Unbreakable escrita por Lost star


Capítulo 2
Capítulo 1- Dois meses depois...




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Eu era apenas uma criança quando meu pai e Paolo se casaram, chocando o mundo inteiro e despedaçando os corações femininos no processo. Paolo tinha um filho, Danny, que acabou sendo o melhor irmão do mundo no fim das contas. Apesar do que o mundo pensa, eu jamais pensei menos do meu pai por ele ser gay. Pelo contrário, sempre admirei sua coragem. Ele nunca se curvou ou permitiu que o julgassem por causa de sua escolha sexual, e durante toda minha vida, eu o admirei. Para mim, seu casamento foi a melhor coisa poderia acontecer. Eu ganhei um novo pai e um irmão que me amaram acima de tudo, e o amor de meus pais, combinado com o de Danny e tia Jane, foi tudo que eu sempre desejei e muito mais.

Mas então, eu ainda tenho uma mãe. Uma que eu mal conheço, porque ela nunca se importou em ligar ou mandar um cartão no natal ou em meus aniversários. De qualquer maneira, ela ainda é a parente mais próxima que possuo, e enquanto não fizer dezoito anos, preciso ficar com ela. Nos Estados Unidos, longe de Paolo, da minha querida Itália e da única família que conheci.

Eu alcanço o colar em minha garganta enquanto encaro a casa de três andares na qual morarei pelos próximo ano. O colar estava esperando por mim em meu quarto, como meu pai disse que estaria. Era um coração com três brilhantes diamantes brancos e um rosa, dentro dele, uma foto minha com meu pai e outra com toda minha família. Nosso brasão estava gravado na parte de trás, o brasão da família Volturi. Eu não consegui ler o cartão que acompanhava o colar, mas o guardei comigo, sabendo que seriam as últimas palavras que ouviria de meu pai.

Grant aperta meu ombro.

–Hei, menina Volturi, nós vamos sentir sua falta.- Ele é velho, criou meu pai e tia Jane e me viu crescer, é como o avô que nunca tive. Seus olhos castanhos nunca me olharam com pena, nem mesmo quando eu tinha acabado de perder meu pai. Enquanto eu chorava e amaldiçoava o mundo, ele segurou meu rosto e tranquilamente me lembro de quem eu era. Ele me manteve forte, ensinou-me a deixar a raiva ir, porque o helicóptero tinha sido investigado e apresentou uma falha no motor, não foi culpa de ninguém. Ainda sim, disse que eu poderia odiar o homem que fez meu pai ir embora, mas que não poderia culpá-lo por isso.- Você deveria entrar, vou enviar sua bagagem daqui a pouco.

Não fiz menção de abraçá-lo, sabia que seria inapropriado e ele não gostaria, portanto apenas caminhei em direção às escadas e toquei a campainha. E então, bem, eu esperei.

Tenho falado com minha mãe pelas últimas semanas, e ela parece realmente animada por me ter aqui. Disse que preparou um quarto para mim e tudo mais, falou sobre meus irmãos e eu tentei fingir interesse, mas a verdade é que eu queria ficar com Paolo, não com completos estranhos que possuíam o mesmo sangue que eu.

–Annabelle!- Minha mãe exclamou, ao me ver parada na porta com um sorriso falso. Ela jogou seus braços ao redor de mim e eu tentei retribuir na mesma intensidade, o que foi difícil, uma vez que sentia como se abraçasse uma desconhecida.- Estou tão feliz que você finalmente tenha chegado, venha. Seus irmãos ainda estão na escola, mas…- Ela para e me observa, seu sorriso sumindo.- Onde está sua bagagem?

Eu aponto para rua.

–Ah, Grant vai trazer mais tarde, ele…- Eu olho ao redor, observando a cor das paredes e os móveis que parecem tremendamente confortáveis e limpo a garganta.- Ele não queria que você me visse pela primeira vez carregada de malas, então disse que as entregaria mais tarde.

–Grant é seu amigo?-Pergunta e então me lembro que ela e meu pai nunca tiveram realmente um relacionamento, eu era a única coisa que os ligava, e isso me entristece.

–Ele é meu mordomo.- Respondo, sua boca se abre em um “O” e eu sei que ela esqueceu que eu tenho esse tipo de vida na Itália.

Ela limpa a garganta.

–Ah, certo, sim.- Murmura, parecendo envergonhada.- Desculpe.- Ela me fita por alguns segundos, admirada.- Eu sinto muito se eu ficar te encarando muito é que...eu sempre quis saber como você era.

