Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 33
Ao teu lado


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Demorei? Um pouco. Por quê? Viagens e mais viagens e colégio. Vou parar de postar? Nuncaaaa.

Me desculpem por sempre (e sempre) prometer que não vou demorar, mas sempre demoro. Não diria que sou uma pessoa SUPER ocupada, mas digo que sou um pouco e só esse "pouquinho" já me impede de postar regularmente.

Mas eu prometo que mesmo demorando, sempre vou ressurgir das cinzas para postar um capítulo novinho para vocês.

Espero que gostem desse, boa leitura.



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— Nós não queremos falar sobre isso agora. – ouço Noah dizer. – Mãe, por favor, não completou nem um dia e você já quer começar a nos infernizar agora? – ele pergunta. – Não importa, não vamos. – ele escuta o que ela falava e bufava de raiva a todo minuto. – Eu não quero mais falar sobre isso, até outro dia. – ele diz e põe o celular em cima da cômoda.

Eu havia acordado com o barulho do Noah falando ao telefone, era a Amy. Claro que seria ela. Eu não estava nem um pouco preparada para começar a aguentar o inferno que ela fará nas nossas vidas de agora em diante, eu não me encontrava no meu melhor estado e isso iria facilitar as coisas para ela, porque eu não tinha mais força para enfrentá-la.

Apesar de tudo, eu não deixaria a Amy acabar com a minha vida depois de eu ter perdido a minha mãe. Ela iria fazer de tudo para tirar o Noah de mim e ele era o que eu mais precisava naquele momento, eu não poderia deixar acontecer e espero que o Noah pense do mesmo jeito que eu.

Assim que Noah se vira para a cama, me vê sentada e o observando. Ele suspira e se aproxima da cama, sentando-se ao meu lado logo em seguida.

— Desculpa ter te acordado. – ele pede, passando a mão pelo meu rosto e acariciando minha bochecha com o seu polegar. – Como você está? – ele pergunta.

— Péssima. – respondo, sendo sincera. – Eu queria dormir e não acordar mais.

Eu não havia conseguido dormir direito na última noite e acabei fazendo o Noah não dormir também. Não conseguia parar de chorar, ou reclamar do que tinha acontecido e ele, sendo paciente comigo, tentava me acalmar. Eu nem acreditava que ele havia mudado tanto e estava me tratando tão bem.

— Vai ficar tudo bem, eu prometo. – diz ele, levantando-se da cama. – Vou fazer alguma coisa para comer.

— Não estou com fome. – respondo e viro o rosto.

No exato momento, lembrei-me de que eu estava grávida e que eu precisava me alimentar, não exatamente por mim, mas pela vida que estava crescendo dentro de mim. Eu não estava com apetite, mas eu não tinha escolhas.

 - Você não pode ficar sem comer. – Noah reclama. Respiro fundo e desenrolo-me, assentindo para ele em seguida.

— É verdade, eu sei. – respondo, levantando-me da cama. Olho para Noah, que estava com o cenho franzido. – O que foi? – pergunto.

— Não sei… você concordou tão rápido. – ele responde. – Achei que teria que brigar com você. – ele sorri… o que me faz sorrir também.

— Vou me arrumar. – digo e ando em direção ao banheiro, eu não iria insistir naquele assunto.

— Certo, vou fazer o café. – Noah sai do quarto.

Eu havia prometido a minha mãe que eu iria cuidar do bebê com todo o carinho e amor que eu pudesse, e pensando nisso, eu não poderia ficar sem me cuidar por tristeza de ter perdido a Lauren. Eu iria fazer de tudo para o bebê vir com toda a saúde do mundo.

Na noite passada, enquanto eu ficava triste e chorando pela minha mãe, também pensei na criança… eu havia chegado a uma conclusão de que não tinha sentido eu esconder uma gravidez do Noah, ainda mais sendo filho dele. Eu iria contar para ele em poucos dias, na verdade, para ele e para os pais. Iria ser um susto, mas eu não podia mais esconder de ninguém.

E eu sabia que o bebê iria me manter mais próxima ainda do Noah.

Iríamos formar uma linda família.

[...]

Depois de me vestir, saio do quarto e vou logo para a cozinha. Senti o cheiro do café de longe. Eu não podia negar que o pouco que o Noah sabia fazer na cozinha, era maravilhoso.

Assim que entrei, me deparei com o meu pai sentado à mesa com a cabeça abaixada e o Noah colocando os pratos na mesa.

