Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 4
Ensaiando.


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vão vocês?

Bem, eu não tenho muito o que dizer, apenas obrigada para as leitoras que estão comentando e me incentivando a continuar e também as que já favoritaram. Obrigada



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Sou obrigada a acordar quando ouço o meu celular tocando. Eu estava amaldiçoando a pessoa que estava me ligando a essa hora da manhã e ainda mais em um sábado. E para completar, fez com que eu saísse de um sonho perfeito e voltasse para esse triste pesadelo.

Pego o celular que estava no criado-mudo ao lado da minha cama e atendo com mau humor sem olhar quem era o infeliz.

– O que é? – pergunto.

– Oi… hm… Melissa?! – só por ter demorado tentando lembrar o meu nome, eu já sabia que era o Noah.

– O que você quer? – pergunto, nem um pouco calma.

– Tá, é o seguinte. Eu realmente odeio falar isso, mas somos namorados agora, por mais que isso seja muito falso e eu acho que seu pai deve ter te falado, mas é hoje no jantar que terá lá em casa que eu vou ter que te pedir oficialmente em casamento.

Realmente o meu pai não me conta nada sobre esse casamento. Primeiro, eu descubro que tem algo por trás de tudo isso, por mais que eu ainda não sei o que é, tem. E agora o Noah terá que me pedir em casamento. Seria bem mais fácil só avisarmos sobre o casamento e fim. Mas não, tem que ter toda essa cena.

– Como assim? – pergunto e sento-me a cama. – Não é mais fácil só ligar para todo mundo e falar que vamos casar? – reviro os olhos.

– Eu tentei convencê-los, mas foi impossível. É mais por causa da sua mãe mesmo, de todos nós envolvidos ela é a única que não sabe de nada. – ouço Noah suspirar.

– Eu odeio tudo isso.

– Eu também. – ele responde. – Mas indo para o que interessa, eu queria te ver, precisamos conversar sobre algumas coisas e… poderíamos ensaiar? – franzo o cenho com a pergunta dele.

– Ensaiar o quê? – pergunto com raiva.

– O pedido, é obvio. Eu não tenho ideia de como fazer isso, nem pedidos de namoro eu sei fazer direito, imagine casamento. – Noah era o homem mais idiota que eu havia conhecido em minha vida.

– Fala sério, Noah. É só dizer “Melissa, casa comigo?” Eu provavelmente direi sim e pronto.

– Eu vou passar na sua casa daqui a pouco para ensaiarmos, esteja pronta. – antes que eu pudesse tentar convencer o Noah de não vim me buscar, ele desliga o telefone sem dizer mais nada.

– Idiota! – grito, mesmo sabendo que ele não iria escutar.

E por causa dele, sou obrigada a levantar e me arrumar. Tomei um banho rápido e tudo mais que foi preciso. Escolhi uma roupa normal, mas um pouco ousada. Uma calça colada no corpo e uma blusa um pouco decotada.

Assim que termino de me arrumar, meu pai entra no quarto sem ao menos bater.

– Você poderia ser educado e bater antes de entrar. – reviro os olhos. Ele estava com uma caixa quadrada e comprida nos braços, ela era branca e com um laço em cima.

– Bom dia! – Tom deseja. – Desculpe ter entrado sem bater, mas é que eu precisava te entregar logo isso antes que a sua mãe visse.

– O que é isso? – pergunto e me aproximo dele.

– Veja! – ele me entrega a caixa sorrindo, continuo séria.

Coloco a caixa sobre a cama e começo tirando o laço que a envolvia, logo em seguida, abro. Eu poderia ter gostado de ver aquilo, mas de todo o meu coração, não me senti nem um pouco alegre quando vi um vestido de noiva dentro da caixa.

– Você gostou? – meu pai pergunta e se aproxima de mim. Por algum motivo inexistente, veio uma vontade descontrolada de chorar.

– Sai daqui. – peço com educação antes que deixasse alguma lágrima cair.

