A Nova Uzumaki escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 25
O Amor que Nasce das Cinzas


Notas iniciais do capítulo

Cheguei!!! E nem demorei tanto dessa vez, heim? Menos de uma semana tá bom demais para alguém com a minha agenda apertada.
Espero sinceramente que vocês gostem desse capítulo, pois ele é o último! *DOOOM!* Kkkk é brincadeira! Quem aí caiu?? Não, gente, esse não é o último, mas já é o penúltimo. O próximo encerra a fic ;-;


Espero que gostem e boa leitura ^^



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Era de noite. O alarme soava sem parar. Pessoas corriam e gritavam pelas ruas de Konoha. E Niji só podia tentar levá-las para o abrigo. Claro que ela não estava sozinha. Avistou Saori numa rua mais ao longe e Kentaro em outra, ambos fazendo o mesmo que ela e vários outros chunnins. Mais ninjas, Jounnins e ANBU'S, também chegavam para dar suporte.

A maioria da população chegou aos abrigos, e o restante não demoraria. A ruiva suspirou de alívio. Pelo jeito, iria ficar tudo bem.

– Olha lá!! - Alguém gritou no meio da multidão.

Niji não precisou ver para onde a pessoa apontava, pois quase todos olharam para o mesmo lugar. Um homem flutuando em frente à lua cheia. Não foi possível ver a fisionomia dele direito, mas os olhos... Ah, a Uzumaki nunca se esqueceria daqueles orripilantes olhos roxos. O Rinnegan.

– SHINRATENSEI!!!

*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*

O despertador soou ao lado do futon, acordando Niji daquele terríver pesadelo. A Uzumaki se ergueu, bosejando, e olhou em volta, levando alguns segundos para reconhecer as paredes brancas da barraca. Quem dera tivesse sido apenas um pesadelo...

Ela se levantou e trocou-se rapidamente, vestindo sua habitual blusa creme e shots preto, além das sandalhas ninja. Deu uma checada no espelho antes de sair. Niji tinha se tornado uma bela jovem, com seus dezessete anos era muito admirada pelos garotos da vila. Seus cabelos ruivos mantinham-se curtos como ela gostava, e seus olhos perolados continuavam a brilhar como se refletissem arco-íris, esclarecendo o porquê de seu nome.

– E vamos nós. - Falou consigo mesma, tentando se animar.

Mas essa tentativa falhou assim que saiu da barraca. Não dava para sorrir olhando ao rendor, vendo como Konoha havia ficado. Ela cresceu ouvindo histórias de seus pais, e ouviu várias vezes como a Folha ficara após o ataque de Pein. Mas ver ao vivo os efeitos do Shinratensei era muito diferente. Apenas metade da vila sobrevivera ao grande ataque. E assim como Niji, esses sobreviventes também estavam morando em barracas ou cabanas provisórias.

"Maldito Orochimaru!" - Tinha vontade de praguejar.

Era tudo culpa daquela cobra velha. Ele quem passou anos nas sombras, na espreita, estudando o poder do Rinnegan para criar um exército como os de Pain. E o pior é que conseguiu.

Todas as vilas de todos os países eram atacadas e sempre que eles conseguiam derrotar um, apareiam outros. Passaram-se dois anos naquela guerra. Houveram muitas perdas, em para todos, e Niji também não foi uma exceção.Agora faria, o que?, uma semana desde que conseguiram enfim capturar Orochimaru? Bem, quanto tem fazia não importava, o bom é que finalmente aquela batalha havia terminado.

A Uzumaki suspirou, virando-se para a grande cabana ao lado de sua barraquinha. Era uma das maiores que tinha, mas ela sabia só haver espaço para um futon de casal e uma mesa; o resto era ocupado com documentos e papeladas.

– Ohayo, tou-chan, kaa-san. - Niji cumprimentou os pais. Ambos estavam sentados à mesa, Naruto checando papéis atrás de papéis e Hinata com a cara grudada no notebook. Pareciam exaustos, mas assim que a viram, sorriram.