— Bom dia, pai! – desejei, aproximando-me dele e dando um beijo na sua bochecha. Ele levantou a cabeça e vi que seus olhos estavam vermelhos e rosto um pouco inchado, como se houvesse chorado a noite toda. Não estava tão diferente de mim, eu fiz o mesmo que ele.

— Bom dia, Mel. – ele respondeu e suspirou.

— Dormiu bem? – pergunto.

Eu não queria tocar no nome da minha mãe e nem no assunto, só de lembrar eu já ficava triste e não queria ver meu pai chorando novamente como eu vi no hospital. Ainda estava um clima triste, mas era impossível evitá-lo.

— Um pouco. – ele responde.

— Vou tomar banho, depois eu tomo café. – Noah diz, colocando o último prato sobre a mesa e saindo da cozinha.

Eu sabia que ele estava fazendo aquilo para me deixar sozinha com o meu pai. Ele conhecia a nossa situação e estávamos nos reaproximando aos poucos. Não era a melhor situação para começarmos a conversar sobre a vida e o que tinha acontecido com ela nos últimos meses, mas era melhor do que ficarmos chorando toda hora lembrando-se da minha mãe.

Em silêncio, nós nos servimos e começamos a comer.

— Vai ficar aqui por alguns dias? – pergunto, até porque eu não achava saudável ficar na nossa casa sozinho depois do que aconteceu.

— Preciso encarar a realidade, Melissa. – ele responde. – Sei que não quer que eu fique sozinho, mas não posso ficar sendo um incomodo na sua privacidade e do Noah.

— O que? Não é um incomodo… você é meu pai. – respondo um pouco irritada por ele ter achado aquilo.

— Não posso e nem quero. – ele diz. – Eu não iria falar agora, mas já que você tocou no assunto, eu pretendo vender a casa e me mudar para algum apartamento pequeno, já que agora estou sozinho.

— Você não está sozinho, tem a mim. – respondo.

— Você está com o Noah e eu não quero atrapalhar esse relacionamento que misteriosamente deu certo. – ele começa a falar. – Não quero morar com vocês dois, porque sei que não é bom ter um pai com você e seu marido na mesma casa. Se você preferir, arrumo um apartamento por aqui perto, mas nesse eu não fico. – ele finaliza e me encara, esperando a minha resposta.

Eu não me incomodava com a ideia do meu pai vender a casa, apesar de ter sido onde eu cresci e vivi muitas coisas boas, seria bom para ele fazer aquilo. Não queria nem imaginar ele chorando só de olhar para algum canto da casa e esperar a minha mãe aparecer por lá a qualquer momento com o prato preferido dele em mãos, pronta para dar o melhor abraço nele e dizer que o amava, como ela sempre fazia.

Mas eu iria fazer de tudo para que ele arranjasse um apartamento perto do nosso, não queria ter que ir longe para ter notícias dele, nós precisávamos estar juntos naquele momento.

— Tudo bem. – respondo. – Mas eu vou procurar um apartamento perto do meu, não quero você longe.

— Certo! – ele diz. – Obrigado por compreender. – apenas sorrio.

[...]

Sento-me ao lado do Noah e rapidamente, ele me abraça. Estávamos na sala e ele estava assistindo a um filme qualquer que passava na TV.

Depois de tomarmos café, meu pai disse que iria tentar dormir e foi para o quarto dele, Noah foi para a sala e assim que eu terminei de arrumar a cozinha – depois de ter insistido muito por isso – fui para onde o Noah estava.

— Se sente melhor? – ele pergunta.

— Vou ter que aceitar isso um dia, eu não vou poder ficar triste para sempre. – respondo e ele assente.

— Durona. – ele brinca e me aperta contra seu peito. – Vai passar. – dessa vez, eu assinto.

Voltamos a ficar em silêncio e sem nada para fazer ou pensar, eu comecei a assistir ao filme que o Noah estava vendo. Estava me distraindo bem, então, quando vi. Já estava jogada no sofá e me irritando com as escolhas dos personagens.

A única vez que eu deixei o filme de lado foi quando recebi uma mensagem da Gracie dizendo que voltaria de viagem em dois dias, que lamentava por não estar comigo naquele momento e que estava com vontade de me dar um abraço. Ela havia feito uma viagem de ultima hora para onde os pais estavam, havia acontecido alguma coisa e ela teve que viajar, por isso não estava comigo.

