Sabe o que eu quero? Que isso dure a noite toda, melhor, pro resto da minha vida, porque eu acho que não dá mais para viver sem a Clove, eu acho que dessa vez eu quero assumir um compromisso, ser alguém serio pelo menos nesse momento, com ela.

Eu tinha que lhe falar depois que esse beijo acabasse, mas eu tinha que lhe falar que tudo isso tem que acabar, e que acabem do melhor jeito, que é nós dois juntos.

–Clove. –Disse cessando o beijo.

–Cato. –Respondeu olhando nos meus olhos.

–Eu quero uma chance, uma chance para mudar tudo. –Fechei meus olhos, eu não sei se era o álcool.

–Amanhã você vai me fazer chorar como sempre? Me largar pela primeira vadia? –Perguntou.

–Juro, que dessa vez, vai ser diferente, eu vou ser diferente, eu vou mudar. –Eu disse a ela calmamente.

–E como pode me garantir? –Perguntou de novo olhando nos meus olhos, como quem queria pegar alguma mentira.

–Porque quando eu estou com você, você me faz querer ser alguém melhor. –Disse a ela.

Já chega de enrolar. Eu a quero, ela me quer, qual o problema? Qual o problema de permitir isso uma vez na vida.

–Por favor. –Implorei como nunca fiz a ninguém.

–Sim. –Foi tudo que ela disse.

Tudo que ela disse, mas o suficiente para eu beijá-la sem medo, beijá-la com vontade, talvez como nunca beijasse antes, mas claro que seria diferente cada beijo com Clove possui um gosto diferente.

Nós éramos o que era certo no beijo, nos éramos o que era certo na vida, sem Clove eu não seria quem eu sou hoje, ela me ensinou que talvez a pessoa que você, mas despreze você vá amar no futuro.

Eu posso nunca admitir, mas depois de todo esse tempo com ela, idas e vindas, o que eu sinto por ela é amor, amor como nunca senti por ninguém, eu não quero que ela me abra às pernas por uma noite, eu quero que ela seja minha para sempre.

–Vamos para casa. –Sussurrei.

–Não... –Ela disse receosa.

A verdade é que eu não queria só sexo com Clove, eu queria amor, e só o faria quando ela estivesse pronta, então eu realmente só quero ir para casa dormir, e quem sabe com as mãos dela no meu peito e eu agarrando sua cintura, como só isso importasse no mundo.

–Não é isso, eu só quero ficar com você. –Falei.

–De verdade? –Ela perguntou como sempre colocando seus olhos nos meus, me deixando perdido.

–De verdade. –Falei.

Eu só queria saber como a deixei fugir por tanto tempo, eu sei que estou com álcool no sangue, mas sei lá, acho que a bebida é uma desculpa de covarde para fazer o que sente vontade.

Eu sou um covarde, mas me torno corajoso por ela se preciso.

A bebida me deixa gay.

Puxei-a de encontro a mim e a levei até meu carro, abri a porta e fui para o banco do motorista.

–Você está bêbado? –Perguntou preocupada.

–Talvez. –Sorri de canto.

–Amanhã tudo isso acaba não? –Disse triste.

–Não... Eu não sou tão babaca assim. –Falei colocando as minhas mãos em seu joelho.

–Pode dirigir? –Ela virou o rosto para a janela.

–Não se preocupe.

–Vou passar a noite com você vomitando? –Ela falou rindo e eu acompanhei.

–Não estou nesse ponto. –Nos encaramos e sorrimos.

Liguei o carro e lá fui com ela.

(...)

Estávamos agora em uma situação de Clove no banho e eu querendo vomitar, ela tinha razão.

Não pude me conter e entrei no banheiro do meu quarto aonde ela tomava banho para vomitar.

–Cato! –Ela disse assustada assim que me viu vomitando.

Clove saiu do Box, quando ela percebesse que estava nua ou ela me bateria muito, ou ela coraria, ou faria os dois.

Clove veio me ajudar ela segurou no meu ombro e quando me virei ela estava lá, não pude deixar de olhar de cima para baixo e quando ela percebeu apenas corou.

–Vou me vestir... –Ela disse.

Foi até o cesto de roupa limpa e pegou uma camiseta minha, eu fui até ela e fiquei apenas encarando-a.

–Vai pro banho. Te espero na cama. –Ela corou assim que percebeu o duplo sentido. Tão ingênua.

Fiquei lá por uns vinte minutos, apenas pensando em tudo que a gente já passou, e como eu apenas queria levá-la para cama antes, eu era um babaca isso sim, eu sou, mas...

Foda-se.

Não tem desculpa, explicação, eu simplesmente sou.

Coloquei uma cueca Box limpa do cesto, e fui para o quarto, assim que apaguei as luzes, o quarto ficou pouco iluminado por causa da janela e Clove me olhou.

Eu fui e deitei ao lado dela.

Começamos a nos beijar assim que nos encaramos, era incrível isso, logo eu estava por cima dela, comecei a levantar a blusa, mas ela estava nua por baixo, graças à confusão do banheiro, ela me parou, quando notou.

Estava quase certo que ela estava corada, mas estava escuro demais para saber.

Deitei-me ao lado dela de novo, e ela me abraçou, e foi tudo que aconteceu, respirações misturadas ofegantes, os braços dela em volta de mim enquanto eu fazia um carinho em seus cabelos.

–Cato. –Ela chamou.

–Fala amor. –Falei sem pensar.

–Amanhã... –Ela começou.

–É amanhã... –Disse dando um selinho nela.

Clove era tão preocupada, não que eu não desse razão, eu dava e muitas, fiz muita merda, mas as merdas que eu fiz nos ajudaram se não fosse aquela aposta? Eu não teria conhecido Clove direito, eu não teria amado-a direito, eu não teria sido quem eu sou hoje...

Ou teria?

Não sei, porque eu sei que quando é para ser, não importa as barreiras, preocupações, brigas idiotas, simplesmente vão ser.

Eu queria que agora nunca acabasse, porque ela tem razão, amanhã vai ser uma batalha, como todo dia, amanhã provavelmente haverá meio mundo contra nós, e provavelmente alguém sairia mal, mas quer saber?

Que se foda!

Era isso que eu queria, que pudéssemos nos entender, estar juntos e vou lutar para isso até o ultimo suspiro, pode parecer exagerado, mas estou bêbado e é verdade.