– Bom dia, meu arco-íris. - Naruto falou.

– Quer tomar café? - Convidou Hinata gentilmente.

– Não, obrigada, mamãe. - A ruiva agradesceu. - Só passei para dar um oi, tenho muito o que fazer lá no clã. Inclusive, precisa que eu leve algum documento para você?

– Não, está tudo bem por enquanto. - Hinata não conteve um sorriso.

Niji a estava ajudando muito com o clã Hyuuga ultimamente, era quase sua representante, sempre falando por ela e ajudando em assuntos do clã. Isso era bom, pois mostrava que a garota tinha potencial. O potencial de uma verdadeira líder.

– Sua mãe disse que você tem ajudado bastante, Niji. - O loiro elogiou. - Bom trabalho.

– Ah, que nada. - As bochechas da Uzumaki esquentaram um pouco e ela sorriu sem graça. - Bem, eu preciso correr. Tchau!

– Espera aí! - Naruto protestou, arqueando a sobrancelha. - Você vai com essa roupa?

Niji se olhou, procurando a falha em suas vestimentas. Mas ela nunca enchergaria os problemas que Naruto via. Aos olhos do loiro, a blusa clara que não era nem um pouco agarrada, destoava demais os seios avantajados da garota. E aquele short deveria ser trocado por uma calça imediatamente!

– Qual o problema, pai? - A ruiva perguntou. - É a minhã roupa de missão.

– E você vai para alguma missão agora por acaso?–

Naruto-kun! - Hinata repreendeu.

– Você sempre usou um casacão e uma calça enorme pra fazer missões, Hinata! Por que a Niji não pode fazer o mesmo?

– Naruto! - Ele se calou. Certo, agora conseguira irritar a esposa. Hinata olhou para a filha, sorrindo docemente. - Pode ir, meu anjo.

– Hai. - Niji assentiu. Deu um aceno para os pais, e saiu.

–*-*-*-*-*-*-*-*-*

– Niji-nee-san! Niji-nee-san! - Foi a primeira coisa que a Uzumaki ouviu ao entrar na área do clã Hyuuga.

Hyuuga Hiruzen, seu primo de quatorze anos, veio correndo até ela. Ele estava a cada dia mais parecido com seu pai, Sarurobi Konohamaru, exceto pelos olhos perolados que puxara de Hanabi.

– Oi, Hiruzen. - Ela cumprimentou sorrindo. Adorava seu priminho.– O concelho do clã está fazendo uma reunião! - Ele avisou. E os olhos de Niji se arregalaram.

– Como eles estão em uma reunião sem a minha mãe? - Ela estava indignada. Já não bastava a situação pela qual passavam, aqueles velhos ainda queriam armar coisas pelas costas da lider?

– Minha mãe está com eles. - Hiruzen contou, deixando Niji um pouco mais calma. - Ela disse que lideraria a reunião enquanto você não chegasse, mas o assunto parece bem sério.

– Onde eles estão?

– É por aqui. - Hiruzen correr por entre as casas em reconstrução, com Niji logo atrás.

O concelho estava todo reunido em uma cabana das grandes. Só de ouvir um pouco da converça, Niji já soube do que eles falavam. Mas que droga, já faziam anos que o celamento do Byakugan mudara, eles não podiam aceitar?!

A reunião durou horas a fio, e quando finalmente saiu daquela tenda, Niji tinha os ouvidos e a garganta doloridos. Pois é, quem disse que ser líder era moleza? E olha que ela nem era a líder oficial ainda!

– Será que dessa vez eles conseguiram entender? - A ruiva se perguntava. Sua cabeça latejava e tudo o que queria era dormir, sem pesadelos. Ah, um comprimido também seria bom.

– Niji-sama? - Alguém a chamou. Niji virou-se, e quando viu quem era, um sorriso nasceu em seua face.

– Iniko-kun! - Exclamou.