O filme acaba e lamento pelo final.

— Por favor, me diz que tem uma continuação. – peço, ou melhor, imploro.

— Não tem. – Noah responde rindo. – Sinto muito.

— E o que acontece com elas? E o homem? Ele vai ficar preso aí para sempre? – começo a encher o Noah de perguntas e para me calar, ele me puxa para um beijo.

Eu amava quando ele fazia isso comigo, apesar de ser porque eu estava o irritando, continuava sendo fofo a meu ver. Foi um beijo rápido, eu sabia que o Noah não iria querer esquentar as coisas na situação que eu ainda estava. Assim que paramos de nos beijar, o abraço com força, eu estava muito agradecida de ter o Noah em minha vida…

Somos obrigados a nos separarmos quando ouvimos batidas na batida, afasto-me do Noah e ele se levanta para abrir a porta, arrumei-me no sofá e esperei para ver quem estava do outro lado.

Noah abre a porta e assim que vejo quem estava lá, levanto-me rapidamente. Amy entrou desesperada puxando o Peter e um homem que eu desconhecia para dentro do apartamento antes mesmo de pedir licença.

— O que está acontecendo aqui? – Noah perguntou, irritado pela mãe ter entrado daquele jeito e a encara com raiva.

— Vamos resolver os assuntos pendentes. – ela diz como se estivesse determinada.

— Amy, vamos sair daqui. – Peter diz, mas ela ignora.

— O que vocês querem aqui? – pergunto, aproximando-me deles.

Era claro que eu já tinha uma ideia do que a Amy tinha planejado trazendo o Peter e um homem que, aparentemente, era advogado. Ele estava de terno e com uma pasta em mãos. Eu não estava nem um pouco preparada para ter eu enfrentar a Amy.

— Eu não quero nada, a Amy me arrastou até aqui com o Fred. – Peter responde, apontando para o homem com a pasta na mão que agora tinha um nome.

— É claro que você quer. – a Amy grita. – Querem saber? Vou direto ao ponto. – ela diz e olha diretamente para mim. – Melissa, a sua mãe morreu e todos vocês sabem que com isso, essa droga de contrato acaba. – ela continua gritando. – Trouxe o nosso advogado que vai dar um fim nesse casamento infeliz e vou ver meu filho finalmente livre de você. – ela abaixa o tom de voz e se aproxima de mim. – Eu esperei muito por esse dia. – ela diz, olhando nos meus olhos.

Eu não sabia como ainda me surpreendia com as coisas que a Amy fazia. Talvez porque eu ainda tinha uma pequena esperança de que ela apoiasse o meu casamento com o Noah, mas depois de tudo isso, já era muito obvio que ela me queria muito longe do seu filho. Não sabia o que seria de nós dois quando insistíssemos naquele casamento. Só pelo pouco que eu já tinha escutado, já me senti mal, então preferi ficar calada.

— Você está louca? – Noah pergunta, irritado. – Não vamos resolver nada disso hoje e não tem nenhum casamento infeliz aqui e você sabe muito bem disso. – ele estava levantando o tom de voz enquanto se aproximava dela. – Como você a deixou vir aqui? – ele pergunta ao pai, gritando.

— Eu não sabia que ela viria aqui. – Peter se defende.

— O que está acontecendo? – ouço a voz do meu pai e quando vejo, ele estava vindo em nossa direção.

— Ah, que ótimo! – a Amy diz com um sorriso de orelha a orelha. – Todos estão aqui e finalmente podemos terminar com isso e quem sabe depois abrimos um vinho para comemorar. – ela sorri e se aproxima de mim, mas Noah segura meu braço e me puxa para trás. – Não finja que a ama, Noah. Não foi você mesmo que me disse que não queria se casar com a Melissa e que ela era totalmente sem graça? – ela pergunta e olho para o Noah, que revira os olhos no mesmo instante.

— Isso foi antes que eu a conhecesse de verdade. – ele responde. – Pare de usar velhos argumentos para tentar acabar com algo que está forte.

— O que você está tentando fazer? – meu pai pergunta.

— Não está claro, Tom? – Amy pergunta, se irritando. – Eu quero a sua filha muito longe do meu, não quero que ele sofra.

