Sangue Mestiço escrita por Selenis


Capítulo 10
Concentração; A casca de banana


Notas iniciais do capítulo

Só trolando vcs. kk



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Concentre-se...

Concentre-se...

Por que é importante passar horas lendo um livro para ir bem numa prova? A pressão que a sociedade nos exerce é tanta, que chega a nos convencer-nos de que um pedaço de papel será aquele que irá te classificar. Seja qual profissão você for seguir, a prática sempre será a melhor professora. O que a teoria tem além dela?

Concentre-se...

Concentre-se...

Por que preciso tirar um nota de nível elevado numa prova para mostrar aos outros que sei do assunto? Certamente há milhares de profissionais por aí que não tiveram um histórico muito bom no colegial. E o que me impressiona, é de que há pessoas preocupadas com um número vermelho na parte superior da folha.

Mas eu os entendo... Sim, porque sou uma dessas pessoas.

Ainda há a pressão exercida no jovem em seu processo de formação como cidadão: os pais. Estes podem ser, em alguns casos, o motivo para a sua queda como profissional e também o seu sustento. Por exemplo: se seu sonho é tornar-se um poeta e escrever, e sua mãe insiste em dizer que isto não dará dinheiro, é óbvio de você irá escolher ser um médico ou um advogado.

Ou seja, ser infeliz.

Mas parece que para a sociedade moderna, ser infeliz e querer agradar aos outros é mais importante que ser feliz. De certa forma, é compreensível.

Imagine agora olhares conhecidos de amigos e familiares de quem espera admiração e aceitação, voltados para você de forma desagradável por você não ter feito aquilo que os outros não queriam.

Eu só quero agradar ao meu pai... penso eu a respeito. É querer muito um " muito bem, meu filho. Estou orgulhoso de você"?

A mente é a obscuridade e a claridade do homem. Pode ser benéfica o maléfica, dependendo do modo de como será usada.

Então esta é a minha mensagem:

Concentre-se...

A casca de banana

O tempo passou depressa. Graças aos dias árduos de estudos, consegui passar nas provas finais e nas da detenção. O livro que Granger me dera, ajudara-me bastante. Isso eu tenho que confessar, pois é verdade.

É um alívio ver notas altas em suas provas; indícios de que seu esforço valera a pena.

Bobagem! Então quer dizer que um pedaço de papel irá dizer que você é melhor que outros?! Bah!

***

Caminhava pelos corredores do castelo, a mão escondida no bolso da capa sensoriana; o olhar vago direcionado aos sapatos de bico fino. Meus pensamentos estavam distantes. Tão distantes que nem notei uma casca de banana largada no centro do corredor. Ah, seu eu não estivesse desatento naquele dia; muita coisa poderia ter sido diferente...

Ao pisar sobre ela, senti meu corpo ser direcionado para frente e o vento bater com força em meu rosto. As vestes esvoaçavam atrás, enquanto eu deslizava para frente; vendo as divisórias passarem velozmente por mim.

A casca de banana sem dúvida recebera um feitiço travesso; justamente para transportar o pobre coitado que pisaria nela.

Gritei histericamente, balançando os braços, sentindo o peso da curvatura do ar bater em meus músculos.*

– SAIAM DA FRENTE! - gritei para os alunos que estavam em meu caminho.

Eles grudaram as costas nas paredes no exato momento em que passei por eles, fazendo pepeis voarem atrás de mim. O percusso continuou, ganhando ainda mais velocidade. A sola de meu sapato estava pregado à casca de banana.

– SOCORRO! - berrei.

Agora o caminho estava livre, mas eis que surge o nada uma figura em meu caminho. Granger trazia nos braços uma pilha de livros.

– CUIDADO! SAÍ! SAÍ!

E BUM!

Esbarrei violentamente no corpo dela, porém não caí. Persisti sobre a maldita banana, e com companhia. Granger agarrou-se ao meu pescoço e entrelaçou as pernas em minha cintura. Senti os cachos de seu cabelo chicotearem meu rosto, e seus gritos penetraram meu tímpanos. Minha traqueia estava sendo estrangulada pelos dedos de Granger. Ela gritava com uma louca:

– O QUE ESTÁ ACONTECENDO? DRACO, PARA! PARA COM ISSO AGORA! EU QUERO DESCER!

– Está me sufocando. - Disse, com voz embargada. - Larga!

– EU QUERO DESCER AGORA!

E de repente paramos. Graças à inércia, fomos arremessados para frente; bolando e caindo um sobre o outro. Machuquei o cotovelo e o queixo no chão. Granger não tivera nenhum dano, já que meu corpo amortecera a sua queda.

– Ai, ai... - gemi. - Sai de cima de mim, sua baleia.

Ela ergueu a cabeça, o cabelo desgrenhado cobrindo o semblante com expressões duvidosas mescladas às de receio. Resfolegante, falou:

– Você... me explique agora o que aconteceu.

– Eu não sei.

Uma terceira voz disse:

– Esperava de que os dois me dissessem.

Prof. Snape nos olhava de cima, com raiva. Incrível como seu nariz parecia muito maior olhado de baixo para cima. Hermione se ergueu, ajeitando-se e assumindo uma postura de aluna exemplar.

– Sr. Malfoy... Srta. Granger... - disse Snape, lentamente. - O que está acontecendo?

– Senhor, eu estava levando alguns livros para passar o tempo em meu quarto...

– Passar o tempo? - repeti, me levantando e pousando a mão nas costelas doloridas. - Pensei que fosse construir um abrigo com tantos livros.

Hermione não me deu atenção, e continuou:

– ... E de repente esta... - ela me olhou de cima à baixo, vendo meu estado depressivo - pessoa, esbarrou em mim.

– Não diga... - disse Severo. - Isto me parece ser obra dos Weasley. Apesar de eu adorar, não vou tirar pontos da Grifinória.

Hermione engoliu um seco.

– Durante as férias que virão, enviarei um professor à sua casa, Sr. Malfoy, para que o ensine.

Deixei um suspiro escapar de meus lábios.

– Dessa forma, você aprenderá a andar normalmente pelos corredores da escola; e não deslizando e batendo em todo mundo. Quanto à você - disse, olhando para Hermione - não deixarei barato. Também irá ter o seu orientador.

– Na minha casa? Mas senhor, meus pais viajaram para Portugal e vão passar o mês inteiro lá. Meus planos seriam de ficar aqui, com meus amigos.

– Então está resolvido. - Disse Snape, com um ar ardiloso. - Você irá com o Sr. Malfoy até Wiltshire, e receberam os dois as mesmas disciplinas.

– O QUÊ?! - balbuciamos, Hermione e eu, em uníssono.

* Nota da Autora: Músculos?! Há


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