Fazia tanto tempo que não via seu ex-namorado, desde que a guerra. Quer dizer, na verdade eles não se viam... desde seu aniversário de quinze anos.

– Como você está, Niji-sama? - Perguntou o Hyuuga, sorrinso gentil como sempre.

– Estou bem. Um pouco cansada, mas bem. - Ela respondeu. - E você?

– Bem.

Depois disso, a converça morreu. O que falar? Os dois não se viam há dois anos, e na última vez que se falaram foi para romper o namoro.

– Iniko-san! - Alguém gritou de repente, chamando a atenção deles. Uma garota apareceu, uma típica Hyuuga de cabelos castanho e olhos perolados. Parecia ser mais nova que Niji, um quinze anos talvez, era meio morena e corria apressada. - Iniko-san! Inik... - Ela finalmente parou quando os viu. Seus olhos pareceram lacrimejar por um instante, mas logo se recompôs. - Iniko-san, está na hora de nosso treinamento.

– Eu já estou indo, Yui. - Iniko deu um sorriso para a garota, que corou com isso. - Vá na frente, sim? Eu já te alcanço.

Yui assentiu e, meio relutante, deixou os dois sozinhos.

– Por que todas as suas alunas se apaixonam por você? - Niji perguntou repentinamente, confundindo o Hyuuga.

– O que quer dizer?

– Essa garota, Yui... ela gosta de você. - Anunciou, sorrindo para o moreno.

– A Yui? - Iniko ficou suspreso com aquela revelação. Porém, quando o choque passou, sua expressão ficou tristonha. - Que pena.

– Ué, por que? - Niji quis saber. Normalmente, era bom saber que tem alguém intereçado na gente.

O Hyuuga analisou-a discretamente, antes de fitá-la nos olhos perolados e declarar:

– Porque meu coração ainda pertence e sempre pertencerá a você, Niji-sama.

As bochechas de Niji esquentaram, e ela desviou o olhar de Iniko. Já tinha tomado sua decisão nesses dois anos, isso era certo, mas estava na hora de contar para ele?

– Não estou te precionando, Niji-sama. - Iniko se apressou em dizer. - Prometi que te daria o tempo que precisasse, e respeitaria sua decisão.

A Uzumaki suspirou aliviada e sussurrou a ele um "Obrigada". Pelo menos Iniko ainda era a mesma pessoa bondosa que namorou.

– B-bem, eu... - Niji começou. - Tenho que ir, Iniko-kun.– Ah, claro! - O Hyuuga coçou a nuca, envergonhado. Estava segurando-a ali, ela deveria ter coisas a fazer. - Eu também preciso ir ajudar a Yui com o treino.

– Certo. Ahm... então, tchau. - A ruiva se despediu, sem abraço ou um aperto de mão, pois não queria dar falsas esperanças ao Hyuuga.

–*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Já era fim de tarde quando Niji enfim saiu do clã Hyuuga. Todos os dias eram assim, trabalhosos, mas ela não se importava. Teria de se acostumar inclusive. Mas o maior problema nem era o trabalho.

– Acho que eu devia ter aceitado o convite da tia Hanabi pra jantar. - Ela murmurou para si mesma, sentindo sua barriga roncar.

Não comia nada desde um sanduiche há algumas horas. O jeito agora era ir para o Ichiraku, um dos poucos estabelecimentos já reconstruidos.

Enquanto andava em direção ao restaurante, Niji observava a vila. Ainda tinham várias cabanas espalhadas por aí, mas vários prédios já estavam sendo refeitos. A vontade de fogo não deixava as pessoas se renderem. A vila foi destruida? Então a reergueremos de novo!

Por entre algumas vigas de madeira, Niji avistou Saori. A Uchiha andava cabisbaixa, os olhos negros pareciam distantes em memórias; e Hachiko, que já não era mais um filhote, caminhava do mesmo modo ao seu lado.

– Oe, Saori! - A Uzumaki chamou, se aproximando dos dois. A rosada se virou, e deu um sorriso quebrado para a amiga.