— Sofrer? – depois de muito ouvir, decido enfrentar a Amy. – Você não vê o bem que eu fiz ao Noah? Eu quero o melhor para ele e não vou deixar você acabar com o nosso casamento. – começo a me aproximar dela. – Quer assinar um contrato de divórcio? Um papel que não significará nada? Nós assinamos, não será isso que nos separará. Ficaremos juntos você querendo ou não. – grito.

— Melissa, calma. – Noah pede e me segura, mas me solto dele.

— Amy, vamos sair daqui. – Peter pede.

— Agora que está bom? – ela pergunta sorrindo. – Não mesmo.

— Você não tem mesmo o que fazer. – digo. – Tentar acabar com um casamento que os dois irão lutar para continuar? É isso mesmo que você quer fazer? – pergunto.

Eu não estava nas minhas melhores condições para discutir com a Amy e sabia que se ela tocasse em alguma ferida, eu iria perder as forças que eu tinha para enfrentá-la. Mas eu não a deixaria dizer o que quisesse e ficar assim.

— Eu vou fazer da vida de vocês um inferno. – ela grita.

— Chega, Amy. – Peter grita e a puxa pelo braço. – Se você veio aqui para ameaçar os dois, é melhor irmos embora, você sabe muito bem que eles se gostam e ficarão juntos. – ela estava muito irritado.

— Eu não estou nem aí se eles se gostam, eu quero essa vadia longe do meu filho. – ela grita e pula em minha direção, Noah entra na frente e Peter a segura por trás, meu pai me puxa para trás e me segura.

Tomei um susto quando eu a vi vindo para cima de mim, se ela foi capaz de fazer isso com todos aqui, imagine do que será capaz se me encontrar sozinha.  Segurei o choro.

— Eu vou acabar com o casamento de vocês. – ela grita. – Eu vou matar esse bebê que você está esperando só para tentar manter esse casamento, eu vou acabar com essa criança.

Meu coração dói ao ouvir aquilo e todo o meu corpo se paralisa. Não podia ser verdade, a Amy já sabia do meu filho. Eu não fazia ideia de que a Amy sabia e pior ainda, não sabia o que ela iria fazer para tirar a criança de mim. Eu não estava acreditando naquilo, aquela mulher era impossível.

O silêncio toma conta de todo o lugar e todos os olhos vão para mim. Meu pai me solta e me encara surpreso, Peter também, já o Noah… a expressão dele não era uma das melhores que eu já tinha visto. Ele respira fundo e sai da frente da mãe, vindo em minha direção.

— Você fez de novo. – ele diz, olhando nos meus olhos e me dá as costas, indo novamente em direção à mãe.

Meus olhos rapidamente se enchem de lágrimas e não sei o que dizer, eu continuo em silêncio, apenas esperando pelo que iria acontecer. Eu já deveria saber que como sempre, Noah iria descobrir da pior forma.

— Eu quero que você saia dessa casa e não bote o pé aqui dentro a menos que queira ser presa. – Noah diz, sendo rude com a mãe dele. – Se você tentar alguma coisa contra a Melissa ou o meu filho, eu acabo com você. – ele diz, firme.

— Eu sou a sua mãe. – ela grita.

— Eu não dou a mínima para quem você é. – Noah grita. – Se encostar-se à Melissa, eu que farei um inferno na sua vida.

— Noah. – ela diz, perplexa, não acreditando no que ele estava dizendo.

— Saia agora daqui, todos vocês. – ele continua gritando.

Noah dá as costas e me olha rapidamente, saindo da sala em seguida. Abaixo a cabeça e tento me controlar para não chorar mais na frente de todos que estavam ali.

— Vamos embora. – Peter diz.

— Não! – Amy grita. – Você não ouviu o que o Noah me disse? – ela pergunta.

— Eu achei pouco. – ele a responde e Amy arregala os olhos.

— Eu vou acabar com isso. – ela garante, soltando-se do Peter. – Você vai se arrepender de ter se envolvido com meu filho.

— Você não tem coração? – meu pai pergunta e ela o encara.

— Você sabe muito bem que não, Tom Castilho. – ela o responde como se ele realmente já soubesse, tanto disso, como muito mais e dá as costas, saindo do apartamento.

Peter respira fundo e me fita em seguida.

— Eu sinto muito. – ele diz, antes de sair do apartamento, levando o peso morto que haviam trazido com eles, Fred.

Assim que Peter fecha a porta, não consigo segurar. Começo a chorar descontroladamente e meu pai vem em minha direção, segurando-me em seus braços para um abraço.