– O que foi? Você não gostou? – ele pergunta e coloca a mão no meu ombro.

– Por favor, pai, sai. – peço e dou as costas, ouço o suspiro dele e logo em seguida a porta sendo fechada. Não demorou muito para que eu desabasse em lágrimas ali.

Eu não sabia o real motivo daquilo. Talvez porque eu esteja perdendo definitivamente a minha liberdade. Eu iria casar com uma pessoa que eu não amava, que nem ao menos eu conhecia direito. Aquilo estava me destruindo aos poucos. Eu não conseguia aceitar.

[...]

Depois que consegui me recuperar, coloquei um pouco de maquiagem no rosto para disfarçar que eu havia chorado. Fechei a caixa do vestido e coloquei em cima do guarda-roupa.

Sai do quarto e fui para o andar de baixo, minha mãe estava na cozinha, enquanto o meu pai estava assistindo algo na TV. Vou até a sala e paro na frente do Tom.

– Eu gostei do vestido. – digo. Ele me olha e sorri, mas não correspondo. – Eu sinto muito por ter agido daquela forma, eu só não estou pronta para isso. – ele assente.

– E eu sinto muito ter que fazer isso com você. – ele levanta e vem em minha direção em abraçar, mas o afasto.

– Qual o verdadeiro motivo de tudo isso? – pergunto, ele franze o cenho. – Não minta para mim, eu sei que tem muito mais coisa além de dinheiro.

– Não fale bobagens, Melissa. – reviro os olhos com a resposta dele.

– Tudo bem, você não quer contar. Mas eu vou descobrir. – suspiro de cansaço e me afasto mais dele. – O Noah está vindo me buscar. – não contei para o meu pai o que iríamos fazer, até porque isso poderia ser alguma surpresa para mim na hora do jantar.

Uma surpresa desagradável.

– Ótimo. Já pode apresentar o Noah a sua mãe e a convida para o jantar. – ele sorri.

– Não, eu não vou apresentar o Noah. – dou as costas, mas meu pai me segura antes que eu saísse da sala.

– Vai sim. E dirá que já estava com ele há um tempo. – meu pai diz em um tom um pouco “ameaçador”. Puxo meu braço de volta e continuo indo para a cozinha.

Minha mãe estava cozinhando alguma coisa, é claro que eu fiquei irritada. Até porque da última vez que fomos ao médico, ele disse que ela tinha que ficar de repouso.

– Mãe. – a repreendo. Ela vira rapidamente para mim. – Eu já cansei de falar para você não fazer essas coisas. – digo e ela ri.

– Fique tranquila, filha. Eu estou muito bem. – não digo nada, até porque era impossível vencê-la.

Ela aparentava sempre estar bem e forte, mas o estado dela era sério.

Tentei ignorar o fato de que minha mãe era mais teimosa do que uma criança mimada e começamos a conversar sobre diversas coisas.

Minutos depois ouço a campainha tocar e meu coração acelera. Com certeza era o Noah, e agora eu teria que apresentá-lo a minha mãe. Eu odiaria mais ainda essa história, só por estar mentindo para todos. Logo eu terei que começar a mentir para o Austin e Gracie também.

Deixo a minha mãe cozinhando e vou para a sala, o Noah estava cumprimentando o meu pai, paro para ouvir a conversa, já que nenhum dos dois haviam notado a minha presença.

– E então… para onde levará a Melissa? – meu pai pergunta.

– Vou para o meu apartamento. – Noah responde e sorri, meu pai tira o sorriso do rosto e o encara sério. – Ah, não. Não é nada disso, vamos apenas conversar e… sei lá.

– Tudo bem, rapaz, eu estou apenas brincando. Vocês vão se casar. – meu pai diz brincando e dá alguns tapinhas no ombro do Noah.

Pigarreio e os dois finalmente veem que eu estava ali.

– Ah, olha ela aí. – meu pai fala, me olhando. Olho para Noah e mais uma vez o pego varrendo todo o meu corpo com os olhos. – Vou chamar a sua mãe. – meu pai sai da sala e nos deixa a sós.

