Casamento Forçado escrita por Marie


Capítulo 31
Todo o amor


Notas iniciais do capítulo

RESPONDO TODOS OS COMENTÁRIOS ASSIM QUE EU PUDER. ❤️❤️

Olá!
Como estão?
Saudades dos personagens?

Bem, eu sei que disse que não ia demorar, mas acabei demorando novamente. Mas acontece que eu estou viajando e não tenho muito como escrever e postar com frequência, mas prometo que quando eu voltar, vou postar tudo até o fim. Ok? ❤️

Espero que gostem do capítulo e que me digam se encontrarem algum erro por aí, não tive tempo de revisar.

Boa leitura. ❤️



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Eu queria acreditar em tudo, menos naquilo. Eu não aceitava que a minha mãe tenha tomado essa atitude sozinha e sem falar com nenhum de nós. Eu não queria perdê-la, eu nunca quis. Eu já sabia que ela iria embora um dia, mas o tratamento estava a mantendo aqui comigo, com todos nós… sem ele, ela vai mais rápido.

Eu não quero perder a Lauren.

– Não, ela não pode fazer isso. – digo, levantando-me da cama. – Pode? – pergunto ao doutor.

– Na verdade, pode sim. – ele responde. – Eu sinto muito. – ele lamenta.

– Não sinta, não é você que vai perder alguém. – respondo e ele não diz nada, mas eu sabia que ele estava sentindo pena e não se ofenderia por causa da minha resposta.

– Mel, fica calma. – Gracie diz, aproximando-se de mim e tocando o meu braço.

Não dava para ficar calma naquela situação. Mais um dia estava entrando para a lista dos piores dias da minha vida. Primeiro eu descubro que tenho um problema no útero e posso perder o bebê espontaneamente, e depois, que a minha mãe decidiu parar com o tratamento e eu também posso perdê-la a qualquer momento.

– Eu vou falar com ela. – digo, soltando-me da Gracie e indo em direção à porta.

Eu não queria saber mais de nada além da minha mãe, eu precisava conversar com ela e quem sabe até convencê-la de continuar o tratamento. Eu sabia que ela estava em estado terminal, mas ela sempre teve esperança e não é agora que pode perdê-la. Eu amo a minha mãe, não consigo me imaginar sem ela.

Passo pela sala de espera e não vejo ninguém. Gracie não havia vindo atrás de mim e eu agradeci por isso. Eu também não fazia ideia de onde o Noah estava e o que estava fazendo, mas eu preferia assim, no meu estado, eu prefiro ficar sem vê-lo, ou é capaz de que eu solte tudo de uma vez e será pior.

Depois de andar pelo hospital, finalmente chego ao quarto onde a minha mãe estava internada. Através do vidro, vejo o meu pai sentado de frente para a cama conversando com ela. Os dois aparentavam estar tão tristes, aquela cena destruiu meu coração. Eu ainda nem tinha conversado com ela, mas as lagrimas já estavam implorando para sair.

Bato à porta antes de entrar, assim que me vê, Tom se levanta da cadeira, beija as mãos da minha mãe e vem em minha direção. Tento sorrir para alegrá-lo, mas eu estava tão triste como ele.

– Precisamos conversar depois. – ele diz e me abraça, assinto e espero que ele saia do quarto.

Vê-la daquele jeito era de partir o coração. Ela estava tão magra, com pouco cabelo, mas mantinha o sorriso no rosto e isso era o que mais me matava.

Minha mãe estava tão fraca, mas mesmo assim era a mais forte de todos nós
nessa situação.

Aproximo-me da cama e não aguento, começo a chorar antes mesmo de trocarmos qualquer palavra se quer.

– Mel, calma. – ela pede, abrindo os braços e vou o mais rápido que posso para dentro deles.

Abraço a minha mãe com força e choro no seu ombro. Eu queria ser forte, ou pelo menos aparentar ser, mas era impossível. A pessoa que eu mais amava a qualquer nos deixar para sempre. Eu não tinha mais uma boa amizade com o meu pai, mas só iria me restar ele (e o Noah claro), mas ninguém seria capaz de substituir o amor que minha mãe já havia me dado durante toda a vida dela.

Eu não estava pronta para aquilo.

– Eu te amo tanto. – digo, entre soluços e a abraço mais forte.

– Eu te amo muito mais, Mel. – ela garante e me abraça mais forte também.

