee é realmente muito bom! Você está de parabéns. Deve ter dado muito trabalho treinar ele.

– Obrigado. – Respondeu Dave, ainda perplexo de mais para dar atenção para o que Chris estava falando.

– Bom, então eu vou indo. Tenho que treinar mais meu Squirtle se quiser vencer alguma batalha algum dia. – E com isso, o rapaz passou por Dave e seguiu a estrada para Grené.

Voltando a sua atenção para Eevee, Dave abriu um enorme sorriso.

– Eevee! Você foi demais! Não sabia que você podia usar a cauda de ferro, meus parabéns!

– Eeveeee, Ueev!- Respondeu Eevee, feliz e um pouco orgulhoso de si mesmo. Dave não sabia disso, mas apesar de ser bem treinado, aquela tinha sido a primeira batalha de verdade que Eevee havia participado, e assim como Dave, aquela era sua primeira vitória.

– Você é mesmo um Pokémon cheio de surpresas sabia? – Disse o treinador pegando Eevee no colo.

E assim, eles atravessaram a ponte e seguiram em direção das montanhas. Mal sabia Dave, que essa era apenas uma das muitas surpresas que esse Eevee ainda ia apresentar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Evolution: Parte 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.