Eu não estava preparada para o que viria em seguida. Mesmo com o Noah ameaçando a Amy, estava claro que ela não desistiria de mim, ela iria até o final, até me ver longe do filho dela ou quem sabe, até morta. Eu não conseguia acreditar no que havia saído da boca dela. Não sei como pode existir pessoas como a Amy no mundo. Eu estava com medo e isso era bem visível. Eu não podia deixar a Amy acabar com o casamento e muito menos acabar com a vida do meu filho que ainda nem pode vir ao mundo. Eu estava perdida, não sabia o que fazer.

E para completar, mais uma vez o Noah descobriu algo de mim através de outra pessoa, mas claro, dessa vez é muito pior. Eu realmente estava perdida.

Depois de muito chorar, afasto-me do meu pai, que logo passa a mão no meu rosto, limpando as lágrimas.

— Você precisa ter cuidado agora, eu não sabia que a Amy era capaz disso. – ele diz.

— Nem eu. – respondo.

— Você está mesmo grávida? – Tom pergunta e assinto. – O Noah não sabia?

— Sim e não. – digo e respiro fundo, tentando manter a calma para pensar no que fazer. – Eu preciso conversar com ele.

— Eu sei, mas também tem que conversar comigo. Você está grávida. – meu pai diz.

— Pai, eu sinto muito, mas a minha situação com o Noah é pior, eu preciso arrumar as coisas com ele e depois te falo o que você quiser. – respondo e ele assente.

— Eu vou sair e deixarei você sozinhos para conversar. – ele diz, me fitando ainda um pouco surpreso.

— Não me olhe desse jeito, depois eu te conto tudo o que quiser saber. – garanto e mais uma vez, respiro fundo.

Eu precisava manter a calma naquele momento. Apesar de todas as ameaças que recebi e o que a Amy havia dito, deixou o Noah magoado comigo, eu precisava ter calma e saber como começar para conversar com ele. Não podia deixar acontecer novamente o que já tinha quase destruído nosso casamento.

— Eu vou sair. – meu pai diz, afastando-se totalmente de mim e indo para a porta. Quando eu ouço a porta sendo fechada, olho em volta e continuo tentando ganhar coragem para ir atrás do Noah.

Eu tinha certeza que iria acontecer uma briga, mas eu era a culpada daquilo e não a Amy. Eu fui a idiota por ter escondido a gravidez do Noah. Não conseguia me entender, eu sempre fazia aquilo, sempre omitia as coisas e no final, acabava em briga. Era um defeito que eu não conseguia consertar.

Depois de precisar de mais ou menos cinco minutos para tomar coragem, vou andando pelo apartamento para procurar pelo Noah, eu não tinha ideia de como começar a falar, mas eu precisava esclarecer as coisas.

Eu o encontro no quarto, sentado na cama e encarando a parede na sua frente. Ele estava de costas, então não me viu chegando.

— Noah. – eu o chamo baixinho.

 Rapidamente ele se vira e me fita, pela sua expressão, estava com raiva, mas eu não sabia se era minha ou da mãe dele por ter falado tantas coisas ruins para nós dois.

— Me explica porque você sempre faz isso. – ele pede, depois de ter percebido que eu não iria falar nada, até porque eu não tinha ideia por onde começar.

— Eu sinto muito. – digo, entrando no quarto e indo até ele. – Noah, eu não consigo entender porque sempre faço isso com você, mas é que eu me sinto insegura. Não sei como você vai reagir, não sei o que vai pensar de mim e nunca sei como te contar as coisas. – começo a me explicar.

— Mas isso? – ele se levanta da cama. – Melissa, não é qualquer coisa, é uma gravidez. – ele dá intensidade na palavra gravidez. — Como você me esconde isso? – Noah pergunta.

Eu estava me sentindo mal e com vontade de chorar, mas precisava me segurar, até porque ele não estava sendo ignorante e nem estávamos brigando, ele só queria respostas… respostas que nem eu mesma sabia dar. Mas não podia ficar calada.

— Eu estava com medo, Noah. – respondo. – Medo de você não querer essa criança, de me mandar tirar, de querer se separar de mim, não sei. – respiro fundo e o encaro. – Apesar de tudo e da minha maturidade, eu sou nova, entende? Tenho uma vida inteira pela frente e engravido assim, tão rápido.