Ficamos bons minutos abraçadas, mas precisávamos conversar. Eu precisava saber o porquê daquela decisão, porque ela estava desistindo de tudo e nos deixando para trás. Afasto-me dela e sento-me em uma cadeira que estava na frente da cama. Ficamos de mãos dadas.

– Por que está fazendo isso? – pergunto, depois de enxugar as lágrimas.
Ela respira fundo e sorri.

– Eu estou fazendo isso por todos nós. – ela responde.

– Morrer? – indago um pouco indignada.

Sim, eu estava indignada com tudo. Eu sabia que ela estava cansada, mas estávamos fazendo de tudo para mantê-la aqui conosco, mantendo-a viva e dando a ela a chance da cura.

– Melissa, você precisa entender que eu estou cansada. – ela começa a se explicar, a voz dela era calma e me acalmava também. – Eu cansei de ser furada todos os dias, colocando remédios em mim que não sei o nome e só sofro com os efeitos que eles trazem. Não pense que estou sendo egoísta e pensando apenas em mim com essa decisão, porque eu não estou.
Também estou fazendo isso por vocês. Não quero mais ver vocês chorando e se enchendo de esperanças que um dia eu vou me curar, já estou em estado terminal e já acabou para mim. Aqueles aparelhos e remédios que estavam me mantendo viva, mas eu cansei disso. Eu quero deixar todos vocês livres desse peso de ver morrendo lentamente todos os dias e adiantar esse processo. – ela puxa o ar para os pulmões e para por um minuto, recuperando-se para voltar a falar. – Quero dar ao seu pai uma chance de encontrar alguém saudável que o ame e cuide dele e não te deixar tão preocupada comigo. Você é jovem, merece viver com a pessoa que te ama e não ficar se preocupando com uma pessoa que está à beira da morte... – a interrompo.

– Essa pessoa é a minha mãe. – digo, irritada com o que ela disse.

– Mas sua mãe está cansada. – ela diz e espera o efeito das palavras cair sobre mim. – Eu sei que dói, mas é o melhor que eu posso fazer por vocês e por mim… - ela termina de falar.

Talvez ela tivesse mesmo razão, mas eu ainda não aceitava aquela decisão dela. Eu sabia pelo que ela passava todos os dias, mas não entrava na minha mente que ela preferia desistir de tudo e morrer a continuar lutando. E eu tinha certeza que meu pai não conseguiria substituí-la tão cedo e nada preencheria o vazio que ela deixaria nos nossos corações.
Eu queria qualquer coisa ruim, menos perder a minha mãe.

– Eu não sei o que dizer. – respondo e abaixo a cabeça, enxugando as minhas lagrimas.

– Não diga nada, meu amor. – Lauren diz. – Só quero que você tente entender que essa foi a minha melhor escolha para os dois lados. E eu sei que vai ficar tudo bem com você, afinal você tem o Noah e eu sei que ele te ama apesar de tudo ter começado pelo contrato… - levanto a cabeça rapidamente e a encaro assustada.

Como ela sabia do contrato?

Meu pai não contaria porque eu tinha certeza que ela ficaria muito triste em saber que fui obrigada a casar com o Noah para salvá-la, ela nunca aceitaria isso.

– Como? – pergunto.

– Conversei com o Noah. – ela responde. – Ele me contou tudo que eu precisava saber sobre vocês e claro que fiquei triste em saber que você aceitou isso, mas depois, sei que para você e ele valeu a pena porque vocês dois se gostam. – ela respira fundo para recuperar as forças. – O Noah te ama e ele vai te apoiar.

Todos me diziam que o Noah me amava, menos ele abria a boca para me dizer isso. Mas isso não era o mais importante…

Por um lado, eu fiquei feliz em saber que minha mãe não morreria enganada achando que aquele casamento repentino foi por amor, saber que apesar de tudo, estávamos juntos porque nos gostávamos e estávamos dispostos a ficarmos juntos.

Mas fiquei triste, porque eu tinha certeza que ela também estava justamente pelo casamento ter sido forçado apenas para termos dinheiro para tratá-la. Mas isso não importava agora.

Agradeci ao Noah mentalmente, porque eu não teria coragem para contar a minha mãe a verdade sobre o casamento, mas ele fez isso e pelo jeito, ela não estava brava.

