A Nova Uzumaki escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 5
Um dia no clã Hyuuga


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!! Hehe, cheguei um pouquinho mais tarde hoje, eu sei, mas só deu pra entrar agora.

Eu adorei escrever esse capítulo! Espero que gostem também, boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/579195/chapter/5

Tudo começou com um dia normal, depois de uma noite chuvosa. Seu pai fora trabalhar, Himawari e Boruto tinham acabado de sair para a academia e agora, Niji apenas esperava sua mãe levá-la para a escolinha, para a mesma também ir ao trabalho como líder do clã Hyuuga. Mas algo não saiu como o planejado.

— Muito bem, já está pronta? – Hinata perguntou para a filha, vendo-a assentir e ajeitar o casaco. Graças a tempestade do outro dia, a temperatura caíra bastante. – Então já podemos... - Porém, antes que Hinata pudesse concluir, o telefone tocou. – Espere só um minuto, meu anjo. – E saiu para atender o aparelho.

Niji obedeceu a mãe e ficou ali, perto da porta, pensando nas coisas que poderia fazer hoje na escolinha. Ela adorava aquele lugar, tanto por ter seus amigos lá quanto por sua professora ser muito gentil. Ela sempre dizia que a Uzumaki era bem esperta para uma criança de três anos.

— O que? – A exclamação meio assustada de sua mãe tirou a pequena de seus pensamentos. – Mas que horrível! Tinha alguém lá? – A pessoa do outro lado da linha respondeu. – Ah, menos mal. – Hinata suspirou e a outra pessoa continuou. – Sim, sim, eu entendo... Tudo bem então. Tchau.

— O que foi, mamãe? – Niji perguntou.

— O teto da sua escolinha caiu com a tempestade de ontem. – Hinata contou, espantando a filha. – As aulas vão ser suspendidas até que concertem. – Ela suspirou, apertando a testa e pensando no que faria com Niji. Não podia deixa-la em casa sozinha.

— Eu posso ficar com a Meiko-chan, não posso? – Niji perguntou, como se adivinhando os pensamentos da mãe. Meiko era a empregada que cuidava dela quando era bebê e sabia que a mulher não ligaria em desempenhar seu antigo papel por um dia novamente.

— Ela está de férias essa semana, viajou para o País da Lua. – Respondeu Hinata. Olhou para a filha, só vendo uma alternativa. – Quer ficar com a tia Hanabi?

—----------------------------------------------

— Tia, titia, eu vou ver a minha tia! – Niji cantarolava pelas ruas no caminho para o clã Hyuuga. Geralmente ela nunca se atreveria a chamar atenção para si, mas adorava sua tia Hanabi o suficiente para se distrair dos olhares alheios.

Hinata, embora observasse sorridente a filha, estava suando por dentro. O clã Hyuuga não era seu lugar preferido para levar Niji, geralmente a visita era rapidinha, apenas para ver a tia e o avô. E Hinata já não gostava muito que Hiashi ficasse colocando na cabeça da menina que o dever dela era ser a futura líder dos Hyuuga.

Suspirou ao pensar nisso. Niji era a única de seus filhos com o Byakugan (embora não o tivesse ativado ainda), então, mesmo não sendo nem de longe a primogênita, seria a que deveria substituí-la futuramente. Mas ela não queria que sua filhinha crescesse tendo um peso tão grande nos ombros, então decidiu esperar a menina entrar na academia para coloca-la à par sobre suas responsabilidades para com o clã.

— Mamãe. – O chamado de Niji a trouxe de volta a realidade. – Você já ia passar. – A menina avisou, mostrando o grande portão do clã Hyuuga.

— Hinata! Graças a Deus, você estava demorando. – Tanto Hinata quanto Niji ficaram surpresas com a figura que as recebeu no portão.

— Bom dia, papai. – A mulher cumprimentou. – Desculpe meu atraso, tive um contratempo.

— Eu posso perdoa-la, mas não sei se o concelho será assim tão flexível. Esqueceu que tinha uma reunião com eles logo pela manhã?

— Ah, meu Deus, a reunião! – Hinata sobressaltou-se. – Papai, por favor, pode levar a Niji até a casa de Hanabi? Diga que só preciso que cuide dela, Niji explicará o resto. – E correu para a sala de reuniões antes que se atrasasse ainda mais.

Hiashi olhou da direção por onde a filha sumira até onde ela estivera anteriormente e ficou meio surpreso ao ver sua neta mais nova.

