Filhos do Medo escrita por Pégasus


Capítulo 2
Capitulo 2




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Lucy olhava pela janela do ônibus distraidamente, como ela deve ser? Pensava em relação à dona da casa de trabalho que lhe fora designada.

Lucy tinha apenas 19 anos, e era de uma família simples e humilde, muito religiosa, sempre carregava um crucifixo de madeira pequeno amarrado no pescoço, seus cabelos eram dourados, ondulados e compridos, olhos castanho claro e magra, não usava roupas muito extravagantes, estava sempre vestida de forma simples e recatada.

Lucy chegou a uma rua com poucas casas, e com jardins extensos, era uma rua deserta, porém de beleza cativante. Parou em frente à entrada da casa que lhe foi indicada, passando pelo jardim da casa aonde um jardineiro de idade avançada cuidava dos arbustos, chegou a porta e tocou a campainha, não demorou muito para uma garota, que achava ela tinha sua idade, abrir a porta com um sorriso resplandecente, e dizer:

— Olá, você dever ser Lucy, certo? - Disse estendendo a mão para cumprimenta-la.

Lucy parou por um segundo antes de se dar conta de que aquela garota era na verdade sua patroa, mal podia acreditar que a Annie de que lhe falavam era tão jovial e bonita, tinha pele morena e clara, cabelos ondulados caindo nas costas e usava um vestido rodado ate os joelhos. Lucy não sabia por quanto tempo ficou hipnotizada com o carisma de Annie e enfim apertou sua mão.

— Sim, hum... Me desculpe, Dr. Annie... - Disse Luçy insegura.

Annie riu.

— Pode me chamar só de Annie, aliás, você parece quase da minha idade, podemos ser amigas e esquecer essa relação entre patrão e empregado, você não acha? - Annie nunca parava de sorrir.

— Se você preferir assim...

Annie pegou Lucy pelo pulso e a puxou para dentro de casa tagarelando como uma amiga faz com a outra:

— Eu vou te mostrar o resto da casa e explicar as regras, na verdade só há uma regra. - Ela parou de andar e tomou uma expressão seria. - Meu quarto é impenetrável, a entrada de qualquer pessoa nele é proibida e imperdoável.

Lucy não fazia ideia do que imperdoável podia realmente acarretar caso necessário, mas afastou o pensamento, quando Annie abandonou a expressão seria e de repente ficou contente outra vez.

A casa de Annie era enorme demais para apenas uma pessoa, então um dos quartos do primeiro andar foi dado a Lucy, o quarto era simples porem grande e a janela dava visão para o jardim da parte de tráz da casa, no jardim um enorme labirinto de arbustos se estendia pela maior parte, alto e bem cultivado.

Após guardar suas coisas, Lucy deu uma volta sozinha pela casa, parecia tudo no lugar, se Annie estivera morando sozinha ela era alguém muito organizada, o que já era esperado dela, pois além de ser uma advogada muito jovem e bem sucedida era bonita e simpática, então começou a suspeitar de que aquela garota não tinha defeitos.

Lucy andou ate o jardineiro que trabalhava concentrado, quando ele percebeu sua presença, ela perguntou seu nome.

— Meu nome? Pra que você quer saber? Não vai durar muito tempo aqui, vai sumir como as outras, eu estou cansado de repetir meu nome, tem ideia de quantas vezes eu já disse? Sabe quantos rostos estranhos eu vi me perguntando a mesma coisa? Se quiser saber mesmo meu nome, pesquise. - e voltou ao trabalho ignorando a presença de Lucy.

— Annie já teve tantas empregadas assim? - Disse Lucy puxando conversa, sem se dar por abatida com a falta de educação do velhinho magro e de cabelos cumpridos.

— Muitas? Ran... Ela já teve mais empregadas do que tem ancestrais.

Lucy riu.

— O senhor não esta exagerando?

O velho largou a enxada e olhou profundamente nos olhos de Lucy.

— Criança, eu fugiria enquanto é tempo se estivesse no seu lugar. Você não pertence aqui, você é tão jovem e... - Ele se conteve, olhava para todos os lados, se sentindo observado - e essa casa é cheia de esquisitices...

Annie gritou, acenando para os dois da janela da cozinha.

— Que Deus nos proteja. - disse o velho e continuou o trabalho.

Lucy achou estranho, mas não lhe deu ouvidos, não sairia dali sem ao menos conhecer o lugar, sem falar que tudo parecia normal para ela, mas o velhinho podia estar prejudicado, sabia ela que a cabeça não funcionava bem naquela idade.

 


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