Só tinha mais uma coisa que ela precisava saber e ninguém mais poderia contar, além de mim, claro.

– Sinto muito, não quero que se sinta culpada pelo casamento. – digo. Ela sorri.

– Mas eu não estou me sentindo assim. – minha mãe responde. – Melissa, Noah me disse coisas lindas sobre você que me fez ignorar completamente o verdadeiro motivo do contrato e quer saber? Eu fico feliz pelo casamento ter acontecido, porque você encontrou alguém que vai te apoiar em tudo que você fizer… eu sei que ele vai. – ela termina de falar e passa a mão no meu cabelo.

– Mãe, eu preciso contar uma coisa. – digo e ela me olha curiosa.
Depois de pensar e tentar adivinhar o que o Noah havia dito para a minha mãe, resolvo esquecer isso e focar no mais importante no momento: a minha gravidez.

Eu precisava contar a ela, eu sabia que ela não contaria para ninguém sem a minha permissão, só queria que ela ficasse sabendo que dentro de mim tinha alguém que eu cuidaria com todo o amor.

– Eu não sei como prolongar isso, então… - começo a falar e respiro fundo. – Eu estou grávida. – digo.

Minha mãe arregala os olhos e logo um sorriso enorme toma conta do rosto dela. Vê-la com aquele sorriso verdadeiro me contagiou, sorri também.

– Eu não acredito. – ela diz e coloca a mão na minha barriga. – Meu Deus, Mel. Você está grávida. – ela começa a falar como se não acreditasse naquilo.

– Eu sei que sou nova, mas… - ela me interrompe.

– Isso realmente importa? – Lauren pergunta. – Você é mais madura do que muitas mulheres nos seus trinta anos. Talvez seja mesmo um pouco nova, mas quem se importa? Eu sei que você vai cuidar muito bem dessa criança. – levanto-me e fico de frente para ela, que não parava de alisar a minha barriga. - Eu sei que não vou estar aqui, mas sei que você vá dar conta. - ouvir isso doía o meu coração, mas era a verdade.

– Eu prometo que vou cuidar desse bebê com todo o amor e vou criá-lo com todo o carinho igual ao que você me criou. – digo, ela sorri, quase chorando de emoção. – Eu vou fazer dessa criança, a mais feliz do mundo. – faço promessas que eu nem sabia se poderiam ser cumpridas, mas eu precisava falar, porque eu iria lutar para aquela criança nascer.

– Eu estou tão feliz por você, meu amor. – ela diz, sorrindo. – Posso dar sugestões de nome? – ela pergunta.

– É claro que sim. – respondo e sorrio. Aquilo, com certeza, era algo que eu iria cumprir.

– Se for menina, eu quero que seja Madeline e se for menino, quero que seja Benjamin. - sorrimos juntas e nos abraçamos em seguida.

– Com certeza será o nome deles. – respondo, a abraçando com força. – Eu te amo.

– Eu te amo mais… muito mais.

[...]

Minha mãe e eu ficamos muito tempo conversando, sobre tudo que vinha na mente, mas o principal assunto era o Noah. Pedi que ela não contasse ao Noah ainda sobre a gravidez e ela não parava de perguntar sobre nós dois, como estávamos e se tínhamos planos para ficarmos juntos depois do que iria - infelizmente - acontecer.

E aquela foi uma coisa que eu não sabia responder, mas eu iria esperar pra ver, não posso dizer o que vai acontecer já que não faço a mínima ideia.

Tivemos que parar de conversar quando o doutor entrou no quarto nos interrompendo.

– Senhora Castilho, você já está liberada para ir para a sua casa. - ele diz e nós duas trocamos um sorriso.

– Obrigada, doutor. - ela responde. - Me ajuda? - ela me pergunta. Assinto e ajudo a minha mãe a se levantar da cama.

– Você tem certeza? - pergunto, para saber se era aquilo mesmo que ela queria, sabíamos o que iria acontecer se ela fosse.

– Sim. Eu tenho. - ela garante e sorri.

– A senhorita vai ter que sair do quarto, vamos preparar a sua mãe para ela poder ir. - o doutor diz e eu assinto.

– Tudo bem! - respondo. - Estou aqui fora. - digo e saio do quarto, no mesmo instante, enfermeiras entram para ajudar a minha mãe.