– Oi, Niji.– Que bom te ver fora de casa. - Niji brincou, mas estava realmente feliz. Uma das piores visões que teve naqueles dois anos, foi Saori chorando abraçada com Hachiko em um canto de seu quarto.

– Bom, eu teria que sair alguma hora. - Saori respondeu, e fez um carinho na cabça de Hachiko. - Nós dois precisamos superar.

– Você está bem? - Perguntou Niji, séria e ternamente ao mesmo tempo.

– Estou. - A Uchiha suspirou, tentando sorrir. - Posso não ter o jeitão do meu pai e dos meus irmão, mas ainda sou uma Uchiha.

– E quanto... - Niji se interrompeu. Não tinha certeza certeza se falar daquilo era uma boa ideia. - E quanto àquele outro assunto?

Saori instintivamente pôs a mão em seu ventre. Sentiu seus olhos arderem, mas se controlou, já tinha chorado demais.

– Eu vou ficar bem. - Sussurrou. - Não queria ter filhos com nenhuma outra pessoa mesmo. Ter ficado... assim... - Sua voz vacilou. - ... não faz tanta diferença.

Hachiko deu um ganido baixinho, como se sentisse a tristesa da garota, e lhe lambeu a mão para fazer um carinho. Porém, aquilo apenas apertou ainda mais o coração da Uchiha. Ela não conseguiu mais conter o choro e lágrimas silênciosas começaram a sair de seur olhos.

– Saori... - Niji não sabia o que dizer. Sua amiga sempre fora tão alegre cheia de vida, era muito estranho vê-la abalada.

– Aquele totó imbeciu... - Saori murmurava, tentando limpar as lágrimas. - Ele tinha que se sacrificar por mim? Por mim?!

– O Kentaro-kun sempre gostou de você. - Niji declarou.

– Eu sei! - A rosada acabou gritando, o choro ficando mais forte. - Sei disso porque ele me contou, antes de morrer nos meus braços. - Ela olhou para suas mãos, se sentindo uma inútil. - Que bela porcaria de ninja médica eu sou.

– Ah, Saori. - Niji não se segurou. Antes que começasse a chorar também, ela puxou a amiga para um abraço. Sentiu seu ombro ficar molhado, mas não se incomodou. - Você é uma ninja médica incrível e Kentaro-kun estaria orgulhoso de todas as vidas que você salvou nessa guerra.

– Mas não salvei a dele. - Saori soluçou.

– Eu... sei que é duro, Kentaro-kun também era meu amigo, mas você não está sozinha. - Niji apertou mais o abraço. - Eu estou aqui pra você.

– Obrigada. - Saori agradesceu, finalmente cessando o choro. - Eu te amo, amiga.

– Também te amo.

As amigas se soltaram do abraço, cada uma secando os olhos úmidos. Se olharam e sorriram uma para a outra.

– Saori! Niji! - Alguém gritou, as chamando. Sarada corria até elas, e tinha um pequeno sorriso aliviado nos lábios.– O que foi, nee-san?

– É o Itachi. - A Uchiha mais velha revelou, fazendo as duas arregalarem os olhos. - Ele acordou!

–*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

O hospital de Konoha andava bem movimentado, como sempre em pós-guerras. E naquele dia, após oito meses sofridos, finalmente o quarto 406 recebia visitas felizes.

– Maninho!! - Saori gritou entrando no quarto. Ela não se importava se estavam em um hospital, a felicidade em ver seu irmão vivo era maior do que qualquer coisa.

Niji, sentada numa cadeira da sala de espera, riu com a atitude da amiga. A Saori alegre e estrovertida estava de volta.

– Ai, essa garota. - Sakura suspirou, embora sorrisse. Ela nunca entenderia de onde sua filha puxou tanta energia. - Desculpe te fazer esperar aqui, Niji. - Pediu. - Mas são regras do hospital, primeiro a família.

