As Desvantagens de Ser um Semideus escrita por Jolly Roger


Capítulo 4
Os filhos de Hermes


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo não esta tanto como uma desvantagem, mas ta muito legal



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Você deve estar pensando os filhos de Hermes? Mais eles são tão alegres e receptivos. E também TERRÍVEIS. Meu nome é Samantha Samers, mas podem me chamar só de Sam, tenho 14 anos e sou filha de Afrodite.
Nas primeiras semanas, quando eu não sabia quem era minha mãe, eu ficava no chalé onze. Era legal, eles me zoaram, mas só na primeira noite colocando pó de mico no meu saco de dormir (já que não tinha camas para todos). Depois nós zoavámos os outros novatos, eu até ajudei algumas vezes. Então descobri que era filha de Afrodite, mudei para o chalé um pouco de frente, o dez.
Eu sempre soube que meu novo chalé era uma das vitimas preferidas dos irmãos Stoll, os comandantes das brincadeiras. Mas eu era bastante amiga do Connor (o mais novo dos Stoll), esperava até que ele convencesse o seu chalé a parar com as brincadeiras.

ESTAVA TOTALMENTE ERRADA.

– Mary, eu não aguento mais. Todo final de semana é uma coisa.
Minha amiga ri de mim. Como ela pode fazer isso?
– Você não esta exagerando? – Pergunta à filha de Apolo, como se fosse possível eu exagerar.
– Não. No começo do mês foi todos os meus sapatos que pararam em cima do pinheiro da colina meio-sangue e você sabe que eu morro de medo do dragão que tem lá; depois na semana passada colocaram limão na minha base, as manchas são super difíceis de esconder e agora aquele sutiã lá no tridente do chalé três é meu.

Mary olha para tridente e a vejo segurando o riso.
– Mas não é só com você que isto esta acontecendo, em cada chalé tem um sutiã.
Sabia que tudo isso era ideia do Connor, depois da nossa ultima conversa, só o chalé dez estava sendo zuado.
– É, mas...
– Olha Sam, você mudou muito quando se mudou para o chalé de Afrodite. Rolavam boatos até que o Connor gostava de você...
– E como eu não fiquei sabendo disso? – Pergunto. Eu sempre sou uma das primeiras, a saber, das coisas.
– “O alvo das fofocas é sempre o ultimo, a saber,” não era isso que você sempre falava?
Bem, isso era verdade.
– Mas e esse negocio que eu mudei muito?
– Amiga quando você estava no C11 você era brincalhona e adorava se enturmar, agora no C10 você mal sai da frente do espelho e já nem conversa direito com as pessoas.
– Você esta dizendo que eu sou Maria vai com as outras? Ou que eu sou muito influenciável?
– Não!
– Eu acho que isso tudo é culpa do Stoll.
– Se é por causa do que eu acabei de dizer...
– Não. O Connor veio falar comigo antes disso tudo começar e eu meio que o ignorei.
– Então é culpa sua, né Sam.
– O quê? – Pergunto não acreditando no que acabei de ouvir. Como minha amiga podia falar uma coisa dessas pra mim?
– Se você fosse falar com um garoto que antes era seu grande amigo e agora a ignorava. O que você ia fazer?
– Bem, eu ia mostrar pra ele que eu sou super legal, que eu tenho vários amigos e ele que esta perdendo me ignorando.
– Viu, esse é seu jeito de revidar. Mas o jeito do Connor é com essas brincadeiras.
Penso muito no que Mary diz, ela até que tinha razão.
– Talvez você esteja certa.
Ela sorri para mim e responde:
– Que bom que você entendeu, porque agora eu vou à praia.
Olho nos olhos da minha amiga, ela estava escondendo algo, eu podia sentir.
– Com quem? – Pergunto.
– Ninguém ora. Você sabe que eu adoro a praia.
– 1) você gosta de ir a praia de dia e já esta de noite e 2) você vai mesmo esconder um encontro da sua amiga filha da deusa do amor? – Digo com uma sobrancelha levantada.
– Jonathan, do chalé vinte. O novato.
– Não sabia que você gostava dos exóticos. - Mary revira os olhos. – Mas ele é bonito.