Abaixo meu rosto e limpo meus olhos que pelo que vi no vidro do quarto, estava todo sujo da maquiagem. Assim que termino, levanto a cabeça e vejo Noah na minha frente. Meu coração acelera como se tivesse sido amor pela primeira vista.

Ele não diz nada, apenas termina com o pequeno metro que estava entre a gente e me abraça. Um abraço bom como nenhum outro que ele, ou qualquer outra pessoa já tinha me dado. Era como se eu pudesse sentir toda a preocupação dele e carinho por mim atrás daquele abraço. Fechei os olhos e inalei o cheiro dele. Era tão bom.

– Eu estava preocupado com você. - ele sussurra no meu ouvido e me abraça com mais força.

– Eu já estou melhor. - respondo, correspondendo ao abraço.

Ele faz um rápido cafuné na minha cabeça e nos afastamos, mas demos as mãos, continuando perto um do outro.

– Tem certeza que está bem? - Noah pergunta.

– De saúde sim, mas sentimentalmente... - digo e não preciso completar, ele já sabia.

– Eu entendo, mas não se preocupa. - Noah se aproxima mais de mim. - Eu vou ficar com você não importa o que aconteça. - ele beija minha testa e sorrio.

– Obrigada. - é a única coisa que eu poderia dizer naquele momento.

Noah apenas sorri e passa a mão pelo meu rosto. Ficamos alguns segundos fitando o outro como dois idiotas apaixonados, Noah ri e eu o acompanho.

– Vamos ver a Gracie e o seu pai. - ele diz e segura a minha mão, levando-me para a sala de espera.

Andamos um pouco e logo chegamos. Meu pai estava distraído nos seus pensamentos e Gracie estava vidrada na tela do seu celular. Pigarreio e os dois olham para mim.

– Oi. - digo e respiro fundo.

– Oi. - os dois respondem. - Cadê a sua mãe? - Gracie pergunta.

– Os médicos estão arrumando tudo para ela poder ir pra casa. - respondo e ela assente.

– E isso é bom? - ela continua com as perguntas. Olho rapidamente para o meu pai que abaixa a cabeça.

Era óbvio que ele também não queria que minha mãe voltasse para casa parando com o tratamento. Afinal, ele tudo que podia (o contrato) para poder mantê-la viva. Mas nós não tínhamos escolhas, a minha mãe estava bem consciente e isso dava a ela o direito de escolher o que queria.

– Não. - respondo e ela suspira, lamentando. Noah passa a mão no meu braço e encosto minha cabeça no peito dele.

A sensação de que algo ruim iria acontecer, não passava. Eu sabia que aquela era uma péssima escolha e não podia fazer com que minha mãe voltasse atrás.

Eu iria perdê-la.

[...]

Ficamos nós quatro quase meia hora sentados esperando pela minha mãe. Provavelmente o médico estava dando alguma medicação e a preparando para poder andar, já que a ficava deitada naquela cama todos os dias.

Noah havia dormido no meu ombro, Gracie estava entretida no celular, meu pai também estava dormindo na cadeira e eu era a única que continuava acordada. Mas eu sabia que os dois estavam cansados.

Os dois acordam quando o doutor chega para falar alguma coisa.

– Desculpem-me acorda-los, mas a Lauren já está vindo. - o doutor diz e os dois despertam. Meu pai rapidamente se levanta e Noah se conserta no sofá.

Olhamos para o lado e lá estava a minha mãe. Andando devagar e um pouco debilitada, mas ainda carregava o sorriso no rosto. Aquilo destruía meu coração.

Todos nós levantamos, vou até ela e a abraço.

– Pronta para ir para casa? - meu pai pergunta.

– Eu que pergunto, estão prontos? - ela rebate a pergunta. - Porque estão com uma cara de morto, vamos gente, se animem. - ela bate palmas e todos nós abrimos um sorriso, mas sabíamos que não era verdadeiro.

– Ok, vamos para casa. - digo.

– Para casa. - Lauren repete.

[...]

Fomos todos no carro do Noah. Fiquei um pouco mais alegre conversando com a minha mãe o caminho todo. Ela não parava de conversar e perguntar sobre o que tinha acontecido enquanto ela estava presa no hospital.

Rimos com ela e aquilo nos distraiu um pouco da tristeza que estávamos sentindo.

Antes de irmos para casa dos meus pais, deixamos a Gracie em casa. Assim que paramos na frente da casa dela, vi o Austin aos beijos com uma mulher que eu não sabia quem era.

