Filhos do Medo escrita por Pégasus


Capítulo 3
Capitulo 3




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Primeira noite na mansão Manson.

Lucy preparava o jantar na cozinha, enquanto esperava Annie voltar do trabalho. Como já eram quase oito da noite, ela imaginou que sua patroa não tardaria em voltar para casa.

Annie finalmente chegou a casa, sentiu um cheiro convidador vindo da cozinha e foi ao seu encontro, largou a bolsa e o casaco na mesa e encostou-se à parede observando Lucy cozinhar, como quem se maravilha com algo.

— Parece que você cozinha bem.

Lucy deu um pulo de susto. Annie sorriu...

— Desculpe, não te ouvir chegar...

— Aonde aprendeu a cozinhar? - Perguntou Annie enquanto se sentava-se à mesa.

— Bem... Digamos que isso é algo que valorizam muito na pequena cidade em que eu morava, cada conhecimento culinário era passado de geração a geração como se fosse um tesouro, era um dos bens mais precioso que tínhamos, já que lá a vida é muito simples. - contava Lucy enquanto servia a sopa, ao ver Annie experimentando esperava ansiosa sua aprovação.

— Isso esta ótimo. - concluiu Annie.

Lucy sorriu de forma modesta, não esperava menos de algo feito com tanto carinho. Enquanto lavava a louça, Annie acrescentou:

— Não pude deixar de notar, que você é alguém muito religiosa, certo? Esse acredito eu, pode ser mais um dos valores ensinados na sua cidade?

— Sim, minha mãe costumava me levar à igreja todos os domingos, e... De alguma forma eu sinto Deus, como se ele me observasse o tempo todo. - Lucy baixou o olhar, como pudera contar algo tão pessoal a alguém que mal conhecia? Era como se se sentisse livre para falar de qualquer coisa com Annie.

— Você tem certeza disso? - questionou Annie.

— Disso o quê?

— Que ele te observa ... O tempo todo.

— Você não sente?

Annie riu, mas dessa vez era de uma forma sarcástica. Era a primeira vez que Lucy notava esse lado irônico de sua patroa.

— Acho que... com certeza, alguém nos observa. - retrucou Annie.

— O que isso quer dizer?

— É fácil acreditar em Deus quando a chuva é fina, mas nas tempestades a duvida começa a incomodar.

Aquilo soou mais como uma resposta avulsa, mas Lucy não se sentiu ofendida com a explicação que insinuava que sua fé era fraca, pelo contrario, percebeu que Annie carregava alguma mágoa no coração.

— Algo te aconteceu? - Deduziu Lucy.

A expressão de Annie endureceu, e ela encarava o prato objetivamente como se não ousasse olhar para outro lugar, naquele momento o clima que a rodeava era tenso.

— Talvez... - respondeu.

— Desabafar ajuda.

Silencio.

Annie começou a dizer:

— Eu fui adotada, e...

De repente ela se levantou da mesa e correu.

Lucy se sentiu culpada por trazer as frustrações de Annie de volta, queria lhe pedir desculpas, mas não tinha ideia de onde ela poderia ter ido, deu uma volta pelos cômodos da casa a sua procura, e também pelo jardim, mas nada. Se dando por vencida Lucy se decidiu que pediria desculpas no café da manha, sendo assim arrumou a cozinha foi para o quarto.

No seu quarto havia um crucifixo pregado na parede em cima de sua cama, ela se ajoelhou no chão de frente a cama e rezou. Colocou uma camisola branca que ia ate os joelhos, e dormiu profundamente naquela cama confortável. Sobre efeito daquele sono profundo, Lucy tinha vários sonhos que se lembraria pela manhã, sonhos alegres, sonhos comoventes e sonhos tristes. Ela dormia com uma expressão angelical e quase não fazia barulho, mais parecia uma boneca de porcelana de olhos fechados, perdida entre todos aqueles sonhos não sabia ela que já eram 3 da madrugada e na janela lá fora, várias pessoas a observavam dormir, com os rostos colados no vidro, elas usavam mascaras macabras de diversos tipos, Lucy oscilou entre o sono e estar acordada e viu por uma fração de segundos aquelas pessoas com rostos estranhos a encarando pela janela, mas voltou a dormir sem ter controle de seu sono.

— Com certeza alguém nos observa, Lucy - disse uma das pessoas que usava uma mascara de bode.

E aquelas pessoas continuaram ali por um tempo, e quando o sol ameaçou aparecer eles eram apenas sombras e tudo estava normal outra vez.


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