As Desvantagens de Ser um Semideus escrita por Jolly Roger


Capítulo 2
A chegada ao acampamento


Notas iniciais do capítulo

No meu 1° capitulo já tenho 1 comentário e 2 pessoas acompanhando. Eu estou muuuito feliz.
Esse capitulo eu achei bem dahora



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/579293/chapter/2

Oi, meu nome é Jonathan Lee, tenho 14 anos e tive a honra de começar a história. Eu vou contar como eu cheguei ao acampamento.

A primeira coisa estranha que aconteceu foi meu pai ter me levado a Nova York de presente de aniversário e ainda levar o Harry, um garoto que eu conheci na psicóloga e acabamos virando amigos. O problema era que algumas semanas atrás meu pai começou a me proibir de sair com ele, então de repente ele convida o Harry pra viajar com a gente.

Harry sempre viveu em um orfanato, mas quando tinha seis anos um dos funcionários perguntou para ele alguns números para jogar na loteria e todos os números que Harry falou acabaram sendo sorteados. O homem se demitiu e deixou uma parte com Harry que se tornou o órfão mais rico que eu conheço.

Estávamos num piquenique do central Park, já tinha se passado metade do dia e eu não tinha aproveitado nada; já que meu pai estava estressado, preocupado e ainda por cima super protetor, nem poderia ser chamado de pai coruja, pois ele estava muito pior. E não ia aproveitar mais nada, pois logo depois que terminei de comer um garoto de muleta apareceu e ficou do nosso lado.

– Pelo menos eles ainda estão vivos. - Ele disse.

– E espero que continuem, vi muitas pessoas de olho neles por aqui. Tome cuidado. – Meu pai disse sério.

– Calma aí? Como assim ainda estamos vivos? – Perguntei.

– E pra que tomar cuidado? Por acaso você vai deixar a gente com ele? – Harry parecia estar feliz de sair debaixo da asa do meu pai.

– Infelizmente sim. Mas não se preocupem vocês vão para um lugar seguro.

– Onde? – perguntei.

– A pergunta certa é por quanto tempo. Vai ser mais de oito dias? Daí eu não vou precisar fazer a redação de Inglês. – Disse Harry animado. Também não queria fazer a redação, pois como era disléxico isso queria dizer que teria que ficar quatro horas para escrever um texto de vinte linhas.

– Você como mora no orfanato, pode ficar lá até os dezoito anos e não se preocupe lá você não terá aulas de Inglês.

– Pai isso é sério? –Pergunto.

– Das aulas de inglês...

– Não, você vai mesmo deixar dois adolescentes com um cara de muleta em Nova York?

– É sempre assim: ele usa muleta! Ele anda estranho! Será que ninguém vê outra coisa não? – O cara fala bravo.

Olho para o Harry e vejo-o segurando o riso e depois dizer:

– Tudo bem, me desculpe pelo amigo insensível aqui.

– Filho, tome cuidado.

Eu não estava entendendo o porquê meu o pai estava tão nervoso e iria deixar a gente com um desconhecido.

– Pai, eu não...

– Mano você vai mesmo ficar ai com carinha de choro pro seu pai? – Perguntou Harry de braços cruzados já em pé do lado do desconhecido. Para ele era fácil, Harry era o sortudo: o que sempre ganhava nos jogos e o que sempre aparecia pessoas entregando prêmios; agora comigo era totalmente o contrário as pessoas vinham era pra me sequestrar e quem me salvava era meu pai.

– Ok. – Me levantei e parei do seu lado.

O cara desconhecido começou a andar para um local onde as arvores eram mais densas.

– Para ir a algum lugar não devíamos ir às ruas para pegar um taxi? – Pergunta Harry.

– Não vamos pegar um taxi. – Ele fala.

– Você vai dirigir? – Pergunto nervoso.

– Não. Vamos pegar nossa condução, só esperem ok?

Concordamos. Ficamos em silêncio por um tempo, mais como um bom garoto com TDAH não resisti à curiosidade e perguntei:

– Qual é seu nome?

– Demian.

Ouço uma risada do Harry.

– Desculpe-me. – Ele disse segurando o riso.

Depois de vários minutos andando, já nem sei mais pra que lado deixei meu pai.

– Aqui está nossa condução!

Olho para onde Demian aponta e não acredito no que vejo: dois unicórnios sem chifres alados puxando uma carruagem.

– Caso algum de vocês vá dizer que vamos voar numa carruagem com unicórnios sem chifres, pensem bem, porque vamos voar numa biga puxada por pégasus. – Disse o cara que segurava as rédeas dos cavalos.

Dei uma risada nervosa.

Harry pulou na biga e disse:

– Vamos voar ou não?

– Cara, você não acha nem um pouquinho estranho eles terem pégasus?

– Você sabe que nós sempre vemos coisas estranhas.

Ele tinha razão uma vez vimos um cara enorme de um olho só, mas ninguém parecia perceber, e teve outra vez que vimos umas mulheres galinhas voando no céu.

Decidi parar de pensar logicamente e entrei na biga.

– Vamos já estou sentindo cheiro de monstros! – Disse Demian. Que legal agora éramos seguidos por monstros.

Os cavalos começaram a correr em alta velocidade e em poucos segundos já estávamos voando. Ta os cavalos tinham asas, mas até eles começarem a voar eu não achava que eles voavam de verdade.