Era a primeira vez que eu via o Austin depois da ultima vez que ele foi até minha casa para tentar se desculpar. Eu não fazia a mínima ideia de como ele estava e o que andava fazendo, mas também não tinha tanto interesse.

Abaixei a cabeça e Noah logo percebe o que era. Ele coloca a mão na minha perna e a aperta levemente. Olho para ele, que sorri para mim, correspondo.

– Obrigada pela carona. Até amanhã. - Gracie diz assim que sai do carro.

Noah buzina e liga o carro novamente, seguindo caminho.

– Aquele era o Austin? - minha mãe pergunta.

– Sim. - respondo e ela não pergunta mais nada. Agradeço por aquilo.

Eu não estava nem um pouco a fim de falar sobre ele.

[...]

Chegamos em casa depois de poucos minutos. Noah estaciona o carro na frente da garagem e saímos do carro. Meu pai ajuda a minha mãe a descer e continuamos caminho até a porta.

Já fazia um tempo que eu não ia até lá. Eu não falava mais normalmente com o meu pai e minha mãe não estava mais lá, então não visitava meu pai sempre.

Claro que eu me sentia mal por não falar com ele como antes, mas eu não era a única culpada.

Entramos e minha mãe se senta logo no sofá e respira fundo, descansando do esforço que tinha feito.

– Onde é o banheiro? - Noah pergunta.

– Naquele corredor ali. - minha mãe responde e aponta.

– Com licença. - ele pede e sai da sala.

A casa estava bem organizada. Pelo jeito o meu pai havia contratado alguém para deixá-la em ordem, porque ele não era a pessoa mais organizada que eu conhecia

– Vou fazer um café para você. - meu pai diz para a minha mãe.

– Eu aceito. - ela responde.

– Me ajuda, Melissa? - ele pergunta e o fito.

– Mas ela vai ficar sozinha aqui? - pergunto.

– O Noah já vai sair e fica aqui comigo. Vá ajudar o seu pai. - Lauren diz e depois de pensar um pouco, assinto e sigo o meu pai até a cozinha.

– Precisamos conversar. - ele diz assim que chegamos.

Eu já sabia que ele havia me chamado para conversar. No hospital ele disse que precisávamos e não discordo dele. Estávamos muito afastamos e não sabíamos mais de nada que estava acontecendo na vida do outro.

Só ficávamos juntos quando se tratava da minha mãe, que era quando precisávamos apoiar um ao outro, mas logo iríamos perdê-la e ficaria só nós dois. Precisamos nos aproximar novamente.

– Eu sei. - respondo.

– Como você está? - ele pergunta enquanto pega o pó café para preparar.

– No momento bem mau. - respondo. - Ainda não aceitei essa escolha da minha mãe. - pego a cafeteira e coloco na tomada.

– Eu também não, mas é uma escolha dela e não podemos mudar nada. - ele diz e coloca o pó de café na cafeteira, em seguida, se escora na bancada e me fita. - Como está a sua vida? Eu não sei mais nada sobre você. - ele cruza os braços e espera pela minha resposta.

– Estou muito bem. - digo.

– Eu sinto muito por ter feito isso com você. - ele diz e eu franzo o cenho. - Eu sei que não queria se casar, acredite em mim, eu me arrependi de tudo que fiz com você, eu estava sendo egoísta e não pensei em você na hora que fiz aquele contrato. - ele começa a se desculpar, mas o interrompo.

– Não. - digo, fazendo-o parar. - É graças ao contrato que minha mãe ainda está aqui ainda. - começo a me explicar. - Tudo bem que no começo foi uma confusão e nos afastamos por causa disso, mas o casamento fez bem a ela e a mim também. Eu entendo o seu arrependimento, mas não foi egoísmo... Você estava pensando na minha mãe também e isso a ajudou. - termino de falar e sorrio.

– Mas veja bem, agora você vai poder se separar do Noah. - ele diz e rio. - O que foi?

– Você não sabe mesmo nada sobre minha vida não é? - pergunto e ele assente. - Nós estamos ótimos, pai. Noah me fez muito bem e eu fiz bem a ele também. Foi impossível ficar esse tempo todo juntos e não sentirmos nada um pelo outro. Tudo indica que vamos continuar casados depois do pior... - Tom abre um sorriso enorme e se aproxima de mim.