— Te mandar tirar? – ele pergunta com o cenho franzido. – Melissa, eu nunca te pediria isso. Foi um resultado de tudo que nós fazíamos, eu sou culpado, você é culpada… a criança não. – ele explica. – Tudo bem que somos realmente novos, mas foram as consequências dos nossos atos. Eu nunca mandaria você tirar uma vida inocente.

Apesar de que antes, nem mesmo eu queria ter o bebê, fiquei mais aliviada ao ouvir aquilo. Foi bom saber que o Noah nem pensava em me mandar tirar a vida do nosso filho e que estava apto a ser pai. Tudo que eu mais fazia naquele momento, era agradecer pelo Noah ter entrado na minha vida.

Não consigo segurar, abro um sorriso e ao mesmo tempo, começo a chorar. Estava sentindo um misto de emoções e não sabia nem o que falar.

— Obrigada! – é o que sai primeiro. – Mas também me desculpa. – peço. – Eu sinto muito por sempre esconder as coisas de você, mas eu te prometo que não faço mais isso. Eu fui uma idiota por ter te escondido à gravidez, mas fico feliz que compreende.

Noah assente e logo depois, sorri, aproximando-se de mim em seguida. Ele passa a mão pelo rosto e com o polegar, enxuga as lágrimas que estavam caindo. Ele olha nos meus olhos e eu sentia que com aquele olhar, ele queria me passar segurança e eu sabia que com ele, eu estava segura.

— Eu não vou deixar nada de mal acontecer com vocês. – ele garante. – Eu vou fazer de tudo para deixar a minha mãe bem longe dessa casa e de você. – ele continua acariciando meu rosto e em seguida, põe sua mão na minha barriga. – Eu nem conheço esse pirralho ainda, mas já o amo. – abro um sorriso enorme e não evito o riso.

— Ou pirralha. – digo.

— Ah, é claro. – ele diz, assentindo. – Pode ser mais uma mulher na minha vida. – sorrio.

Toda vez que Noah era compreensivo comigo, meu amor por ele só aumentava. Eu só tinha a agradecer por ter o Noah na minha vida. Eu não podia perdê-lo nunca. Eu precisava dele assim como precisava de qualquer coisa essencial para minha sobrevivência. Eu sabia que ele me protegeria, sabia que sempre estaria comigo e que me apoiaria. Eu tinha o melhor marido do mundo.

— Eu te amo tanto, Melissa. – Noah diz, o que faz meu coração acelerar descontroladamente. Abro um sorriso que no momento, não cabia no rosto.

— E eu te amo muito mais. – respondo, Noah muda sua expressão para surpreso, provavelmente não esperava que eu me declarasse para ele. – Eu quero estar com você sempre. Até quando for permitido, eu quero estar ao teu lado. – Noah abre um sorriso muito maior que o meu e não aguenta, me puxa para o maravilhoso beijo que só ele tinha.

Chegava a ser irritante o tanto de amor envolvido entre nós dois, mas foi um amor que surgiu naturalmente, apesar do relacionamento forçado. Foi um amor que nós dois criamos e que vimos crescer aos poucos, mas que cresceu tanto que não coube no nosso coração, tínhamos que colocar para fora todas e as declarações mais clichês que existiam no mundo.

Eu não tinha ideia do estava por vir na nossa vida, mas não importava, contando que eu tivesse o Noah ao meu lado, eu sabia que nada de ruim iria nos acontecer.

Pelo menos, eu espero que não.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Odiaram? Querem matar a Amy? Descobrir como ela sempre sabe das coisas? Descobrir porque ela quer acabar com o casamento do Noah e da Melissa? Se ela teve alguma coisa a ver com a mais recente tragédia na vida da Melissa?

Pois bem, todas as perguntas vão ter respostas. Mas o que eu quero mesmo saber é: gostaram ou não gostaram desse final super amável e bem clichê? hahahaha
Porque eu espero que sim. Aposto que muitas estavam esperando por uma briga das feias, mas aí vem o Noah e pá, é um amor como sempre.

Espero que tenham gostado do capítulo.
Por favor, comentem, favoritem, recomendem, me mandem uma MP com suas dúvidas, pra bater um papo, para pedir spoilers (mentira, não dou), para perguntar sobre a segunda temporada, sobre tudoooo que quiserem.

Fiquem a vontade e façam de mim, uma escritora caloura feliz hahaha. Beijos e até o próximo.



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