Olho para baixo e vejo os enormes prédios de Nova York pequeninos, sinto vertigem, então volto a olhar para frente.

Demian começa a tirar as calças e percebo que ele tem pernas de bode.

– Mano você é metade bode! – Grita Harry.

– Muito observador garoto, mas o nome certo é sátiro.

– Não se preocupe vocês vão ver criaturas muito mais estranhas por aí. – Disse o cara que estava guiando os cavalos.

– Eu não sou estranho. – Disse Demian de braços cruzados.

– Qual é seu nome? – Pergunto para o cara que estava guiando os pégasus.

– Andrew. – Ele responde sem se virar para trás.

– Bem, como um bom guardião devo falar o que vocês são e para onde vão. – Fala o sátiro.

– Nós somos humanos, oras. – Falo.

– Metade, melhor dizendo. – Diz Andrew.

– E nossa outra metade é o que? – Pergunta Harry.

– Deuses. – Disse Demian como se aquilo fosse normal. – Vocês são semideuses.

– E meu pai é quem? Odin? Sou irmão do Thor? – Pergunta Harry rindo da própria piada, mas pela cara de Demian e Andrew eles falavam sério.

– Não. –Andrew revira os olhos. – Estamos falando de deuses gregos: Zeus, Poseidon, Hades...

– Ah, daquele filme Fúria de Titãs? Chato.

– É sério. Seu pai ou sua mãe eram deuses e a mãe do seu amigo é uma deusa.

Eu não conseguia processar aquilo que ele falava, minha mãe era uma deusa? A única coisa que eu sabia é que eu não era nem um pouco divino tinha TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), dislexia além é claro de uma mutação genética que fazia com que eu tivesse olhos de cor diferente um dourado e outro cinza.

– Seu pai se apaixonou por uma deusa? Uau! Ele teve bons momentos. - Disse Harry zoando comigo.

– Não se esqueça que seu pai ou sua mãe também tiveram bons momentos. – Falei. – Mas qual deusa é minha mãe?

– Nós não sabemos seu pai não nos contou. Ele decidiu que sua mãe tem que te reclamar.

– Meu pai sempre soube?

– Claro. Você nunca percebeu que seu pai é super protetor e acha natural todos os seus problemas? – Perguntou Demian

– Eu já percebi que ele é super protetor. – Comentou Harry.

– Como você sabe?

– A maioria dos semideuses tem dislexia e TDAH. – Responde Demian.

– Isso são as consequências de ser meio divino? – Pergunta Harry com deboche.

– Nós temos dislexia, porque nosso cérebro é programado para a leitura do grego antigo em vez de línguas mortais e a maioria dos semideuses é rotulada como portadores de TDAH, mas é na verdade um sinal de seus sentidos aguçados e aptidão natural para a batalha. – Responde Andrew irritado.

– Ei! Esse é o meu papel! Eu falo as informações aqui. – Reclamou o sátiro.

O semideus levantou uma das mãos em rendição.

– Nós estamos indo ao Acampamento Meio-sangue, um lugar seguro para semideuses como vocês. Ele fica ao Norte de Long Island, numa praia invisível para os mortais.

– Cara, eu adoro praias. – Falou o Harry.

– Você gosta porque sempre acha moedas na areia. – Resmungo com um pouco de inveja.

– Você só ta reclamando porque odeia praia, prefere sair à noite. – Disse Harry revirando os olhos.

– Será que dá pra vocês pararem de discutir, porque estamos com problemas aqui. – Falou Andrew.

– Qual? – Perguntei e nesse momento a biga virou e Demian caiu para fora, mas conseguiu se segurar na lateral e eu e Harry o ajudamos a entrar no veiculo de novo.

Uma nuvem negra apareceu sobre nós, infelizmente não era uma nuvem de chuva e sim de pássaros. Alguns voaram em nossa direção e começaram a nos bicar e doía de mais.

– Ai! – Ouvi Harry e Andrew gemerem.

– Estamos quase chegando! – Grita Demian.

Abro um pouco os olhos e vejo a praia pela qual eu e Harry estávamos brigando, me arrependi imediatamente.

A biga vira e quem fica se segurando pela lateral desta vez é o Harry, meu coração tem vontade de sair pela boca. Corro para ajudá-lo e no segundo que Harry se solta o seguro.

– Jonathan, me desculpa pela aquela vez que eu disse que você era esquisitão. – Ele falou gaguejando.

– Se você está com medo de eu te soltar por causa disso, desencana. Eu nunca iria te deixar cair.

A biga balança.

– Você poderia me puxar para dentro agora. – Diz Harry.

– Claro.

Dessa vez o veiculo da um giro de 360 graus e não deixo Harry cair, o que me faz cair junto, mas sinto uma mão na minha perna tentando me puxar para dentro. A esse ponto seguro Harry pela ponta dos dedos.

– Me solta! Ele não vai conseguir puxar nós dois.

– Nunca! – Grito para ele.

– Você vai me odiar por isso. – Fala Harry tão baixo que mal o escuto.

Ele mexe um pouco os dedos e nossas mãos que já estão suadas se soltam.

– NÃO!!! – Ouço um grito, mas não parece meu.

Sou puxado de volta para dentro e começamos a descer para pousar no acampamento, mas não me importo mais. Pois o único motivo que me fez subir na biga já não existia mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Cada capitulo vai estar ligado aos outros completando-os, vai ficar muito legal a historia



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Desvantagens de Ser um Semideus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.