Aproximo-me do Noah e tento sorrir amigavelmente.

– Por que ele vai chamar a sua mãe? – Noah pergunta com o cenho franzido.

– Eu vou ter que te apresentar para ela. – falo sem nem um pouco de animação.

– Como assim? – ele pergunta um pouco assustado. – Eu não sei o que falar para ela. – Noah continua com o desespero.

– Calma! Só sorria e diga que você está feliz, eu enrolo tudo. – digo por fim e me aproximo dele esperando meu pai voltar da cozinha. Ele coloca o braço ao redor do meu ombro, eu poderia até reclamar, mas isso ajudará a ficar mais real.

Por mais que eu odiasse mentir, eu era boa nisso. Tanto que quando eu decidia contar algo falso, todos acreditavam. O que era bom, assim quando eu quisesse eu podia fugir de algumas coisas.

– Hm… - é a primeira coisa que minha mãe diz quando se aproxima de nós, logo ela sorri.

– Mãe, esse é o Noah. – digo e os dois dão as mãos.

– Olá senhora Castilho. – Noah a cumprimenta.

– Olá rapaz… - ela continua sorrindo. – O que gostaria de nos falar, Mel? – ela pergunta, respiro fundo e começo com a mentira.

– Nós dois estamos namorando. Nós nos conhecemos através de alguns amigos, começamos a nos conhecer mais afundo e acabamos nos apaixonando. – eu queria enfiar minha cabeça em um buraco. Noah deveria estar se divertindo com isso.

Digo por fim e o silêncio reina por alguns segundos.

Eu nunca tinha apresentado nenhum garoto para os meus pais como namorado, então isso estava muito estranho, eu não fazia ideia de como continuar isso, apesar de que eu tinha dito que saberia.

– E para o que você iria nos convidar mesmo? – meu pai pergunta e sorrio, falso, claro.

– Ah, sim. Os pais do Noah irão fazer um jantar hoje à noite e pediu para convidá-los, eles querem muito me conhecer e conhecer vocês. – digo e minha mãe sorri.

– Sim, a minha mãe está muito ansiosa para conhecer a Melissa. – Noah diz quando termina me dá um beijo na bochecha, o que me surpreendeu, já que iríamos apenas falar e não nos beijarmos.

– Ah, meu Deus. – minha mãe bate palmas e sorri. – Eu estou tão feliz por você, Mel. Eu achei que iria morrer antes mesmo de você arranjar um namorado. – ela diz e Noah ri, mas logo se controla.

– Mãe. – a repreendo.

– Me desculpe, é que eu estou muito feliz por isso. Eu mal posso esperar para hoje à noite. Quero tudo sobre você, rapazinho. – minha mãe diz cutucando o ombro dele.

– A senhora saberá. – todos nós sorrimos.

– Tudo bem, agora os deixe sair um pouco. Hoje à noite poderemos aproveitar bastante. – Tom diz.

Agradeço por ele ter dito aquilo, porque eu não sabia mais o que fazer, eu só fiquei “feliz” que tudo deu certo e agora eu estou “oficialmente” namorando o Noah.

[...]

Depois que Noah e eu saímos de casa, fomos direto para o carro indo para o apartamento dele, pelo menos eu acho que é para lá que ele está me levando, nós conversávamos pouco, mas o suficiente.

– Seus pais são legais. – ele diz.

– Ah, claro. Principalmente meu pai que está me obrigando a casar com você. – digo e ele solta uma risada nasal.

– Melissa, eu vou perder minha liberdade, não vou poder fazer mais nada, e não estou tão desesperado assim como você. Eu prometo que serei um bom marido. – Noah diz e me olha rápido e pisca para mim. Reviro os olhos. Ele ri.

Eu não digo mais nada, apenas espero chegarmos até onde o Noah estava me levando.

[...]