– Não se preocupe, tia Sakura. - Respondeu a ruiva. - Eu entendo.

Sakura assentiu e andou apressada para o quarto de seu filho. Também queria vê-lo afinal.

Niji relachou na cadeira em que estava, dando um longo suspiro. Por fora, ela podia parecer calma, mas na verdade estava era explodindo para ver Itachi. O Uchiha entrara em coma há oito meses durante uma batalha, e por vários deles não deu indícios de que iria acordar. Por isso ficou tão alíviada quando Sarada contou as boas novas.

Ela ficou vários minutos ali, junto com vários pais que esperavam o diagnóstico de seus filhos ou vice-verça, mas não iria embora sem ver seu amigo. Foi quando estava quase dando uma hora de espera, que a porta do quarto se abriu e toda a família Uchiha saiu.

– Você pode entrar agora, Niji. - Anunciou Sakura. O sorriso não conseguia deixar sua face.

– Oi, tia Niji! - Cumprimentou alegremente um garotinho no colo de Sarada. Ele parecia ter um ano e pouco, e tinha os típicos cabelos e olhos negros dos Uchiha. Era Izura, o filho de Sarada.

– Tudo bem, Izura? - A Uzumaki sorriu para ele.

– Tudo. Você vai visitar o tio, não é? - Perguntou o pequeno. - A tia Saori disse que ele vai melhorar mais rápido de você fizer uma visita especial pra ele.

– Izura! - Sarada repreendeu, vendo o rosto de Niji ficar vermelho feito tomate.

– Ué, ele está dizendo mentiras? - Questionou Saori, dando um sorriso malicioso para Niji. - O Izura não aprendeu a te chamar de tia por acaso, amiga. Você e o Itachi precisam resolver logo a relação de vocês ou vão confundir a cabeça do pobre coitado. E que jeito melhor pra isso do que dando um priminho pra ele?

– Saori! - Quem repreendeu agora foi Sasuke, e a filha apenas fez sua melhor cara de santa.

– Calma, Niji, respira. - Sakura tentava amparar a Uzumaki, que parecia prestes a desmaiar a qualquer momento. - Não tem porque ficar nervosa. Você já conhece essas brincadeirinhas da sua amiga, não conhece? - A ruiva concornou com a cabeça. - Então. O Itachi está esperando a sua visita, vai lá ver ele.

– Tá. - Niji conseguiu dizer, tentando controlar a circulação de sangue em seu rosto.

Deu um rápido tchau para todos ali e adentrou o quarto 406. O quarto era grande, cabendo umas seis pessoas nele, mas naquele momento apenas a última cama perto da janela estava ocupada.

Niji se aproximou um pouco receosa, sem conseguir fixar o olhar em Itachi, que observava a paisagem pela janela. Ela já tinha visitado-o antes, quando estava inconsiente e por um fio entre a vida e a morte, e em alguns momentos até pensou que iria realmente perdê-lo. Por isso a visão do moreno ali, sentado na cama e respirando sem a ajuda de tubos, enxeu seu coração de alegria.

– Itachi. - O chamou

Ele pareceu levar um pequeno susto, deveria estar muito consentrado na paisagem. Bom, após meses vendo apenas o escuro, era compreensivel se encantar com qualquer coisa.

Quando Itachi se virou para encará-la, Niji acabou prendendo a respiração sem querer. Em coma ou não, o tempo tinha passado para o Uchiha, e dizer que ele havia se tornado um belo jovem era muito pouco! Os traços de seu rosto ficaram bem mais virís e masculinos, e seus cabelos negros estavam um pouco mais compridos que os da ruiva. Mas suas orbes ônix... ah, isso não mudara, ainda tinham o mesmo olhar gélido porém amigável de sempre.

– Niji. - Foi a primeira coisa que ouviu dele. A voz de Itachi estava um pouco rouca pela falta de uso, mas dava para se perceber que ela havia engrossado.

– C-como você está? - Perguntou, ainda sem conseguir olhá-lo. Pelo contrário, ficou encarando o espaço ao lado dele na cama, se perguntando se sentava ali ou não.