— B-bom dia, vovô. – Niji fez um grande esforço para não gaguejar, sabia que o avô considerava isso um sinal de fraqueza, mas com aqueles olhos tão severos sobre si, ela não pôde evitar.

“Igualzinha à sua mãe”.— Hiashi pensou, dando um sorriso mínimo, mas o que falou foi: - Não deveria estar na escola?

— O teto caiu com a tempestade de ontem. – A menina explicou, comemorando internamente por não gaguejar dessa vez.

— Entendo. Então você vai ficar com Hanabi. – Ele mais afirmou do que perguntou. Começou a andar, a caminho da casa da filha mais nova, e fez sinal para que a neta o seguisse. – Sabe, essa seria uma boa oportunidade para você assistir aos treinos do clã Huuga.

— Posso mesmo? – Indagou a pequena, com os olhos brilhando. - Eu vejo o papai treinar sempre, mas acho o estilo da mamãe bem mais bonito.

Hiashi deixou escapar outro sorriso mínimo. Estava aí uma das razões para gostar tanto da neta mais nova. Não que negligenciasse os outros dois, mas não podia negar que era bem mais fácil lidar com alguém com características mais... Hyuuga.

A casa de Hanabi não ficava tão longe da entrada, então eles não se demoraram a chegar. Claro que Hanabi encheu a sobrinha de beijos ao vê-la e a teria pegado no colo também se Hiashi não a tivesse lembrado de sua gravidez de seis meses. Quando o ancião foi embora, as duas entraram na casa.

— Então, me conte as novidades. – Pediu a mais velha, pendurando o casaco de Niji num cabide. – Como estão seus irmãos, seu pai?

— Estão bem. – A menina respondeu brevemente. – E como está o meu primo? – Perguntou, acariciando a barriga da tia.

— Ele está bem, mas em compensação o pai dele está mais estressado do que eu. – Falou Hanabi, revirando os olhos.

— Hehe, o tio Kono deve estar subindo pelas paredes.

Hanabi não era muito de corar, até porque não era tão tímida quanto a irmã, mas ouvir aquela frase dita por um rostinho tão inocente fez seu rosto virar um verdadeiro tomate.

— Está com fome? – Ela perguntou para mudar de assunto.

— Aham. – A menina afirmou. – Depois você me leva para assistir os treinos no dojo do clã?

A Hyuuga estranhou aquele pedido, logo imaginando que teria um dedo de seu pai naquela história; porém, quando mirou os olhinhos tão empolgados da sobrinha, não teve como dizer não. E assim que acabaram o lanche, Hanabi a levou para o dojo.

— Uau... – Foi tudo o que Niji conseguiu dizer. Aquele lugar era enorme, e lindo também. Tantas crianças (sua tia a levara para o dojo de iniciantes) treinando o estilo dos Hyuuga... os olhos da pequena Uzumaki só faziam brilhar.

— Bom dia, Hanabi-sama. – Cumprimentou um homem, se aproximando das duas. Niji o vira auxiliando uns garotos quando chegaram.

— Bom dia para você, Moru. – Hanabi respondeu. A menina estranhou o tom da tia; não era grosseiro, mas também não era doce como se falasse com um amigo.

— Vejo que está acompanhada.

— Sim, essa é minha sobrinha, Niji. – Apresentou a pequena, mas sem lhe soltar a mão. – Ela queria ver o treinamento.

— Ah, então Hinata-sama teve uma herdeira interessada no clã. – Moru pareceu brincar, mas Hanabi estreitou os olhos por aquele comentário. – Bem, se você quer mesmo aprender, Niji-sama, é só ficar de olho em meu afilhado. Iniko!

O homem mal gritou e um garotinho, com aparência típica do clã Hyuuga (cabelos castanhos e olhos perolados), aparentando ser só dois anos mais velho do que Niji, apareceu diante deles.

— Este é meu afilhado, Iniko. – Moru apresentou.

— É um prazer, Hanabi-sama. – Iniko cumprimentou, se curvando de leve. – E... – Ele olhou para ruiva, que também o olhava.

— Ah, desculpe. Sou Uzumaki Niji. – Ela se apresentou, um pouco envergonhada.

— Uzuma...? Meu Deus! – O garoto elevou a voz algumas oitavas, quase se ajoelhando perante uma menininha mais nova do que ele. – É uma honra imensa, Niji-sama.

— E será uma honra maior ainda – Começou Moru, puxando o afilhado para que esse se levantasse. – Se a senhorita assistir uma demonstração das habilidades de Iniko. Mesmo jovem, ele tem um futuro promissor.