Eu coro levemente.

–Ah, tudo bem.- Percebo que ela parece nervosa, insegura. Ela me quer aqui, ela apenas...não sabe o que fazer comigo.- Olha, mãe, eu sei que eu sou a última coisa que você queria ter por perto e eu entendo, e eu sinto muito por…

–Nunca mais repita isso!- Ela rosna, estou surpresa pela sua mudança de humor. Ela segura minha mão, parecendo firme como antes, mas chateada.- Eu sempre quis você, Annabelle, sempre. Eu sei que seu pai não escondeu de você o que aconteceu entre nós, como nós fomos forçados juntos por aqueles bandidos idiotas, mas eu sempre quis você. E eu estou feliz que tenha sido seu pai e não um daqueles bandidos a me engravidar, porque ele era um dos melhores homens que conheci. Eu estou tão feliz que você esteja finalmente aqui, que eu finalmente posso te ver e te abraçar e tudo que eu sempre quis fazer durante todos esses anos...E você é tão linda.

Eu sorrio.

Eu sempre soube da história de mamãe e papai, como eles foram sequestrados e forçados a “entreter” os bandidos da forma mais nojenta, de como ela era apenas uma jornalista fazendo um entrevista importante e quase perdeu tudo por causa daquela maldita matéria. Ela desistiu da profissão depois que eu nasci, disso eu soube, mas não consigo lembrar de mais nada sobre ela.

–Ouça, eu sinto muito que eu nunca liguei ou mandei cartões de natal, mas acredite quando digo que senti sua falta durante todo o tempo.- Eu assinto.- Seu pai me mantave como plano B, você sabe, se algo acontecesse e você precisasse sumir por um tempo, e por isso eu não podia aparecer na mídia. Eu sei que eu exagerei, mas...você está aqui agora, e eu quero tentar ser a mãe que eu deveria ter sido desde o começo, você vai deixar?

Balançando minha cabeça positivamente, eu entro novamente em seu abraço.

Depois disso, ela me mostra a casa, fazendo questão de mostrar onde tudo está e me atualizar sobre as pessoas com quem viverei a partir de agora. Seu marido, Jacob, trabalha em uma oficina e está louco para me conhecer, assim como meus irmãos. Eu tenho dois irmãos mais velhos e uma irmã, que apenas alguns meses mais velha do que eu, e seu nome é Sarah. Todos os meus irmãos são atletas e, bem, mamãe é uma artista. Sarah tinha poucos meses quando nossa mãe voou para a Itália para fazer aquela bendita entrevista e tudo aconteceu, ela afirmou que todos tem conhecimento da história e que entendem, mas ela prefere que eu não fale muito sobre meu pai aqui em Forks, pode atrair atenção.

Parte da razão de Paolo não ter feito uma cena quando o juiz decretou que eu deveria ficar com minha mãe, foi que ele sabia que eu teria um alívio da imprensa. Ele viu como eu estava começando a sufocar e rachar com a pressão, então me desejou uma boa viagem, chorou horrores e disse que meu irmão viria me ver assim que fosse liberado do exército.

Ainda assim, sinto-me uma estranha em minha própria pele. Observo as paredes e os corredores enquanto minha mãe e eu subimos em direção ao meu quarto, ela não para de falar por um segundo, e tendo não me irritar. Apesar de ser uma casa grande e confortável para a maioria das pessoas, ela não se encaixa no meu padrão. Sem tentar parecer esnobe, mas sem deixar de ser, nenhuma casa de classe média nos Estados Unidos se compara à um castelo na Itália. Apesar de tudo, posso imaginar que será imensamente agradável poder usar jeans e camiseta ao invés de vestidos apertados e chapéus.

–Bem, este é seu andar- Ela sorri.- Claro, ele não é somente seu, todos os seus irmãos dormem aqui, mas...bem, você tem seu próprio banheiro.

Ela parece muito orgulhosa de si mesma ao falar sobre o banheiro. Quer dizer, nossa, sério, um banheiro só meu? Não é como se eu não tivesse meu próprio banheiro antes. O quarto é grande, azul com móveis brancos. Cama de dossel, colcha de retalhos combinando com a parede, um assento de janela. O chão é de madeira, o que me surpreende um pouco. Em um dos cantos do quarto, próximo à janela, está minha escrivaninha, acima dela, uma estante de livros está acoplada à parede. A janela, que ocupa quase uma parede inteira, fica bem à frente da minha cama, e posso ver a praia ao longe.