***

Estava super nervosa, fazia dois meses que eu não pisava no chalé onze.
– Oi, Sam. – Dou um pulo e vejo que é só o Travis, mas por incrível que pareça ele estava lendo uma revista.
– Onde esta seu irmão?
– Qual? Tenho vários. – Ele fala calmamente sem tirar os olhos da revista.
– O único que é não é seu meio-irmão, o Connor. – Falo já impaciente.
– Nossa, pra que essa irritação toda? E eu não sei onde ele está. Mas por que você quer falar com ele? – Travis olha para mim.
– Descobri que foi ideia dele todas essas brincadeiras.
– Pelo menos com seus neurônios as filhas de Afrodite não acabaram. – Ele sorri e vejo que a revista esta em grego, mas consigo ler Ciência na sua vida, já estava até imaginando Travis tirando idéias de pegadinhas daí.
– Elas são minhas irmãs! – Olho brava para ele, por dizer aquilo.
– Certo, me desculpe. Ah, mais uma coisa eu não sei aonde esta meu irmão.
Eu saio do chalé brava por não descobrir nada, mas eu pressentia algo Travis estava lendo para impressionar alguma garota. Mas quem? Decido voltar não aguento a sensação que eu poderia descobrir algo, mas não faço nada para isso.
– Travis você gosta de alguma garota? – Pergunto com a voz inocente mais cheia de charme.
– Katie Gardner. – Ele fala sem pensar, olhando para o nada.
– Onde esta Connor? – Pergunto agora com a voz firme.
– Ele vai fazer uma pegadinha contra o Jonathan, porque ele nunca caiu em nenhuma que fizemos aqui no chalé de Hermes.
– Jonathan Lee? O garoto que há duas semanas se mudou para o chalé de Hécate?
Travis confirmou com a cabeça.
Aquele filho de uma Hera iria aprontar contra a minha amiga! Mas eu não iria deixar, nem se o rosa deixasse de ser a cor do ano.
Corro sem parar passo pelo refeitório e quando avisto a praia faço uma promessa a mim mesma que vou ser mais dedicada às atividades do acampamento, pois já fiquei cansada.
Paro um pouco para respirar e vejo Connor escondido atrás de um arbusto. Vou lentamente para mais perto dele e pergunto:
– Você não vai estragar o encontro da minha amiga, que nem você fez com o meu.
Mas ele nem se vira, continua olhando para a Mary e o Jonathan. Tento bater nele, mas minha mão atravessa seu corpo. É uma imagem holográfica, olho para baixo e vejo um quadrado que deve ser o projetor, com certeza Connor roubou isso dos filhos de Hefesto. Toco no cubo e a imagem desaparece.
– Bom disfarce Stoll. Mas onde será que você está?
Levanto um pouco a cabeça e vejo Mary e Jonathan sentados olhando o mar. Olho para os lados e vejo uns galhos se mexerem.
Com passos silenciosos ando até o arbusto e o vejo, desta vez de carne e osso.
– O que você esta fazendo? - Pergunto olhando todos os recipientes em volta dele.
– Você ainda pergunta? Eu vou pregar uma peça...
– Não. Você não vai fazer nada.
– E quem vai me empedir?
– Eu. Se você se esqueceu eu sou uma filha de Afrodite.
– Ah, é verdade. Me esqueci que você não é mais a indeterminada legal que eu conheci.
Reviro os olhos, como Connor podia ser tão irritante?
– É só eu usar o charme e você pararia sem hesitar.
Ele me olha como se não se importasse.
– Já esta tudo pronto. - Ele sorri vitorioso.
– E se eu mandar você desfazer tudo?
– Em poucos segundos tudo vai acontecer!
– O que vai acontecer? - Cansei de ser boazinha, agora uso o charme.
– A surpresa que eu fiz para você.
Agora eu estava confusa.
– Por acaso você esta tentando me atingir, atingindo a minha amiga? - Fico tão abalada que meu charme nem funciona direito, pois Connor balança a cabeça como se estivesse confuso e olha nos meus olhos (um claro sinal que ele não estava sobre o efeito do charme).
– Não! Eu nem sabia que ela é sua amiga.
Eu não consegui entender direito o porquê ele estava aqui então. Mas nem ia conseguir continuar pensando, pois de repente os frascos explodem e percebo que são fogos de artifícios de todas as cores, uns grandes outros pequenos.
Me surpreendendo mais ainda quando letras começam a aparecer no céu e formam duas palavras no céu em sepultura. Não, é me desculpa.
Connor me olha com a cara que ele sempre fazia para me convencer a entrar nas suas brincadeiras.
– Não. Se você se esqueceu você acabou de zoar comigo e minhas irmãs.
– Por que você acha que sou sempre eu que faço as coisas?
– Deve ser porque no meu último encontro...
Connor revira os olhos.
– Podemos esquecer isso? Olha, foi meu irmão Travis que fez isso.
– Certo e por que essa mudança toda?
Ele coça a nuca nervosamente.
– Bem, as outras coisas que aconteceram com você, realmente fui eu que fiz. - Olho brava para ele e Connor abaixa um pouco a cabeça. - Mas eu tive uma conversa com alguém e decidi mudar.
– Quem foi a pessoa milagrosa que fez você mudar, Connor Stoll?
– A Minnie.
– Só uma pessoa tão delicada e fofa como ela pra fazer isso com você.
Aponto para ele e para o último vestígio dos fogos do céu.
Ele apenas ri.
– Olha, se não foi você que aprontou contra o C10 hoje, eu te perdôo.
– Oi? Eu não te ouvi? - Connor diz e faz cara de desentendido.
Cruzo os braços e falo:
– Você não vai ouvir isso de novo.
– Eu estava com saudade dessa Sam. - Ele diz.

Sento-me ao lado dele e falo:

– Vocês filhos de Hermes são terríveis, depois de aprontar de tudo comigo eu ainda consigo te perdoar.

– E você ainda diz que as filhas de Afrodite têm poder de persuasão. - Ele diz me zoando.

***

O Argo II já estava subindo ao céu, quando ouço aquela voz que faz meu corpo inteiro se arrepiar.

– Tenho uma surpresa para você.

Olho para Connor realmente tentada a ir, mas com todos no mesmo lugar e distraídos com certeza o filho de Hermes iria aprontar.

– Você não acha melhor depois?

– Não. Temos que aproveitar que todos estão distraídos.

– O que você vai fazer?

– Não se preocupe, você vai gostar.

Connor me puxa para longe da multidão, me surpreendendo como nunca imaginei.


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Notas finais do capítulo

Não percam o próximo capítulo para descobrir o que aconteceu



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