— Ah, não, eu não sou tão bom. – Iniko falou.

— Ora, não seja modesto, você já está quase dominando os Oito Trigramas. – Disse moru. Mas tanto Hanabi quanto Niji perceberam que na voz do homem não havia orgulho, apenas repreensão por ele falar demais.

Todavia aquilo não impressionou Hanabi, já conhecia Moru bem o suficiente para saber que ele nunca engrandeceria alguém sem um bom motivo - no caso, prestígio adquirido graças ao talento do afilhado. O que a surpreendeu mesmo foi saber que um garoto tão pequeno já estava dominando uma das técnicas mais complicadas dos Hyuuga. Somente sendo um gênio maior do que Neji para conseguir isso.

— E-eu... – Niji começou, embora tenha dado uma pausa para controlar a voz e não gaguejar. – Eu gostaria muito de ver seu treinamento. Por favor, Iniko-kun. – Conseguiu falar; com o rosto todo vermelho, mas conseguiu.

Com a própria Uzumaki pedindo, como Iniko poderia pensar em dizer não? Sem ter outro jeito, Hanabi e Niji acompanharam Moru e o afilhado até uma parte dividida do dojo.

— Não deveriam treinar na frente de todos? Assim Iniko teria desafiantes. – Hanabi puxou, a contragosto, conversa com Moru.

— Nós poderíamos fazer isso, mas todos naquele dojo sabem que Iniko é o melhor. E além disso – Olhou para Niji, dando um sorriso tão venenoso que a menina se encolheu. – Acho que Niji-sama merece uma apresentação vip.

Vários bonecos e alvos foram colocados no tatame e Iniko ficou no centro. Quando estava tudo no lugar, o garoto fechou os olhos e se concentrou.

— Byakugan!

Assim que Iniko ativou seu Kekke Genkai, atacou todos os cinco bonecos que estavam ao redor dele. Eles caíram, um por um, uns com pontos (que representavam os pontos de chacra) completamente vermelhos e outros completamente verdes.

— Um minuto e três. – Moru pausou o cronômetro e olhou para o afilhado com desgosto.

— Nossa. – Niji murmurou baixinho, impressionada. Mas Iniko conseguiu ouvir e saber que ele a tinha agradado foi motivação suficiente para continuar.

Muitas “apresentações” se seguiram depois dessa, a maioria envolvendo o Byakugan. Niji estava cada vez mais impressionada, e a cada golpe novo que o garoto dava, ela só pensava duas coisas: (a) Eu quero aprender isso, e (b) ele é incrível.

Porém, como última demonstração, Moru anunciou, sem nem consultar o afilhado antes, que Iniko faria o Oito Trigramas: 64 golpes de Defesa. O garoto ainda não estava preparado para isso e nem queria passar vergonha na frente da irmã da líder do clã e da própria futura líder. Mas ele sabia que tentar debater com o tio não adiantaria, então apenas voltou para o centro do tatame. Olhou de esguio para Niji e a viu com as mãos juntos ao tempo, murmurando um “Boa sorte” preocupado, mas confiante.

— Comece! – Moru ordenou. Iniko puxou uma boa lufada de ar antes de reativar seu Doujutsu. O foco era apenas um boneco.

— Oito Trigramas: 9 golpes! 18 golpes! – Ele começou bem. - 27 golpes! 36 golpes! 45 gol-

Foi muito rápido. Iniko de repente perdeu o controle quando um pouco de seu chacra oscilou e ele acabou caindo de cara no tatame, desfazendo o golpe e, pela dor latejante na região, por pouco não quebrando a perna. Ele olhou para seu padrinho que o olhou com extrema raiva antes de sair a passos pesados da sala, fingindo que nem o conhecia.

Niji olhava aquela cena, não com pena de Iniko ou raiva de Moru, como muitos estariam, mas sim admirada por aquele garoto, tão pouco maior que ela, conseguir chegar tão longe. Olhando-o mais atentamente, ela viu que o rosto dele estava sujo, provavelmente da queda no tatame, e se lembrou que tinha um lencinho em seu bolço.

— Caham. – Hanabi pigarreou, chamando a atenção da sobrinha. Ela viu o olhar de Niji para Iniko e reconheceu o olhar para o lenço verde-menta que ela tirara do bolço. – Às vezes uma pequena mostra de carinho é tudo o que alguém precisa para deixar o dia mais alegre. – Disse calmamente, instigando a ruiva.