– Você está tão adulta. - ele diz rindo. - Fico feliz por vocês dois. - sorrio e ele corresponde. - Então vocês recebem a minha bênção. - reviro os olhos rindo e me aproximo dele.

– Eu te amo, pai. - digo e o abraço. Ele logo corresponde.

– Eu também te amo, Mel. - ele diz. - Me desculpe por tudo.

Não menti em dizer que o amava. Claro que tive raiva dele no começo de tudo isso, mas ele é meu pai e achou que aquilo era o certo a fazer. Hoje eu o entendo e se soubesse que tudo isso aconteceria, nem lutaria contra o casamento.

Eu precisava dessa conversa com o meu pai. Nesse momento precisávamos do apoio do outro e iríamos nos aproximar novamente. Merecíamos aquilo porque depois do que iria acontecer, só teríamos um ao outro da família, já que ninguém se importa com nenhum de nós.

Iríamos nos reaproximar.

[...]

A noite passou rápido.

Já eram onze da noite e estávamos nós quatro assistindo televisão e conversando muito. Minha mãe estava divertida e não parava de fazer piadas com duplo sentindo sobre Noah e eu. Noah estava todo envergonhado por causa do meu pai, até porque, não é legal conversar sobre isso com o pai da sua esposa.

Meu pai apenas nos olhava feio, mas as vezes se rendia e soltava uma risada.

A noite estava ótima, minha mãe estava bem e eu estava me sentindo muito bem com as três pessoas mais queridas e importantes da minha vida. O dia não podia terminar de forma melhor.

– Eu preciso dormir. - a minha mãe diz e coloca a cabeça vazia em cima da mesinha. - Estou cansada. - ela se prepara para levantar, mas meu pai se levanta rapidamente e a ajuda.

– Então é melhor ir dormir mesmo. - digo, ela lança um olhar desconfiado para mim e para o Noah.

– Já entendi, quer que seu pai e eu vamos dormir para... - ela começa a falar, mas a interrompo.

– Boa noite, mãe. - digo e ela ri.

– Tudo bem, eu já vou. - meu pai a ajuda a andar até o quarto. - Boa noite. - ela grita antes de sumir no corredor.

Solto uma risada descontraída e olho para Noah, que já estava olhando para mim. Eu adorava quando aqueles olhos claros ficavam cravados em mim. Ele era tão bonito e o sentimento que demonstrava por mim me deixava tão feliz.

– Você me deixou preocupado hoje. - ele diz. - O que aconteceu com você lá no hospital? - ele pergunta e me encara sério.

Eu desconfiava de que o Noah já sabia a verdade, não sei porque, mas eu tinha pra mim que ele já estava ciente da gravidez e que estava só esperando eu contar e por isso eu estava com medo de esconder demais. Mas eu não podia fazer isso, até porque o filho é dele e a barriga vai crescer, eu vou contar em poucos dias.

– Foi algo no meu útero. - respondo. - Preciso ir a um médico especialista nisso. - ele franze o cenho e depois ri.

– Acha que sou eu que estou te machucando? - ele pergunta e começa a rir em seguida. Bato algumas vezes nele, mas não evito o riso.

– Muito convencido. - digo. - Não é lá essa coisa toda. - reviro os olhos e ele me fita rindo.

– Ah, não é? - ele pergunta e se aproxima de mim. Coloca a mão na minha perna e vai passeando por ela e apertando onde ele sabia que eu gostava.

Noah se inclina em minha direção e morde o lóbulo da minha orelha, em seguida, sussurra:

– Não é lá essa coisa toda, mas é você que vive gemendo pedindo mais quando tá em você.

Sorrio e ele beija meu pescoço. Sua mão vai para minha cintura e ele me puxa para cima cima dele.

– Convencido. - repito e ele sorri.

– Não tenho culpa se você mesmo me deixa assim... - ele me pega pelo pescoço e prende os dedos no meu cabelo, deixando-me arrepiada. - Você me deixa louco. - ele diz antes me puxar para o beijo.

Noah puxava meu cabelo e sua outra mão passava pelo meu corpo, deixando-me arrepiada e me excitando.

Ele me joga para frente e fica sentado no sofá, acabei ficando sentada no colo dele com as pernas ao redor do seu corpo.