– ... Vivo. - O Uchiha respondeu após alguns segundos.

– Eu fico feliz por isso. - Niji sorriu. Com essa rápida descontraida, juntou corajem e sentou-se do lado de Itachi.

Eles ficaram se encarando por um tempo, a ruiva completamente vermelha e o moreno contendo-se para não ficar do mesmo jeito. Nunca tinham ficado tão perto um do outro. Tão perto que sentiam suas respirações, ainda que de leve. Tão perto a ponto de se perderem um nos olhos do outro. Tão perto...

– Fala alguma coisa. - Itachi pediu, admirando aquelas belas luas á sua frente.

– O que quer que eu diga? - Niji perguntou num sussurro. Ela estava simplesmente perdida naqueles olhos negros.

– Qualquer coisa. - Foi a resposta do moreno. - Só quero ouvir sua voz, senti muito a falta dela. Senti muito a sua falta.

E era verdade. Assim que acordou e soube por sua mãe que ficara em coma, a primeira coisa em que pensou foi nas pessoas e coisas que sentia falta por ficar sem elas durante oito meses. E Niji estava no topo de sua lista.

A Uzumaki ficou mais vermelha com aquela resposta (se é que era possível), nas não desviou o olhar. Não quando tinha um assunto que, sabia, ele iria querer ouvir. Um assunto que deveria ser dito cara a cara.

– E se eu... - Começou, atraindo a atenção de Itachi, que não esperava realmente que ela fosse falar algo. Sempre fora tão quieta (uma das coisas que gostava nela). - Se eu te der a resposta... para sua declaração na minha festa de quinze anos?

O Uchiha se esforçou para não parecer muito surpreso. Não esperava que Niji fosse puxar esse assunto agora. E, admitindo apenas para si mesmo, estava com um pouco de medo da resposta.

– E qual é? - Tentou parecer sério. Mas não era algo muito fácil tendo os olhos da ruiva o mirando tão de perto.

Ao invés de responder, Niji o segurou pelos ombros. Mirou os olhos negros espantados por mais um segundo e agiu. Itachi nem se importou se estavam em um hospital e alguma enfermeira poderia entrar pela porta a qualquer momento. Eles poderia estar no meio de uma batalha que ele não ligaria! Afinal, Uzumaki Niji estava beijando-o!

E ele tinha de dizer, a realidade era muito melhor do que suas fantasias. Os lábios da ruiva tinham um gosto incrível de baunilha, e esse gostinho se intencificou quando abriu passajem e pôde explorar toda a boca de Niji com maestria. Não era de ferro afinal, claro que já tinha beijado antes. E era por já ter esperiência que Itachi podia afirmar: Niji era totalmente inesperiente. Óbvio que, mesmo namorando, aquele Hyuuga antiquado não deveria tê-la beijado mais de duas vezes. Bom, melhor assim, ele próprio ensinaria tudo a ela. A ruiva seria completamente sua.

Niji também estava no céu com aquele beijo. Não só a sensação dos lábios de Itachi sobre os seus era boa, como os braços dele lhe abraçando pela cintura também. Perdeu completamente o rumo quando o Uchiha invadiu sua boca. Por Kami, Iniko nunca a beijara assim! E era... bom demais.

Porém, bom ou não, eles ainda eram seres humanos que precisavam de oxigênio. Separaram os lábio, mas não os corpos; e ficaram simplesmente ali, perolas e ônix, se fitando.

– Eu te amo, Itachi. - Niji fez a declaração que o Uchiha esperava desde os nove anos.

Seu coração batia acelerado, mas era bom. Tudo o que vinha daquele anjo ruivo era bom para ele. O anjo que de agora em diante seria apenas seu. Itachi apertou mais o corpo de Niji contra o seu. Enconstou a testa na dela e fechou os olhos, sentindo-se em plena paz.

– Eu nunca deixei de te amar.


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