Reunindo toda a sua coragem, a Uzumaki inspirou bem forte, apertou o lenço entre os dedos e foi até Iniko

— A-ano... – Niji chegou por trás do garoto. Quando ele a fitou, ela sentiu seu rosto esquentar mais do que já estava. – Vo-cê... está bem? – Perguntou, estendendo o lenço para ele.

Iniko se surpreendeu. Já havia notado que a ruiva não era como o que ouvira falar da família principal, mas ninguém nunca tinha sido tão gentil com ele. Não desde que sua mãe morrera, pelo menos.

— Estou, obrigado. – Pegou o lenço que ela oferecia, usando para limpar a bochecha e aliviar a ardência na mesma.

— Você foi... ótimo. Iniko-kun. – Niji elogiou. Queria parabenizá-lo por tudo antes que cedesse a toda sua timidez e desmaiasse ali mesmo. – Tenho certeza que vai conseguir se continuar tentando.

— Obrigado, mas eu já venho treinando apenas o Oito Trigramas a vários meses. – Falou ele se levantando. Mesmo sendo uns anos mais velho, Iniko era poucos centímetros mais alto do que ela. – Talvez eu esteja destinado a não conseguir ou...

— Por favor, não diga isso! – Niji o interrompeu. Seu olhar não era sério e ela ainda tinha aquele sorriso tímido, mas sua voz estava mais firme. – Meu pai sempre disse que nós fazemos nosso próprio destino. Nós podemos escolher o que queremos ser, o que queremos realizar... – A voz dela foi baixando a medida que sua timidez foi voltando. – Por isso, não pare de tentar, porque é tentando que se chega lá.

Niji nem esperou Iniko digerir aquelas palavras direito. Seu rosto estava quente, mais que o normal, e ela não sabia por quanto tempo mais poderia olhar para aqueles olhos, tão parecidos com os seus, sem desmaiar.

Quanto a Iniko, estava deslumbrado por aquelas palavras. Ele era da casa Secundária e, além de Moru, tinha apenas seu avô, um velho ancião tão traumatizado por seu passado que se recusava a acreditar que a casa principal podia mudar, então criou o neto nas mesmas ideologias de sua época. Mas para Iniko, as palavras daquela garotinha foram tudo e muito mais. Ao mesmo tempo que a achou um pouco estranha por pensar assim, desejou do fundo de seu coração que ela estivesse certa.

— A-ah... – Quem gaguejou agora foi ele, vendo que Niji já estava indo embora. – Espere, o seu lenço.

— Porque não fica com ele? – Niji sugeriu, sem conseguir olhá-lo novamente. – Até nos vermos uma próxima vez.

E correu para junto da tia, que a esperava olhando o celular.

—--------------------------------

— Hinata-nee-sama! – Hanabi exclamou contente, quando abriu a porta de sua casa e viu a irmã.

— Boa noite, Hanabi. – Hinata cumprimentou sorrindo. Já eram quase sete da noite quando ela finalmente acabara seus serviços, e agora vinha buscar Niji para irem para casa.

— Vem, entra. Tem uma coisa que você precisa ver. – A mais nova convidou.

Quando chegaram na sala, Hinata teve de conter uma risada. O recinto estava uma bagunça, isso não era surpresa para uma casa com uma criança pequena que passou o dia com os tios; o engraçado mesmo era a situação de dois seres ali. Deitada no sofá, dormindo, estava uma Niji completamente suja de terra e canetinhas; e ao lado dela, quase que esparramado pelo chão, Konohamaru estava em um estado quase tão lastimável quanto a sobrinha.

— Konohamaru chegou mais cedo hoje. – Explicou Hanabi, com a voz baixa. – Ele brincou com a Niji de tudo o que ela quis, de tudo mesmo. Passaram acho que horas jogando bola no quintal, e quando começou a garoar vieram aqui para dentro mexer com lápis e canetinhas. – Ela riu. – Uma hora depois, quando eu vim trazer um lanchinho, encontrei os dois assim.

— Parece que foi um dia agitado. – Falou Hinata, indo até a filha e a pegando no colo, tomando cuidado para não acordá-la. – Obrigada, Hanabi, e agradeça ao Konohamaru também. – Antes de sair, verificou os bolsos da filha. Um estava com o elástico de cabelo, até aí tudo bem, mas quando foi ver o outro estranhou ao encontra-lo vazio. – Hanabi, onde está o lencinho da Niji?

A Hyuuga arqueou as sobrancelhas, olhando a mais velha como se a analisasse.

— Eu posso até te dizer, mas já vou te aconselhando a não contar para o Naruto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!