Aqui estávamos nós, no apartamento do Noah, tínhamos acabado de chegar, demoramos um pouco para entrar porque eu tive que esperar o Russel terminar de cantar a recepcionista que estava com os seios quase pulando para fora da blusa. Não que eu me importe com isso, só queria acabar com tudo isso rápido.

– Bem-vinda ao meu apartamento. – Noah diz assim que abre a porta.

Era enorme e bem mobilhado, os moveis eram lindos e pelo jeito, cada um deles custaram uma fortuna.

– Que em breve será nosso. – ele completa como se estivesse lamentando.

– Você mora aqui sozinho? E se disse que seu pai não te dar dinheiro, como tem esse apartamento? – pergunto quando entro.

– Vejamos… eu quase não fico aqui. Só quando chego de uma festa tarde e sei que se eu for para casa minha mãe irá me botar para fora… - o interrompo.

– Eu sei que você não é do tipo que volta de uma festa sozinho e eu não vou dormir na cama que você transa com várias mulheres. – digo séria, ele apenas ri.

– Tudo bem, eu troco. – ele diz. E ainda tem a cara de pau de assumir que faz mesmo isso. – Voltando… e meu pai me deu esse apartamento para se livrar de mim, mas eu ainda fico lá. Então foi dinheiro jogado fora.

Andamos um pouco pelo apartamento, ele me mostrou todos os quartos, eram três ao total, banheiros, cozinha e uma área com vista para a cidade em um dos quartos, o qual seria o nosso se ele trocasse a cama, é claro.

– Adorei o apartamento. Bem espaçoso, tem mais de um quarto. – começo a falar. – Você troca a cama daquele e será o meu, você fica com qualquer um aí. – termino e ele me encara confuso.

– Está dizendo que não dormiremos juntos? – ele pergunta com o cenho franzido.

– Oh, está tão claro assim? – pergunto ironicamente. Ele bufa. Jogo minha bolsa no sofá e depois me sento.

– Eu não quero discutir sobre isso agora, então vamos logo com essa cena e depois você faz o que quiser. – ele senta ao meu lado no sofá. – Por onde devo começar? – ele pergunta.

Penso um pouco, até porque eu nunca tinha recebido um pedido de casamento. Claro que ele não precisaria dizer um discurso enorme e fazer nossos olhos encherem de lágrimas, mas ele precisara ser convincente, então teria que falar alguma coisa “bonitinha” antes do pedido.

– Você pode começar falando alguma coisa bonita, não precisa exagerar, nem nada. Só diz que me ama, me elogie e depois me peça em casamento. – respondo e dou de ombros.

– Só isso? – ele pergunta e aqueia a sobrancelha. O encaro.

– O que você quer mais? – levanto-me. – Contratar uma banda para tocar de fundo? Comprar uma floricultura e me dar todas as flores de lá? – ele balança a cabeça negando. – Então pronto. Levante-se e me peça em casamento.

– Ei, não é bem assim. – ele diz brincando, reviro os olhos, mas dou risada. Em seguida ele se levanta e fica de frente para mim. Pega as minhas duas mãos e me olha nos olhos. Demorou alguns segundos para começar, mas eu fiquei esperando. – Sabe? Eu andei pensando e percebi que não quero ser seu namorado, eu não quero te ver de vez em quando, dia sim, dia não. Quero muito mais. Eu preciso acordar ao seu lado, poder ver seu sorriso todas as manhãs e poder dizer-te como é só minha… - o interrompo. Ele era bom com palavras, aquilo seria bem convincente.

– Adianta. – digo, ele abaixa a cabeça rindo, depois volta a me olhar nos olhos.

– Melissa Castilho… eu não quero ser seu namorado, quero ser seu noivo, seu marido. Aceita se casar comigo? – ele pergunta e fica sorrindo. Continuamos nos encarando e riamos algumas vezes.

– Ai meu Deus! – digo em um tom falso. – Na hora eu falo alguma coisa bonitinha e por fim… - respiro fundo. – Noah, é claro que sim. – digo e dou alguns pulos de alegria e o abraço.