–O que achou?-Pergunta, ansiosa. Sento-me na cama, acariciando a colcha e volto meu olhar para ela.

–É lindo, você decorou sozinha?- Seu sorriso quase rasga seu rosto quando ela senta ao meu lado na cama, observando meu quarto.

–Sua irmã me ajudou.- Sua voz é suave e cheia de adoração.- Eles estão ansiosos para te conhecer, sabe? Anthony está ficando louco por ter que afastar os garotos de mais uma irmã.

Eu sorrio, negando com a cabeça, porque não sou o tipo de garota que os caras se interessam. Não que eu me ache feia ou seja completamente insegura, eu só não costumo ter muito tempo para namoros.

–Eu não acho que serei um problema.- Resmungo.- Os garotos não costumam…- Música pop soa alta e eu observo pela janela quando um Jeep enorme se aproxima de nossa casa. O som alto para de repente e três figuras saltam do carro.

Quando olho para o lado, mamãe parece um criança na manhã de natal.

–Seus irmãos chegaram, eu mal posso esperar para você conhecê-los!

(...)

Minha mãe me arrasta escada abaixo, saltitando de degrau e, degrau. Eu me sinto nervosa e perdida. Seguimos imediatamente para a cozinha e encontro meus três irmãos empoleirados sobre a bancada no centro da cozinha. A primeira coisa que percebo é que meus irmãos são enormes, e quando digo enormes, não digo apenas altos, eles são excessivamente desenvolvidos para sua idade. A segunda coisa que percebo é que, bem, eles são muito diferentes de mim. Enquanto minha pele é pálida, a deles é bronzeada, e mesma minha irmã parece ter o dobro de minha altura. Bem, talvez não o dobro, mas são uns bons dez centímetros.

–Oi, mãe!- Um dos garotos exclama, e então todos se virão em nossa direção. Posso ver o choque em seus olhos quando registram minha presença. Tenho certeza que não sou o que eles esperavam.- Oh, merda.

–Anthony Black!- Minha mãe exclama, enfurecida.- Não fale assim perto de sua irmã, ou eu juro que…- Anthony começa a rir.

–Sério, mãe, você não podia ter me dado irmãs feias?- Eu gostaria de ficar irritada com ele, mas sinto que seu comentário de merda foi algum tipo estranho de elogio.- Faria minha vida bem mais fácil.- Ele se aproxima de mim, puxando-me para um abraço inesperado.- Sou Anthony, a propósito, seu irmão mais velho.- Diz, quando finalmente me solta.

Meus outros irmãos se aproximam, mas nenhum deles é tão caloroso quanto Anthony.

–Sou EJ, capitão do time de futebol, segundo mais velho e o mais bonito, obviamente- ele me estende a mão e eu a aperto, ainda rindo de sua apresentação.

Sarah é a última, ela me observa de cima à baixo, sem aparentemente acreditar no que vê.

–É bom não ser mais a caçula, bem-vinda.- Ela me dá um abraço breve.- Meu nome é Sarah, eu ajudei a montar seu quarto, o que achou?

–É lindo, obrigada.- Ela me fita, pasma.

–Ai, meu Deus, seu sotaque é adorável.- Sussurra, depois faz uma careta.- Mas não parece italiano, é quase...único.

Eu sorrio para ela.

–Bem, obrigada.

Nós ficamos em silêncio, que logo se torna desconfortável. Apresentações feitas, eles não sabem como reagir à mim, porque não me conhecem. Olho ao redor, percebendo que a cozinha e a sala de jantar são separadas por uma bancada de mármore. É bonito e apenas o pensamento daquela mesa cheia de comida me deixa com fome.

Meu irmão parece pronto para dizer alguma coisa e então a campainha toca, mamãe se desculpa e corre para atendê-la. Por curiosidade, a seguimos até o corredor e observamos enquanto ela ordena, desconfortavelmente, que os carregadores deixem minha bagagem no terceiro andar. Eu tenho vontade de me dar um tapa na testa ao perceber a quantidade de malas e homens subindo as escadas, por último, aparece Andrew.

E ele está trazendo meu cachorro.

Oh, Deus.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado desse primeiro vislumbre da Anne com seus irmãos, espero por comentários.
Beijos :*



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