Passei minhas mãos pelas costas dele e segurei a barra da camisa dele para puxar para cima, mas assim que eu ia fazer isso, ouvimos um pigarreio e sem esperar para ver quem era, me joguei para trás, e coloquei minhas pernas para frente.

Demos de cara com o meu pai, Noah rapidamente colocou uma almofada no colo para esconder a excitação.

– Vejo que a sua mãe estava certa. - ele diz, e abaixamos a cabeça rindo e envergonhados ao mesmo tempo. - Só vim avisar que já está na hora de dormir. - meu pai fala e nos encara sério.

– O senhor está certo. - Noah diz, levantando-se, ainda segurando a almofada. - Nós já vamos. - levanto-me e olho para o Noah.

– Na verdade, eu vou dormir aqui hoje. - digo e ele arqueia uma das sobrancelha. - Você sabe, eu tenho que aproveitar o máximo de tempo que eu puder. - completo e ele assente.

– Tudo bem, pode dormir aí e me deixe ir sozinho para a casa. Passando pelas ruas sozinho no carro onde mulheres podem me ver chegando ao meu apartamento desacompanhado. Tudo bem, pode ficar. - Noah diz fazendo drama, mas eu sabia que ele estava brincando com a situação.

– Ele tem razão. - Tom diz e reviro os olhos para os dois.

– Dramático. - digo para o Noah, que ri. - Você vai dormir aqui comigo. - puxo a almofada das mãos dele e ele se vira um pouco para impedir a visão do meu pai.

– Tudo bem, já que insiste... - Noah diz e sorri.

– Idiota. - digo, rindo.

– Sendo assim, eu vou dormir. - meu pai diz. - Apaguem as luzes. - ele diz antes de sair da sala e ir para o quarto.

Jogo a almofada na cara do Noah e corro em direção às escadas para ir ao meu antigo quarto. Noah vem correndo atrás de mim, mas eu fui mais rápida que ele e cheguei primeiro no quarto, mas na hora que eu ia fechar a porta, ele a segurou e entrou. Fui andando para trás e rindo dele, que estava me fitando com os olhos semi cerrados.

– Ganhei! - digo.

– Na verdade, nós dois vamos ganhar. - ele diz e fecha a porta, trancando-a em seguida.

Eu já sabia muito bem do que ele estava falando e eu não iria impedi-lo, eu precisava daquilo. O dia foi estressante e eu precisava de algo que me deixasse relaxada e satisfeita, e o Noah sabia fazer isso melhor do que ninguém. Eu ainda pensava na minha mãe, mas com o Noah, eu teria a distração perfeita.

Ele vem andando na minha direção e assim que chega perto de mim, me puxa pela cintura e começa a me beijar.

– Banheiro. - digo quando ele começa a beijar meu pescoço.

Noah me solta e vou caminhando para o banheiro. Assim que entro, começo a tirar minha roupa e viro-me para porta, Noah entra e faz o mesmo. Por fim, ficamos nus. Noah lança o seu olhar faminto para mim.

Ando até o chuveiro e ligo.

– Vem. - chamo e sem pensar duas vezes, Noah entra e se aproxima de mim.

Começamos a nos beijar e sem demora, ele me pega no colo e me encosta na parede. Soltei um gemido quando minhas costas se chocou com o frio da parede. Noah ri.

– Meus pais vão ouvir. - sussurro.

– Não vão não. - ele responde e volta a me beijar.

Noah era tudo que eu precisaria para conseguir tocar a vida depois que o pior acontecesse. Ele tinha tudo que eu queria e sabia me dar na medida certa. Ele sabia cuidar de mim e me fazer sentir especial.

Eu perderia a minha mãe, mas eu já tinha uma pessoa que me daria todo o amor que eu já ganhara dela e que eu sabia que cuidaria de mim do melhor jeito possível...

Eu estava apaixonada pelo melhor homem que qualquer mulher pudesse se apaixonar.

Não tinha para onde fugir... Eu amava o Noah.


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Notas finais do capítulo

E aí? Felizes? Tristes?

Esse capitulo foi uma mistura de emoções porque foi dramático e com finalzinho feliz hahaha.

Mas espero que tenham gostado, porque eu meio que perdi a pratica de escrever CF, mas espero que tenha satisfeito vocês, certo?

Comentem para eu saber que ainda estão aqui, por favor hahah.

Até o próximo, beijos.