Acho que nós dois seriamos belos atores. Fomos tão bem que até eu me convenci com esse pedido.

Separamos-nos devagar, ele mantém a mão na minha cintura, assim que nos separamos do abraço, continuamos próximos um do outro, ele continua olhando nos meus olhos. Eu tive uma leve impressão de que ele estava se aproximando, mas ele não tinha motivos para fazer isso, mas ele estava mesmo fazendo. Noah Russel está nesse momento com o seu rosto a milímetros de distância do meu.

Era obvio que eu não iria deixar isso acontecer. Empurro o Noah e me afasto mais um pouco.

– E depois disso todo mundo bate palma, grita de alegria nos abraçam, choram e estaremos noivos. – vou para mais longe dele. Olho para Noah, ele ri de mim. – O que é?

– Nada. Só achei que iríamos até o final desse pedido. – ele responde.

– Pensou errado. – ando até a porta. – Bem, já ensaiamos, você já sabe o que fazer e eu tenho que ir à um outro lugar agora. Anote em um papel e fique lendo até gravar. – abro a porta.

– Espera aí, já vai? – ele pergunta e me segue.

– Sim, iríamos só ensaiar. – respondo.

– Então tá, . Até hoje à noite. – ele segura a porta e eu saio do apartamento.

É claro que eu poderia ficar lá, mas eu confesso que fiquei um pouco constrangida. Afinal, o Noah ia me beijar, porque não há outra explicação para toda aquela aproximação que ele fez. Por mais que eu sei que terei que beijá-lo algumas vezes, eu tentarei evitar.

Eu queria ter uma amizade com ele, mas nada que passasse disso. Eu gostava de verdade do Austin.

E só de pensar nele me parte o coração em saber como ele ficará depois da noticia do casamento. Se eu pudesse acabaria com tudo isso, mas eu não tenho escolha, e pelo jeito nem o Noah.

Assim que saio do prédio, vou atrás de um táxi para ir à casa da Gracie, eu precisava contar tudo para ela, mas sem a parte do contrato, é claro.

Encontro um táxi rapidamente e logo chego à casa da Gracie, o caminho todo eu vim pensando em como contar tudo para ela sem parecer “você estava namorando esse tempo todo e não me contou?”, porque a Gracie era do tipo que gostava de saber tudo sobre a minha vida.

O motorista para o carro em frente à casa.

– hm, um minuto. – procuro minha bolsa pelo carro. – Eu não sei onde eu coloquei. – olho em baixo do banco.

– Você vai ficar com brincadeiras ou vai me pagar? – o motorista pergunta.

– Espera, ela tem que estar aqui. – respondo e começo a procurar a bolsa pelo carro igual a uma louca. – Ah, não. Eu deixei na casa do Noah. – lamento e o motorista me encara com raiva. – Espera só um minuto, eu vou voltar. – saio do carro e bato desesperadamente na porta, logo a Gracie atende.

Eu não queria voltar para a casa do Noah, mas minha bolsa com todas as minhas coisas importantes estavam lá, incluindo o celular, e eu não queria o Noah olhando as minhas coisas.

– Ei, ei, calma. – Gracie diz quando abre a porta, puxo-a para fora e fecho a porta.

– Vamos à casa do Noah. – digo a puxando para o táxi.

– Quem é Noah? – ela pergunta confusa enquanto tentava puxar o braço de volta.

– Vamos ter muito tempo para conversar sobre isso. – digo e a empurro para dentro do táxi e em seguida entro. – Leve-me de volta para o prédio em que eu estava. – peço ao motorista, ele revira os olhos de raiva, mas faz o que eu peço.

– Não, eu não posso sair assim. – Gracie grita comigo. – Olha como eu estou. – continua reclamando. – E quem é esse Noah? Você está namorando? – ela estava estressada. Gracie era do tipo que gostava de se arrumar muito antes de ir a qualquer lugar.

– Tudo bem. – olho para ela e respiro fundo. Eu iria começar a mentir. – Eu conheci um rapaz há um tempo, não te contei nada porque não foi tão significante, foi apenas uma conversa normal e não rolou nem um clima. Depois ele me procurou mandando várias mensagens, eu não respondia, até que um dia eu decidi respondê-lo, daí eu comecei a me interessar e acabei gostando dele e nos encontramos ontem no jantar que fui. Beijamos-nos e ele me pediu em namoro. – eu nunca menti tanto em toda a minha vida. Estava até com nojo de mim mesma por mentir daquele jeito, mas não havia outra saída.

Gracie ficou séria nos primeiros segundos, mas depois abriu um sorriso enorme e começou a gritar de alegria alegre, até o motorista se assustou. Ela me puxou para um abraço e quase fiquei com falta de ar.

– Eu não acredito. – ela falou pausadamente. – Mel, você não está entendo. – ela deu alguns pulinhos no carro. – Você está namorando. É claro que eu estou com raiva por não ter me contado nada sobre ele, mas eu estou muito feliz porque você finalmente está namorando. Você está entendo isso? Namorando. – ela me abraçou novamente, mas dessa vez eu correspondi. – Eu não sei se te bato por não ter me contado, ou se te abraço por isso. – ela diz quando se afasta de mim. – Eu estou me sentindo tão bipolar, mas que se ferre. Você está namorando. – Gracie começou a cantarolar comemorando.

Às vezes eu dúvida da idade da Gracie, ela agia feito uma criança que acabava de ganhar um presente dos sonhos às vezes. Difícil acreditar que tinha 19 anos.

– Enfim, eu quero conhecer esse rapaz o mais rápido possível. Eu quero saber as intenções dele namorando você, se não pretende apenas te usar e quebrar o seu pobre coraçãozinho... - a interrompo.

– Você irá, e todos sabem que você encherá o Noah de perguntas. Agora fique sentada como uma moça e relaxe até chegarmos lá.

– Tudo bem. – ela responde com um sorriso de orelha a orelha. – Mas ele beija bem?

– Gracie. – advirto a minha amiga que estava mais feliz do que eu por esse “namoro”.

Não conversamos mais, claro que às vezes ela me olhava e sorria, ou com uma cara safada como se eu já tivesse feito alguma bobagem, mas estava sobre controle.

[...]

Poucos minutos depois chegamos ao prédio e faço a Gracie pagar para mim, até porque o motorista já estava irritado demais para esperar mais uma vez. Entramos e fomos paradas pela mulher que estava na recepção.

– Aonde pensam que vão? – ela pergunta.

– Ao apartamento do Noah. – respondo e a ignoro entrando no elevador.

– Ele é bonito? Qual a cor dos olhos dele? Ele é musculoso? – Gracie ficou me enchendo de perguntas enquanto subíamos, mas me recusei a respondê-las, era cada uma mais idiota que a outra.

Chego até a porta do apartamento e bato na porta algumas vezes, mas não tenho resposta, então decido entrar já que estava destrancada. Gracie me segue.

– Noah? – chamei, mas eu não obtive resposta. – Russel? – chamei mais uma vez e nenhum sinal dele. – Vem cá. – chamei a Gracie para me acompanhar.

Vou em silêncio até onde ficavam os quartos e abro a porta do quarto que em breve seria meu, sem bater.

Eu me arrependi amargamente de ter entrado sem bater. Muito mesmo. Eu gostaria de não poder ter visto aquela cena.

Noah estava na cama com uma mulher, eu não olhei o rosto dela, só olhei para o de Noah que me encarou surpreso. Arqueio a sobrancelha e pergunto olhando para o Noah:

– Estou atrapalhando?


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Notas finais do capítulo

Não me odeiem por isso, por favor, haha.

Bem, eu espero que tenham gostado do capítulo e que não odeiem o Noah, tudo se resolverá.
Gostaria de saber também se vocês querem algum capítulo narrado pelo Noah.

Comentem, me digam o que estão achando, o que esperam da história e o que vier a cabeça de vocês.

Beijos!



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